Ações previstas e uma criança

Petiscos e intimidade


Os dois saíram da loja e ficaram andando pelo centro da cidade por um bom tempo. A inimizade entre os homens mais perigosos de Ikebukuro pareceu nunca existir. Os dois chamavam a atenção das pessoas, já que estavam andando juntos com uma criança.

— Tô com fome! - Gritou Louwae de repente.

— Não grite, garoto - Puniu Izaya.

— O que você quer comer? - Perguntou Shizuo olhando para o menino que logo fez uma expressão pensativa.

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— Chocolate!

— Tem uma loja de doces aqui perto - Informou o moreno.

— Já é tarde, vamos comer algo mais decente.

— Tipo arroz e feijão? - Palpitou a criança - Não quero, é ruim.

— Não, não... vamos a um bar que eu trabalhava a alguns anos atrás, lá tem petiscos muito bons.

— Tá bom - O garoto sorriu concordando com a cabeça.

Os três se dirigiram para o local sugerido pelo loiro. Chegando, sentaram em uma mesa perto ao balcão de bebidas e pedidos.

— Gosto daqui - Disse o pequeno pegando um canudo para brincar.

— Eu também - Inteirou o moreno.

— Que bom, é simples, mas é muito bom.

— Combina com você esse tipo de lugar.

— Como assim? - Shizuo franziu o cenho curioso.

— Aqui é tão calmo, aconchegante, porém, por ser um bar, fica agitado as vezes.

— O que você quis dizer com isso?

— Nada, eu só... sei lá, pensei que esse tipo de lugar se parece com o tipo de lugar que você frequenta, e por isso trabalhava aqui... ah, deixa pra lá.

O loiro riu com atrapalho do menor e acenou para um dos garçons que estavam próximos.

— Sim senhor, o que deseja? - Perguntou o garçom com um bloquinho na mão pronto para anotar os pedidos.

— Eu quero coca e batatinha frita!

— Está bem - Disse Izaya - E você, Shizu-chan?

— Quero peixes fritos e uma cerveja, e o que você quer?

— Ah, eu não estou com muita fome, sabe... eu estou bem.

— Não vai querer nem um martini ou algo do tipo?

— Pode ser - O menor deu de ombros.

— De maçã? É o melhor.

O moreno fez que sim com a cabeça, o garçom anotou o pedido e rapidamente foi para trás do balcão preparar a comida.

— Vocês se conhecem a muito tempo? - Indagou Louwae fitando os adultos.

— Sim, desde o colégio - Respondeu Izaya.

— São amigos?

— Muito pelo contrário.

— Não parece, mais parece que são... - O menino foi interrompido pelo informante que bateu a mão na mesa.

— Não começa com isso, seu peste - Repreendeu, prevendo o assunto que a criança tocaria.

— Izaya, tudo bem, é uma criança - Pacificou Shizuo.

— Mas...

— Mas nada, aproveite a noite, tá bem? - Exigiu.

— Tá - O moreno se afundou na cadeira desconfortável com a tranquilidade e certa intimidade que seu inimigo estava lhe proporcionando.

Alguns minutos se passaram e o copeiro trouxe as bebidas e os petiscos colocando-os sobre a mesa. Louwae bateu palmas comemorando a chegada da tão esperada Coca-Cola com batatas fritas.

— Experiente - Disse o loiro enfiando um pedaço de peixe frito na boca - É bom.

— Acho que não, obrigada - Dispensou fazendo o gesto com a mão.

— Você vai gostar, sério, experimenta - Insistiu pegando um pedaço do peixe tentando enfiar na boca do menor.

— Tá bem, tá bem - Izaya cedeu e revirou os olhos - Eu como Shizu-chan - Mordeu um pedaço do petisco da mão do ex-barman.

Shizuo comeu o que sobrou e olhou para Izaya que mastiga vagarosamente - Então, o que achou?

— Muito bom, posso pegar mais?

— Claro - O loiro assentiu.

Era uma noite anormal e estranha tanto para os dois quanto para os que olhavam para eles. Podiam estar incômodos, mas não significava que não estavam gostando, muito pelo o contrário. Não queriam admitir, porém, nem mais se tratavam mal. Os inimigos que em pouco tempo pareciam se odiar, agora, tinha algo para confessar.