Children

Promessa é dívida


Finalmente escovei meus dentes, e aproveitei pra tomar banho e tirar o cheiro de xixi que estava impregnado em mim. Deixei Boruto com meus mini pais enquanto isso, só espero que os dois - ou melhor, os três - estejam inteiros quando eu terminar.

Voltei para o quarto dos meus pais e encontrei Boruto sentado no chão e mexendo no celular, enquanto isso o Sasuke e a Sakura estavam mexendo de novo com as malditas algemas!

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Ah, valei-me!

– Ei! - Corri e peguei as algemas que dessa vez estavam nas mãos de Sasuke - Sakura! - Virei para a menina - O que eu falei?

– O tio Boruto não se importou. - Respondeu a menina.

– Boruto! - Gritei e o rapaz se espantou, deixando o celular cair.

– Caramba, Sarada, eu já estava quase passando de fase. - Resmungou.

– Você não viu que as crianças estão mexendo com isso? - Mostrei as algemas com plumas para o Uzumaki e ele simplesmente caiu na gargalhada.

– Mentira! - O rapaz ria feito uma hiena retardada - Eita, parece que alguém aqui curte cinquenta tons de cinza... Ou melhor, cinquenta tons de rosa!

Desnecessário isso... Desnecessário!

– Boruto! - Bufei - Não acredito que as crianças estavam mexendo com isso na sua frente e você não notou!

– Ah, eu estava jogando. - Defendeu-se.

– Tia... - Sakura me chamou enquanto eu guardava mais uma vez as malditas algemas - Eu tô com fome.

– Eu também. - Sasuke falou.

O quê? Que diabos de lombriga medonha é essa na barriga desse menino? Ele acabou de comer, como pode já estar com fome de novo?

– Sarada, você está deixando essas pobres crianças passarem fome? - Boruto provocou.

– Vamos comer. - Chamei as duas crianças e saí do quarto.

Fomos os quatro até a cozinha, então peguei alguns pães, passei manteiga e coloquei num prato; Depois coloquei leite em dois copos, misturei achocolatado e pronto! Café da manhã perfeito.

É tão lindo ver crianças sentadas à mesa, comendo comportadas como se fossem anjinhos.

– Tia... - Sasuke chamou enquanto cutucava o pão - Essa sementinha em cima do pão...

– O que tem? - Questionei.

– Se plantar, nasce uma árvore de pão? Ou dá pra plantar o pão pra nascer uma árvore de hambúrguer?

Revirei os olhos.

Ah, mereço... É cada uma que sai da boca de criança, viu.

– Sasuke... - Suspirei - Só come, tá?

– O Jon Snow apareceu! - Boruto comentou ao ver meu gatinho na cozinha.

– É. - Assenti - Ele estava por aí, nos telhados da vida... Agora reapareceu. - Expliquei - Acho que o jeito vai ser castrar ele.

– O que é isso? - Sakura perguntou.

E minha mãe ainda reclamava quando eu me metia em conversa de gente grande.

– É uma coisa que faz pro gato ficar quieto. - Expliquei.

– Ah, Sarada, coitado. - Boruto falou penalizado - Vai acabar com a alegria do bichinho.

– Dane-se, eu não quero perder ele. Enfim, o que você tinha pra me dizer?

– Ah, sim... Vamos pra sala. - Boruto me puxou pelo braço e ambos fomos andando até a sala, então sentamos no sofá um ao lado do outro - Então, eu andei pesquisando sobre esses casos bizarros aí, de gente que muda de forma, enfim... Parece que já aconteceu e muita gente crê fielmente que amuletos podem fazer isso.

– Amuletos? - Uni as sobrancelhas, recordando dos colares pra lá de bregas que minha mãe comprou - Então foram os colares! Claro, só pode ter sido isso aí!

– É. - Assentiu.

– E como faz pra reverter?

– Não havia uma forma de reverter, mas o efeito é temporário.

– Então quer dizer que eles vão voltar! - Falei animada - Ah, nem posso acreditar!

– É, mas não sabemos quanto tempo vai levar. - Explicou - Pode levar dias, semanas, meses, anos...

– Anos? - Indaguei apreensiva.

– É. Tudo vai depender do amuleto.

– Merda! - Praguejei - Não aguento mais nem um dia, quem dirá um ano!

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– Não vamos ser pessimistas.

– Não é pessimismo, é realismo! - Respondi - Se há essa possibilidade, precisamos considerar.

– Você é sempre pessimista, Sarada... - Suspirou - Enfim, espero ter ajudado você.

– Sim, ajudou muito! - Falei agradecida - Sério, Boruto, você foi um amor de pessoa.

– Ora... - Boruto coçou a nuca todo sem graça. Suas bochechas ficaram levemente avermelhadas e eu achei super fofo - Que foi? - Ele perguntou com estranheza após eu ter dado uma risadinha baixa.

