Eco

Sobre o eco


Sobre o eco

(E um pouco mais das palavras que eu não disse)

Capítulo I.

(E único)

O som perde a intensidade enquanto se propaga. Você é a prova viva (ainda que não totalmente) disso.

Eu lembro de como era antes. Dos gritos rebeldes, do sorriso esperançoso, de quando você vivia e sabia viver.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Não foi de repente.

Não foi porque as coisas não acontecem do nada, só parecem assim para quem não entende a história toda. E ninguém entendia você. Nem mesmo eu, que despejava suspiros na sua direção. Por isso pareceu ser de repente quando os olhares desafiadores ficaram abatidos e as discussões acaloradas foram substituídas por seu silêncio.

E demorou apenas um conjunto médio de números para que você não fosse mais você. Os discursos de quebra de paradigma viraram piadas idiotas e ofensivas. Os textos de revolta nas redes sociais, só uma montanha de postagens conservadoras e vazias. Mas nada estava mais vazio que os seus olhos.

Antes, eram terra depois da chuva: cheios de vida e possibilidades. Depois, chocolate belga que passou tempo demais na geladeira: frios e duros.

O som perde a intensidade enquanto se propaga. As palavras que se perdem do teu coração até a tua boca são exemplos disso. As de consolo que poderiam ter sido ditas para te salvar do esquecimento de si mesmo também. E pensar que um simples “bom dia” teria feito diferença.

Eu poderia ter falado. Eu falaria, se soubesse. Mas ninguém nunca sabe. Talvez eu só devesse ter falado porque era o que eu mais queria, em vez de esperar o destino me dar motivos. Destino é só desatino de coração enamorado e medroso.

O fato é que não falei.

O som perde a intensidade enquanto se propaga. Mesmo assim, você continua em eco constante na minha cabeça.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.