Emily

Capítulo 17 - Cócegas entre amigos


Pov’ Ares

Emily parecia pequeno anjo adormecida em meus braços. Quase não se mexia e eu teria dito que ela estava morta, se não fosse o subir e descer suave que sua respiração fazia. Ela estava pálida e aos poucos a cor de bronze ia voltando ao seu rosto. E então ela começou a se remexer em meus braços e quando abriu os olhos, não repeliu meu toque e nem tentou sair dos meus braços.

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Nós dois passamos da fase que tínhamos nojo de tocar um no outro. Passamos da fase de se odiar. Porém, no fundo eu sabia que Emily não gostava de mim de verdade, ao julgar pela maneira que ela me olha, quando ela pensa que eu não estou olhando. Ela me olha com os olhos repletos de indiferença.

Ela podia até estar falando normalmente comigo, mas no fundo de seu olhar permanecia a indiferença. E tudo que eu queria era que ela não me olha-se assim. Talvez o poderoso Deus da Guerra aqui, queria realmente uma amiga ou quem sabe futuramente uma melhor amiga.

Quando ela me olhou naquele momento, vi gratidão em seu olhar e melancolia.

— O que foi aquilo, Emily? - Perguntei sem esconder minha preocupação.

— O Curso natural. – Respondeu vagamente e continuou olhando para mim.

— Precisa ser mais específica que isso. - Digo revirando os olhos.

— Ares, eu sou uma autômato. Não nasci pela forma convencional e eu pago o preço por isso. – Emily explicou pacientemente.

— E o que era a poção? - Perguntei, ajeitando Emily em meus braços.

— Era uma poção de Hécate que me ajuda a sobreviver. - Emily lhe respondeu. – È importante que você não comente sobre isso com ninguém! - A mesma disse séria.

— Por quê? - Indaguei. - Talvez outro olimpiano possa ajudar. - Digo e a mesma me olha mais séria ainda.

— Você gostaria que alguém soubesse de suas fraquezas? Ainda mais você sendo Deus da Guerra? - Ela me questionou.

— Não gostaria de forma alguma. - Respondi rapidamente. – Pode ficar tranquila que não vou contar nada.

— Promete? – Emily ergueu a sua sobrancelha.

— Eu prometo! - Respondi.

Emily sorriu e se soltou de meus braços. Ela sorriu para mim e pude ver em seu olhar um brilho divertido. Ela se aproximou perigosamente de meu rosto. Foi um ato repentino e eu congelei, esperando que ela fizesse algo. Ela deu um beijo delicado em minha bochecha.

— Ai meu deus! - Emily exclamou de repente. - O todo poderoso e machão, Deus da guerra está corando. – Apontou rindo.

— O que?! - Berrei. – Eu não coro! Isso é coisa de maricas! - Reclamei com raiva

— Pode ficar tranquilo sujeito macho. – Zombou Emily. - Seu segredinho está a salvo comigo. - Ela disse rindo.

— Para de rir da minha cara. - Digo com raiva e ela continuou. – É assim então? - Indaguei e ela assentiu rindo.

Pulei em cima dela, fazendo cócegas em sua barriga sem parar. Ela estava ficando vermelha e estava chorando de tanto rir. Já eu estava me divertindo rindo da cara dela. Sua risada era melodiosa e contagiante, já a minha era grossa e ás vezes até assustava as pessoas de tão alta.

— Para Ares! Para! - Pediu Emily sem fôlego.

— Só se você disser que eu sou Lindo, gostoso e maravilhoso e que você baba por mim. - Eu impus.

— Nem a pau! - Emily disse rapidamente.

— Então vou continuar fazendo. – Digo aumentando as cócegas.

— Tá bom! - Berrou. - Você é lindo, gostoso e maravilhoso, eu babo por você - Ela diz sem animação. –Feliz agora? - Ela perguntou debochada.

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— Muito. - Digo rindo da cara da mesma.

Levanto-me e deixo a mesma sentar em minha cama. Eu havia trazido a mesma para o meu templo. Não a deixaria largada no meio da forja.

— O que acabou de acontecer? - Perguntei me sentando do lado da mesma.

— Um momento comum entre amigo. – Respondeu Emily alegre. – Você não é tão ruim como eu pensava Ares. - Ela diz e eu fico feliz com suas palavras.

—Você também não é tão chata quanto parece. – Digo e a mesma me dá língua.

Foi então que eu percebi que eu podia ter aquele negócio, que os mortais chamavam de melhor amigo. Uma pessoa que eu pudesse contar sempre. Uma espécie de parceira de crime. Uma pessoa que fosse confidente. Olhei para Emily que estava de perfil e reparei em algo que não via visto antes.

Quando ela tirou os cabelos da frente da bochecha pude ver a marca de uma mão em seu rosto. A raiva se apoderou de mim e tudo que eu queria era matar o desgraçado que fez isso.

— Quem fez isso? - Perguntei.

— Isso o quê? - Emily diz confusa.

— Quem te bateu? - Perguntei impaciente.

—Deixa isso pra lá! - Emily diz ficando cabisbaixa.

— Não! Eu quero saber quem fez isso com você! - Digo nervoso.

— Foi Zeus. – Ela disse por fim.