Prioridades

Capítulo Único


Ele já havia feito aquele mesmo percurso tantas vezes que andava como se estivesse a caminho da própria casa. A postura relaxada e as duas mãos nos bolsos de sua calça, foi assim que Rony Weasley chegou à fachada do prédio onde morava a pessoa mais inteligente, orgulhosa e organizada que conhecia, além de por vezes, irritantemente teimosa. Sorte, pensou, ser sua namorada.

O sorriso displicente em seus lábios era uma clara demonstração do seu estado de espírito. Ter arrumado um tempo livre naquela tarde fora a sua melhor recompensa depois de horas trabalhando, e saber que passaria o resto do dia ao lado de quem mais almejava ter, fazia com que se sentisse completamente revigorado após o estresse diário.

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Passou pela portaria e cumprimentou o senhor trouxa, quem já lhe conhecia o suficiente para que não precisasse anunciar sua chegada a ninguém. Não demorou muito para vencer cada degrau das escadas que o levaria ao terceiro e penúltimo andar do prédio de modo que, quando finalmente se deparou com a porta que o separava da namorada, o sorriso que ocupava seu semblante continuava da mesma maneira, intacto.

Dando mais alguns passos em direção a porta, ele tocou a campainha, esperando que ela atendesse sem demora. No dia anterior ela havia lhe dito que passaria essa tarde em casa, o que o incentivou ainda mais a adiantar seus afazeres na loja de logros do irmão, que agora ele também podia chamar de sua, somente para não ter mais com o que se ocupar pelo resto do dia. A única coisa que ele esperava se preocupar pelas próximas horas era com Hermione, e com os lábios dela nos seus.

—Rony? - ela atendeu a porta com o olhar ligeiramente surpreso. Ficou claro para ele que sua presença não era esperada.

—Oi Mione… - Seu semblante relaxado deu lugar a um menos descontraído ao perceber que aparentemente não tinha chegado numa boa hora. - O que? Tem alguma coisa no meu nariz?

—Claro que não - ela se recompôs, encobrindo a reação anterior com um sorriso - entra - ela convidou, dando passagem a ele.

Rony deu um meio sorriso e se inclinou na direção de Hermione, dando-lhe um rápido beijo nos lábios antes de passar por ela e adentrar no apartamento, sendo imediatamente tomado pelo seu aroma tão característico que sentiu-se como se estivesse respirando ar fresco depois de horas em meio a fumaça.

—Onde tá aquele seu maldito gato? - Indagou ele, caminhando em direção ao sofá e largando-se nele, procurando a bola de pelos com quem sempre brigava pela atenção da morena.

—Lá vem você falar mal dele de novo, tantos anos e ainda não se entendem! - ela revirou os olhos, apesar de achar graça da situação - ele deve estar andando por aí, ou muito provavelmente dormindo no seu lado da cama - lançou um sorriso maldoso para ele, provocando de propósito.

—Tudo bem, contanto que ele fique lá pelo resto do dia, eu me contento com o sofá. Agora, por que você não vem aqui, hein? Diabos, mulher, você não está mais em nenhum lugar. Fui atrás de você ontem no ministério mas disseram que estava em uma reunião. Juro que eu quase dormi por você quando me falaram isso...

—Você sabe que meu trabalho requer muitas reuniões, Rony, ainda mais agora com a minha promoção… o tempo está corrido - ela foi se sentar ao lado dele, mas ao contrário do comportamento relaxado que ele esperava, ela parecia apreensiva com alguma coisa.

Ele não pôde evitar fazer uma careta com a menção da promoção. Conhecendo Hermione, ele sabia que ela provavelmente ficaria naquele estado por um bom tempo até se acostumar com a novidade, só não esperava que aquilo fosse afetar seu relacionamento com ele. Mérlin sabia que ele tinha ficado muito orgulhoso e feliz pelo sucesso dela, porém ultimamente se sentia colocado em segundo plano quando o assunto era o trabalho dela.

