Quando dei por mim, tinha dormido. Continuava na exata mesma posição, com a cabeça encostada no peito quente de Nickolas, com ua mão apoiada em meu braço. Seria um quadro bonito, para quem quer que entrasse no cômodo e olhasse. Parecia tudo tão calmo, tão puro, sem violência ou luxúria. Tão pouco demoníaco.

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Um arrepio em meu braço mostrou que Nickolas estava acordado. Não consegui impedir minha boca de falar.

— Por que é que você se tornou um demônio? - perguntei, me censurando, logo em seguida, porque com certeza minhas palavras acabariam com aquele momento tão perfeito. Estragara tudo.

Ele se moveu, junto a mim e parou a mão que acariciava meu braço.

— O paraíso é um lago de mentiras e falsidades - respondeu mas, para meu espanto, não havia rancor ou sequer aborrecimento em sua voz.

— Mas é o paraíso.

Deu uma risada irônica.

— É muito valorizado.

— É para ser. É o prêmio para aqueles que foram bons na terra.

— Como se os anjos achassem os humanos seres dignos de partilharem seus refúgios.

Ergui-me no cotovelo para conseguir olhá-lo.

— O que quer dizer?

— Quero dizer, humanazinha, que o paraíso para onde você vão quando deixar a terra não é o mesmo que aquele onde os anjos habitam. — respondeu levantando a mão para acariciar meu rosto. — Se você quer minha absoluta sinceridade, não tenho a mínima ideia para onde vão, apenas sei que não é para junto dos anjos.

— Como assim? - senti minhas sobrancelhas se enrugarem em interrogação.

— Em todos meus milênios como anjo, nunca vi um único humano lá em cima. Só comecei a ver humanos mortos no inferno.

— Então, o que é que acontece ás almas boas que partem? - questionei.

Nickolas abanou a cabeça.

— Deve ser outra das grandes invenções dos Serafins - afirmou.

Voltei a me deitar junto a ele, mas ainda com aquele sentimento terrível que obrigava minha testa a franzir-se.

— Que outras invenções eles prepararam?

— A mais grave delas vai responder àquela pergunta que você fez e que iniciou esta conversa. O porquê de eu ter abandonado o paraíso...

Nickolas's POV

A hierarquia no céu é muito importante e deve ser seguida por todos com pena de um corte de asas, que é o mesmo que condenar um anjo ao sofrimento eterno. Eu era um Qerubim, tal como Lúcifer e Anael, mas um Querubim a sério, e não como aquelas gravuras, bebês de fralda e caracóis loiros. Os Querubins estão logo abaixo dos Serafins e, logo acima os Tronos, na hierarquia o que propricia o conhecimento de muitos segredos do paraíso, e até guardamos a chave do Éden. Anael, Lúcifer e eu éramos o trio maravilha dos céus, o trio negro. Andávamos sempre juntos e tudo o que fazíamos juntos saía bem. Ou melhor, terrivelmente mal. Adorávamos fazer disparates, tínhamos um gosto particular por humanas e empre que podíamos, aproveitávamos. Éramos tão queridos por todos que deixavam passar esses deslizes, afinal, não causavam danos. Os anjos não conseguem se reproduzir, de qualquer dos modos.

Tudo parecia perfeito. O que fez tudo mudar? Começou com uma ideia. Lúcifer sempre fora o dono da imaginação mais fértil de nós três e, como tal, foi o primeiro a cogitar a opção. Em toda a hierarquia angélical, em todos os sete níveis, apenas os Serafins afirmavam ter visto Deus. Sim, o Senhor. O Lorde dos Céus. Os Serafins dizem vê-lo, falar com ele, conhecê-lo como a qualquer outro ser.

Através deles, supostamente Deus ordena, sem mostrar quaisquer outras provas da sua existência.

Foi numa noite, quando estávamos no mundo dos humanos, na Terra, acompanhados por três mulheres com uma profissão quase tão antiga quanto a nossa...

— Aí, Anael, aí mesmo!

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Se me perguntassem, não saberia dizer quem era a mão que me tocava, ou a quem pertencia a boca que eu beijava. Conseguia ver Anael atrás de uma loira e Lúcifer na sua frente. Se eles e ocupavam com uma, isso significava que eu, provavelmente, estaria com as outras duas, mas naquele momento, não juraria por minhas asas, porque aquelas mulhere pareciam ter mais do que quatro mãos e duas bocas. Me deixei cair no meio das almofadas e deixei-as trabalhar em mim, até me fartar.

Naquele momento, tinha a certeza de que não haveria sensação melhor do que juntar as mãos atrás da cabeça enquanto apreciava a habilidade que aquelas mulheres tinham. Quando por fim, estávamos saciados e as três tinham acabado, eu abri a porta e mandei-as sair. Era sempre eu que dava o golpe final. Anael não tinha coragem de mandar uma mulher embora depois daquilo e Lúcifer, simplesmente não se importava.

