POV Pandora;

É obvio que seria demais eu ter uma estadia, relativamente, normal no acampamento Júpiter, mas cara, eu sou Pandora, atualmente, Jackson e ‘normal’ não é algo que se encaixe nos meu padrões.

As coisas estavam indo bem, eu tinha ajudado Hazel e Frank a conquistarem os estandartes inimigos, a Quinta tinha um pouco do seu antigo prestigio de volta e eu estava ao lado de Damon, Amber e Dake há alguns minutos e não tinha cometido (ainda) nenhum assassinato.

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Claro que as coisas estavam tranquilas demais.

—Socorro! Ajuda! – Alguém gritou, me fazendo olhar para o lado.

Um par de campistas corriam para fora da fortaleza, carregando uma menina em uma maca. Eles colocaram-na no chão, e outras crianças começaram a correr muito. Mesmo à distância, eu sabia que era Gwen, a centuriã da Quinta, aproximei-me lentamente, notando, pelo canto do olho, que os filhos de Plutão e o mais novo filho de Marte se aproximavam da garota. Ela estava em péssimo estado, estava deitada de lado na maca com um pilo saindo de sua armadura, eu não precisava ter tido aulas de medicina com Apolo para saber que ela não sobreviveria.

Frank estava descrente e se empertigou para ficar ao lado da garota semimorta.

Os curandeiros berravam para todos se afastarem. Toda a legião calou-se enquanto os curandeiros trabalhavam, tentando colocar gaze e chifre de unicórnio em pó na armadura dela para parar o sangramento, tentando forçar algum néctar em sua boca. Gwen não se moveu. Seu rosto estava pálido. Senti quando a alma bondosa escorregou para o reino de meu tio. Um minuto depois os curandeiros olharam para Reyna e Jason balançando a cabeça negativamente.

— Haverá uma investigação. Quem fez isso, custou à legião um bom oficial. A morte honrosa é uma coisa, mas isto... – disse Jason.

Olhei novamente para o corpo sem vida da Centuriã, notando o que o pretor queria dizer. Havia uma marca gravada na haste do pilo: CHT I LEGIO XII F. A arma pertencia à Primeira, e a ponta saia pela frente de sua armadura. Gwen fora atingida por trás, possivelmente após o jogo ter terminado.

Examinei a multidão à procura do magrelo, vulgo Octavian. Ele estava assistindo a cena com mais interesse do que preocupação, e ele não tinha um pilo. Eu nem precisei ler a mente dele, para saber o culpado.

Eu conseguia sentir as ondas se chocando à km de distância, e eu sabia que se visse meus olhos eles estariam da cor de tempestade. Eu estava a ponto de estrangular o loiro com as minhas mãos, quando um arrepio se fez presente em minha espinha.

Olhei assustada para Gwen, um pouco depois ela passou a engasgar.

Todos recuaram. Gwen abriu os olhos. A cor voltou ao seu rosto.

— O que... o que foi? — Ela piscou. — O que todo mundo está olhando? — Ela não parecia notar o arpão de 2 metros saindo através de seu peito.

Os murmúrios começaram e não pareciam a ponto de ter um fim tão cedo. Olhei para Jason e Reyna e ambos estavam pálidos como se tivessem visto um fantasma.

Este, com certeza, foi o pior trocadilho que eu já fiz na vida.

Gwen tentou sentar-se, mas não conseguiu.

— Havia um rio e um homem perguntando... por uma moeda? Virei-me e a porta de saída estava aberta. Então, eu só... Eu só entrei. Não estou entendendo. O que aconteceu?

Todo mundo olhou para ela com horror. Ninguém tentou ajudar.

— Gwen. — Frank se ajoelhou ao lado dela. — Não tente se levantar. Basta fechar os olhos por um segundo, ok?

— Por quê? O que...

— Basta confiar em mim.

Gwen fez o que ele pediu.