—Ah, a promoção…- ele tentou não parecer tão desanimado com a menção do que parecia ser o único assunto que ela sabia falar nas últimas semanas. - Hermione, sinceramente, eu não sei porque você se preocupa tanto. Vai dar tudo certo, você é inteligente, brilhante e tudo o que eles poderiam querer. Não precisa ficar nervosa ou, sei lá, ter esses ataques que dizem que vocês mulheres tem.

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—Não é isso… - ela olhou para ele suspirando antes de continuar - é que eu tenho que sair agora - ao ver o rosto dele se contrair, ela se apressou a adicionar - mas você pode ficar, tem comida na geladeira, e de noite eu volto.

—Sair? Pra onde? Hermione… - ele se levantou, já passando as mãos nos cabelos rubros numa clara demonstração de impaciência. Ela, no entanto, tentou se manter impassível. -Você disse que estaria livre hoje a tarde e eu dei um jeito com as minhas coisas na loja… E agora você me diz que precisa sair??

—O Ministro adiantou uma reunião para hoje, não posso faltar - ela sabia que ele não tinha gostado de ouvir aquilo, mas não passou nem de longe pela sua cabeça mentir - eu sei que falei que estaria em casa, mas a carta só chegou agora a pouco, não fui eu que decidi o horário.

Ele tinha que entender que ela possuía mais responsabilidades agora e que, em boa parte dos casos, não dependiam dela os horários onde sua presença seria requisitada no Ministério.

Rony suspirou, parecendo buscar uma calma que provavelmente não existia. Pelo menos, não mais.

—Ok, então quer dizer que não basta lá dentro, eles também controlam os seus horários aqui fora? Não me diga que o seu novo horário inclui os finais de semana também. - o sorriso que tomava conta de seus lábios era totalmente irônico.

—Ninguém me controla em lugar nenhum, Ronald! - ela se irritou com a insinuação de que estivesse numa condição de marionete no trabalho - Eu tenho um trabalho e sou responsável o suficiente para querer fazê-lo da melhor maneira possível - ela também se levantou, não conseguindo mais se manter sentada enquanto ele a encarava de pé.

—Então você precisa começar a pensar mais em você ao invés de passar tanto tempo naquele departamento como se não tivesse uma vida fora dele! Mais que droga, Hermione! Sabe há quanto tempo estou tentando arranjar um tempo com você? Sempre quando eu posso, você não pode, e quando você tem um tempo livre… Quer dizer, quando você tinha um, porque agora parece que você não sabe mais o que é isso!

—Rony - ela falou tentando se acalmar, não adiantava nada começar um embate, que além de não chegar a lugar nenhum, ainda a atrasaria - é só um período de ajuste, eu preciso colocar tudo em ordem no departamento, do mesmo jeito que você teve que fazer com a loja; não faça disso mais do que é.

—Mais do que é? Hermione, esse seu “período de ajuste” já virou meses!

—E você quer que eu faça o que? Pegue um pergaminho e escreva: desculpe Ministro, não vou na reunião porque meu namorado está tendo uma crise de nervos”, é isso? - agora ela estava realmente ficando irritada.

—Crise de nervos, é? Bom, se isso fizer com que ele pare de te chamar toda vez que o maldito traseiro dele coçar…

—Eu vou fingir que nem escutei isso - ela olhou feio para ele - e agora eu vou terminar de me arrumar se não chegarei atrasada - sem nem esperar a resposta dele, ela foi em direção ao quarto.

Rony arregalou os olhos, mas logo depois seu semblante voltou a refletir toda a irritação que sentia. Vê-la passar por ele e caminhar a passos duros em direção ao quarto foi o estopim para toda a sua raiva, de modo que não hesitou em ir atrás dela, se negando a aceitar que aquela discussão terminasse daquele jeito. Agora ele iria até o fim.

