— Katniss. – uma voz grave, porém suave, me fez abrir os olhos devagar.

Demorei a perceber que ainda estava deitada em uma barraca, e demorei um pouco mais para notar que eu estava dormindo quase em cima do corpo de Peeta. Como se eu tivesse tomado um choque, eu rolei rapidamente para o lado, sentindo meu corpo cair sobre a cama improvisada dele, que não passava de um cobertor, o que, consequentemente, havia me causado uma pequena dor ao atingir o chão.

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— Ei. Calma. – ele disse divertido, e eu acabei virando o rosto para olha-lo. – Te assustei?

Respirei fundo e devagar, antes de olhar para o teto de lona e passar as mãos por meu rosto.

— Não foi, exatamente, você que me assustou. – falei corada, saindo da quentura do cobertor que nos cobria, e sentei. – Que horas são? – questionei, esfregando os olhos com a parte de trás dos meus dedos indicadores, antes de olhar de volta para Peeta.

Ele ergueu o braço direito, e com a mão esquerda, ele apertou o botão lateral do relógio que estava em seu pulso, fazendo a luz azul do mesmo acender, permitindo que Peeta enxergasse as horas. Ele virou a cabeça em minha direção, com um sorriso culpado nos lábios, depois de abaixar o braço.

— Quase quatro horas da madrugada. – Peeta soltou, e acabou rindo baixo.

Estranhamente não estava tão escuro. Talvez fosse o pouco da fogueira que ainda queimava do lado de fora, somado ao dia que clarearia em pouco tempo.

— Por que me acordou a essa hora? – perguntei claramente confusa, franzindo o cenho.

— Porque meu braço estava formigando. – ele riu um pouco mais. – Você se mexeu muito enquanto dormia, e deitou de mau jeito sobre ele. – explicou.

Senti meu rosto todo esquentar, mas não o respondi. Apenas suspirei, me movendo em seguida, até estar sentada em pose de meditação.

— Foi algum pesadelo? – Peeta perguntou, depois de me analisar por breves segundos.

— Não lembro. – disse sincera, bocejando. – É impressão minha ou parece que aqui já chegou o inverno? – questionei, estremecendo, enquanto esfregava uma mão na outra, tentando esquenta-las.

Senti um cutucão em minha cintura, o que me fez dar um pulinho, e parar o que estava fazendo. Virei o rosto para encarar Peeta, que sorria em minha direção. Antes que eu pudesse reclamar sobre sua provocação, ele se moveu, e seu braço alcançou meu corpo, passando por trás de mim, e ao redor da minha cintura. Em um movimento rápido, Peeta me puxou com certa força, me surpreendendo, e me fazendo cair desajeitada sobre seu corpo.

Minhas bochechas esquentaram instantaneamente, e meu coração acelerou, ao sentir seu abraço ao redor da minha cintura.

Me ajeitei sobre ele, para não machuca-lo, e olhei em seus olhos, dando um sorriso tímido.

— O que você quer, Peeta? – perguntei em um sussurro.

Ele soltou um riso, e me apertou.

— Só quero te esquentar, pequena. – respondeu, dando um sorriso torto.

— Acho que se eu entrar embaixo do cobertor, talvez me ajude de alguma forma. – elevei a sobrancelha esquerda, evitando sorrir de volta pra ele.

— Talvez se eu te beijar, também ajude. – rebateu.

Acabei sorrindo, mesmo sentindo que estava corada novamente, e me aproximei um pouco mais, deixando nossos narizes se tocarem. Fitei os olhos dele por mais alguns segundos, antes de entortar levemente a cabeça para a direita, e deixar nossos lábios se tocarem delicadamente. Peeta permaneceu atento, mas não fez menção de iniciar o beijo, assim como eu também não. Eu apenas me aproveitava da sensação gostosa que era sentir a quentura de seus lábios finos nos meus. Dei um meio sorriso, e me afastei alguns milímetros, apenas para voltar a olhar em seus olhos. Peeta sorrio de volta, e ergueu a cabeça, cortando a distância apenas para segurar meu lábio inferior entre os dentes e soltar, voltando a sua posição anterior.