Frank pegou o eixo do pilo abaixo de sua ponta, mas suas mãos tremiam. A madeira estava escorregadia.

— Damon, Hazel... ajudem-me.

Um dos médicos percebeu o que ele estava planejando.

— Não! ele disse. Você pode...

— O quê? — Hazel agarrou. — Piorar?

— Segurem-na firme. Um, dois, três!

Ele puxou o pilo pela frente. Gwen nem sequer estremeceu. O sangramento parou rapidamente.

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Hazel se abaixou para examinar a ferida.

— Está fechando por si só — disse ela. — Eu não sei como, mas...

— Eu me sinto bem — Gwen protestou. — Por que está todo mundo preocupado?

— Gwen — Hazel disse gentilmente. — Não há nenhuma maneira fácil de dizer isso. Você estava morta. De alguma forma você voltou.

— Eu... o quê? — Ela tropeçou em Frank. Sua mão pressionada contra o furo irregular em sua armadura. — Como... como?

— Boa pergunta — Reyna virou-se para Damon. – Isto é algum poder de Plutão?

—Como se Plutão deixasse os mortos retornarem a vida – murmurei alto o suficiente para os mais próximos ouvirem, inclusive Damon e Reyna. Aproximei-me de Gwen, agachando ao lado de Hazel.

— Pandora tem razão. Plutão nunca permite que as pessoas retornem dos mortos. – disse Damon para a pretora, enquanto eu examinava Gwen com os olhos.

Uma voz de trovão rolou pelo campo: a Morte perde sua posse. Este é apenas o começo.

Os campistas tiraram as armas. Hannibal alardeou nervosamente. Scipio empinou-se, quase jogando Reyna de suas costas. Levantei-me de supetão e me afastei de Gwen, focando meus olhos aonde parecia ter vindo a voz.

No meio da legião, uma coluna de luz apareceu, cegando a todos por um momento. Depois que minha vista não estava mais com manchas pretas, notei que todos foram forçados para trás quando um estranho augere saiu da luz emitida.

Era um homem com aparência de 35 anos, de pele bronzeada de dois metros (no mínimo) de altura. Ele era loiro e seus olhos eram dourados, como sol liquido. Ele vestia uma toga romana roxa com alguns detalhes que apareciam feitos em ouro, provavelmente eram mesmo. Seus olhos encaravam a multidão sérios, o queixo quadrado tenso, mostrava que ele não parecia nenhum pouco feliz em estar aqui. Dada a sua expressão, eu também não estava.

Eu não era muito acostumada com os aspectos romanos dos meus primos, tios e até mesmo do meu pai e da minha mãe, em grande maioria os deuses preferiam o aspecto grego, o modo mais conhecido deles. Mas eu não podia pedir para ele voltar a ser meu primotio brincalhão e flertador. Aqui ele era Febo Apolo, o deus do Sol e da Profecias, não o deus que gostava de ter forma de um adolescente.

Octavian se ajoelhou e toda a Legião, até mesmo o elefante, fez o mesmo. E adivinha que foi a única que ficou de pé? Euzinha, porque como minha mamãe diz, eu não sou todo mundo.

—Já faz algum tempo que eu não visito o acampamento Júpiter. – Disse o deus, parecendo não falar com ninguém em especifico, mas sua voz ecoou pelo acampamento.

Eu conseguia ouvir os cochichos de Hazel me ‘convidando’ a ajoelhar-me. Nem sequer a olhei, fingindo não ouvir.

—Pandora, ao menos se sente, você parece um poste parada aí – disse o deus, e eu tive que me controlar para não retrucar. Sentei-me com pernas de índio, sentindo os olhares ir de mim para Apolo repetidas vezes.

—Eu venho do Olimpo com uma mensagem. Júpiter não gosta que nós nos comuniquemos diretamente com os mortais, especialmente hoje em dia, mas ele permitiu essa exceção. Eu só estou autorizado a falar por alguns minutos, então ouçam.

Ele apontou para Gwen.