— Tive medo que o próprio Senhor decidisse vir averiguar o que se passava, pelo modo como gritaram. - disse Anael, estatelado nas almofadas.
Eu ri, mas Lúcifer não. Muito pelo contrário, suas feições assumiram uma expressão concentrada.

— Acham que o Senhor existe mesmo? - ele perguntou, algo renitente.

— Você está brincando, certo? - atirou Anael.

A falta de resposta de Lúcifer mostrou que não, não brincava.

— Não pode estar falando sério. - disse eu.

Ele fez uma pequena pausa para ponderar as palavras antes de responder. Provavelmente, devido a sua imaginação galopante, falava muito pouco, com medo de que o dissesse a seguir, apesar de parecer perfeitamente aceitável, em sua cabeça, depois de transformado em palavras ditas, fosse estranho ou soasse a pura loucura.

— É que... Se excluirmos os Serafins, podemos dizer que nunca ninguém

O viu, nunca ninguém falou com Ele, ninguém têm provas de Sua existência. Nada. O que é que nos garante que os Serafins não nos estão enganando? Tentar nos controlar, como se fossemos suas marionetes?

— Os escritos? - sugeriu Anael.

— Facilmente manipuláveis.

Sentei-me no chão, com as costas apoiadas na porta de madeira.

— Os anjos não mentem - afirmei.

— Isso não é verdade! Nó três mentimos, sempre que alguém pergunta se já tocamos em uma humana.

— Isso é um assunto menor, além de que, quando mentimos, toda a gente sabe que o fazemos. Achas mesmo que os Serafins nos mentiriam sobre algo tão importante como a existência do Senhor?

— Se nós, Querubins, conseguimos mentir sobre coisas pequenas, o que nos garante que eles, mais poderosos do que nós, não o podem fazer em grande escala?

— Mesmo que possam, não quer dizer que o façam.

— Então por que é que não podemos todos vê-lo? Falar com ele?

— Porque nem todos têm esse privilégio - declarou Anael. — Se não fosse assim, as sua figura seria tão banalizada que perderia qualquer significado.

Lúcifer se apoiou no cotovelo para encarar Anael.

— Você acredita mesmo nisso?

Apesar de, à primeira vista, termo achado que Lúcifer estava completamente louco, a semente começou germinando em nossas cabeças. O que antes era impensável se tornou possível e, depois provável. Lúcifer respondia a todos nossos argumentos com argumentos ainda melhores. O que antes parecia certo, se tornou uma necessidade doentia de descobrir a verdade. Fizemos vários planos para tentar apanhar os Serafin em falso, percorremos o Éden de uma ponta à outra, procurando qualquer sinal de que Ele pudesse existir. Não encontramos nada e esse fato só nos fez duvidar ainda mais. Nossa busca se tornou a nossa obsessão particular.

— Temos que o encostar na parede - propôs Lúcifer. — Obrigá-los a mostrar provas ou admitir que estão enganando a todos.

— Isso não me parece prudente - de todos, Anael continuava o mais crédulo. Não sei o que lhe custava mais: se a possibilidade de não ter uma força superior a olhar por ele, ou se o fato de estar sendo enganado por aqueles que considerava parte de sua família.

— É a única forma. Eles é que pediram por ela.

Concordei, prontamente. Aos poucos e poucos, me tornara quae tão paranoico com aquela ideia quanto meu amigo. A necessidade de lógica de meu ser, até àquele momento, adormecia, não me deixava acreditar em coisas não provadas.

Então ficou decidido. Nessa mesma noite, descobriríamos tudo.

E foi isso que fizemos.

Quando o relógio deu as doze badaladas, quase como se fosse um ritual, Lúcifer, Anael e eu saímos de nossos quarto, depois de tomar uma grande dose de álcool e rezar - algo hipocritamente, devido àquilo que estávamos prestes a fazer.

Caminhamos até à sala dos Serafins. Eles estariam lá, se não todos, pelo menos os mais importantes, aqueles que poderiam responder a nossa questões. Não nos era permitido entrar ali, mas fui eu mesmo quem abriu a pesada e dourada porta.

— Não são permitidos aqui - disse uma voz, logo a seguir de nossa entrada, que ainda me fez questionar todo aquele esquema. Não posso falar pelo outros, mas eu, apear de minha aparência relaxada e segura, tremi internamente. Sabia ao que me sujeitava: vergonha, um corte de asas e pior, a negação da existência daquele que considerava um pai.

Foi este momento em que quase voltei para trás e esqueci que aquelas suspeitas alguma vez haviam existido.

Não o fiz. Lúcifer não deixou.

