— Esse é o banho mais longo da minha vida – comentou Katniss, deslizando as mãos por minhas costas, para logo me soltar do abraço que ela me mantinha.

Assoprei a água, que caía sobre minha cabeça, e obstruía minha boca, acertando o rosto molhado de Katniss, o que a fez rir.

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— Qual é o problema de um banho longo? – questionei, enquanto ela virava de costas, para fechar o chuveiro. – Não faça isso – pedi, segurando sua cintura, tentando afasta-la do registro.

— Já gastamos muita água, meu bem – disse em tom divertido, com o braço direito esticado, diminuindo a água que caía sobre nós, conforme fechava o registro do chuveiro.

Estreitei os olhos, para sua teimosia, e a puxei pra mim, empurrando-a, em seguida, contra a parede. Quando suas costas entraram em contato com a frieza dos azulejos, sua boca se entre abriu, enquanto seus olhos tornavam-se agitados para me fitar.

Dei um sorriso torto, e pressionei, demoradamente, meus lábios contra os dela, antes de me afastar, e sair do box.

— Quanta maldade – resmungou, atrás de mim.

— Quem mandou não me dar ouvidos? – retruquei, alcançando minha toalha branca.

Katniss passou por mim, para pegar a toalha verde, que ela mesmo havia deixado em minha casa a meses atrás.

— Eu sou perita em não dar ouvidos aos outros – respondeu, se enrolando na toalha. – Você sabe disso – completou, abrindo a porta do banheiro.

Com os olhos atentos em Katniss, eu a acompanhei caminhar pra fora. O andar dela era tão gracioso, que eu me perdi facilmente no movimento de seu corpo, conforme ela marchava pelo quarto.

— Pretende ficar ai? – perguntou, de costas pra mim, enquanto abria uma das gavetas da minha cômoda.

— Talvez – respondi, enrolando a toalha na cintura.

— Não acho que tomar banho sozinho, vai ter graça pra você – rebateu, e eu sabia que Katniss estava sorrindo.

Balancei a cabeça, sorrindo, e decidi sair do banheiro.

— Você está com fome? – questionei, depois de vestir apenas uma bermuda velha.

Katniss ainda estava de costas pra mim, e eu podia imaginar suas bochechas coradas, só por pensar que eu a assistia se vestir.

— Sim – respondeu, puxando o short do pijama pra cima.

Seu tronco ainda estava despido, por isso, eu sabia que ela não viraria pra me olhar.

— Vou fazer algo pra gente – falei, me aproximando de Katniss. – Prefere esperar aqui? – perguntei, abaixando levemente, para beijar suas costas nuas.

Sua pele se arrepiou, me fazendo sorrir, e ela parou de mexer nas gavetas, onde, creio eu, ela procurava a blusa do pijama.

— Sim – seu tom de voz denunciava um sorriso. – Vou dar uma arrumada no quarto.

Sorri torto, e empurrei seus cabelos molhados, com o nariz, para beijar sua nuca.

— Arrumar pra quê? Vamos bagunça-lo de novo – sussurrei em seu ouvido.

Katniss riu baixo, e encolheu o pescoço.

— Saia daqui – ordenou, voltando a mexer nas gavetas.

— A senhora quem manda – respondi, beijando seu ombro nu, antes de decidir me afastar.

Quando voltei ao quarto, com uma bandeja carregada de sanduiches, e dois copos de suco, Katniss já tinha dado um belo trato no ambiente.

Varri o local com os olhos, e a encontrei sentada na poltrona ao lado da janela, o que me fez elevar levemente a sobrancelha direita.

— O que está fazendo ai? – perguntei, colocando a bandeja sobre o criado mudo.

Ela direcionou seus olhos para mim, sorrindo, e abaixou as pernas, que até então estavam dobradas contra seu peito, colocando os pés no chão.

— Senti sua falta, mas também senti falta da poltrona – respondeu com certo divertimento, me observando atentamente.

Olhei ao redor, e peguei a cadeira que estava em frente a mini escrivaninha, para leva-la até onde Katniss estava.

