Rise

B ô n u s


Então eu acordei, sentindo uma onda de enjoo forte e extremamente desconfortável. Hiperventilei, antes de qualquer coisa e olhei para os lados com ansiedade. Não me lembro da minha casa ser tão brânquida e vazia, muito menos, o orfanato.

Era exatamente tudo o que eu conseguia ver: nada.

Meus pulsos estavam presos a uma corrente pequena e elástica, foi difícil movimentar meu próprio pescoço. A parte boa foi poder me libertar das amarras, depois de minutos.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

— Mãe? — gritei, a coragem brotando dentro de mim — Pai? Onde estou?

A resposta nunca chegou, decidi chamar os nomes dos peculiares. Quem sabe, eles poderiam me resgatar, assim como fiz quando lutei contra os irmãos da senhorita Peregrine.

— Olive! — senti o ar mais denso, só de lembrar do seu rostinho delicado e inocente.

— Horace! — lembrei do mais quente e elegante casaco feito a mão por ele. Foi útil, quando Jack atirou em mim — Emma?

O ardor das chamas deliciosas e crepitantes atravessou pelo meu corpo, meu coração pulsava com felicidade de encontrá-la novamente.

— Jacob Portman. Paciente liberado para exames psicológicos. — uma voz eletrônica foi emitida por dois microfones de dentro da sala. Tremi ao escutá-la.

Uma porta de vidro se abriu bem na minha frente, passei por ela ainda confuso. De repente, uma pessoa, que conhecia muito bem, veio ao meu encontro. O garoto da cabeleira esverdeada me abraçou como se não tivesse me visto há anos.

— Jake! Mano, eu fiquei tão preocupado com você! — Ricky Pickering me largou, felizmente. Acho que se não o tivesse feito, eu morreria de uma das maneiras mais esquisitas e irônicas possíveis. O garoto punk mordiscava um cigarro desgastado, tanto por causa do tempo, quanto pelo seu terrível hábito de fumar.

— Calma, cara. Eu tô bem. — sussurrei, sem jeito — Onde está todo mundo? Na verdade, onde eu estou?

Ricky olhou para o chão, seu cabelo se tornava cada vez mais brilhante, ao ser exposto contra a luz impactante da sala. Ele sentia vergonha, isso era perceptível. Esperei por um tempo, impaciente, mas até que enfim, ele falou.

— Não se lembra, não é? Você está num hospício, Jake. — meu coração acelerou, as várias possibilidades tilintavam na minha mente como taças de cristal.

— Mas o que houve, Ricky? Por que eu estou aqui? — meu melhor amigo me lançou um sorriso triste. Mal me lembrava o quão estranho o garoto era. Quase me esqueci o quão vovô Abe o repreendia. Essa não...

Vovô Abe...

— Tu enlouqueceu, Portman. Depois do seu avô ter... uh, você sabe... — completei o pensamento na minha própria cabeça com tristeza — você recaiu em depressão e depois, teve muitos delírios enquanto dormia.

— Que tipo de delírios? — o menino estranho me puxou para sentar num banco prateado.

— Eram coisas absurdas! Você gritava nomes como Emma e srta. Peregrine e etéreos... — declarou — Certa noite, chegou a jurar que iria espancar um garoto chamado Enut.

— É "Enoch". E claro que eu faria, com todo o prazer. — murmurei, com um sorriso malicioso. Ricky arqueou ambas sobrancelhas, certamente assombrado.

— Escuta, parceiro. Sei que foi difícil esquecer do seu vô, mas estamos aqui pra te ajudar.

— Tá, tá certo. Eu sei! — disse, estressado — Foi a mesma coisa que Alma me falou, quando visitei o instituto dela pela primeira vez. Lá é tão legal, Ricky! Era isso que eu queria te falar. Pena que o orfanato dela foi destruído pelos nazistas... Enfim, quero muito que conheça meus amigos peculiares.

— Jake...

— Não, é sério. Você iria achar o máximo! — cortei sua fala, segurando seus ombros com fúria — É no país de Gales. Tem um cachorro que fala, uma menina que controla a natureza... é incrível!

— Olha só-

— Espere! Ainda não terminei! Eu consigo ver e controlar os monstros, Ricky. A dor que eu sinto quando os vejo, alimenta a minha força. Essa é a pior parte, por sinal... — continuei, olhando para o teto, pensativo.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

— Jake, olha pra mim, idiota! — gritou, arrumando uma posição que nunca tinha feito antes. Sempre o olhava como um tipo de irmão mais velho, mas nesse momento, parecia um valentão da escola — Foi assim que tudo começou, seu avô dizia a mesma coisa. Dizia que podia ver os monstros e derrotá-los.

— Mas eu posso, Ricky! Eu destruí vários etéreos e seus assistentes também. Os que se chamam de acólitos. — o menino me olhava com um ar de confusão. Deixei que explicasse.

— Isso é impossível, Jacob. — a coisa parecia séria. Essa era uma das raras vezes que eu ouvia meu nome completo ser pronunciado por ele — Esses personagens vieram da tua cabeça, cara.

— Tudo bem. Me dê um bom motivo pra você ter razão.

Ele demorou para responder, assim como já tinha feito. A resposta partiu o meu coração da pior forma existente.

— Jake... — começou — Você esteve em coma por 6 meses.