– Nada... - Neguei com a cabeça, chegando um pouco mais perto dele - É só que... Acho que você fica muito lindo quando suas bochechas coram.

– Ora, eu não tô vermelho. - Ele fechou a cara e só ficou mais vermelho ainda - Para com isso, Sarada, para de me olhar! Tá me deixando sem graça!

– Tá namorando! Tá namorando! - Fomos interrompidos por duas criaturinhas cantarolando irritantemente e batendo palmas.

Ok, agora quem ficou sem graça fui eu! Onde estou com minha cabeça? Boruto é meu amigo!

– Ora... - Ralhei entre dentes e ajeitei meu óculos, encarando as duas pestes que estão rindo mais do que tudo na vida - Vão comer!

– Já comemos. - Sakura levantou da cadeira, seguida de Sasuke.

– Vocês são namorados, tia? - Sasuke questionou de maneira inocente, correndo até nós na sala.

– Namorados? - Senti minhas bochechas esquentarem e olhei para Boruto, que continuava vermelho e sem graça.

– Somos amigos. - O rapaz loiro respondeu.

– Mas vocês estavam quase assim... -Com suas mãozinhas, Sakura gesticulou o que parecia um beijo, quase encostando uma mão na outra - Amigos não se beijam.

– Nós não nos beijamos. - Resmunguei.

– Mas foi quase! - Respondeu a pequena rosada.

Puta merda! Odeio admitir, mas, se meus mini pais não tivessem interrompido, eu provavelmente teria beijado o Boruto, meu melhor amigo desde que éramos crianças!

Caramba, onde eu tô com a minha cabeça?

Ainda bem que meus pais são crianças agora, caso contrário o pobre do Boruto já estaria comendo capim pela raiz!

– Esquece isso, criança. - Respondi.

– Mas vocês iam se beijar! - Por que diabos essa menina tá tão empolgada? - Iam se beijar que nem o príncipe beija a princesa pra acordar ela do sono profundo...

– A Sarada tá muito longe de ser uma princesa! - Boruto gargalhou e eu só lhe mandei um olhar mortal - Fiona, talvez... - Disse sugestivamente.

– Não me importa, isso é nojento! - O pequeno Sasuke resmungou enojado - Não façam isso na minha frente!

Eu devia gravar isso, pra mostrar toda vez que ele ficar dando beijinhos na mamãe na minha frente! Não é que eu ache nojento, mas, cara... São meus pais! Não sou obrigada a ver meu pai beijando a minha mãe.

– Eu já mandei vocês dois esquecerem isso! - Briguei mais uma vez.

Não sou obrigada a ouvir meus mini pais fazerem esse tipo de insinuação!

– Pois é, nós somos amigos. - Disse Boruto.

– Amigo faz essas coisas? - Sasuke questionou confuso.

– Claro que não! - Respondi.

– Então por que vocês iam fazer? - A menina perguntou.

Caramba, agora eu arrumei! Por que criança questiona tanto? Isso é muito chato!

– Nós não íamos fazer. - Respondemos em uníssono.

– Iam sim. - Sakura esboçou um sorriso malicioso - Iam! Iam! Iam! Iam! - Começou a cantarolar e bater palmas - Iam sim!

– Para de cantar, sua chata! - Sasuke resmungou e empurrou a pequena rosada que quase caiu no chão.

– Não me empurra! - Ela o empurrou de volta.

– Ei! - Briguei, segurando no braço de Sasuke para ele não ir pra cima da Sakura - Não pode!

– Posso sim! - Retrucou. Que moleque mimado.

– Eu sou menina, você não pode bater em mim. - Sakura mostrou a língua para ele.

– Olha aí, tia, ela tá me dando língua! - O garoto falou com a voz manhosa.

– Sakura, por favor, não provoca. - Pedi - Sem brigas, os dois.

– Se vocês não brigarem, a tia Sarada leva vocês pra tomar sorvete! - Por que esse ordinário do Boruto tem que ficar dando idéia que não presta?

– Ela vai levar de qualquer jeito. - Sasuke respondeu simplesmente - Porque ela prometeu ontem e meu irmão sempre diz que promessa é dívida!

Ai, senhor, ele lembrou.

– Sim, ela vai nos levar! - Sakura deu pulinhos de alegria - Que horas, tia?

– É, que horas, tia? - Boruto sorriu de forma debochada e eu quis quebrar os dentes dele.

Tenho escapatória? Não... Pelo visto não tenho.

– Depois do almoço a gente vai. - Suspirei.

– Ah, eu queria ser uma mosquinha pra ver isso! - O loiro começou a rir.

– Não precisa ser uma mosquinha, você vai ver como Boruto mesmo! - Respondi - Você vai conosco.

– O quê? - O rapaz indagou com a voz esganiçada.

– Exatamente isso que você ouviu! - Bufei - Vai conosco na sorveteria do Shopping e eu não aceito um "não" como resposta!