Capítulo 9 - Aurora parte 2

Estava deitada em minha cama sem saber o que fazer. Cada vez mais estava tentada a jogar tudo para o alto e sair para ver o que aquele cara queria comigo. Mas, as palavras de Hera retornavam. Ele iria me matar assim que coloca-se os olhos em mim. Ouvi uma voz grossa vindo do corredor. Não era Zeus e então raciocinei que fosse ele. Estava no corredor, vindo para cá e eu entrei em pânico. Olhei em volta a procura de um lugar ideal para se esconder. Tinha a cortina e debaixo da cama, mas esses locais eram muito óbvios. Então vi uma porta perto da varanda do quarto. Santo Closet! Salvou minha pele.

Corri desesperada e entrei no Closet. Estava tudo escuro e deveria continuar assim. Se eu começa-se a acender as luzes, poderia chamar atenção. Mesmo no breu, consegui notar que era um closet grande. Já estava me afastando da porta, quando ouvi a porta se abrir em um estrondo.

— Onde ela está? - Perguntou um homem que tinha uma voz grossa e eu poderia apostar que seria o tipo de voz que as pessoas gostariam de imaginar em um homem totalmente másculo.

Eu tinha que me afastar da porta. Esconder-me no meio de casacos de pele ou no meio das cuecas de Zeus, mas minha curiosidade é como um monstrinho que se não se alimenta, destrói tudo. Precisava ver quem era e foi isso que fiz. Por algumas aberturas pequenas na porta vi um homem que nossa!

Ele tinha cabelos compridos e Castanhos e seus olhos eram da mesma cor. Uma barba bem cuidada até e não daquelas barbas nojentas. Bastantes músculos, mas não de uma forma desses caras fisiculturista da vida que nem pareciam gente e sim uma montanha de músculos, esse homem tinha o físico bonito e na medida certa. Bem pelo menos parecia gente. Usava uma calça jeans e um jaqueta de couro.

Afastei-me cuidadosamente da porta, ainda sentindo calor ao lembrar daquele Homem. Como Hera disse que se chamava? Ah Sim!Ares! Agachei-me atrás das malas grandes que tinha ali num cantinho afastado.

— Meu filho, violência não vai ajudar! - Hera diz desesperada.

Eu ainda podia ouvir tudo de dentro do Closet.

— Para acabar com um problema, devemos cortar o mal pela raiz! - Ares respondeu

Pude ouvir som de coisas caindo no chão, sendo reviradas. Isso fez meu pânico crescer ainda mais.

— Do que adiantar, sabe que isso nunca vai parar! - Hera praticamente. - È sua maldição e de todos nós. Por causa de nossos erros isso nunca vai parar, ela vai voltar e vai continuar voltando até o destino dela se cumprir, até a maldição se cumprir. - Cada vez mais eu ficava confusa, mas eu tinha certeza que estavam falando de Aurora, mas o que eu não entendia era o que eu tinha haver com isso.

— Mãe, eu sei tudo o que fiz, mas será que isso nunca vai ter fim. ? – Perguntou o tal Ares parecendo exausto.

— Só irá acabar se Aurora ganhar! - Hera respondeu.

Estava parada e em silêncio, isso foi até sentir algo subir na minha perna. Quando fui olhar quase tive um infarto ao ver larvas e minhocas pelo chão e pela minha perna e depois uma mão branca e franzina agarrou minha perna. Eu me levantei de supetão, batendo na minha perna nervosa e com nojo. Derrubei algumas coisas e acabei escorregando.

(...)

No sonho, eu usava um vestido branco simples, meus cabelos estavam soltos. Sentia algo em cima da minha cabeça e quando fui tocar notei que era uma coroa. O ambiente ao meu redor era como um jardim que detinha os mais variados frutos, animais e flores. Eu olhava tudo abismada e fascinada.

Eu ouvi risadas femininas vinda de trás de uma parede de flores. Quando atravessei a parede de flores graças uma abertura na mesma. Era um grupo de mulheres de branco com vestido brancos e rodados iguais ao meu. Havia loiras, morenas, negras e asiáticas. Todas com suas etnias e beleza singulares, cada uma de uma parte do mundo diferente. Quando notaram minha presença, todas deram risadinhas e correram pelo jardim, como crianças que aprontaram.

Foi então que eu há vi. Uma mulher horrenda. Magra como um bicho do pau. Os cabelos cor de mel eram sebosos e sem graças. Os olhos verdes pareciam estarem opacos, sem brilho algum. Sua boca carnuda estava rachada. Sua pele mais pálida que o normal. Ela usava um vestido metade branco e metade preto.

