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Capítulo 5 — Tragédias não deveriam nos mudar


Uma lagrima escorreu de seus olhos azuis, mas ela logo tratou de limpá-la ao ouvir a porta se abrindo.

— Oi. — A voz de Tony foi como um calmante para a loura.

— Oi. — Ao respondê-lo ela já se encontrava nos braços dele.

— Como você está? — Eles estavam próximos a janela do quarto de hospital.

— Bem, na verdade até mesmo feliz por finalmente poder sair desse lugar e voltar para casa. Senti falta das nossas noites de sessão de filmes, isso aqui é muito chato. — Tony passou a mão pelo rosto dela e depois se afastou um pouco.

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— Não me deixaram te visitar, desculpe-me.

— Tudo bem. Minha mãe me disse o que você fez. — Pepper comentou enquanto o puxava pela mão para se sentarem na maca. — Aí eu entendi o porquê de eles terem te proibido de vir aqui, se bem que não foi bem uma proibição. Eu sei que você precisava de um tempo para esfriar a cabeça.

— E eu sei que você fala igual uma matraca quando quer esconder seus sentimentos. — Disse irritado pela naturalidade dela.

— Nada haver. — Respondeu engolindo o nó que se formara em sua garganta.

— Nada haver? Faça-me um favor Pepper! — Tony se levantou da maca e passou as mãos pelos fios de cabelo.

— Vejo que ainda não deu tempo pra você esfriar a cabeça. — Entoou tranquilamente e com um sorriso de canto.

— Você foi estuprada! Como você quer que de uma hora para outra eu fique numa boa?

— Eu sei o que me aconteceu Tony, não precisa gritar para os quatro cantos do mundo, já é bem humilhante, não precisa aumentar minha vergonha.

— Eu não entendo você. Como é possível você ficar tão tranqüila depois do que aconteceu? — Quis saber curioso e Pepper se levantou, ficando de frente para ele.

— Você acha que eu estou tranqüila? Você não faz ideia do que eu estou sentindo, eu apenas decidi perdoar e você deveria fazer o mesmo. — Aquelas palavras tocaram fundo no coração de Tony o deixando mais incrédulo e indiferente ainda.

— Não há perdão para um ato tão abominável.

— Há perdão para tudo, absolutamente tudo e você sabe disso melhor do que eu. — Ela segurou na mão dele.

— Não, eu não sei mais nada. — Disse enquanto empurrava as mãos dela de sobre a dele.

— Qual é o problema de me tocar? Me tornei abominável também? Que lindo pra você Anthony! Quer saber? Você nem precisava ter se dado ao trabalho de vir aqui.

— Deixa de besteira Pepper! Você parece criança quando quer.

— Olha quem fala! O coração de pedra que vai resolver se isolar no seu mundinho porque aconteceu algo de ruim com a amiguinha! Aconteceu comigo! COMIGO! E eu o perdoei. Então você não tem o direito de julgá-lo e nem de nada, apenas de perdoar e não é nem por ele, é por você mesmo.

— Não acredito que depois de tudo o que ele fez contigo você ainda o defenda, quer saber Pepper? Vocês se merecem. — Ele bateu palmas e começou a andar de costas em direção a porta. — Se merecem! — Por fim ele saiu do quarto e fechou a porta com rispidez. Pepper voltou a sentar-se na maca e mais lágrimas dançaram por seu rosto.

Sete anos depois...

Howard havia conseguido fechar um acordo milionário com seu amigo e, agora, sócio Obadiah Stane alguns dias antes do terrível acontecimento com Pepper em seu aniversário de dezesseis anos e ele não sabia como dizer a sua família essa noticia, mas por fim ele conseguiu lhes contar a novidade, eles ficaram felizes, mas Howard temia que eles ficassem desgostosos em relação ao que esse fechamento de negócios implicava, pois a empresa de Obadiah ficava em Nova York, mas Howard se surpreendeu (principalmente com Tony) ao terem concordado em se mudarem para lá. Alguns anos se passaram e Obadiah morrera em um acidente que ocorrera em uma viajem de férias e a empresa antes chamada Stane e Stark se tornara Indústrias Stark e logo Howard conseguiu transformar aquele acordo milionário em uma Indústria de renome que lhe garantiu bilhões.

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Todavia tanto Howard como Maria trocariam seus investimentos pelo Anthony Stark de antes, o garoto que crescera em Luisiana, mas infelizmente depois do que aconteceu com Pepper ele se fechara para tudo. Ele se fechara para Deus e aquilo doía profundamente em Howard e Maria.

— Tem certeza que está tudo bem, Tony? — Happy, o motorista da família Stark perguntou a Tony.

— Cala a boca Sad, se você me perguntar isso mais uma vez eu te bato com esse bastão de beisebol. — Tony avisou enquanto lhe mostrava o que tinha em sua mão direita.

— Isso é uma vassoura Tony. — Apontou Happy.

Tony olhou para a vassoura em sua mão e arqueou uma sobrancelha.

— Ah, é! — Ele voltou a olhar para Happy e o entregou a vassoura. — Não preciso de ajuda, eu consigo encontrar o meu quarto sozinho, não bebi tanto assim. — Tony encostou-se a parede e foi seguindo pelo corredor, até puxar a maçaneta da portar e adentrar, mas depois de alguns segundos saiu novamente. — Esse não é meu quarto.

— Não Tony, esse é o banheiro.

— Quem transformou meu quarto em um banheiro? Foi você? — Perguntou Stark apontando um dedo para o rosto de Happy.

— Não, seu quarto fica na cobertura.

— Nós estamos na cobertura. — Fez expressão de ironia.

— Não, não estamos.

Tony olhou de um lado para o outro e se aproximou mais de Happy.

— Só pra ter certeza, nós estamos na minha casa ainda, certo?

Happy suspirou e passou um dos braços pela cintura de Tony e Stark passou o dele pelos ombros do amigo e motorista.

— Que bom que eu tenho um amigo que não bebe só para me deixar em casa. Isso é legal.

— Eu não tenho outra escolha Tony, eu sou seu motorista. Seu pai me paga para isso.

— Eu deveria imaginar que meu pai paga para você se fazer por meu amigo. — Comentou indignado, mas Happy decidiu não rebater e ao chegar à cobertura ajudou Tony a entrar em seu quarto e o colocou na cama, não levou muito tempo até que o mesmo apagasse.

No final do corredor estava Howard e Maria, eles haviam presenciado a cena triste de seu filho ter sido carregado morto de bêbado para o quarto. Eles ficavam péssimos ao notarem até que ponto Tony já havia chegado. Mas eles não iriam desistir de ajudarem seu filho a voltar para os pés do Senhor, pois eles sabiam que não precisavam salvar o mundo inteiro, mas como Noé, pelo menos a família eles teriam que colocar dentro da arca da salvação¹.