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— Eu tinha até esquecido que meu notebook estava aqui – comentou, referindo-se ao computador sobre o móvel, que eu havia tirado do meu porão e montado, para que ela usasse, a alguns meses atrás.

— Você deixou várias coisas aqui – respondi, colocando a bandeja sobre a cadeira. – Inclusive eu – emendei, olhando pra ela.

— Esse é o meu maior arrependimento – respondeu, levantando-se.

Sentei na poltrona, e puxei Katniss pra mim, fazendo-a cair sentada em meu colo.

— Acho bom que seja – respondi, fingindo seriedade, e pude ouvi-la rir baixo. – Senti sua falta, mas não senti falta de vê-la sentada aqui – decidi retrucar sua frase, abraçando sua cintura, depois que Katniss se ajeitou em minhas pernas.

— Por quê? – perguntou, encostando a cabeça em meu ombro, deixando seu nariz quase encostar na curvatura do meu pescoço.

— Porque você só sentava na poltrona quando estava triste – respondi, sentindo seus calcanhares se apoiarem em minha coxa, conforme ela se encolhia e se aconchegava contra meu tronco.

— Mas era bom sentar aqui com você – disse ela, aproximando sua boca da minha pele, e pude sentir seu sorriso em meu pescoço. – Você me fazia dormir tão fácil. Eu me sentia uma criança – Katniss riu baixo, e beliscou levemente minha pele, usando os dentes, fazendo-me arrepiar, enquanto ela afastava o rosto para me fitar. – Você quer conversar agora, ou prefere comer primeiro? – questionou, apoiando a mão direita em meu peito.

— Eu quem devia perguntar isso, pequena – respondi, enfiando a mão direita por baixo da minha camisa que estava em seu corpo, para espalma-la na lateral de seu quadril. – O que você prefere?

Vi suas bochechas corarem, mas ela sorriu, com os olhos atentos em meu rosto, enquanto minha mão subia lentamente por sua pele, até parar em sua cintura.

— Prefiro comer, com certeza – respondeu, por fim, virando o corpo em minhas pernas, ficando de frente para a bandeja ao nosso lado.

Sorri, assistindo seu desespero para alcançar um dos sanduiches, e morde-lo com pressa.

— Da onde você veio? – debochei, estendendo o braço para pegar um pra mim.

Ela avermelhou, mas não me respondeu, enquanto passava a mastigar devagar.

— E não pense que não vi que você enrolou pra se vestir, só pra colocar uma camisa minha – cutuquei, de boca cheia.

Katniss me olhou, e mordeu levemente o lábio inferior.

— Quer que eu tire? – questionou, inocentemente.

Sorri torto, com uma ponta de malicia, e foi o suficiente para ela corar de novo, e me dar uma tapinha no braço. Ri, me divertindo com sua vergonha, e voltei a morder meu sanduiche.

— Pode usar, pequena. Você fica linda com minhas camisas – comentei.

— Não fale de boca cheia – repreendeu, com um sorriso, me fazendo rolar os olhos. – E... Eu me sinto melhor, tendo o seu cheiro tão perto. Por isso, eu não devolvi sua jaqueta esportiva até hoje – confessou, ainda corada.

— Então você ficou agarradinha com a minha jaqueta, enquanto me evitava? – perguntei, presunçoso.

— Talvez eu tenha... Usado uma ou duas vezes, pra conseguir dormir – respondeu, fechando os olhos.

Ri baixo, e balancei a cabeça, beijando a lateral de seu ombro, fazendo Katniss dar um meio sorriso, e erguer as pálpebras.

— Eu sinto muito, Peeta – disse, ficando séria de repente.

— Pelo quê? – questionei.

— Por termos ficado tanto tempo separados – murmurou, passando os olhos por meu rosto.

— Mas eu quem causei isso, Katniss – falei, apertando-a levemente. – Você não tem culpa do nosso término.

