Coragem, Scooby!
Salvem as tortas
— Testando a lanterna. Acende e apaga. É, eu acho que está tudo ok por aqui. Vamos, Scooby, vamos lá.
— Eu não. Nem pensar, na-na-ni-na-não.
— Temos que ir, Scooby. Seja corajoso, saia debaixo da cama.
— Eu não consigo, Salsicha, eu vou ficar aqui embaixo. Vai você.
— Então você vai deixar que eu vá sozinho? E o nosso pacto de ficarmos juntos para sempre, não importa a situação?
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!— Eu menti.
Scooby-doo encolheu-se embaixo da cama, ele tremia e o pelo estava arrepiado. Quando Salsicha se ajoelhou no chão, para olhar o amigo ali embaixo, Scooby colocou as duas patas para tampar as orelhas e seus olhos eram como duas pedras congeladas de medo.
— Esse é um caso de vida ou morte. Não temos escolha, amigo. — Salsicha esticou o braço, tentando alcançar o cachorro. — Vem aqui.
— Saí com essas patas para lá, eu não vou não. — O dogue alemão rosnou e, logo em seguida, voltou a se encolher.
— Está bem, tudo bem. Eu vou sozinho. — Salsicha se levantou, não sabendo como conseguia ficar em pé, já que suas pernas tremiam severamente.
Ele segurava uma lanterna em uma mão e na outra roía as unhas. Foi caminhando para a porta do quarto, em passos tão lentos que parecia ter passado algumas horas até que ele reuniu coragem o suficiente para abrir a porta.
— Hey! Salsicha... — Scooby-doo sussurrou, o que fez Salsicha correr em disparada para o lado da cama, como se aquilo fosse salvar sua vida.
— O que foi, Scooby? — Salsicha perguntou, erguendo a colcha da cama para poder ver melhor seu amigo ali embaixo. — Desistiu de ficar aí embaixo tremendo de medo e ir comigo ver o que está acontecendo lá fora?
— Não. Nada disso. Eu só queria saber se você já tinha ido.
— É claro que eu ainda não fui, nem abri a porta.
— Admite que você está com medo.
— Eu não preciso admitir o óbvio.
— Então porque quer ir tanto lá fora? Aquele barulho assustador e os gritos que ouvimos no hotel não são para nós dois. Deixa que os outros resolvam isso.
Salsicha deitou no chão, apontando a lanterna para o teto.
— Você ainda não entendeu, não é, Scooby-doo?
— O que? O que eu não entendi? — O cachorro grunhia, ainda com as patinhas sobre a cabeça, o rabo balançava tanto a ponto de fazer um som grosso no assoalho de madeira.
Tac tac tac.
— Você esqueceu que nós iriamos esperar todo mundo dormir para poder ir até a cozinha e comer aquelas tortas de maçãs suculentas que a cozinheira preparou especialmente para a gente?
— O que? — Scooby se levantou bruscamente, fazendo a cama sacolejar, batendo a cabeça com violência. — Minhas tortas, ninguém mexe nas minhas tortas de maçãs especiais.
Salsicha ficou de pé novamente.
— Exatamente, Scooby. Vamos mostrar para quem quer que seja, que essas tortas são nossas.
— Sim, são minhas.
— Hey!
— Digo, nossas. Isso mesmo, são as nossas tortas e nenhum fantasma, ladrão, monstro, vampiro...
— Ai meu deus, vampiros? — Salsicha começou a tremer novamente.
— Lobisomen...
— Lobisomens também? Ai meu deus.
— Demônio...
— Demônio? Esse é novo... — Salsicha estava suando.
— Crocodilo...
— Mas o que?
— Nada e nem ninguém vai comer a nossa comida. E tenho dito. — Assim que Scooby-doo terminou o seu discurso, eles ouviram mais gritos e sons de luta. De repente a voz de Fred ecoou pelo corredor do Hotel “Velma, eles pegaram a Daphne”.
Foram mais sons de luta enquanto Scooby e Salsicha se escondiam embaixo da cama. A porta foi aberta com um estrondo e o grito de Daphne assustou os dois ali embaixo da cama.
— Corre, Scooby, salve as tortas. — Salsicha ordenou.
— Pode deixar, eu nunca vou te esquecer Salsicha.
Fred e Velma chegaram no quarto no instante em que Scooby-doo saía pela porta, eles rolaram pelo chão como uma bola, batendo todos contra a parede do corredor.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!— Alguém me ajuda a sair das mãos desse bicho fedorento. Ele está sujando a minha roupa nova. Que nojo! — Daphne deu socos no braço do que vinha a ser um monstro sujo com a lama do pântano.
— Eu vou te ajudar, Daphne. — Salsicha entrou no banheiro e pegou a primeira coisa que encontrou na sua frente. Um escovão que é usado para lavar as costas. Ele começou a bater o escovão no monstro, enquanto Fred preparava sua armadilha com o lençol da cama, fazendo o monstro cair, com suas pernas presas no tecido.
— Scooby, pega aquele abajur e acerte a cabeça do monstro. — Velma ordenou, assim que conseguiu achar seus óculos perdidos no chão.
— Mas é um abajur tão bonito.
— Agora!
Scooby arremessou o abajur, que, infelizmente, acertou a cabeça de Salsicha, fazendo-o cair desacordado no chão.
— Ops... foi mal, amigão. — Ele correu até Salsicha e começou a lamber seu rosto. — Não vá para a luz, por favor. Quem vai comer todas as pimentas vermelhas comigo? Quem vai beber água da privada? Quem vai comer aquelas tortas de maçãs...
— Eu estou vendo a luz... me deixa ir, Scooby.
— Apaguem a luz, rápido.
Daphne arrastava-se pelo quarto, tentando tirar a sujeita de seu vestido e as botas, reclamando que aquela parte da missão não iria para o livro que estava escrevendo. Velma aproveitou que Fred segurava o monstro, para poder identifica-lo.
Assim que a máscara do suporto monstro foi removida, Fred apontou o dedo na cara do gerente do Hotel, dizendo que ele nunca mais iria assombrar os Hospedes daquele lugar.
— Se não fosse por essas crianças enxeridas...
Pela manhã, Scooby-doo e Salsicha estavam na varanda do hotel, observando o pântano.
— Finalmente poderemos comer as nossas tortas. — Scooby falou, ouvindo o seu estômago roncar.
— Melhor que isso, finalmente poderemos comer sem nos preocupar com monstros. — Salsicha ergueu sua taça de refrigerante e fez um brinde àquela manhã. — Podem trazer as tortas, estamos prontos.
Eles puxaram o pano que cobria o carrinho de tortas, onde a cozinheira havia deixado esfriando na noite anterior, só que, ao erguer o pano, as tortas haviam sumido.
Scooby-doo e Salsicha se olharam e, após um breve momento de silêncio, gritaram ao mesmo tempo.
— Nãoooooooo!!!!
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