I Wish You Were Here.

Minha primeira vez na Toca.


Eu olhava para Nymphadora petrificada e recebia um olhar reprovador da prima Narcisa. Deixei meus olhos se fecharem e soltei um suspiro pesado pensando em tudo o que estava por vir.

— Você só podia ser filha daquele traidor! – Narcisa comentara com um tom de voz superior e irritante – Ele nunca tinha espaço na vida dele para nossas obrigações como Black, tudo o que ele queria saber eram dos amigos dele e daquela vadia que a sua mãe era. – ela completou seu pensamento.

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Eu fechei minhas mãos apertando minhas unhas contra a pele fina de minha mão, abri os olhos e a encarei com raiva enquanto sentia o ar entrar e sair de meus pulmões, tentando em vão me acalmar.

— Narcisa não fale algo que você vai se arrepender depois. – prima Andromeda se colocou ao meu lado e deixou sua mão direita apoiar em meu olho – Lynx tem todo o direito de ir para a casa dos Weasley se ela quiser. – ela terminou calmamente olhando para a irmã.

— Você é outra traidora. Deve estar extremamente feliz com a decisão dessa menina! – a, agora para mim, senhora Malfoy soltou.

— Eu não me importo com o que você acha – comecei a falar depois de um suspiro irritado – Eu vim para casa com Nymphadora, pois achei informal perguntar a quem me cria, que é prima Andromeda, se eu poderia passar o Natal com meus amigos por carta. – lancei um olhar duro para a senhora de cabelos loiros que que cruzou os braços e negou com a cabeça em direção a mim – Eu não sou uma Malfoy. – admiti e respirei fundo sentindo uma pequena magoa crescer em mim por eu ter que explicar aquilo – Eu sou uma Black. Não me trate como se não soubesse disso.

Ela bufou e de repente não estava mais na sala de nossa casa. Provavelment deve ter aparatado no meio da sala da mansão dos Malfoy e fará Draco me odiar.

Suspirei pela décima vez e me virei dando de cara com Nymphadora com os braços cruzados e seus cabelos começando a mudar de castanho para um vermelho, ela me encarava com certa raiva. Merda Lynx, merda.

— Não me chame de Nymphadora. – ela me alertou chegando perto de mim com um olhar sério, mas com certo humor no pequeno sorriso que brincava em seus lábios – Foi um bom discurso sobre você ser uma Black. – a garota falou me fazendo soltar a respiração que eu havia prendido por alguns segundos e seu sorriso abriu-se mais – Agora pegue suas coisas, mamãe vai aparatar com você na casa dos Weasley.

Tonks piscou para mim e eu revirei os olhos indo em direção ao meu quarto, assim que cheguei peguei minha mochila e vi os embrulhos que estavam jogados na minha cama.

Dei um pequeno sorriso animado e enfiei os presentes de Fred e George na mochila, eu não conhecia a Senhora Weasley então tentei não forçar a barra levando algo para ela. Coloquei a alça da mochila em meu ombro e comecei a andar até a sala encontrando prima Andromeda.

— Você vai ficar bem, certo? – ela me perguntou um pouco preocupada e eu sorri para ela.

— Eu vou ficar bem, mama. – deixei meu sorriso ficar mais animado e ela colocou a mão em minha bochecha fazendo um leve carinho ali.

— Fico orgulhosa de ver você não se deixando levar pelos ensinamentos de minha irmã. – mama murmurou e eu dei um pequeno suspiro.

Eu nunca a chamava de mãe perto de Narcisa, pois ela havia me falado que não era respeitoso. Mas sempre que estávamos eu, minha mãe Andromeda, meu pai Ted e minha irmã Nymphadora... Era assim que eu os chamava. Eles eram minha família desde que me lembro, eles cuidavam de mim e sempre vinham e minha procura quando eu tinha algum pesadelo com meus pais verdadeiros. Eles eram meus pais e Tonks era minha irmã. Não havia como mudar isso, e a verdade é que eu nem queria.

Andromeda tirou sua mão de minha bochecha e me puxou para um abraço apertado. Assim que nos separados do abraço eu segurei na mão dela.

Definitivamente eu odiava aparatar.

Era como se meu corpo fosse sugado por um buraco negro e eu sentia dor no corpo inteiro após chegar ao destino. Dessa vez foi pior. Assim que nos encontramos perto da casa dos Weasley eu dei alguns passos para trás com as mãos na cabeça, me sentei no chão e joguei meu corpo, deitando-me na grama e olhando para o céu.

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— Você vai ficar ai ou vai entrar na casa deles? – mama perguntou risonha e eu lancei um olhar de poucos amigos para ela – Eu me sinto mal de não falar com Molly, mas nós conversamos por coruja. Eles estão te esperando. – ela sorriu para mim oferecendo a mão para que eu pudesse ter sua ajuda par levantar.

Peguei sua mão e ela passou as mãos por meus cabelos castanhos e bagunçados, deu um beijo em minha testa assim que segurou meu rosto com as duas mãos. Nós ficamos nos olhando por um tempo e seu sorriso aumentou ainda mais ao notar algo atrás de mim.

