Coleção de Raios de Sol

O Cachorro Inuzuka e Uzumaki (REVISADO)


Quando Boruto ouviu as batidas de seu quarto, pensou rapidamente que talvez já fossem sete horas da manhã. No entanto, o escuro da janela mostrou que ainda era de madrugada. Antes que pudesse se levantar para ir até a porta, viu a figura de seu pai entrando no cômodo e se agachando próximo a sua cama.

— Boruto, preciso que faça um favor para mim.

— Pai, o que aconteceu? Que horas são?

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— Filho, preste atenção – Naruto disse, alguns decibéis mais baixo – Eu e sua mãe temos uma emergência pra resolver e temos que sair daqui agora. Preciso que cuide de sua irmã até voltarmos. Um clone meu ficará lá fora, cuidando da casa‘ttebayo.

Boruto estranhou toda a situação naquele momento. Seu pai falava baixo, como quem tomasse cuidado com todas as palavras. Ele também percebeu que Naruto não havia explicado a tal emegência, e que por isso, talvez fosse algo mais sério do que pudesse adivinhar – tratando-se ainda que era madrugada – e não ouviu e nem viu a sua mãe em momento algum depois do pedido de seu pai. Tudo aquilo estava estranho demais. Mas, mesmo assim, Boruto concordou e viu seu pai saindo às pressas de casa, sem nem ao mesmo colocar sua capa de Hokage.

A manhã chegou e os irmãos já estavam na mesa de jantar, tomando café da manhã improvisado por Boruto. Himawari encheu seu irmão de perguntas que ele não poderia responder. A única coisa que os dois irmãos sabiam era que seus pais foram resolver alguma emergência. Instantes depois, Naruto apareceu em sua casa, com olheiras profundas e uma expressão desoladora. Chamou seus filhos para conversar na sala. O ar estava pesado e a respiração parecia dificultar. Nos momentos seguintes, Boruto pensou em sua mãe. No que poderia ter acontecido com ela, que não estava acompanhada de seu pai. Afastou aquele pensamento antes que ideias terríveis lhe enchessem a cabeça. Sua irmã mantinha uma das mãos perto do peito – mania que herdara de sua mãe – e olhava atentamente a figura desolada de seu pai sentada no sofá.

— Boruto, Himawari, não se preocupem, a mãe de vocês está bem. – Naruto disse soltando o ar de seus pulmões – Quer dizer, fisicamente bem, mas... Ela vai precisar de nós agora.

—/-

Os tios mais legais que Boruto conseguia se lembrar eram sempre os amigos de infância de seu pai e sua mãe. Ele os considerava seus tios pois cresceram com as presenças constantes deles. Inuzuka Kiba e Aburame Shino eram os antigos integrantes do antigo time de sua mãe, e por isso, sempre foram muito próximos a sua família, além de serem como irmãos a Hinata. Ao entrar naquela sala, de mãos dadas com a sua irmã, ele enfrentaria a dor da perda de um amigo querido de sua família. Akamaru já era um cachorro idoso quando o Boruto o conheceu, mas mesmo assim ele e sua irmã se apegaram ao cão, e lidar com a sua perda não seria fácil. Ao longe ele viu sua mãe, sentada ao lado de Kiba e do outro lado estava seu sensei, Shino. Sua mãe falava baixo com Kiba, apertando a sua mão, enquanto ele fechava os olhos e concordava. Ele também reparou como os olhos dela estavam tristes.

Boruto se focou na cena ao longe por alguns longos segundos. Sua mãe parecia calma demais enquanto Kiba tremia. Ele respondia ela com algumas palavras curtas. Ele reparou que um sorriso leve apareceu na expressão triste de Kiba e Hinata continuava a segurar sua mão forte. Ele não entendia a cena exatamente. Seu pai se sentou a seu lado e também observava a cena.

— O que a mamãe tá falando pro tio Kiba, pai?

— Eu não sei, filho. Mas aposto que é algo muito importante.

Boruto se virou para o seu pai.

— Hã? Como assim‘ttebasa?

Naruto olhou para o seu filho com um leve sorriso.

— Sabe, sua mãe tem muitas coisas além do byakugan que são bem fortes. Ela também tem uma habilidade muito especial.

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— Habilidade? – Boruto repetiu, curioso.

— Não é bem um jutsu, mas é como um poder‘ttebayo. Ela dá forças para quem precisa. E seu tio Kiba está precisando agora. Sabe, já venci muitas lutas porque sua mãe me deu força. É como eu sempre digo, ela é muito forte.

Boruto olhou a cena mais uma vez. Ele esperava ser tão forte quanto a sua mãe um dia.