—Você só pensa nessa promoção, só fala nessa promoção, deve até sonhar com essa maldita promoção. Se ela fosse uma pessoa, com certeza você se casaria com essa promoção idiota! Eu já estou farto de você só falar nisso! Por acaso você lembra que eu também tenho um trabalho? Ah, mas o meu não é tão brilhante quanto o seu, não é? Por que falaríamos dele, afinal?

—Eu passei muito tempo da minha vida trabalhando duro para chegar aonde estou, não vou me desculpar por ter conseguido! E não tem nada a ver com o seu trabalho. Você faz o que gosta e eu faço o que gosto, simples assim. Só que do jeito que você está agindo, com certeza a minha promoção seria uma companhia mais agradável! - ela passou pela porta do quarto, tentando fechar o cômodo para que ele não entrasse, de algum jeito essa briga precisava terminar, ela não queria que o assunto se estendesse, pois só via conclusões ruins no horizonte.

—Hermione! -falou ele, não se preocupando em manter a voz baixa ao vê-la tentar fechar a porta, mas ele a segurou antes que ela batesse, provavelmente evitando um estrondo que não seria nada agradável para a tranquilidade da vizinhança.. Ele não a deixaria sair dessa tão fácil. - é assim que você resolve uma discussão toda vez que sabe que está errada? Tentando fugir?

—Eu não estou errada, estou atrasada! Deixa eu me arrumar em paz, Rony, mais tarde conversamos sobre isso - ela não queria continuar brigando com o namorado, mas ia contra tudo o que ela era, apenas escutar calada. Assim, desistiu de ficar prendendo a porta. Ele era muito mais forte que ela; era uma batalha perdida. Ela não tinha mais tempo para aquilo, se não começasse a se arrumar logo, provavelmente se atrasaria.

—E quando vai ser isso? Quando você conseguir me encaixar nessa sua agenda lotada? Aposto que deve ter até uma lista de prioridades, é melhor eu nem perguntar onde eu entro. -Indagou ele, entrando atrás dela no quarto.

—Você não precisa de horário, sabe disso! Você acha que eu gosto de nunca te ver? Que eu acordo todo dia e penso: ótimo, tenho a agenda lotada e não vou conseguir ver o meu namorado?

—É o que parece! -respondeu ele, jogando as mãos para o alto, exasperado. Em cima da cama, Bichento os olhou, como se estivesse muito insatisfeito com a interrupção de sua sesta.

—Agora além de dramático, você está sendo estúpido! - ela rebateu com a decepção transparente em seus olhos.

—Talvez você tenha razão. Eu devo mesmo ser um estúpido por querer um tempo a sós com a minha namorada. Que grande idiota! - ele não pareceu se importar nem um pouco ao vê-la começar a se despir.

Com um miado, Bichento desceu da cama e passou na frente do ruivo, balançando o rabo enquanto caminhava em direção a saída do aposento.

—Não foi isso que eu quis dizer e você sabe! - jogando a blusa e o shorts em cima da cama, ela se apressou a vasculhar entre as roupas a fim de achar algo adequado para a situação.

—Sei? E quando foi a última vez que tivemos um tempo a sós? Quanto tempo faz que você não fica comigo lá em casa ou que não passamos o final de semana com os meus pais? -ele diminuiu o tom de voz e se aproximou mais dela, seus olhos agora demonstrando algo mais do que a raiva que antes lhe tomava.- Harry, Gina, Jorge, todos andam me perguntando sobre você e a resposta sempre é a mesma: “deve estar no Ministério”! Maldição, Hermione, quando foi a última vez que transamos?

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Ela virou para encará-lo, encontrando-o com os olhos baixos e uma expressão que a fez sentir uma pontada de remorso.

—Você realmente acha que eu não quero ficar com você? - a irritação tinha se transformado em angústia, ela nem notou que ainda estava vestindo apenas suas roupas íntimas.