— Queremos provas - começou.

Não demorou muito tempo para que a entrada da sala e enchesse de Serafins, com suas asas enorme e poderosas, que podiam nos derrubar apenas com um abrir e fechar.

— Provas de quê, Querubim?

— Provas da existência do Senhos.

Houve quem sustivesse a respiração e, depois inquiriu, quebrando o silêncio.

— Se é uma hipótese tão absurda, não devem ter problema em mostrar que nossas dúvidas são assim infundadas.

Todos os Serafins começaram falando ao mesmo tempo, umas vozes em cima das outras, era difícil entender o que diziam. Alguns perguntavam quem éramos nós para questionar tal coisa, outros sugeriam um corte de asas e, outros ainda afirmavam que se O Senhor nos ouvisse destruiria tudo. Disseram coisas feias, especialmente para seres tão angelicais como os Serafins. Ordenaram-nos que pedíssemos perdão por nossos pecados.

Afirmaram que Deus era misericordioso, então mesmo com nossa rejeição, Ele nos salvaria e conduziria ao caminho correto, o caminho da luz e da perfeição. Mandaram-nos embora, fecharam a porta na nossa cara, se riram de nós como se fossemos três crianças que ainda não compreendiam o mundo e fossem muito pequenas para ser ensinadas. No final, não responderam às nossas dúvidas. Ficamos sem qualquer resposta da parte deles. Eu sabia que Anael, que naquele momento estava de olho fechados, rezava para que o Senhor se mostrasse, para que desse ar de Sua Graça porque nós necessitávamos seriamente.

O Senhor não o fez. Nem o fizeram os Serafins. No fim, não ficamos iguais ao que éramos quando entramos. O que antes eram dúvidas, se haviam tornado certezas porque a resposta dos Serafins nem sequer uma negação fora. Não no haviam acalmado, não haviam argumentado, nada. Haviam rido e reduzido nossa hipótese ao absurdo.

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Mesmo que Ele existisse, o que não acreditávamos mais, não continuaríamos num local onde não éramos valorizados, nossa arrogância não o permitia. No fundo, sempre soubéramos que não éramos como eles: éramos melhores, fazíamos coisas melhore, aproveitávamos nossa existência.

Espalhamos a palavra pelos outro anjos, procuramos apoio, conseguimos alguns.

E partimos.

Gabrielle's POV

— Encontramos no inferno, nosso refúgio, apenas com uma regra: não há mentiras, não há enganos. E um bônus: liberdade.

Observava-o, atentamente, enquanto falava. Seus olhos pareciam perdido num qualquer ponto distante, concentrado em suas palavras.

— Então você se tornou um demônio, acima de tudo porque supostamente, os Serafins tentaram enganar vocês? Ou foi apenas uma desculpa para se aproveitarem de humanas sem impedimentos? - minha voz soava fria. — Mas, e se eles não enganaram vocês? E se Ele existe mesmo?

— Não exite. Se existisse eles teriam dito.

— Existe, Nickolas. Existe e a sua renúncia deve tê-lo magoado.

Ele parou um pouco, para me olhar, antes de uma risada sair por sua boca. Não era uma risada natural, bonita, genuína e alegre. Não. Era irônica, condescendente. Era uma risada da face negra de Nickolas.

— Oh humanazinha... - pegou meu queixo e me obrigou a levantar a cabeça para que me pudesse encarar. — Tão ingênua. Tão bonita, ma tão ingênua. Deus não existe, minha querida.

— Existe sim, por que...

— Não tente arranjar argumentos. Acredite, já pensei e rebati todos eles.

— Nunca vai conseguir mudar aquilo em que acredito - afirmei, me levantando da cama.

— Nem vou tentar. Apesar de tudo, a ideia de Sua existência ajuda os humanos a descobrir força onde pensam não existir. Podemos mudar de conversa? Este tema está me deixando aborrecido.

— Claro. Vou deixar você descansar - não esperei por uma resposta, simplesmente saí do quarto, em direção ao corredor. Por muito que eu quisesse discutir com Nickolas sobre o assunto, duas coisas me faziam desistir disso: a primeira, seu estado de saúde que ainda era frágil, então não o queria aborrecer; a segunda, a possibilidade de me ver confrontada com a hipótese de ele ter argumentos tão bons, tão infalíveis, que eu seria obrigada a repensar minhas crenças. E não desejo fazer isso.

Desci as escadas até à cozinha. Estranhamente, ninguém estava presente. O silêncio era grande. Anael, provavelmente retornara ao inferno. Com Nickolas ferido, Anael ficara encarregado dos três círculos: trição, luxúria e ganância. Sabia que não era fácil para ele, mas também tinha consciência que o fazia de bom grado, pelo melhor amigo.

