Durante o Fim

Primeiro Dia - Hermione


ー Ela não te odeia de verdade ー comentou Hermione.

ー Hum? ー Rony, com o rosto voltado para a janela, ergueu as sobrancelhas e virou-se para olhá-la na direção.

ー Rose. Ela não te odeia como disse ー repetiu a morena para seu esposo. Ele tinha a expressão distante.

ー Ah, eu sei, embora não seja o pai do ano.

Hugo e Rose encontraram alguma trégua no seus temores e agora dormiam no banco de trás. Eles choraram demais, exigiram explicações dos pais para o que significava o ataque e o que exatamente era Aquilo. Os pais se encontravam na mesma escuridão de respostas das crianças, e o máximo que conseguiram para acalmá-lo foi quando disseram que estavam todos indo para junto dos avós, onde estariam unidos e seguros.

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Muitas horas se passaram desde que aquele pesadelo aconteceu no bairro deles, já era quase noite, e o casal vinha revezando na direção com destino a casa dos sogros de Hermione.

ー Você tava cochilando? ー a morena perguntou-lhe gentilmente.

ー Não, acho que nunca mais vou conseguir dormir depois de hoje.

Ele ligou o celular e deu mais uma espiada no visor. O telefone do ruivo era o único que continuava funcionando, logo poupavam a bateria o máximo que conseguiam. A cada hora, Rony ligava o aparelho e insistia em contatar alguém na residência do Sr. Arthur e Molly Weasley. Às vezes, não havia sinal, e às vezes, a chamada entrava em ocupado.

ー Eles estão bem, você vai ver. Nós chegaremos, sua mãe vai receber as crianças com festa e choro e depois vai fazer uns biscoitos daquele com gotinhas de chocolate que a Rose fala que eu faço muito mal em comparação com o da avó.

Rony deu um sorriso cansado mediante as palavras consoladoras da mulher. Ela se recordou como ele foi protetor e corajoso, chamando-a docemente de “Mione” depois de ter quase morrido na rua. No exato momento em que as palavras “Por favor, Mione. Faça o que eu peço” saíram de sua boca, Hermione confiou nele igual quando o ruivo pulava na água e dizia “pula, não está gelada”.

ー Tá com frio? ーquestionou-o ao vê-lo cruzando os braços ー Veste o casaco, ele não está tão sujo.

Depois de estarem muitos quilômetros de distância do perigo, o esposo deu para ela uma abreviação dos acontecimentos. Entretanto, a conversa foi limitada, as crianças ficaram de ouvidos colados nos fatos e havia coisas que se reveladas a assustariam ainda mais.

ー Não dá. Aquilo tá coberto de Jason e outras cinzas humanas ー revelou baixinho, agora que Hugo e Rose não ouviam.

ー Meu Deus ー ela engoliu em seco ー O que está acontecendo, afinal? Que horror foi esse?

ー Só consigo imaginar que estamos sendo alvo de terrorismo. Al-Qaeda, Hezbollah, ISIS… não sei. Quem sabe até a merda dos russos.

ー Isso tem a ver com os raios, Rony. Você percebeu como tudo parou depois que aquelas Coisas surgiram?

Coisas. Infelizmente não era apenas uma. Durante a fuga alucinada, a família viu, chocada, mais daqueles maquinários bizarros brotando pelas ruas e alvejando a cidade. Só pararam de ver os objetos depois de tomarem a auto estrada e seguirem ali, pelas regiões descampadas do estado. O medo, contudo, não diminuiu. O mundo dava sinal de não ir bem pela pequena quantidade de veículos na estrada, e o tráfego aéreo intenso de aeronaves do exército voando para todas as direções.

ー Por mais que eu pense não consigo imaginar qual país tem essa tecnologia…

ー Você disse que aquilo saiu debaixo da rua, certo?

ー Sim.

ー Então quer dizer que estava lá antes da rua ser pavimentada?

ー Eu não sei ー ele deu de ombros, desorientado.

Hermione entendia a sensação do esposo, a mesma dela: nada fazia sentido.

ー Como vai o combustível?

ー Acho que conseguimos andar mais uma hora até que ele chegue na reserva ー Hermione informou-o. Faltava apenas vinte quilômetros para a casa dos sogros.

ー Bom. Meu pai sempre tem uns galões reserva na picape dele. De qualquer forma, sua escolha foi ótima, esse carro é bastante econômico.

Quando compraram o veículo há cerca de um ano, Rony disse para Hermione que fora coagido por ela a escolher um automóvel meio feminino para transportar a família. Era uma espécie de minivan com o motor despreparado para grandes ultrapassagens. Desde então não houvera um elogio a opção dela, até agora.

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ー Obrigada ー ela sorriu cheia de sinceridade.

ー De nada ー e virou-se para a janela.