— Lembre-se da educação que eu te dei. – ela me alertou e passou suas mãos pelos meus braços e segurou minhas mãos – Esqueça qualquer coisa que os Malfoy te ensinaram. – gargalhou e eu acompanhei levemente – Qualquer coisa me envie uma coruja Lynx. Feliz Natal, querida.

— Feliz Natal mama – falei para ela com um pequeno sorriso em meus lábios.

Andromeda se distanciou de mim e então aparatou de volta para casa, puxei o ar e ajeitei a alça da mochila em meus ombros, assim que virei meu corpo eu vi para o que minha mãe sorria: duas cabeças ruivas mais à frente.

Fred e George estavam na porta da casa.

Pude perceber, enquanto andava em direção a eles, que a casa tinha uma dinâmica um pouco engraçada e diferente do que eu estava acostumada, sorri ao ver um homem abrir a porta da casa. O reconheci como o Senhor Weasley, pai nos meninos, Ted havia me mostrado uma foto dele e de Molly, a senhora Weasley, para mim ontem. Fiquei a poucos passos dos meninos assim que os dois vieram me abraçar, juntos. Eu dei uma pequena risada e assim que nos separamos sorri para os dois.

— Você deve ser Lynx. – o Senhor Weasley começou e lhe estendi minha mão para lhe cumprimentar – Deixe disso, qualquer amiga dos meninos é nossa amiga. – e então ele me deu um abraço rápido com um grande sorriso – Bem-vinda à Toca, nossa humilde casa. – ele falava enquanto me guiava até a porta e me deixava entrar – É simples, mas é acolhedora.

Eu observei atentamente os detalhes da cozinha, cômodo que dava direto para a porta de entrada. Sorri ao ver todos os itens mágicos, e o relógio com o que deveria ser rosto de todos os filhos do Sr. e da Sra. Weasley.

— Obrigada Senhor Weasley. – eu sorri ao me virar para ele – Por me receber. – completei prontamente – Você e a Senhora Weasley são muito gentis.

— Não precisa ser tão formal querida. – disse uma mulher que entrava na cozinha com uma menina ruiva ao lado dela, a menina acenou com a mão para mim e eu lhe acenei de volta – Chame ele de Arthur e a mim de Molly, sim? – eu sorri concordando com ela e ela olhou para os meninos que estavam atrás de mim – Vocês dois tratem de leva-la para o quarto que eu arrumei, espero que não haja nenhuma pegadinha para ela! – ela ralhou com os meninos e eles deram risada.

— Mamãe quando você descobrir que Lynx é pior que nós dois juntos. – Fred começou a falar enquanto apontava para si e para o irmão, me fazendo revirar os olhos.

— Fred! – eu exclamei o olhando surpresa.

— Eu falei que ela conseguia diferenciar nós dois. – George falou dando uma gargalhada para a mãe – Só não tenho ideia de como ela faz isso.

Fechei meus olhos e senti minhas bochechas ficarem um pouco vermelhas.

— Oh querida, você vai precisar me ensinar. – Sra. Weasley comentou comigo me fazendo sorrir após abrir os olhos.

— Mais tarde eu lhe ensino. – comentei com ela e pisquei o olho direito.

Comecei a seguir os meninos em direção a saída da cozinha e enquanto eles falavam sobre algo que aprontariam em Hogwarts quando voltássemos do recesso eu absorvia todo o acolhimento que a Toca oferecia.

Passamos por uma sala e eu pude ver Percy, irmão mais velho dos meninos e um dos Monitores da Gryffindor, sorri para ele e acenei. Recebi um pequeno aceno de volta, de alguma forma rude, e Fred suspirou.

— Não ache estranho, Percy acha que nós não devemos nos divertir tanto em Hogwarts. – ele comentou baixo comigo e eu o olhei arqueando as sobrancelhas.

— Ele é um idiota. – o outro gêmeo comentou comigo.

Eu dei uma pequena risada em concordância e subi alguns lances de escadas, seguindo-os. Uma das portas estava abertas e eu vi um ruivo mais novo, ele brincava com um rato e aquilo me deu um pequeno calafrio e um sentimento estranho de raiva. Suspirei e vi que os meus guias pararam e olharam para o menino.

— Ronald essa é Lynx. – George começou chamando a atenção do menino – Diga olá para ela.

— Não seja antipático Ronald. – Fred falou, em tom debochado, tirando sarro do irmão mais novo.

— Calem a boca vocês dois. – ralhei com eles e o irmão mais novo me olhou surpreso dando um sorriso sem jeito – Eu irei te chamar de Ron, posso? – ele concordou com a cabeça – Se um desses paspalhos te encher o saco me avise, eu farei a vida deles um inferno. – soltei e ele deu uma pequena risada.

— Pode me chamar de Ron sim, Lynx. – ele sorriu para mim levemente – É bom ter alguém para me defender deles e de Ginny.

— Ginny não é assim tão má! – Fred defendeu a irmã mais nova e eu revirei os olhos.