— Ela devia estar morta, mas ela não está. Os monstros com os quais vocês lutam não retornam mais para o Tártaro quando eles são mortos. Alguns mortais que morreram há muito tempo estão agora caminhando na terra novamente.

O deus fitou Damon, imaginei que fosse por causa de Hazel.

— Tânatos foi acorrentado — Apolo anunciou. — As Portas da Morte foram arrombadas, e ninguém está policiando-a – pelo menos, não de forma imparcial. Os titãs estão se reconstituindo com uma força maior do que o esperado, e ainda por cima podem formar exércitos praticamente impossíveis de se destruir. – O deus fez uma pausa, olhando para os legionários, que se mantinham calados. - Há uma profecia que diz a respeito de alguns de vocês e sobre este acontecido. Meu pai, Júpiter me permitiu vir até aqui, citá-la para vocês, sendo um guia para momentos difíceis. Alguma pergunta?

Todos se mantiveram em silencio.

—200 legionários e ninguém tem uma pergunta. – murmurou o deus.

Reyna se levantou hesitante, seguida por Jason e Octavian e o resto de nós.

— Lorde Apolo — disse Reyna. — Estamos honrados.

— Além de honrados — disse Octavian. — Muito além de honrados...

— Bem? — Apolo esperou.

— Bem — disse Reyna. — Tânatos é o deus da morte, o tenente de Plutão, certo?

— Certo — disse o deus.

— E você está dizendo que ele foi capturado pelos titãs.

— Certo, mas não somente ele.

— Se me permite, quem mais Lorde Apolo? Quem mais fora capturado?

Apolo engoliu em seco e seus olhos se fixaram nos meus.

—Lady Juno. A Rainha do Olimpo – e minha patrona.

Por isso que os deuses estavam tão quietos desde minha separação de Percy. Só não entendo o porquê deles não nos terem avisado. Eu e meu irmão já teríamos resolvido isso. Será que tinha algo relacionado com a profecia?

Tirando os devaneios da cabeça me foquei em meu objetivo: Salvar minha tia e Tânatos.

Todos pareciam digerir a informação e muitos parecia não acreditar, Hazel, Frank, Gwen, Dake e Amber pareciam estar no segundo patamar.

—Mas... isso é impossível! – Falou, para minha surpresa, Jason.

—Nada é impossível para os deuses. – murmurei.

—Nada é impossível para os deuses – disse Apolo.

—Você disse que tinha uma profecia – disse eu pela primeira vez. – Pode citá-la?

O deus assentiu e uma névoa verde parecia se contorcer como uma cobra ao redor dele. Os olhos do deus se tornaram opacos e assustadores. Então ele abriu a boca e era como uma centena de pessoas fizessem um coro e falassem a mesma coisa.

Filha do mar, tenha cuidado ao chão

Da vingança dos titãs os heróis surgirão

O raio e as sombras devem abrir o túmulo

E desencadear a morte pela raiva de Juno

Mas não pense que há de ter acabado

Pelo espirito animal o símbolo de Roma será achado

E então os gêmeos vão se reencontrar

Para que essa guerra possam lado a lado travar.

Silencio sepulcral se fez presente depois que o deus voltou ao ‘normal’.

—‘Filha do mar’ só pode ser você Pandora. – disse Reyna e eu revirei os olhos.

—Com certeza. O raio deve ser Jason. As sombras, no plural, deve serem Damon e Hazel.

—E o espirito animal? – olhei de relance para Frank.

—Frank Zhang – chamou o deus. Pobre menino panda, quase teve um ataque. – Seu pai me disse que quer que você lidere esta missão. Há alguma objeção?

Ninguém se manifestou. Logo uma chuva de raios se fez presente.

—Meu pai me chama – disse Apolo. - Até a próxima romanos. –Em um clarão de luz o deus sumiu.

Ainda digerindo os acontecimentos, Reyna mandou todos para suas coortes, dizendo que resolveríamos isso amanhã. Segui Damon até nossa Coorte e me joguei na cama, logo caindo nos braços de Morfeu.