Senti meu rosto, assim também como meu corpo, esquentar mais com seu ato, o que me fez fechar os olhos, sentindo algo se agitar em meu estomago. Respirei fundo, e assim que fiz menção de rolar para o lado novamente, Peeta me soltou do abraço, permitindo-me sair de cima dele.

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— Você está bem? – Peeta perguntou.

Abri os olhos, e virei o rosto pra ele. Sorri ao notar a preocupação estampada em sua feição.

— Estou. Só preciso me acostumar com... – mordi o canto esquerdo do lábio inferior. – Com nós dois. – completei, e desviei o olhar, enquanto tentava me enfiar embaixo do cobertor novamente.

— Eu te ajudo a se acostumar rapidinho. – ele respondeu divertido, e eu voltei a olha-lo. – E não estamos fazendo nada que já não tenhamos feito antes. Trocamos alguns beijos. A diferença é que eu já não me sinto inseguro por beija-la.

Peeta me puxou devagar, até eu estar sobre seu braço de novo. Dessa vez me ajeitei até estar com a cabeça encostada em seu ombro.

— Acho que isso é a melhor parte. – falei timidamente, escondendo o rosto em seu pescoço. – Ser pega de surpresa, sem precisar ficar me martirizando por ter sido beijada por um amigo. – ri silenciosamente, quando o ouvi rir.

Minha fala contra sua pele, havia causado arrepios em Peeta, mas ele não disse nada. Apenas me apertou contra a lateral de seu corpo.

— Você realmente me considerava apenas um amigo? – perguntou.

— Eu tentei. – ergui a cabeça para poder olha-lo. – Mas... – voltei a esconder o rosto em seu pescoço, sentindo-me envergonhada pelo o que eu diria em seguida. – Toda vez que você chegava perto demais, quase me beijando, parte de mim cedia.

— Então por que você parecia fugir de mim?

— Porque eu tentava fugir. – falei sinceramente.

— Na festa de Halloween, foi apenas você fugindo então?

Voltei a elevar a cabeça, e o olhei.

— Aquele dia eu só fugi por culpa do local em que estávamos, e pela quantidade de gente. – confessei. – Em outra situação... Eu teria deixado acontecer. – com certeza eu ainda estava corada, mas permaneci com os olhos nele.

— Você realmente não gosta de se expor, não é? – questionou, analisando meu rosto.

— Nunca gostei. – passei meu braço sobre seu abdômen, e deixei meu rosto se esconder novamente em seu pescoço. – É horrível.

Peeta ficou em silêncio por alguns instantes, e eu continuei imóvel, apenas sentindo o cheiro gostoso de sua pele em minhas narinas.

— Posso perguntar uma coisa? – ele voltou a falar.

— Claro. – respondi em tom baixo, fazendo-o se arrepiar novamente.

— Você não vai querer contar pra ninguém sobre nosso namoro, não é? – indagou.

Me movi, elevando levemente meu tronco, para poder enxergar melhor o rosto de Peeta.

Eu tinha muitos motivos para dar preferência a privacidade, e o maior deles denominava-se Annabelle. Assim que ela ficasse sabendo sobre nós dois, eu passaria mais vergonha do que o necessário, e momentaneamente, isso não estava nos meus planos, já que a vergonha que eu sentia com Peeta, não chegava nem perto da vergonha que minha irmã me fazia passar desde sempre.

Mordi o lábio inferior, ainda analisando a feição tranquila dele.

— Você se chatearia com isso? – perguntei.

— Claro que não. – Peeta sorrio pra mim. – Sei que sua irmã não ajudaria em nada.

— É exatamente por culpa dela. Os outros até brincam comigo, mas a Annie... – suspirei. – Eu a amo, mas ela é terrível. – balancei levemente a cabeça. – Eu cheguei a pensar em te falar sobre o assunto, mas não sabia como dizer. – confessei, e logo senti sua mão tocar minha cintura. – É temporário. Eu prometo.