— Ela está seguindo os passos de vocês? – os gêmeos concordaram comigo, animados – Acho que vou ensinar Ginny a quem seguir. – soltei sorrindo com um ar de superioridade para eles.

Fred se aproximou de mim, levantou sua mão e encostou seu dedo em minha testa. Nos encaramos por dois minutos e ele deixou seus olhos ficarem semicerrados, dando um ar de irritabilidade que eu sabia que jamais existiria naquele ruivo.

— Não ouse nos tirar Ginny. – seu tom baixo e ameaçador me fez revirar os olhos.

— Deixe Ron em paz. – eu falei para ele imitando seu gesto e encostando meu dedo indicador em sua testa.

O ruivo revirou os olhos e deu um suspiro pesado me encarando. Uma de suas sobrancelhas se arqueou dando-lhe um ar de você não sabe o que está fazendo, Lynx.

— Vamos logo para o seu quarto Black. – Fred me respondeu após alguns minutos me encarando e pegou minha mão que ainda estava perto de seu rosto.

— Guiem-me Weasleys. – comentei rindo para eles.

[...]

Meu quarto era ao lado do dos gêmeos, sorri ao ver um embrulho no bolso de fora da minha mochila. Era dos Tonks. Assim que abri pude ver um cordão com uma placa delicada, na placa eu podia ler a frase I’m a Black e sorri, passei o cordão por minha cabeça e o arrumei em meu pescoço.

Era dia vinte e cinco. Pela manhã. Fred havia batido em minha porta falando que a hora de trocar os presentes havia chego. Ouvi os passos dele ficarem mais longe de minha porta e me levantei, trocando logo de roupa e sorrindo. Peguei os dois embrulhos que eu havia trazido e desci as escadas devagar, percebendo a algazarra que era a troca de presentes entre a família Weasley.

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Sem causar muito tumultuo passei por eles e me sentei em uma poltrona do outro lado da sala, assim que estava sentada e com os presentes de Fred e George em mãos eu comecei a observar a família deles. Eu daria tudo para ter isso. Eu tinha Ted, Andromeda e Nymphadora... Mas eu queria uma família grande, eu queria me confundir com os presentes como Percy estava fazendo, eu queria ganhar um presente feito por minha mãe como os suéteres que Molly fez para todos os seus filhos.

Dei um sorriso para Fred e para George quando vi eles trocando os deles e assim que eles notaram o meu olhar de negação eles destrocaram e Molly olhou para mim sorrindo, agradecida. Merlin, eles deviam ser difíceis.

Ginny Weasley, a única filha do casal, veio até mim com um embrulho.

— Mamãe fez um para você quando soubemos que você viria. – ela comentou comigo sorrindo e eu me deixei ficar surpresa.

Eu peguei o embrulho com carinho e o abri. Era um suéter. Com minha inicial. Como o de todos os filhos deles. Meus olhos encheram de água e notei Molly se aproximar de mim e de Ginny.

— Eu adorei. – me levantei da poltrona e abracei Molly – Me desculpe eu só trouxe presente para os gêmeos, eu não conhecia ninguém. – me desculpei enrijecendo os ombros.

— Fique tranquila Lynx. Eu lhe fiz isso por eles não pararem de falar de você e de como eles queriam lhe dar algo. – ela comentou comigo e eu sorri – Você é amiga deles. É como se fosse da família. Não precisava trazer nada.

Eu dei um pequeno sorriso e olhei o meu suéter, sem esperar mais nenhum minuto tirei a jaqueta de Tonks e coloquei o suéter amarelo com a letra ‘L’ bordada ao meio. Dei mais um sorriso para Molly e notei Fred e George se aproximando de mim.

— Nós não compramos nada para você Lynx. – Fred falou com a voz um pouco culpada – Não temos dinheiro para isso. – ele suspirou e seu lábio deu um sorriso triste.

— Por isso pedimos para mamãe lhe fazer algo. – George completou.

— Como se vocês precisassem me comprar algo, eu adorei o suéter. – comentei sorrindo para eles e apontei para o que eu já estava usando – Vocês me salvaram de um natal onde os Malfoy falariam mal de meus pais e da minha família. – comentei com eles e recebi um sorriso dos dois – E eu trouxe algo que eu sabia que vocês precisariam.

Me virei e peguei os embrulhos e entreguei um para cada. Me sentei na poltrona ao lado da poltrona que Arthur estava sentado e percebi todos os Weasleys sentados observando os gêmeos abrirem dois embrulhos vermelhos com traços dourados.

Fred abriu primeiro e tirou do pacote dois potes com pó, um deles com um pó roxo e o outro continha um pó verde. E então ele observou o presente de George: algumas formas de plástico em formato de sapo. Era uma forma trouxa para fazer doces.

— Eu não acredito, temos uma terceira de vocês. – Molly comentou em um tom de falso horror com as mãos no rosto.

E toda a família Weasley riu. Exceto Percy.

Eu acho que ele sabia que nós iriamos usar aquilo em Hogwarts. Mas se não soubesse com os olhares que eu, Fred e George trocamos... Ele deveria ter uma suspeita.

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