A Hospedeira 2

Capítulo 10


Eu estava com medo, muito medo. Chega até ser engraçado, eu tive que enfrentar tantas coisas para chegar até aqui e estou com medo de uma pessoa que nunca me machucaria. Estava de noite e o céu estava coberto de estrelas, estrelas que me deixavam desconfortável. Eu e Fords Águas Profundas entramos na caverna em silêncio, Fords estava maravilhado com o seu \"novo lar\", então Jeb surgiu para nos receber. Infelizmente com sua espingarda apontada para Fords.
- Quem ser este, Peregrina? - ele perguntou secamente
Meu corpo tremia de leve, eu detestava violência.
- Este é Fords Águas Profundas, meu amigo e seu amigo agora. - eu disse em voz firme - Ele é curandeiro e vem para ficar conosco.
Jeb abaixou a arma e levantou a mão em direção de Fords, que a apertou sorrindo.
- Seja bem-vindo, Fords. - Jeb disse entusiasmado - E onde está Jared?
- Lá em cima com 15 caizas de mantimentos hospitalares.
Jeb deixou o queixo cair supreendido.
- Nós tivemos ajuda. - eu expliquei sorrindo para Fords
-Era o mínimo que eu poderia fazer. - Fords disse envergonhado.
Enquanto eu e Fords fomos para Doc, Jeb foi procurar braços para trazer as caixas. Eu andei em passos apressados, eu queria evitar o inevitável. Quando chegamos lá fomos recebidos por um Doc com esperanças renovadas. Melanie estava muito mal, quando Fords avistou-a foi logo se aproximando e pedindo os dados a Doc.
Eu deixei eles dois ali, resolvendo-se. Não aguentava olhar Mel daquele jeito, e eu tinha que enfrentar algo pior no momento. Eu comecei a andar em direção do meu quarto. Eu sabia que Jeb não iria acordar Ian, eu tinha que fazer por mim mesma.
- Ian? - minha voz saiu abafada pelo meu nevorsismo
Silêncio, só escutava o som de sua respiração. Será que ainda dormia ou não queria falar comigo?
- Ian? - eu o chamei mais alto
- Peg? - sua voz era uma mistura de sono com surpresa - Peg?
Rapidamente suas mãos tocaram meu corpo.
- Oh, Peg! - Ian exclamou
Eu estava distante do chão, Ian me levantou num abraço sufocante, ele tremia e chorava ao mesmo tempo.
- Não faça mais isso. - ele gemeu - Não me deixe mais assim.
Eu tentei acariciar seu rosto, lágrimas caíam de meus olhos.
- Eu te amo, Ian, e eu fiz desse jeito para te proteger. - eu disse entre soluços - Por favor me perdoe.
Ian me colocou no chão e me sacudiu violentamente.
- Perdoar? Nunca!- ele berrou mas em seguida me beijou - Eu te amo, Peregrina, e você nunca precisa ser perdoada pelos seus atos já que você só faz para o bem.
Nós ficamos um longo tempo abraçados em silêncio.

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