—Você tem uma maneira muito estranha de demonstrar que sente a minha falta, Hermione. -suspirou ele, parecendo que havia acabado de ser derrotado em uma guerra, mesmo que soubesse que, ao contrário de muitas outras brigas, naquela a razão era sua.

Ela se aproximou, levando a mão à bochecha dele, guiando aquele rosto que ela tanto amava, até que ele voltasse a olhar em seus olhos.

—Se o problema é esse, eu te falo diretamente. Eu sinto sua falta, Rony, todos os dias, em cada um dos momentos que eu tenho que trocar uma noite com você por uma pilha de relatórios. Mesmo que eu ame o meu trabalho, ficar afastada de você…Nada disso me deixa feliz! Você não sabe o quanto eu queria ficar e…

—Então fica! - seus olhos pareciam suplicar, e suas mãos cobriram as dela, o toque despertando mais a saudade que o consumia. - Fica comigo hoje, Hermione… Não ir a uma reunião não vai te fazer relapsa, ou irresponsável, ou qualquer outra coisa que você passa longe de ser.

—Não posso, Rony - o que tinha começado como uma briga boba, agora estava fazendo o coração dela bater apertado - eu volto mais tarde, e aí a gente conversa, prometo.

Ele a encarou em completo silêncio por alguns minutos, e soltou as mãos dela das suas, parecendo tão decepcionado frente àquelas palavras que Hermione sentiu como se ela tivesse lhe lançado um feitiço estuporante no peito.

—Não precisa. Não precisa se preocupar, Mione. Eu estou indo pra casa. Você… pode ir pra sua reunião - disse ele, começando a dar passos em direção a porta. Como se estivesse lutando para não agarrá-la, ele enfiou as mãos nos bolsos frontais de seu jeans. Antes, no entanto, de dar as costas a ela, ele parou, e seus olhos correram pelo corpo quase completamente desnudo dela, soltando um suspiro suficientemente audível para que chegasse aos ouvidos de Hermione. -Tem uma coisa… Eu não vou mais correr atrás de nada, Hermione. Então, se você quiser me ver, sabe onde me encontrar. Eu sempre vou ter tempo pra você, não importa o dia.

Aquelas palavras tiveram o mesmo efeito de um banho de água fria. Ela percebeu nos olhos dele, na postura, no tom de voz que ali, naquele momento, ele tinha deixado apenas nas mãos dela o que poderia, ou não, ser o futuro do que tinham juntos. No fundo, ela sabia que ele nunca a faria escolher entre o trabalho e ele, mas vê-lo desistindo de ficar, indo embora como se tudo fosse uma causa perdida, a fez hesitar, sentindo o estômago afundando e o coração, que até o momento se manteve estável, adquirindo um ritmo descompassado. Não era isso que ele queria. Ao mesmo tempo que ela se sentia realizada com o que fazia, ela não conseguiria imaginar seus dias sem a presença do ruivo que há muito tempo ocupava um lugar no seu coração. Se era a rodada dela naquela partida, ela sabia que precisaria fazer alguma coisa, perder não era algo que a agradasse, ainda mais perder alguém tão importante.

—Rony, espera! - ela cruzou o quarto, parando-o com a mão em seu ombro e, para sua felicidade, ele a escutou e se virou novamente para encará-la - não vai embora assim.

—Como você quer que eu vá embora, Hermione? Feliz? - indagou ele, parecendo profundamente magoado.

—Claro que não! - ela deixou a mão cair para o lado do seu corpo. Depois do discurso todo que havia feito, ela teria que engolir boa parte do orgulho para pedir o que realmente queria - é para você nem ir - a voz saiu baixa, apenas um fiapo quando comparada com o tom usado para os argumentos anteriores.

—Mione, eu não vou ficar aqui até você voltar… -começou ele, mas ela o interrompeu.

