Capítulo 7 - Bem-vinda ao Olimpo! Ou não

Pensei que ir para o Olimpo iria ser algo empolgante. De fato era, mas não queria ir desse jeito. Parecia que eu estava sendo escorraçada da minha própria casa, por aquele prepotente. Não sei quanto tempo irei ficar lá, mas provavelmente irei perder meus dois empregos. Uma parte de mim queria muito ir no Olimpo, para ver no que dá. Entretanto, a outra que é mais realista e está me lembrando constantemente que se Hera se enjoar de mim, eu vou voltar para o meu canto e ai estarei desempregada e ferrada.

Por isso que sem falar nada com ninguém decidi que iria avaliar a opção de passar o tempo lá e não ir morar lá por tempo indeterminado, afinal Zeus não pode me obrigar a fazer nada contra minha vontade. Deve existir alguma regra no manual dos deuses que impedi-se ele de querer mandar na vida de uma pessoa aleatória. O que eu estou falando? Manual de deuses? Está na cara que preciso saber um pouco mais sobre os deuses.

— Terminou de empacotar as coisas? - Hera indagou.

— Sim. Agora poderia me dizer se eu posso alugar a casa ou algo assim, já que vou ser obrigada a deixar minha casa por muito tempo? - Pergunto aborrecida.

— Se quiser ... Acho até sábio fazer isso. – Respondeu Hera me deixando de queixo caído.

— Quanto tempo vai ter que ficar lá?! - Pergunto curiosa.

— Indeterminado. - Hera respondeu um pouco nervosa.

— Hera e nosso acordo? - Indago. - Sabe você passaria um período aqui entre os mortais e depois me levar um tempo para o Olimpo. – Digo para ver se ela se lembra.

— Apenas invertemos as ordens do acontecimentos. – Hera deu de ombros.

— Hera você acha que eu nasci ontem? – Pergunto debochada. - Eu ouvi você e seu marido conversando!Que merda está acontecendo? - Digo com raiva.

— Eu prometo que vou ter explicar! - Hera diz pegando minha mala de cima da cama. – Mas, agora vamos! - Hera diz me puxando pelo braço.

— E minhas outras malas? - Pergunto olhando para as malas jogas no chão.

— Depois mando alguém vir buscar. – Ela respondeu sem dar a mínima.

Essa situação típica de filmes em que todo mundo sabe o que raios está acontecendo e não conta para o mocinha, já está me enchendo a paciência. Puxo o meu braço e escapo de seu aperto.

— Não saio daqui, enquanto não receber uma resposta satisfatória! - Digo sentado em minha cama. - Quem é Ares e que tipo de ligação catastrófica ,segundo Zeus, eu tenho com ele? - Não me importei de enche-la de perguntas, eu estou mais perdida do que cego em tiroteio.

Nesse exato momento Zeus Corleone entrou no meu quarto com sua pose esnobe. Ele olhou para mim com desgosto e revirou os olhos. Zeus me lembrava dos garotos que costumavam frequentar minha escola. Todos riquinhos e que se achavam os reis do mundo. A única diferença era que Zeus era o reizão.

— Anda garota não tenho o dia inteiro! - Ele diz impaciente.

— Então, pode começa a explicar queridinho, por que daqui eu não saio e daqui ninguém me tira! - Falo convicta e cruzo os braços.

Zeus soltou um riso debochado. Ele se aproximou da minha cama e me pegou na marra. Jogou-me pelos ombros, ignorando meus protestos.

— Pegamos o resto das trouxinhas delas depois. – Zeus falou com desdém.

— Isso é mesmo necessário? - Hera pergunta se referindo a mim.

— Claro que é! - Exclama Zeus. –Essa insolente não vai sair daqui por bem, então que seja na marra. - Zeus sorriu.

— Vai se fud... – Não termino a fala pois ele bate a minha cabeça na parede quando ia sair do quarto. – Ai! - Reclamei.

— Sugiro que feche os olhos se não quiser virar pó durante a viagem. – Zeus diz com uma educação forçada. – Ou melhor abra bem os olhos. –Ele sugere alegre.

Por sorte Hera já havia me falado para nunca fazer isso, pois os deuses ficavam em sua forma real e isso significava morte instantânea para mortais como eu. Fechei meus olhos e quando os abri me vi num local deslumbrante. Zeus me largou no chão sem cuidado nenhum.

— Muito obrigada! - Digo irônica.

— Disponha! –Ele retrucou. – Hera arranje um lugar para essa garota ficar. Meio-dia quero uma reunião com todo mundo do conselho. - Zeus diz se virando para ir embora.

— Ela é sua secretária agora? - Pergunto com raiva.

—Cala a boca! - Zeus diz saindo.

— Vamos, eu vou te contar tudo. – Hera diz e eu me deixo ser levada pela mesma.

No meio do caminho cruzamos com um mulher loira pomposa . Ela tinha belos cabelos loiros e olhos verdes vibrantes que não sei por que as vezes pareciam azuis. Ela tinha um corpo de dar inveja. Ela usava um vestido rosa escuro e sua maquiagem era perfeita. Seu cheiro me lembrava rosas e canela. Confesso que fiquei abobalhada e sua presença. Comecei a pensar em todos os meus ficantes e ex-namorados .

Ela se aproximou e me olhou de cima abaixo e deu um sorriso mínimo.

— Essa é a garota? - A nova figura perguntou.

—Sim Afrodite! - Hera respondeu me olhando apreensiva.

— Esperava, bem mais que isso. – Ela desdenhou.

Deixa-me ver se entendi. Conheci uma nova deusa chamada Afrodite, sim que conheço sua história. Ela é a deusa do amor e todo esse balela romântica. Tudo que indica é que ela não foi com a minha cara. Será que eu sou tão ruim assim, que todos os deuses com a exceção de Hera, me odeiam. Até agora dois me odeiam ,vamos ver os outros.

— Tudo bem querida? - Comecei debochada. - Você tá com algum probleminha com a minha pessoa? - Pergunto séria.

— Meu problema com você é simplesmente o fato de você existir! - Rosnou e foi embora rapidamente.

— Ok... Hera você tem que me dizer o que está acontecendo! - Digo após Afrodite me deixar.