— Por mim tudo bem. – Peeta disse, empurrando-me para o lado com delicadeza, fazendo meu coração acelerar novamente, assim que ele se pôs sobre meu corpo, apoiando uma mão de cada lado da minha cabeça. Mordi o canto do lábio inferior, vendo-o se aproximar. Seu rosto se aproximou do meu ouvido esquerdo. – Vou gostar da ideia de te beijar as escondidas. – ele sussurrou, causando-me arrepios. Peeta moveu a cabeça, ficando cara a cara comigo. – Talvez você também goste. – ele deixou seu corpo pesar levemente sobre o meu, mantendo o restante do seu peso apenas com sua mão esquerda, enquanto, com a mão direita, ele alcançava a lateral do meu pescoço. – Não acha? – questionou, deixando seus dedos tocarem a lateral do meu rosto.

Minha respiração estava alterada, mas acabei sorrindo pra Peeta, que não deixou de sorrir pra mim. Eu apenas afirmei com a cabeça, tentando me concentrar nas novas sensações que ele me causava, e não na vergonha que se alastrava por todo o meu corpo.

Peeta manteve o sorriso intacto, e se aproximou mais, fazendo-me fechar os olhos. Nossos lábios se encontraram em um beijo que se iniciou logo, em um ritmo lento. Eu sorri contra sua boca, e alcancei a borda do cobertor, cobrindo melhor suas costas. Em seguida subi as mãos por baixo do mesmo, alcançando a nuca de Peeta.

Talvez eu não tivesse muito com o que me acostumar. Não quando as coisas pareciam simplesmente fluir entre nós dois.

~||~

— Será que eles vão saber que estamos aqui? – Peeta perguntou.

— Acho que sim. Nossas coisas não estão mais lá. Não teria outro lugar para estarmos. – dei levemente de ombros, apertando a mão dele, que estava presa a minha desde que iniciamos a descida até a praia.

Depois que acordamos na madrugada, nós não voltamos a dormir. Trocamos alguns beijos, e conversamos um pouco, até Peeta dar a ideia de descer a trilha, assim aproveitaríamos parte do nascer do sol quando chegássemos à praia.

Estávamos há alguns minutos, sentados na areia, apenas observando o horizonte. Nossas mochilas estavam jogadas de qualquer jeito próximas a nós dois, e não havíamos trocado nenhuma palavra desde que chegamos a praia, até Peeta questionar sobre os outros.

— A não ser o resto da ilha. – Peeta me respondeu, e eu virei o rosto para olha-lo. Ele já me olhava, com um sorriso torto, e não perdeu tempo, em unir nossos lábios em um beijo rápido. – Podíamos achar algum lugar na ilha. – voltou a falar assim que se afastou de mim. – Moraríamos aqui, e viveríamos de pesca. – ele sugeriu sério, mas eu acabei rindo. – Não estou brincando. Assim poderíamos ficar a sós, sem precisarmos nos preocupar com os outros. – sussurrou, olhando em meus olhos.

Mordi o canto do lábio inferior, e deixei meus olhos passearem por seu rosto.

— Estamos namorando há algumas horas, e você já quer ficar a sós comigo? – fingi incredulidade, mas acabei corando com a minha própria piada.

Peeta soltou uma risada quase sem som, e puxou minha mão, que ele ainda segurava, até ter o dorso dela contra seus lábios.

— Desculpa. – murmurou, abaixando nossas mãos, e descendo seu olhar até elas. – Não quis dar a entender outra coisa. Foi brincadeira.

O que raramente acontecia, acabava de acontecer. Peeta estava completamente sem graça, e eu chegava a crer que suas bochechas haviam corado também, o que me fez rir silenciosamente.

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— Como você consegue? – questionei, fazendo-o erguer os olhos pra mim. Ele pareceu confuso, com as sobrancelhas ligeiramente unidas. – Ser tão fofo. – respondi sua pergunta muda, mordendo o lábio inferior.

— Acho que é um dom. – Peeta respondeu, dando um sorriso divertido, e piscou com o olho direito pra mim.

