O TEAR DO TEMPO

por autor desconhecido

A vida do homem é urdida no tear do tempo
Em um padrão que ele nem mesmo vê,
Enquanto os tecelões trabalham e as lançadeiras
Voam até a aurora da eternidade.

Algumas lançadeiras sustentam fios de prata
Enquanto em outra deslizam fios de ouro,
Embora muitas vezes os matizes mais escuros
Sejam tudo o que se possa ver.

Mas os tecelões observam com olho hábil
Cada lançadeira correr de cá para lá,
E veem o padrão surgir tão destramente
No movimento lento e certo do tear.

É Deus decerto quem planeja a trama:
Cada fio, o escuro e o claro,
É escolhido por Sua habilidade mestra
E colocado na urdidura com esmero.

Ele, que só lhes conhece a beleza,
Guia as lançadeiras em que passam
Tanto os fios menos atraentes
Como os de mais puro ouro.

Só quando cada tear houver silenciado
E a lançadeira deixar de deslizar,
Deus irá revelar a trama
E a cada um explicar o porquê

De os fios escuros serem necessários
Na hábil mão do tecelão
Tanto quanto os de ouro e prata
Para a trama que Ele planejou.