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Acordei no dia seguinte como se Hannibal, o elefante, tivesse me pisoteado. Meus sonhos estavam inquietos e sem nexo algum em minha mente. Vi meu irmão lutando contra zumbis? Minha mãe acorrentada e uma risada sinistra.

Observei Damon vestindo uma toga roxa, então deduzi que tínhamos reunião no senado. O filho de Plutão confirmou isso, quando me levantei e me troquei no banheiro. Agora eu vestia uma camiseta do acampamento, uma calça leg. preta, um tênis de corrida azul escuro e meu cabelo preso em um rabo de cavalo.

Saímos em fileira para o café da manhã, onde eu sentia a cada meio segundo um comentário sobre minha pessoa.

— Dois deuses em um único dia...

— Não se curvou a um deus....

— Um canhão de água no meu nariz...

Eu não poderia me importar menos com isso. Estava com muita fome para pensar nisso. Provavelmente eu comeria mais do que comi se Jason não tivesse anunciado a reunião e Damon não tivesse quase me arrastado para a cidade quando eu disse que não estava a fim de ir.

Eu estava tão dispersa que só notei que tínhamos chegado na cidade quando eu bati na costas de Frank. Ri com isso e esperei até todos colocarem suas armas na bandeja e coloquei apenas meu brinco. Não sei se Término percebeu que eu estava com armas, mas se percebeu não deu a mínima.

Fizemos o caminho um prédio com uma enorme cúpula branca no lado oeste do fórum.

Será que eu poderia assassinar alguém, vulgo magrelo, assim como fizeram com Júlio Cezar anos atrás? Me perguntei sombriamente.

O interior do senado parecia uma sala de aula do colegial. Um semicírculo de assentos enfileirados diante de um trono com um pódio e mais duas cadeiras. As cadeiras estavam vazias, mas em uma havia um pequeno pacote de veludo no assento.

Eu, Hazel e Frank nos sentamos no lado esquerdo do semicírculo. Os dez senadores, Damon incluso, ocuparam o resto da fila da frente. As fileiras superiores foram ocupadas por vários convidados e alguns antigos veteranos da cidade, todos em togas formais. Octavian ficou na frente com uma faca e um leãozinho de pelúcia, apenas para o caso de alguém precisar consultar o deus das fofuras colecionáveis. Reyna andou até o pódio e levantou a mão para chamar a atenção de todos.

— Certo, essa é uma reunião de emergência — disse ela. — Não vamos ficar em formalidades.

— Primeiro de tudo — disse ela. — Não estamos aqui para votar na missão em si. A busca foi emitida por Febo Apolo, pessoalmente. Vamos obedecer a seus desejos. Também não estamos aqui para debater a escolha dos companheiros de Frank Zhang. Isso já foi premeditado com a profecia.

—Exatamente – concordou Jason. – A missão será lidera por Frank, sem discussão. Pandora – ele olhou para mim, - obviamente, seria a ‘filha do mar’ assim como Hazel e Damon significam, provavelmente, ‘sombras’, assim como eu, em tese, sou o ‘raio’. Alguma coisa para completar?

O senado ficou em silencio por um tempo, até que o augere raquítico resolveu se pronunciar:

—Frank Zhang não pode comandar uma missão! Ele ainda é um novato, ainda está em probatio!

Frank se encolheu ao meu lado, vi pelo canto do olho quando Hazel segurou a mão dele e ele corou. Enquanto isso, Jason dava um sorriso malicioso, igual ao da irmã quando queria me fritar, e respondeu ao augere.

—Já pensamos nisso, Octavian. Frank pode se aproximar – ele chamou, o filho de Marte se levantou hesitante, nenhum pouco confortado com o sorriso acolhedor de Jason. – É um prazer meu conferir-lhe a Coroa Mural por ser o primeiro sobre as muralhas na guerra de cerco. — Jason entregou-lhe uma placa de bronze com a forma de uma coroa de louros. — Além disso, por comum acordo entre eu e da Pretora Reyna, você está promovido ao posto de centurião.

