Fortuna&Amor

Capítulo 1


Quando o telefone tocou, naquela fria manhã de Janeiro, Sakura assustou-se. Tinha decidido tirar um dia de férias para ficar em casa a arrumar papéis, livros, dormir um pouco mais e passar a tarde na esteticista a fazer um tratamento. Seria do emprego que lhe estavam a ligar, com perguntas e dúvidas? “Nem um minuto de descanso me dão!”, pensou a diretora de Marketing da empresa Imagem, um projeto que tinha sonhado e feito à custa do suor do seu trabalho e da sua visão. O mundo de uma mulher de sucesso não lhe dá tempo para ela própria. Dirigiu-se para o telefone, um pouco incomodada com o que seria, e pensando que já lhe tinham estragado o dia.

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—Sim...?

— Doutora Sakura Haruno?

—Sim, sou eu. Quem fala?

Do outro lado do telefone fizeram uma pausa. Não era do emprego, ficou descansada. “Deve ser alguém a vender um produto”, pensou para si.

—Daqui fala de uma firma de advogados. Vou passar o telefone ao Dr. Gaara. Um momento...

A voz foi interrompida por um som irritante de música de elevador, e finalmente uma voz grossa e calma respondeu.

—Doutora Sakura Haruno?

—Sim...

—Daqui fala Gaara Sabaku, advogado. Bom dia.

—Muito bom dia.

—Deve estar a pensar quem sou e porque lhe estou a telefonar.

—Exactamente...Penso que não nos conhecemos.

—Não, não temos esse prazer. Por enquanto...

A voz era simpática e o doutor Gaara Sabaku parecia um homem agradável. O seu sentido romântico ficou um pouco alerta.

—Estou a contactá-la com o propósito de marcar consigo uma reunião aqui no meu escritório, quanto antes. Esta semana, se possível.

—Sim, mas qual é o motivo, desculpe?

—Jiraiya Uzumaki – Sakura sentiu um arrepio na espinha. O nome era-lhe de facto familiar, mas nunca se lembra de facto de ter conhecido esse alguém. Puxou pela memória e vagamente se lembra de ouvir falar nesse nome a alguém, mas quando?

—Não...Tenho uma vaga lembrança desse nome...Mas nunca o conheci...Aliás, nem sei quem é...

—É bastante provável. Por isso não fará nenhuma ideia se lhe disser que Jiraiya Uzumaki faleceu há quinze dias em Varsóvia.

Sakura concordou em silêncio. Mas o que é que aquilo tinha a ver com ela?

—Doutor Gaara, desculpe, lamento a morte desse sonhor. Mas vai desculpar-me que lhe pergunte: o que tenho eu a ver com esse assunto?

—Pergunta bem, doutora Sakura...É que o senhor Jiraiya Uzumaki fez de si a sua única herdeira.

Sakura ia deixando cair o auscultador.

—O quê? Não estará enganado...? Como é que isso é possível?

—É bem verdade, doutora Sakura. Se quiser confirmamos os dados, mas eu não estou errado. Aliás, o seu telefone estavana indicado na carta manuscrita que acompanhava o testamento, e que me chegou através do meu colega de Varsóvia.

—Mas eu não faço ideia de quem seja esse senhor...

—Acredito, doutora Sakura. Mas essa é a verdade, e a documentação que me chegou indica charamente o que lhe disse. É preciso agora que venha ter comigo para eu lhe tentar explicar a razão de tudo isto. É uma história e tanto, acredite...

Sakura não sabia o que dizer, o que pensar. Ainda pensou que era uma piada de mau gosto, mas a vaga recordação daquele nome (donde seria? Onde o teria ouvido antes?) não lhe dava grande margem para dúvidas. Iria mesmo ver o que era.

—Bom...Há alguma hipótese de nos encontrarmos hoje ao final da tarde...

—Pelas 19h, pode?

—Sim... (“Lá se vai o dia de folga”, penso comigo).

—Cá a espero. Anote a morada, por favor...

Sakura registou a morada e desligou o telefone. O que seria aquilo?

Por mais que tentasse, a sua memória só se fixava no que ele tinha dito e no estranho acontecimento que se tinha acabado de passar. Com um pouco de ansiedade, sentiu que uma página nova na sua vida se ia abrir.