— Eu tenho culpa na parte em que demorei tanto tempo para te dar uma segunda chance – seus olhos pararam nos meus. – Foi quase um mês para aceitar que eu precisava de você, e que um erro seu, não podia encobrir um milhão de acertos.

Dei um sorriso torto.

— Você precisava colocar sua cabeça em ordem, e eu entendo. Na verdade, achei que levaria mais tempo para que eu pudesse te ter em meus braços novamente – admiti.

Katniss franziu o cenho, e fitou o pequeno pedaço de seu sanduiche.

— Levaria... Eu realmente tinha vindo até sua casa só pra me aproveitar de sua boa vontade – soltou em voz baixa, com o rosto avermelhando. – Também sinto muito por isso.

— Seria crueldade – respondi, e ela assentiu timidamente. – Mas fico feliz em saber que ainda me vê como alguém que pode te ajudar nos momentos ruins.

Ela sorriu brevemente, e enfiou o resto do sanduiche na boca.

— Já que tocamos nesse assunto... O que Manoela fez a você? – fui direto ao ponto, que havia me perturbado em meio ao seu discurso de poucas horas atrás.

Katniss ainda mastigava, encarando as mãos em seu colo, e não fez menção de me olhar.

— Isso fazia parte da conversa que teríamos, certo? – questionei.

— Na verdade, acho que é a única coisa que realmente precisamos conversar – respondeu ela, erguendo os olhos em minha direção.

— Não temos que falar sobre nós? – perguntei, de cenho franzido.

— Mas nós estamos bem, não estamos? – questionou, confusa.

— Você... Não quer saber sobre Johanna, antes de decidir isso?

Katniss franziu a testa, e afastou levemente seu tronco do meu.

— Você ainda vai se divorciar, não vai? – perguntou, com uma ponta de desconfiança.

— Então. Exatamente sobre isso que precisamos conversar.

Ao dizer aquilo, senti o corpo de Katniss se tornar tenso em meus braços, enquanto seu olhar varria meu rosto, em busca de respostas.

— Eu pretendo, sim, me divorciar, pequena. Mas não é tão simples quanto parece – falei, subindo a mão lentamente pela lateral de seu corpo, tentando tranquiliza-la. – Johanna quer negociar nosso divórcio. Enquanto eu não aceitar ajuda-la com um problema, que ela fez questão de não me dizer o que era, ela pretende atrasar o processo. Johanna chegou a me ameaçar, dizendo que poderia alegar algumas coisas, perante o juiz, com certeza, se fazendo de coitada.

— Que tipo de problema você acha que ela se meteu?

— Algo grande o suficiente para obriga-la a voltar à Detroit, e pedir ajuda, justamente, pra mim.

— Você confia nela, a ponto de negociar? – perguntou Katniss, olhando em meus olhos.

— Não. Por isso tenho conversado com meu advogado, em uma tentativa de resolver isso, sem precisar muito dela. O fato dela ter ido embora, ainda prevalece, de certa forma. Mas com a Johanna na cidade, sem querer assinar o divórcio, isso pode levar tempo. Na verdade... Bastante tempo.

Katniss mordeu o lábio inferior, e passou a me estudar atenciosamente, completamente em silêncio.

Meu coração batia descompassado sob sua análise, e eu sentia minhas mãos suarem contra o tecido da minha camisa, no corpo de Katniss.

Eu havia prometido sinceridade, e se ela queria, realmente, voltar pra mim, Katniss precisava saber de tudo o que estava acontecendo, principalmente, quando se tratava do motivo do nosso término.

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Ela piscou lentamente, por algumas vezes, antes de dizer:

— Obrigada por me contar isso, mas, sinceramente, eu não me importo. Tempo, eu tenho de sobra – sua fala saiu suavemente. – Você me ama, certo?

— Mais do que qualquer coisa – respondi, sem pestanejar.

Ela sorriu.

— E eu te amo, muito mais do que eu imaginava. Você... Simplesmente move meu mundo, Peeta, e eu não vou aceitar que um detalhe de merda, de uma justiça lenta, nos separe assim – declarou, com as bochechas rosadas. – Seu divórcio é um problema, porém, nós vamos passar por ele, juntos.