Ele entregou a Frank outra placa, um crescente de bronze, e o senado explodiu em protestos.

— Ele ainda é um novato! — um gritou.

— Impossível! — disse outro.

— Canhão d’água no meu nariz! — gritou um terceiro.

— Silêncio! — a voz de Jason soou muito mais autoritária do que na noite anterior no campo de batalha. — Nós reconhecemos que ninguém abaixo do posto de centurião pode conduzir uma busca. Para o bem ou para o mal, Frank deve conduzir esta missão, então foi decretado que Frank Zhang deve se tornar centurião.

— Há uma vaga para centurião — completou Reyna. — Um dos nossos diretores, também um senador, decidiu renunciar. Depois de dez anos na legião, ela vai retirar-se para a cidade e frequentar a universidade. Gwen da Quinta Coorte, obrigada por seu serviço.

Todos se viraram para Gwen, que conseguiu dar um sorriso valente. Ela parecia cansada da prova da noite anterior, mas também aliviada. Eu não podia culpá-la. Comparado a ser espetada com um pilo, faculdade soava muito bem.

Octavian se empertigou e levantou as mãos, sentando se de volta no seu assento. Cerrei meus olhos em sua direção, entendo seu jogo. Ele lavou suas mãos, se nossa missão fosse mal sucedida toda a culpa recairia nos ombros de Jason e Reyna. O magrelo se daria bem sendo político.

—Frank Zhang, seu ID, por favor. – Pediu Jason

Frank retirou a placa que estava em torno do seu pescoço e entregou a Octavian.

— Seu braço — disse o loiro.

Frank levantou o antebraço. Jason levantou as mãos para os céus.

— Aceitamos Frank Zhang, Filho de Marte, para o XII Legião Fulminata por seu primeiro ano de serviço. Você promete comprometer sua vida com o senado e com povo de Roma?

Frank murmurou algo como:

— Ee-pomet. — Então ele limpou a garganta e conseguiu dizer: — Eu prometo.

Os senadores gritaram:

— Senatus Populusque Romanus !

Fogo flamejou no braço de Frank. Por um momento seus olhos se encheram de terror, e temi que ele pudesse desmaiar. Em seguida, a fumaça e as chamas morreram e tatuagens foram marcadas a ferro na pele de Frank: SPQR, uma imagem de lanças cruzadas, e uma única faixa, representando o primeiro ano de serviço.

— Você já pode se sentar —disse Jason, enquanto Octavian olhava para o público de sua cadeira como se dissesse: Isto não foi ideia minha, pessoal.

—Agora discutiremos a missão. – falou Reyna. – Os participantes já estão definidos, Centurião Frank Zhang, o Pretor Jason Grace, Pandora Jackson membra ainda em probatio, Centurião Damon Weasley e Hazel Levesque membra da Quinta Coorte. Os cinco estão de acordo?

Todos nós assentimos.

—Alguma ideia de por onde começar? - perguntou alguém da Terceira. Levantei a mão e Reyna e Jason assentiram para mim me pronunciar.

—Acredito que primeiro devemos nos concentrar em achar Juno, ela provavelmente está presa em algum lugar no qual não pensamos, talvez no último lugar onde imaginemos. Depois dessa parte concluída, devíamos pensar nos outros versos – apesar de eu já ter uma ideia do que eles podem significar.

—Isso que pensa? – disse Octavian. – Você parece saber bastante sobre nosso inimigo, Pandora Jackson.

Olhei para ele, não gostando nenhum pouco de sua insinuação, mas segurei os palavrões que vieram a minha boca, quando vi seu olhar malicioso esperando que eu retrucasse. Recostei minhas costas na cadeira e cruzei as pernas.

