Musical High
Capítulo 8 : Am... Fãs?
Já tinha se passado um mês depois da confusão do vampiro. Os dias se seguiam normais e tranquilos. A banda Vocaloids treinava todos os dias depois das aulas. Por incrível que pareça, eu já tinha me acostumado com a letra de “Secret Police”. Também começamos a tocar outras músicas, como “Kioch Muith Baby” e “Rolling Girl”, escritas pela a própria Gumi (que talento!). São muito boas e, principalmente, são bem menos complicadas do que a do Kaito. (E põe complicada nisso!)
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Era terça-feira, aula de dança e eu ainda não tinha pegado o jeito.
- Hatsune Miku! Eu já te disse! Tente acompanhar a melodia! – exigia a Sakine-sensei. Estávamos treinando uns passos de dança intermediários de uma música até que legalzinha, se não fosse o fato que ela gruda na cabeça pelo o resto do dia.
***
- Anda Miku-chan! – chamou a rosada – Vamos logo para o clube!
- Eu já estou indo. – eu respondi – Vão na frente, eu preciso passar no meu quarto rapidinho.
- Ok, fofa! – Gumi sorriu – Nos encontramos no clube depois, tá?
- Huhum. – confirmei. O quinteto foi indo enquanto eu corria em direção aos alojamentos femininos.
***
Enquanto eu destrancava a porta do meu quarto, senti uma leve impressão de estar sendo vigiada. Me virei e não vi ninguém, mas ouvi umas risadinhas. Dei os ombros e, quando eu ia abrir a porta, senti um flash de uma câmera, como se alguém tirasse uma foto de mim. Me virei de novo e, mais uma vez, não tinha ninguém.
Fiquei assustada e entrei apressadamente no meu quarto. Fechei a porta e a tranquei.
- O que está acontecendo?! – murmurei para mim mesma em pânico – Será que é u-um fantas-tasma?! Não! E-eles não existem! Ou existem?!
- SeeU! Sua retardada! – ouvi uma voz feminina gritar.
Curiosa, eu resolvi colocar o meu ouvido na porta e escutei outra voz:
- Cala boca Rana! Assim ela pode te ouvir...
- Ai Teto, não enche! Foi a idiota da SeeU esqueceu de desligar o flash! Se não fosse a minha incrível agilidade, ela teria nos visto!
Na hora eu resolvi ver quem eram as donas das vozes, então destranquei a porta e a abri. Elas gritaram e eu gritei também. Quando paramos, eu percebi que conhecia aqueles rostos. Eram as três meninas do primeiro ano que eu vi na casa de banhos mês passado.
- E-ei! V-vocês são... – tentei falar, mas as garotas saíram correndo. – Es-esperem! – (acho que sei agora como o Oliver se sentia...)
Achei meia estranha a atitude delas. Preferi ignorar e voltei para o meu dormitório.
Olhei para o meu criado mudo e lá estava ele: o meu celular. A primeira coisa que eu fiz foi abrir o meu Wattsapp, pra ver se a Maika-san não tinha me mandado 1kg de mensagens.
- Por favor, por favor... – eu torcia enquanto o aplicativo carregava. (Eu tinha deixado o celular em off-line pra poupar bateria) Quando enfim parou de carregar soltei o ar que prendia aliviada. Só tinha um “oi” e um vídeo de bom dia. Ela deveria estar ocupada ajudando no abrigo. Respondi o “oi” e resolvi ir ao encontro da banda.
***
- Miku! Ainda bem! – exclamou a Megurine, pulando em cima de mim e me abraçando (ela é muito forte!) – Você demorooou! Já estava preocupada!
- Luka-chan! Me solte! – reclamei – Aaai! Ela está me sufocando! –Alguém quer me dar uma força?! – eu pedi ao resto do grupo.
- Tô bem assim. – Kaito me respondeu nem ligando.
A loirinha estava ocupada afinando o seu instrumento e Gumi estava de fones no seu teclado. Nem me perceberam, em outras palavras...