— Mas... Se as outras pessoas descobrirem sobre isso, vão falar bastante... Sobre estarmos juntos, enquanto estou casado – avisei.

— Você se importa? – perguntou Katniss, com os olhos atentos em meu rosto.

— Não. Só estou dizendo isso, porque você não gosta de ter atenção sobre você – expliquei.

— Ninguém vai pagar minhas contas – respondeu, empinando levemente o nariz, o que me fez sorrir. – Nem eu estou pagando minhas contas, Peeta – ela deu de ombros, despreocupadamente. – Eu só estou cansada de me sentir vazia, sem você. Fica tudo muito preto e branco, e... Não consigo mais conviver com isso. Eu preciso de você, e ponto final.

Meu sorriso estava tão largo no final da frase de Katniss, que não me surpreenderia se meu rosto se partisse ao meio. Sem mais nada a dizer sobre aquele assunto, levei minha mão direita até sua nuca, e empurrei sua cabeça devagar, em direção a minha. Nossos lábios se chocaram, em um beijo sedento. Katniss sorriu contra minha boca, e se moveu em meu colo, até ficar de frente pra mim, sem interromper o contato de nossos lábios.

— Acho que podemos dar outro significado pra essa poltrona – disse em voz baixa, minutos depois, enquanto ela mesma erguia a camisa que cobria seu tronco.

— Mas nós não tínhamos que falar sobre...?

Katniss negou com a cabeça, rapidamente, me fazendo fechar a boca. Ela sorriu, soltando a peça de roupa no chão.

— Depois – declarou, voltando a me beijar, em seguida.

~||~

— Senti tanto a sua falta – murmurou Katniss, se encolhendo contra a lateral do meu corpo.

Com o braço ao redor de sua cintura, eu a apertei mais junto a mim, e beijei o alto de sua cabeça.

— E eu a sua, pequena – afirmei, deixando-a se acomodar, para usar o meu peito como travesseiro. – Você não tem ideia de quanta saudade você me fez sentir.

Ela moveu a cabeça, apenas para depositar um beijo rápido contra a minha pele, e voltou a se ajeitar, com o ouvido sobre o meu coração.

Ficamos um bom tempo daquela forma, e eu me questionava se Katniss havia pegado no sono, enquanto eu acariciava despreocupadamente suas costas, até que ela se manifestou:

— Manoela pretende vender o apartamento – murmurou.

— Qual? – perguntei, confuso.

Katniss suspirou profundamente, e ergueu a cabeça. Seus olhos estavam marejados, e tristes, deixando-me em alerta.

— Onde eu moro, Peeta – respondeu baixinho, piscando lentamente, fazendo as lágrimas ficarem presas em seus cílios. – Manoela comprou com meu pai, e... Disse que precisa do dinheiro.

— Ela está te despejando? – questionei, atônito.

Minha pequena soltou um riso silencioso, curto e sem humor, assentindo levemente, antes de voltar a deitar a cabeça em meu peito.

— Manoela disse que dará 5% do valor da venda pra mim, e mais 5% para Annie – comentou. – Mas o lugar é muito antigo. O preço deve estar lá embaixo. Tenho certeza que 5% não é nada – em sua voz estava nítida a tristeza e o tom de derrota. – Eu estou tão ferrada, que não sei nem como reagir.

Continuei estagnado, com a mão parada na base de sua coluna, e com o olhar perdido, enquanto sentia minha cabeça reagir rapidamente as novas informações.

— Sua irmã sabe? – perguntei, segundos depois.

— Manoela disse que não – respondeu.

— Então seria bom se vocês duas conversassem – sugeri. – Se preciso for, encontraremos um bom advogado na segunda-feira, e ele dirá a vocês o que fazer. Manoela não vai tirar você do apartamento. Isso eu garanto. Nem que tenhamos que contratar dez advogados – disse, desviando o olhar para Katniss novamente.