Ficando na ponta dos pés, ela levou as mãos até o pescoço dele e eliminou a distância entre os seus lábios. Ele tinha dito a verdade quando falou do tempo em que eles passaram afastados. O beijo profundo no qual ela o prendeu não tinha nada dos selinhos rápidos que era tudo o que puderam dividir nos últimos tempos. Ela sentiu as mãos dele se erguendo, acariciando a pele nua das suas costas, seguidas de perto por um arrepio gostoso que quase a fez esquecer do que pretendia fazer. Sem se separar dele, ela virou-o de modo que ficasse de costas para a cama, e o conduziu até que pode empurrá-lo para que ele se sentasse no colchão.

—Não sai daí - ele a encarou confuso. Nos olhos, as pupilas dilatadas eram a prova do desejo que ele sentia. - só preciso de uns minutos.

Sentado na cama e parecendo não entender as pretensões da namorada, Rony a viu abrir a gaveta de seu criado mudo que ficava ao lado da cama de casal e tirar de lá um pedaço de pergaminho. Decidida, ela caminhou até o outro lado do aposento sob os olhos atentos dele, e molhou a pena no tinteiro em cima da escrivaninha antes de escrever poucas palavras no papel. Logo depois, ela saiu do quarto e Rony ficou tentando distinguir as ações da namorada pelos ruídos vindos de algum outro lugar do apartamento.

—O que você estava fazendo? -quis saber ele, assim que Hermione surgiu de volta pela porta do quarto, indo diretamente para os braços dele.

—Mandando uma coruja... Eu tenho muitas prioridades, e você, Ronald Weasley, com certeza é uma delas. - e voltou a beijá-lo.

Ela não perdeu tempo em se acomodar no colo dele, as pernas ladeando o quadril do ruivo ao mesmo tempo em que os lábios dele exigiram tudo dos dela, como se tivessem, de alguma forma, tentando compensar todo o tempo em que ficaram longe um do outro. A saudade e o desejo assumiram o controle de suas ações, e suas respirações entraram rapidamente no mesmo ritmo descompensado de seus corações.

—Caralho, já estava quase esquecendo o seu gosto. - Hermione arfou frente as palavras do ruivo, mas não pôde conter o gemido que lhe escapou quando uma das mãos dele alcançou o fecho de seu sutiã e se livrou da peça somente para que sua boca tivesse livre acesso ao caminho conhecido em direção a carne sensível de seu busto.

—Ron… - ela arranhava nuca dele, trazendo-o para mais perto, não querendo perder nenhuma das milhares de sensações que a tomavam. Como conseguira ficar tanto tempo sem o toque dele? Cada célula de si clamava por aquele ruivo, de modo que suas mãos não hesitaram em sumir por debaixo de sua blusa e deslizar os dedos por seu abdômen, adorando os efeitos que aquilo causou nele.

Sentir as mãos pequenas da namorada em sua pele foi o que bastou para acabar com os pensamentos coerentes de Rony. Ficara tanto tempo sem ter a pele dela contra a sua que parecia que era a primeira vez que a sentia daquela forma. Para sua satisfação, sentiu as mãos dela puxando o tecido da sua blusa para cima, assim, apenas desgrudou sua boca de um dos seios dela para levantar os braços e permitir que ela passasse o tecido pela sua cabeça antes de jogá-lo para longe de si.

—Adoro como você é boa em fazer o que gosta - a voz rouca dele contra seu ouvido fez com que ela movesse o quadril em direção a ele, completamente entregue.

Com um movimento rápido e preciso, ele girou o corpo deitando-a no meio do colchão, não perdendo tempo em cobri-lo com o seu.

—Deve ser porque eu faço tudo com perfeição - ela lançou um sorriso atrevido na direção dele, enlaçando sua cintura com as pernas.

—Principalmente se for comigo. - respondeu o ruivo, sorrindo-lhe enviesado e mergulhando completamente nos braços dela.

