Destinos cruzados

Capítulo 11 - O surto


Me aproximei lentamente dele e notei seu olhar triste focado no chão. Coloquei uma mão em seu ombro. Eu não faço a mínima ideia de como consolar um deus olimpiano, então fiz como fazia com algumas pessoas. Ainda com a mão no seu ombro eu disse:

— Se quiser conversar, pode falar! - Digo para ele. - Sou uma boa ouvinte e também estou aprendendo mais sobre essa mulher que quer meu corpo para si. – Dei de ombros e ele olhou para mim.

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— Aurora nem sempre foi má e psicopata. Ela era uma mulher boa e ficava na dela cuidando de tudo, até Hera apareceu com aquela ideia de casar ela com Ares. Naquela época eu já era casado com Afrodite e sabia da infidelidade, tanto que Hera fez isso para Ares parar de destruir os casamentos alheios. – Hefesto olhava para o chão e não para mim. - Eu fiquei apaixonado por ela desde que eu cheguei no Olimpo. Ela tinha cabelos escuros como a noite escura. Os olhos eram tão verdes quanto ás folhas das árvores. Ela tinha um sorriso que podia derreter qualquer coração. Seu corpo era escultural e sua personalidade era única. - Ele dizia com um brilho no olhar. - Mas depois do casamento e dela descobrir que era a princesinha de Cronos que não foi engolida, ela enlouqueceu e quis tomar tudo para ela. - Ele termina com um suspiro.

— A história de vida dela é bem triste! - Comento mais para mim mesma.

— Eu sei Emma e bem já devem ter falado da maldição. - Ele diz dando de ombros

— De uma delas sim, mas e da outra que envolve particularmente Ares ninguém me disse. Vieram com um papo que era coisa dele e eu devia perguntar isso para ele! – Reviro os olhos. - Gente ele tentou me matar na primeira vez que me viu! Eu não quero vê-lo e nem falar com ele tão cedo! - Falo cruzando os braços, demostrando minha irritação.

— Por mais que eu odeie aquele cara, eu tenho que te dizer que é difícil para ele também. Digo vocês chegam sempre de dez em dez anos. Sempre mais bonitas que as outras e tão diferentes. Mas no fim sempre dá na mesma. - Hefesto murmura triste.

— Eu não posso acreditar nisso! Eu sempre quis que algo fantástico acontecesse na minha vidinha patética, mas isso está se saindo melhor do que o esperado. - Digo sarcástica. – Eu estava esperando uma aventura no mínimo iguais as das Crônicas de Nárnia e não ser hostilizada por deuses e perder meu corpo para uma doida imortal! - Reclamei. - Francamente estou começando a ver que foi uma péssima ideia vir até aqui!

— Você teria que vir até aqui de qualquer forma. – Hefesto diz e bufo irritada.

— Ninguém me conta nada! Eu tenho o direito de saber já que eu sou a principal envolvida! - Eu estava dando um piti na frente de um imortal que deve ter visto essa cena um milhão de vezes.

— Se quer saber tudo. Você já o que tem que fazer. - Foi tudo o que ele disse.

— A eu tenho que falar com o cara que tentou me matar, que ótimo! - Digo com ironia.

— Se quiser eu vou com você. – Hefesto ofereceu. Olhei para ele de olhos semicerrados.

— È melhor do que ficar sozinha com aquele cara! - Admito após dar um suspiro. - Mas, me diga por que está me ajudando e não me venha com esses papinhos de que ... – Ele me interrompe.

— Por que eu gostei de você. Parece ser uma daquelas interessantes que ás vezes Aurora cria. - Ele fala com sinceridade.

— Que ótimo, pelo menos mais uma pessoa que não me odeia aqui no Olimpo. - Exclamo alegre. – Devo me sentir sortuda por ter pelo menos dois deuses ao meu lado. - Encaro ele e dou um sorriso. – Agora pode me levar até aquele ser?

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— Vamos, por aqui! - Ele diz e começamos a andar.

(...)

Quando chegamos à frente do templo de Ares eu senti um frio na barriga. Uma força me dizia para voltar. Eu ignorei e continuei andando. Entramos e não vimos ninguém então fomos para o segundo andar e quando estávamos caminhando pelo corredor, ouvimos gemidos.

Uma coisa dentro de mim começou a se remexer. Senti o vômito querer subir pela minha bile. Estava começando a me assustar de verdade, quando Hefesto abre a porta. Vimos Ares e Afrodite nus em cima da cama. Eu senti uma raiva imensa e sai imediatamente. Hefesto bateu a porta e veio atrás de mim. Do lado de fora, eu vomitei tanto que começou a sair sangue. Eu chorava copiosamente sem saber o que estava acontecendo. O chão sobre os meus pés começou a tremer e eu me sentia no meio de um terremoto.

Hefesto me abraço e gritou para fechar os olhos. Confusa eu obedeci e quando abrimos estamos numa praia deserta. Eu sentia cada parte de mim em colapso e senti quando Hefesto me ajudou a sentar no chão.

— Emma tem que assumir o controle de novo! Tem que se acalmar. – Ele me dizia, mas eu simplesmente não conseguia e acabei vomitando de novo. - Pense em coisas que te deixam calma. – Ele sugeriu.

Comecei a pensar então nos meus pais e em nossos melhores momentos juntos. No casamento deles que Hera me mostrou e um sorriso surgiu em meus lábios. Meu corpo foi voltando ao normal e os vômitos sessaram. Senti cada parte de mim se acalmar e olhei para Hefesto confusa.

— O que diabos aconteceu?! - Gritei.

— Ela já está dentro ou está tentando entrar. – Hefesto respondeu.

— Eu não sinto nada por ele, por que tive aquela crise? - Questionei chorando.

— Foi Aurora ela se manifestou em você. – Ele respondeu. - Ela pode estar dentro de você!