Meu verdadeiro adeus

Não posso encontrar algo que não perdi


Dor. Eu perdi.

Não imaginei que seria o próximo. E tão rápido quanto a cabeça de Abraham fora esmagada, a minha foi à próxima. Quis resistir, eu sabia que iria. Precisava. Precisava conhecer meu filho, precisava viver. Se não por ele, por Maggie. Mas a escuridão veio e a dor também.

“Vou encontra-la”, foi tudo que consegui dizer. Ainda assim, quis dizer muito mais. Dizem que um filme passa a nossa cabeça quando estamos à beira da morte. Que vemos momentos felizes, que podemos nos despedir, mesmo que mentalmente, de nossos familiares. Um boné. Farmácia. Um sorriso.

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Bem, eu não vi nada disso. Tudo que vi foi escuridão, e o sentimento de desespero. Por que queria viver. Mas sabia que não poderia, então quis dizer adeus para Maggie. A única pessoa que eu realmente amei até o último segundo da minha vida, e ironicamente, a única pessoa que não fui capaz de dizer o meu verdadeiro adeus.

Meu verdadeiro adeus, aquele que não pude dizer:

Não posso encontra-la, Maggie. Não te perdi. Eu ainda te tenho comigo e é a única coisa que não me permiti perder.

Perdi as forças, mas nunca você, Maggie.

Você sou eu, Maggie Greene.

Sinto-me cair, a dor se esvai. Quero gritar de frustração, de raiva, de dor.

“Beth, como faz para a dor passar?”

“Não faz.” Beth diz tão delicada quanto a ultima vez que a vi, nos braços de Daryl.

“Por quê?” É tudo que consigo dizer, sentindo-me como se um par de mãos estivesse a me estrangular.

“Por que não está doendo” Ela me sorri gentilmente. Percebo que tem razão.

Alivio. Estou livre.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.