Ela se aproximou de mim eu não consegui fugir de sue toque, pois tinha congelado no lugar. Ela tocou com seu dedo franzino a minha testa e eu senti tudo. Todos seus sentimentos e lembranças. Todo ódio e todo o amor. E depois tudo ficou muito claro e por fim veio a escuridão.

(...)

Acordei desesperada. Olhei ao redor e notei Hera me olhado preocupada. O tal Ares me olhava sem emoção, como se eu não passa-se de um espectro.

— O que houve? - Perguntei me sentindo perdida.

— Me diga você! - Ares respondeu frio.

— Te encontramos desacordada no meu closet! - Hera explicou. – Você está bem? - Ela quis saber.

— Sim, deve ter sido nervoso. - Respondi dando de ombros.

— Tem certeza? - Indagou Hera.

— Sim, eu só me lembro de estar agachada e nada mais que isso. - Digo sincera.

— Ares pode nos dar licença. – Hera pediu.

— Eu quero resolver logo isso. – Ele fez uma espada aparecer e pareci estar disposto a me matar. Eu me encolhi na cama com medo.

— Ares! Suma daqui imediatamente! - Berrou Hera.

Ares resmungou e saiu do quarto.

— Vou continuar a te contar história de Aurora, está bem? - Hera diz e eu me arrepio quando ouço o nome dela, não sei por que.

— Ares usou a Manopla de Aurora para vencer guerras e conquistar reinos para ele e para Afrodite. Sim, o caso deles é real como diz na mitologia - Ela responde. - Aurora ficou arrasada quando Hefesto pegou os dois no flagra e mostrou os dois no meio do ato para o Olimpo inteiro ver. Aurora ficou despedaçada quando descobriu que Ares usou sua manopla para benefício próprio e da amante. Sua manopla fazia parte dela, ela amava a mesma como se ama um filho. Foi ,então que arrasada ela fez uma descoberta intrigante. - Hera contava tudo com angústia e cheguei a conclusão que deveria ser difícil falar da irmã.

— Se você quiser uma pausa... – Comecei a dizer, mas ela me cortou.

— Não! – Negou rapidamente. - Ela descobriu que era uma princesa, pois ao contrário da maioria de nós, ela não foi engolida por Cronos. Cronos não podia lhe prender, já que não viu nela uma ameaça e sim a melhor arma de defesa que poderia ter. Bem isso foi logo após Zeus voltar, ela ainda era um bebê e esta no colo de Cronos e Zeus achou que ele fosse engoli-la, então a tomou dele. - Ela fez uma pausa. - Sabe o que uma descoberta faz com uma pessoa magoada e que viveu as sombras dos outros? Sabe o que essa descoberta faz com uma pessoa que teve sua história esquecida? - Hera me questionou.

—Ela desejou aquilo que achava que tinha direito. – Deduzi. - Ai meu deus, ela quis o trono! - Exclamei chocada.

— Ela começou a notar o quanto poder ela tinha. Colocou na cabeça que era princesa legítima e favorito do pai, ainda dizia que Zeus e nem nenhum de nós merecíamos o trono, pois eram renegados, pois havíamos sido engolidos. Então foi ai que começou a revolta de Aurum. - Hera deu um suspiro triste. – Tudo indicava que Aurora iria vencer, mas então Ares se aproximou dela novamente. Ele parecia estar disposto a provar que a amava e até nos traiu. Mas, na batalha final ele arrancou o braço em que Aurora usava a manopla. Aurora gritou nesse dia e por fim, fez algo que deixou todos abismados. Ela nos lançou uma maldição e depois morreu. - Eu interrompi.

— Para tudo agora ! Deuses não morrem! - Digo confusa.

— Seu corpo morreu, não sua aura. Ela então vive agora em algum lugar, tomando o corpo de jovem que ela escolhe a dedo. - Hera explicou.

— Que maldição foi essa? - Perguntei.

— Isso não cabe a eu responder, pois o único que pode falar sobre isso é Ares. - Hera respondeu rapidamente. – Ele é o amaldiçoado ,mas posso dizer a maldição que ela jogou em todos nós. Ela disse que o Olimpo cairia pelas mãos perfeitas. - Contou.

— Isso tudo é tão confuso! - Digo com dor de cabeça.

— Achamos que poder ser a nova escolhida dela. - Hera diz e eu quase desmaio.

– Isso é impossível! Se eu fosse ela, eu saberia. - Grito.

— Aurora é inteligente, não vai deixar você ter a consciência que pode até mesmo, já estar dentro de você. – Hera diz e engulo em seco. – No closet você sonhou com ela?

— Eu não sei Hera, não me lembro de nada. Só apaguei de nervoso. - Respondi com raiva. – Me deixa em paz, Hera! Eu quero um tempo para digerir essa história. - Pedi me encolhendo na cama.

— Como quiser. - Hera diz saindo do quarto.