Algo para se pensar
Capítulo 6 - Voltar e "encarar" os fatos
Tudo o que é bom dura pouco, de forma que na manhã daquela sexta-feira os alunos da escola Françoise-Dupont finalmente voltariam de sua viagem. Chegariam cedo ao centro de Paris, mas não teriam aula no resto do dia. Somente a biblioteca ficaria aberta a disposição de quem não quisesse prolongar o final de semana. Adrien combinou com Nino e Alya de, depois do almoço, se encontrar na escola para concluírem seus relatórios. Durante o almoço o jovem modelo pensava se correria o risco de encontrar Marinette. Ainda não estava pronto. Não sabia o que dizer para a colega. Decidiu que chegaria de forma mais discreta possível na escola e a evitaria.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!No horário marcado, os três amigos chegaram à biblioteca. Por sugestão de Adrien, procuraram uma mesa mais distante, atrás de algumas prateleiras. Leram, escreveram, conversaram descontraidamente e as horas logo passaram. Faltavam quarenta minutos para o fechamento da escola, como anunciou a bibliotecária, então decidiram sair. Ganharam o pátio e Adrien avistou a porta de sua sala. Lembrou-se do dia que ele e seus colegas tentavam fazer um filme. Pensou no seu quase beijo – técnico! – com Marinette. E ficou rubro. Também lembrou-se do incidente com o horrificador e de como se preocupou com a morena, presa em uma daquelas bolhas gosmentas. Em seguida, avistou o laboratório de biologia e viu movimento. Seria algum desavisado do horário da escola?
− Nino, tem gente no laboratório de biologia. Melhor avisar que a escola está fechando, não?
− Vai lá – sugeriu o amigo ao loiro.
Chegando à porta, viu pelo vidro um dos alunos mais velhos... e Marinette. Instintivamente, baixou e se escondeu. Alya, que via de longe, se aproximou, mas foi puxada para baixo e quase caiu.
− A Ma... a Ma-ma-ma... A Marinette tá lá dentro! Me esconde, Alya – sussurrou Adrien.
− Adrien, você sabe que na segunda-feira vocês vão se encontrar, querendo ou não, né?
− Eu sei! Mas não tô pronto ainda...
− Ok, ok. Vai. Eu aviso a ela que a escola tá fechando. Mas dá uma última olhada pela janela, Adrien Agreste. Aquele ali ó... quer a ficha dois, se é que você me entende. – E Alya riu sarcasticamente.
Adrien subiu a cabeça e, disfarçadamente viu melhor o rapaz que estava com Marinette. Parecia mais que se divertiam, ao invés de estudar! E o cara tinha um jeito de bicho-grilo, que nem combinava com ela. Todo risonho... Devia estar cheio de segundas intenções! E era “beeeeeem” mais velho! Possivelmente Marinette nem daria chances pra ele. Daria? Nem sabia o que pensar, mas sentiu aquela pontinha de despeito. E estranhou isso. Afastou-se e puxou Nino apressadamente em direção à saída, deixando Alya para trás.
− Vou pra casa, Nino. Dá tchau pra Alya. – E saiu correndo.
A cabeça de Adrien fervia em ideias e lembranças. Chegando em casa correu para seu quarto e começou a revirar seu armário. Plagg, que também buscava algo, interrompeu Adrien:
− E aí, já achou meu queijo?
− Na escrivaninha, Plagg. Você viu o cartão do dia dos namorados? O de coração?
− O único que você guardou? Na gaveta de cima. – Apontou o Kwami, enquanto mastigava.
Adrien pegou o cartão e a carta da Marinette, para comparar as letras.
− Plagg, foi a Marinette quem escreveu!
− Nossa! Não foi a Ladybug? Quem diria, né? – zombava Plagg.
Adrien leu e releu ambos, em busca de inspiração. Pensando no que diria a Marinette na segunda-feira, tentava se preparar. E adormeceu com os manuscritos sobre o peito. No sábado acordou decidido – não teria coragem de falar, então escreveria uma carta resposta. Pela carta certamente ele seria mais eloquente. Poderia ser poético e afetuoso para dispensar Marinette. O trabalho lhe tomou o dia inteiro, mas ao final ficou orgulhoso de suas palavras.
− Pronto! Essa carta vai explicar direitinho para a Mari o porquê de eu não ficar com ela. E ajudar a manter nossa amizade e carinho mútuo, sem magoá-la muito.
− Uau, quanta coragem! Quase um Cat Noir.
− Ah é? O que você sugere?
− Que você fale diretamente pra ela. Marinette precisou de muita coragem pra te beijar, tenho certeza! Ela merecia mais consideração.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!− Mas não merece o coração partido, Plagg. E eu não vou conseguir falar tão bem quanto nessa carta. Eu não serei o Cat Noir nessa hora – disse o loiro com os olhos marejados que comoveram o pequeno amigo.
− Eu não posso fazer você ter só coragem, garoto. Sua confiança aumenta como Cat Noir porque faz parte de um pacote. Máscara, uniforme, personalidade, se moldam de acordo com a necessidade de cada Cat Noir. Mas por trás de tudo isso é você. Sempre foi. O Cat Noir é o que você sente no fundo abismal de sua alma.
− Nossa, Plagg, isso foi até... bonito! Juro que vou pensar no que você disse. Mas a carta fica aqui na mochila, como plano A, ok?
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