- Luka, você não disse que ia pegar um bolo pra gente? – Len perguntou fazendo a maluquinha me soltar falando um “ah, é!” e indo buscar o doce.
- Obrigada, Len-kun. – agradeci.
- Não fiz isso por você. É que eu estou com fome. – ele me respondeu, colocando a mão na barriga e fazendo beiço.
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Tínhamos acabado de terminar de tocar “Tengaku”, outra música da verdinha.
- Povo, - ela pergunta – vocês não estão achando que a Luka-chan está demorando? – decidimos tocar sem ela, já que ela ainda não tinha chegado.
- É verdade... – reclama o Kagamine – Meu estômago está doendo ainda mais... Espero que ela traga um bolo de banana.
- Que banana o quê! – exclama a gêmea do garoto – Ela tem que trazer um bolo de laranja, isso sim!
Kaito revira os olhos e bufa irritado:
- Aff! Dá pra vocês pararem de falar de comida?!
- Ei, qual é o seu problema?! – perguntaram, os loiros ao mesmo tempo, que também estavam irritados.
- Gente, calma! – falei, tentando trazer a paz ao ambiente – Vamos falar de alguma coisa diferente.
- A fofinha tá certa! – concordou a esverdeada – Por acaso brigar vai fazer que a Luka se telestransporte?
- Tá bom! – disse Rin – Do que vocês querem falar?
- Que tal dos fantasmas risonhos? – tornou à falar Gumi.
- Fantasma?! – exclamaram os Kagamines com estrelas nos olhos e um sorriso de orelha à orelha.
- Isso mesmo! – ela continuou – Eu estava comprando uma latinha de refrigerante quando ouvi várias risadinhas e...
- Você se virou e não viu ninguém, não é? – completei a frase, suspeitando que ela passou pela a mesma experiência que eu.
- Como você sabe?! – ela me perguntou surpresa.
- Sinto em lhes dizer – (mentira, tô muitíssimo feliz que não é um fantasma de verdade) – mas esses “fantasmas risonhos” são três meninas do primeiro ano.
- Três meninas fantasmas?! – me perguntaram os gêmeos e a Megpoid mega-empolgados.
- Não foi isso que eu disse! São três meninas vivas! – o trio desanimou.
Kaito, que até então não tinha se manifestado, disse:
- Se elas não são fantasmas, então o que elas querem com vocês duas?
- Eu não sei. Quando tentei falar com elas, elas saíram correndo. – respondi.
- Que tal falar diretamente com elas? – falou Luka entrando na sala segurando com uma mão o bolo e a outra uma mecha do cabelo de cada uma. (Cruzes! Como ela fez isso segurando um bolo?!)
- Ai me solta! – reclamou a que usava tranças.
- Cala a boca, Rana! Mamãe não está aqui pra você se fazer de coitadinha! – xingou a rosada.
- Luka! – exclamou Len se atacando no bolo – Pô, chocolate! Ah, mais serve! – ele pegou o bolo tentando comê-lo sozinho. Mas só foi o tempo de Rin e Kaito estralarem os dedos para eles também pularem em cima do alimento. (Fiquei apavorada! Pareciam três leões se atacando num filé!)
***
A Megurine colocou as garotas mais novas em três cadeiras e, junto de Gumi, começou um interrogatório:
- Desembucha Rana! O que você e essas outras duas pirralhas estão fazendo aqui?! – gritou a rosada.
- Espera um pouco Luka. Você as conhece? – perguntei.
- Infelizmente sim. – ela me responde – A de tranças é a minha irmã mais nova.
- Irmã? – falei surpresa. (Se bem que a primeira vez que a vi tinha achado ela parecida com a Luka...)
- Que tal nos apresentar elas melhor, hein Luka-chan? – pede Rin voltando com os garotos da “hora do lanche”. (Pior que eles não deixaram nadinha pra mim...)