—Parece que eu sei mais que você Octavian, o que é decepcionante levando seu cargo em consideração. – falei calmamente, não tirando meus olhos do legado de Apolo. – Talvez se você não tivesse babado tanto no deus que veio até aqui e se concentrasse mais na profecia, teria deduzido o mesmo que eu.

O magrelo ficou vermelho e seus olhos me encaravam com raiva, enquanto alguns participantes disfarçavam com tosses as risadas que queriam soltar.

—Continuando – disse Jason, sem disfarçar o sorriso de diversão no lábios – Pandora tem razão, devemos nos concentrar nos primeiros versos da profecia em primeiro lugar e depois pensar o que devemos fazer, decifrando o que significa o resto.

—De acordo. – Falei, me preparando para contar uma pequena mentirinha. – Lady Diana possuía um “informante”, por assim dizer, que era conhecido por conseguir localizar qualquer coisa ou pessoa. Acho que podemos começar a busca por lá, talvez ele nos de a localização exata de Juno.

—Quem seria esse “informante”? – perguntou Octavian.

—Alguém que só interessa aos membros da missão. – Respondi cortante. Ouvi alguém falando um ‘Turn down for what’ bem baixinho.

— Está bem – disse Reyna – vamos deixar que vocês cinco se resolvam nesta missão e irão sobreviver por seus próprios méritos. Todos a favor?

As mãos de cada senador subiram.

— A proposta foi aceita — Reyna virou-se para Frank. — Centurião, seu grupo está dispensado. – Ela disse apontando com a cabeça para mim e para Hazel. - O Senado tem outros assuntos para discutir. E, Octavian, se eu puder conversar com você por um momento.

Era uma sensação agradável sair do senado, eu não gostava de chamar atenção, somente as vezes, e no senado parecia que eu era uma atração circense e eles a plateia. Enquanto voltávamos para o acampamento, o casal FraZel conversavam sobre alguma coisa que eu não fiz questão de me inteirar. Eu ainda imaginava o motivo que tenha feito os deuses não me avisarem e avisarem Percy o sumiço de HeraJuno.

—Pandora! – uma voz me chamou.

Olhei para trás e vi o magrelo correndo em minha direção. Alguns metros atrás dele estavam Jason e Damon, com olhares desconfiados sobre o augere.

—O que quer? – falei, quando ele se colocou em minha frente, um pouco ofegante pela ligeira corrida.

—Já decidiu que eu sou o seu inimigo? Isso é uma escolha imprudente, Panda. Sou um romano leal. – Ele falou meu apelido como se fosse um palavrão.

Frank rosnou.

— Seu traiçoeiro, viscoso... — Eu e Hazel tivemos que segurar o filho de Marte raivoso. Lembrei somente agora que fora Octavian a atirar o pilo em Gwen. Meus olhos crisparam na direção do loiro raquítico.

— Oh, querido — disse Octavian. — Dificilmente esse é o comportamento certo para um centurião novo. Jackson – qual o problema dele? Será que ele não consegue falar meu nome sem parecer que está se engasgando? – só estou aqui, por que os pretores me pediram para avisá-los que os augúrios são favoráveis a vossa missão. – Ele falou a última frase como se fosse uma sentença de morte.

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Dei um sorriso para o loiro raquítico. Logo Damon e Jason se colocaram ao nosso lado.

—Algum problema? – perguntou Damon.

—Não, nenhum. – respondi. – Obrigada pela informação Octavian.

Ele deu um sorriso forçado e se virou para sair. Quando ele estava a alguns passos de distância o chamei.

—Octavian?

Ele se virou e me encarou com sobrancelha quase invisível arqueada.

—O que é?

—Você não é meu inimigo - falei com a voz mais doce que consegui e ele me encarou surpreso. – Para ser meu inimigo a pessoa ou monstro tem que estar pelo menos no mesmo nível que eu. Nós dois sabemos que você não está nem perto disso. – E com uma piscadela, me virei de costas para ele.