Abri a porta da geladeira e procurei algo que pudesse comer. Com as melhoras do demônio, me sentia mais capaz de engolir do que sentia horas antes, quando sua vida era uma dúvida. Tirei o jarro de leite e puxei um copo do armário, onde derramei parte do conteúdo do jarro. Não gostava muito do sabor, mas o fato de estar fresco tornava-o mais bebível.

Sentei junto à mesa, de costas para a porta, e comecei pensando sobre a relação que tinha com Nickolas, se é que lhe podia chamar relação. Ele era meu mestre, eu era sua escrava, contudo, ele fazia coisas por mim que não cabiam neste tipo de relacionamento, ou será que entre demônios e escravos era assim? Poderia ser aquilo normal e eu apenas estar fazendo confusão em minha cabeça? Não, era impossível. Era impossível que o que eu sentia quando Nickolas me tocava, ou me olhava, fosse normal para um escravo. Tinha de haver mais quaisquer coisa. Eu sabia que havia. Eu amava-o, mesmo sem conhecer muito bem o sentido d palavra, sabia que se aplicava a mim. Um sentimento qualquer dizia que o devia esconder, fechar a sete chave, não deixar ninguém saber, contudo, um sentimento diferente falava exatamente o contrário, que era algo bom, que deveria ser declamado em voz alta, com orgulho, mesmo que metesse medo, mesmo que...

Meu coração pulou ao sentir uma mão gelada contra minha boca e um braço ao meu redor, me impedindo de me mexer. Tentei me livrar, mas não tive sucesso. Então, tudo ficou escuro...

Nickolas's POV

Larguei a humana que acabara de me alimentar e deixei que Fontes se livrasse dela. Já me sentia melhor, rejuvenescido, como novo. Não há nada que uma boa dose de sono e algumas virgens para me curar. E por falar em virgens... Ou ex-virgens. Onde estava Gabrielle? Já não aparecia em meus aposentos há algumas horas. Eu sei que nossa última conversa não fora, propriamente leve e que o final a aborrecera, mas também não era motivo para desaparecer por tanto tempo!

— Vejo que já está ótimo! - Anael entrou no quarto, sem bater, com sua habitual boa disposição. Mesmo o que eu precisava.

— Estou pronto para voltar ao trabalho - afirmei.

— Ainda bem que você está se sentindo melhor. Eu estava vendo que tinha que tomar conta do inferno, de ti e da humana anã.

— Da Gabrielle? Por quê?

— Ela praticamente não saiu deste quarto. Desceu para ver a mãe...

— Espera, a mãe dela esteve aqui?

— Sim. Continuando, praticamente não comeu durante esses dia. Acho que se sente culpada por tudo o que aconteceu.

Torci os lábios em desagrado. Não fazia a mínima ideia que ela se sentira assim. Não era estúpido, sabia que tinha uma certa influência nela, que ela sentia algo - uma humana religiosa como ela não dá assim a virgindade a qualquer um, especialmente um demônio. O que eu não sabia era o alcance desses sentimentos e quais eram meus próprio sentimentos em relação a isso. Isso, esta indefinição, a possibilidade do desconhecido, me amedrontava. Muito.

— Então, está mesmo bem, não é? Está calmo?

Detectei um ligeiro desvio na voz de Anael.

— Estava melhor antes de me ter perguntado isso. O que se passa?

Fez um sorriso culpado e arranhou a nuca com os dedos, num tique de nervosismo.

— Anael - pressionei.

— Bem, há a possibilidade de a Gabrielle estar tão, mas tão bem escondida, que não conseguimos a encontrar.

O fogo da fúria se ascendeu em mim.

— Como assim, não conseguem a encontrar?!

— Já vasculhamos toda a propriedade. Ela não está em lado algum - ele parecia culpado, mas eu não me importei em confortá-lo. Minha cabeça começou, imediatamente, a formular hipóteses e possibilidades. Era quase impossível entrar ali sem ser detectado, por outro lado, sair era muito fáicl. Há poucos dias atrás, a balança estava inclinada para o meu lado, por isso Gabrielle escolhera ficar comigo. Poderia ter acontecido algo que tivesse mudado isso? Os acontecimentos dos últimos dias passaram pela minha mente. Teria sido demasiado violento, quando estivemos juntos, antes da Resistência me levar? Teria sido nossa última conversa? Procurei algo que tivesse feito de errado, mas não conseguia me lembrar de nada.

Então, chegou a luz.

— Disse que a mãe dela tinha estado aqui.

— Sim, hoje mesmo - confirmou Anael.

Num salto, me levantei da cama e entrei no quarto de vestir. Não demorei muito a voltar, totalmente vestido e pronto para sair.

— Aonde vai?

— Eu sei onde ela está. Quero que me diga na cara, que prefere ficar com o anjinho dela e não aqui, comigo.