- A gente sabe falar, sabia? – retruca a Megurine mais nova – Eu sou Megurine Rana. E fico desapontada que mesmo vocês serem amigos da Onee-san desde o fundamental vocês não me conhecem! Hunf! – é, pelo jeito Luka nunca falou muito da garota.
- Eu sou Kasane Teto. É um prazer conhecê-los! – sorriu a menina de maria-chiquinhas e cachos.
- Eu shou- digo: sou a SeeU. – disse a coreaninha ficando de bochechas rosadas só por olhar para agente.
- Oooowwwwww! – exclamaram juntas Gumi e Rin com corações nos olhos.
- O que deu em vocês duas agora?! – falou Luka-chan indignada.
- Qual o problema? Elas são tããããooo fofinhas! – falou a verdinha, abraçando as três meninas enquanto a loira concordava com a cabeça.
- Eu-não-acredito! – a rosada mais velha gritou assustada – Como vocês puderam trair a Miku-chan assim?! É ela a mais fofinha do grupo!
Então do nada ela saltou em cima de mim e, apertando uma de minhas bochechas, ela continuou:
- Como vocês acham que essas pirralhas são mais fofas do que a nossa Mikuzinha?! Suas traíras diabólicas!
- Luka-chan! Também não precisa falar assim... – Rin reclamou fazendo bico.
- Tá bom meninas! Já chega de drama. – falou o azulado – Agora vocês três: por que estavam dando uma de “fantasmas risonhos”? – ele perguntou às mais novas.
- “Fantasmas risonhos”? – disse Teto – Não. Nós estávamos apenas...
- Fica quieta! – pediu Rana – A gente combinou que não falaríamos.
- Não falariam o quê? – questionou Len.
- Que somos fãs dos Vocaloids!
- SeeU! – gritaram ao mesmo tempo as outras duas repreendendo a loirinha.
Todos ficamos sem reação. “Fãs”?! Agente tem fãs?!
Rana respirou fundo e explicou:
- Há pouco mais de um mês, estávamos passando pela a sala de vocês quando ouvimos vocês tocando. A banda de vocês é realmente incrível e nos inspira muito. Tirando a Onee! Ela é uma ridícula!
- Quem você está chamando de ridícula sua... Sua... Sua ridícula! – Luka a interrompe irritada. (Vixi, essas duas devem se pegar no pau em casa...)
- Tá que seja! – ela continua – Se não fosse pelo o fato de já estarmos num clube... Teríamos pedido para entrar. Então começamos a vir todo dia, depois das aulas, a vir aqui para ouvirem vocês tocarem. E foi assim que a Onee-san nos “capturou”.
- E as fotos escondidas? – perguntei.
- Am... Isso... – disse, meio envergonhada, a de maria-chiquinas – Nós estávamos... Bem... Planejando fazer uns posters para colocar nos nossos quartos...
- Sério? – perguntei, e o trio me confirmou com a cabeça.
- Se são só fãs, acho que não tem problema nenhum elas ficarem aqui para nos assistir, né gente? – perguntou Kaito.
Por fim todos nós concordamos, menos a Luka que quase teve um treco só de pensar que teria que aguentar a irmã por mais tempo ainda.
Conversamos um pouco. Foi meio estranho ter três garotas envergonhadas por falar comigo, mas saiu tudo bem.
- Voche- digo: você também é otaku, Miku-sempai? – me perguntou a coreana.
- S-sim. – respondi.
- Como?! Miku-chan é otaku?! – pergunta Gumi, como se eu fosse uma criminosa – Fofinha, pelo o amor de Deus, não se meta com esse tipo de gente!
- Gumi, você está escutando bem? – perguntei – Eu disse que sou uma otaku, e não uma traficante de drogas!
Eu não acredito que a Gumi é uma daquelas pessoas loucas que acham que otakus são doidos! Animes fazem parte da nossa arte e ela descrimina assim? Eles são que nem uma série ou filme animado com um traço divo! O pior foi o tempo que levou para eu convencê-la disso. Aff! Santa paciência!
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