A Study in Words

Julgando Pela capa


É sabido que o que não é útil ao cérebro de Sherlock Holmes, além dele simplesmente ignorar também não se dava ao trabalho de armazenar a informação.

Isso incluía os grandes clássicos românticos da literatura mundial.

Para ele não passavam de histórias melosas e sem sentido nenhum, no máximo só servia para algumas pessoas criar ideais desnecessários sobre o amor.

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Amor.

Um dos sentimentos que sempre era alvo do seu desprezo e motivo de zombaria, afinal, ele deixava as pessoas vulneráveis e nublava julgamentos racionais, uma sensação desnecessária de perturbação para sua mente afiada.

E por que motivo estaria agora sentado no chão da sala do seu adorado 221B na rua Baker, rodeado de obras clássicas de Shakespeare, Bronte, Austen?

Teve que recorrer a esses livros quando não conseguiu encontrar uma resposta plausível para o que ultimamente andava sentindo em relação à Molly Hooper.

Às vezes quando sabia que ela estava concentrada demais no que fazia, se pegava a observando executar seu trabalho com destreza, e sorria, ela era ótima no que fazia.

A gota d’água para decidir recorrer a esse tipo de literatura, foi quando seu coração disparou e sentiu um calor percorrer seu corpo só porque Molly o beijara na bochecha – na ocasião sem querer tinha virado o rosto e ela acabou beijando o canto de seus lábios.

No começo era ele quem constrangia Molly com seus comentários tecidos e a deixava sem jeito.

Era pra ter sido nada demais.

Era.

Sherlock bagunçou os cachos irritado e arremessou o livro que tinha em mãos na direção de alguns outros, o livro bateu e caiu mais perto do que deveria da lareira. Levantou inspirando profundamente para tirá-lo dali antes que servisse de combustível para o fogo.

O livro caiu aberto e ao pegá-lo seus olhos pararam em uma das frases ali.

“Em vão tenho lutado comigo mesmo; nada consegui. Meus sentimentos não podem ser reprimidos e preciso que me permita dizer-lhe que eu a admiro e a amo ardentemente.”

Quem diria que um livro escrito por uma autora há muito tempo atrás poderia ter a resposta que queria?

Foi então que compreendeu que era exatamente a resposta que procurava.

Não adiantava negar.

Era simples: Sherlock Holmes amava Molly Hooper.