Ela estava com o queixo apoiado em meu peito, e me fitava com atenção. A tristeza em seus olhos havia desaparecido, e tinha um lindo sorriso – aquele, com covinhas –, em seus lábios rosados.

Sem dizer nada, Katniss me abraçou desajeitadamente, quase deitando sobre o meu corpo, escondendo o rosto em meu pescoço. Sorri, e a puxei pra mais perto, até tê-la sobre mim, e a abracei apertado, pela cintura. Senti quando ela sorriu contra minha pele, e me arrepiei quando Katniss suspirou.

— O que seria de mim sem você? – murmurou em meu ouvido.

Minha cabeça me levou ao dia em que usei quase a mesma frase com ela, e meu coração se apertou levemente.

— Digamos que você seria uma mulher triste, se eu não estivesse em sua vida – respondi com as mesmas palavras que Katniss utilizara há quase um mês.

Ela ergueu a cabeça, e me olhou nos olhos.

— Você estava certa, quando disse isso – falei, e Katniss piscou várias vezes, de maneira lenta. – Exatamente no mesmo dia, eu soube que eu seria um homem triste, sem você em minha vida.

Katniss ergueu a mão direita, e alcançou meus cabelos.

— E você está certo em dizer a mesma coisa. Sou uma mulher triste, sem você – ela sorriu brevemente. – Nunca mais saia da minha vida – pediu, penteando, devagar, meus fios de cabelo, com os dedos. – Mesmo que eu tente te chutar pra fora dela, me dê alguns chutes de volta, e fique, por favor.

Soltei um riso baixo.

— Tudo bem. Mas eu não vou te dar mais motivos pra me querer fora da sua vida – disse, convicto.

Ela deu um meio sorriso.

— Somos um casal de novo? – perguntei.

— Nem separados, nós deixamos de ser um casal, querido – Katniss roçou levemente o nariz no meu. – Mas se você quer saber se somos namorados de novo, a resposta é não.

Franzi o cenho.

— Não? – questionei.

— Não. Você não me pediu em namoro. Já bastou a primeira vez, que você se enrolou todo. Quero um pedido formal – Katniss piscou com o olho esquerdo pra mim.

Com a feição mais relaxada, e um sorriso torto nos lábios, eu rolei, cuidadosamente, com ela, sobre o colchão, até que eu estivesse sobre seu corpo.

— Katniss Everdeen – falei, polidamente, e ela sorriu. – Você me daria a honra de ser a minha namorada?

Ela semicerrou os olhos, e pareceu pensar.

— Peeta Mellark – Katniss começou a falar, segundos depois, passando os braços ao redor de meu pescoço. – Eu aceitaria ser, qualquer coisa que você me pedisse – disse com uma ponta de divertimento, e com as bochechas coradas.

Ri, e selei nossos lábios demoradamente.

— Vou me lembrar disso – avisei, voltando para o meu lugar.

— Pior que eu sei que vai – respondeu, e pelo seu tom de voz, eu sabia que Katniss sorria. – Mas acho que não me importo – declarou, apoiando a cabeça em meu peito, enquanto eu puxava o lençol para nos cobrir.

Sorrindo, beijei seus cabelos, e a aconcheguei contra o meu corpo.

— O importante é que você saiba, que eu cuidarei de você – falei baixo, pouco tempo depois, já acariciando suas costas.

— E eu darei tudo de mim, para cuidar de você – afirmou, sonolenta.

Voltei a sorrir, e fechei os olhos, sabendo que não demoraria nada para cair no sono.

Depois de longas semanas, eu podia voltar a dormir tranquilo. O amor da minha vida, adormecia em meus braços, parecendo se sentir segura no lugar onde estava, e eu sabia, que ela não estava errada, em se sentir assim.

Eu faria de tudo para cuidar de Katniss, e a protegeria de qualquer coisa que pudesse lhe fazer mal, e, com certeza, eu começaria pelo pior de todos os males: Manoela Cresta.