—/-

— Boruto-nii-chan!

A voz de Himawari ecoou pelo campo em que o time de Boruto estava treinando. Boruto desceu da árvore e foi em direção a sua irmã. Ao chegar mais próximo, percebeu que ela tinha algo nas suas mãos. Algo que, no caso, era um filhote de cachorro.

— Himawari! Onde você achou esse cachorro? – disse, enquanto Sarada e Mitsuki vinham atrás dele.

— Parece estar machucado. – Mitsuki disse, aproximando-se do cão.

Himawari colocou o filhote no chão e todos perceberam que ele mancava e soltava pequenos gemidos de dor. O time de Boruto e Himawari se agacharam e ficaram observando o animal por alguns segundos. Era um cão marrom escuro, com manchas brancas na ponta do rabo e nas patas.

Sarada olhou o animal com cuidado e disse:

— Acho que ele quebrou a patinha. Ele nem encosta a pata traseira esquerda no chão.

— Eu poderia usar o byakugan para ver. – Himawari ativou seu doujutsu, observando a pata do cachorro. – Não tem nada quebrado. Por que então está mancando?

Com cuidado, Boruto pegou o cachorro e o carregou no colo.

— Vem Himawari, vamos levar para o tio Kiba, ele vai ajudar a gente!

Dizendo adeus aos seus colegas de time, Boruto e Himawari saíram com o cachorro, andando rapidamente em direção ao centro de Konoha.

—/-

Boruto e Himawari observavam com cuidado cada movimento de Kiba, ao examinar o filhote. Himawari contou que havia achado o cachorro quando estava a caminho do Clã Hyuuga. Próximo do local, num arbusto fechado, ela encontrou o cão chorando copiosamente. Kiba terminava de enfaixar a pata com todo o cuidado necessário.

— Prontinho! – Disse quando terminou de enfaixar – Ele só precisa de repouso, foi só uma torsão. Mas já já vai estar novinho em folha.

— Obrigada tio Kiba! – Himawari disse, pegando o cachorro no colo, enquanto o mesmo lambia alegremente a ponta do nariz de Kiba.

Boruto observou a cena e não pode de deixar de concordar que o cão era extremamente amoroso com Himawari. No entanto, ele não tinha ideia se sua mãe e seu pai aceitariam ter um cachorro em casa.

— Só uma dúvida, a mãe de vocês sabe que vocês estão aqui?

Boruto e Himawari olharam um para o outro, sem graça.

— Venham crianças, eu vou levar vocês dois pra casa, antes que a Hinata me dê uma bronca!

Kiba disse, antes de Boruto gritar “que ele não era mais criança” e segui-los em sequência.

—/-

Ao chegar na residência, Kiba, Boruto e Himawari encontraram Hinata saindo da cozinha, enxugando as mãos.

— Kiba-kun!

— Hey Hinata... Olha quem passou pelo clã hoje! – Kiba disse, animadamente, enquanto Boruto e Himawari entravam logo atrás dele.

— Okaasan! Olha o que achamos! – Himawari foi até sua mãe e levantou o cachorro em sua direção.

— Onde vocês acharam esse cachorro? – Hinata disse, enquanto afagava a cabeça do filhote.

— A Hima achou ele perto do Clã Hyuuga. Ele torceu a patinha, mas o tio Kiba colocou a faixa nele e disse que ele vai ficar bem‘ttebasa.

Himawari colocou o cachorro no chão e ele foi até Hinata, mancando, mas com o rabinho abanando.

— Podemos ficar com ele, okaasan? Por favoooor! – Himawari disse, melodiosa.

Hinata olhou para Kiba, Boruto e Himawari sem saber o que responder. Ela sempre gostou muito de animais – tanto que era apegada a Akamaru – porém não sabia se Naruto iria concordar. Antes que Hinata pudesse responder, o pequeno filhote foi até os pés de Kiba, latindo e abanando o rabinho ainda mais feliz.

— Himawari, eu acho que ele já tem um dono.

Boruto e Himawari olharam com atenção e viram Kiba carregar o cachorro com cuidado, enquanto ele lambia e se empolgava no colo do Inuzuka, que ria com a alegria do cão.

Daí por diante ficou decidido que Kiba ficaria com o cachorro e que Boruto e Himawari poderiam visitá-lo quando quisessem. O novo cão de Kiba foi nomeado como Takara, que significava precioso. Ele, junto com os outros filhotes de Akamaru, passou a ser um novo membro do Clã Inuzuka, com a única diferença de que ele era o único filhote que às vezes passava uns dias na casa da família Uzumaki.