Quando a exaustão finalmente pareceu vencer seus corpos, Hermione se encontrava deitada de bruços na cama, seus braços servindo-lhe como travesseiro enquanto Ron ainda se mantinha parcialmente em cima dela, aproveitando o livre acesso que seus lábios tinham ao seu pescoço e a pele macia de suas costas. Era um carinho gostoso demais, que causava sensações gostosas demais na opinião dela, de modo que não pôde evitar soltar um muxoxo quando ele se largou no espaço do colchão ao seu lado, com o sentimento de satisfação estampado em cada linha de seu rosto, e também no sorriso cínico e nada inocente que tomava conta de seus lábios.

—Você tem mesmo que sorrir assim? - Ela reclamou ao ver a expressão muito satisfeita dele.

—Assim como? - ele levantou as sobrancelhas, confuso, enquanto esticava os braços e os dobrava atrás de sua cabeça.

—Como se tivesse acabado de fazer o que acabamos de fazer - ela explicou, revirando os olhos.

—Algum problema com o meu sorriso?

—Sim, porque já está me dando vontade de te agarrar de novo. Chega a ser quase indecente.

—A vontade - ele sorriu de modo nada inocente, virando-se de lado para que seus braços rodeassem o corpo dela.

—Hmmm, talvez mais tarde - ela se aconchegou nos braços dele, manhosa - você me cansou - completou rindo.

—Tínhamos muito tempo para compensar. Além disso, srta. cansadinha, eu não lembro de você reclamando. Na verdade, parecia bem disposta a tudo. -ele começou um carinho gostoso nas costas dela, apreciando aquele contato que não desfrutavam há semanas.

—Você é tão engraçadinho, não? - ela respondeu irônica, antes de afundar o rosto no ombro dele e aproveitar o gesto carinhoso.

—Mérlim, Mione, fazia semanas…

—Meses. -sugeriu ela.

—Anos! - exclamou, e ambos riram.

Um silêncio confortável se instalou entre os dois, apenas o sibilar de suas respirações cortava a falta total de barulho.

—Ron… - começou ela.

—Hum?

—Sobre o que falamos hoje, eu… - ela se embolou com as palavras, não sabendo direito como se expressar. Sabia que não estava inteiramente certa, mas ele tinha uma parcela de culpa também, principalmente no que dizia respeito à proporção que a briga tomara.

—Eu sei que eu fui meio idiota… Não. Fui um completo idiota em dizer aquelas coisas, Mione. Me desculpa, eu não quis dizer que você tem que deixar de lado o seu traba...

—Você está certo! - Ela ignorou o olhar surpreso que ele lhe lançou- Meu trabalho é muito importante para mim, mas você também é. E eu sei que não tenho te dado a atenção que você merece… - ela completou.

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Ele se mexeu na cama, de modo que pudesse encará-la mais confortavelmente.

—Mione… - ele envolveu o rosto dela com uma de suas mãos - eu te amo. Isso não vai mudar, nem que você passe um ano trancada naquele departamento, mas…

—Mas eu prometo que não vou ficar - ela o assegurou - Vou dar um jeito nos meu horários, o Ministro vai ter que aprender a amarrar os sapatos sozinho - ela brincou, fazendo-o rir.

—Você é a pessoa mais organizada que eu conheço, Mione. Só não precisa, você sabe, pirar.

—Eu não “piro”, Ronald! - ela deu um tapinha de leve nele, que a olhou de maneira que deixava claro que ele não acreditava nem um pouco naquela afirmação.

—Ah, mas eu posso provar o contrário… - ele começou a distribuir beijos molhados pelo pescoço dela, e sua mão desceu pela lateral de seu corpo antes de parar em sua coxa e apertar o local de uma maneira que quase a fez perder o fôlego.

Antes que ele pudesse colar os lábios nos dela, a morena o conteve com uma mão em seu peito, olhando-o diretamente nos olhos.

—Você sabe que eu te amo também, né? - a seriedade dela mascarava, não perfeitamente, a incerteza em sua voz.

—Eu sei, amor, mas você pode me mostrar o quanto de novo - ele sorriu, antes de eliminar a distância entre eles.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.