— Convencido. – comecei a mover meu dedo médio, acariciando a pele das costas de sua mão, enquanto o analisava. Ficamos em silêncio, apenas nos olhando, até que eu decidi voltar a falar. – O que te fez me dizer aquelas coisas ontem? – perguntei.

— Eu estava esperando o momento certo. – respondeu, virando o rosto para frente, e parando seus olhos no horizonte. – Mas ele nunca parecia chegar. – o corpo de Peeta balançou levemente com um riso silencioso. – Ai acabei soltando sem querer sobre sentir algo por você, e você insistiu tanto... – ele voltou a virar a cabeça para me olhar. – Eu não conseguiria mentir.

— Poderíamos estar namorando há mais tempo se tivesse me dito antes. – brinquei, dando um sorriso.

— Acho que você não estava preparada para ter um Mellark só pra você. – respondeu, com um sorriso convencido. – É algo esplendoroso demais.

— Você não para né? – soltei sua mão, para dar um tapinha em seu braço. – Não sei como aguento.

Ele havia recuado assim que o acertei, e ria, enquanto eu o encarava com a feição séria.

— Você aguenta porque é louca por mim. – Peeta retrucou.

Estreitei os olhos, e o empurrei com força, fazendo-o cair de costas na areia.

— Ai. – resmungou, olhando pra mim.

— É pra você aprender a ser menos convencido. – quando fiz menção de ficar em pé, senti a mão de Peeta segurar meu pulso.

Voltei a olha-lo, notando seu sorriso torto surgindo aos poucos. Contive um suspiro, e me mantive imóvel, encarando-o. Ele demorou para agir, mas dessa vez não me surpreendeu quando me puxou um pouco mais. Eu cedi facilmente ao seu pedido, e deixei meu corpo se curvar em sua direção, até ter o rosto próximo ao dele.

— Você gosta menos de mim quando estou sendo convencido? – questionou em voz baixa.

— Com certeza. – menti, fazendo-o arquear as sobrancelhas em surpresa. Ri baixo, e me aproximei mais, roçando nossos lábios. – Claro que não, Peeta. – respondi, sentindo sua respiração quente. – Eu te conheci assim, lembra? – questionei, afastando-me levemente para olha-lo.

— Justo. – ele afirmou com a cabeça. Sua mão soltou meu pulso, e deslizou até estar em minha cintura. – Você está sentindo aquela felicidade momentânea? – perguntou.

Dei um pequeno sorriso, e balancei a cabeça em negativa.

— Não acho que seja momentânea. – respondi quase em um sussurro, sentindo minhas bochechas corarem.

O sorriso de Peeta foi tão largo, que não consegui me conter, e acabei unindo nossos lábios de vez. Ele não chegou a corresponder de verdade, e não demorou a me empurrar, fazendo-me cair deitada ao seu lado.

— Peeta. – resmunguei, mas não tive tempo para reclamar mais.

Logo seu corpo estava sobre o meu. Seu rosto estava com uma expressão feliz, acompanhando o sorriso sincero em seus lábios. Suas mãos foram parar uma de cada lado da minha cabeça.

— Eu vou levar areia pra casa desse jeito. – dei um meio sorriso ao notar que a areia das roupas dele, caiam sobre mim. – Você vai limpar, caso isso aconteça.

Peeta se aproximou mais, e roçou o nariz contra o meu.

— Sou seu namorado, não seu empregado. – sussurrou, me fazendo estreitar os olhos. Ele se afastou para me olhar, e soltou uma risada gostosa. – Eu faria qualquer coisa por você, Katniss. Até limpar seu apartamento. – falou parecendo sincero, me fazendo corar instantaneamente.

Peeta sorrio pra mim, e se aproximou devagar. Eu estava pronta para fechar os olhos, quando ele ergueu a cabeça, desviando o olhar em direção a trilha. Em seguida seu corpo já não estava mais sobre o meu. Virei o rosto para olha-lo, podendo vê-lo sentando ao meu lado.

— Eu disse que precisávamos fugir para ficarmos a sós. – Peeta comentou.

Sentei devagar, com o cenho franzido, e virei a cabeça para trás. Madge vinha na frente, sendo seguida por Gale. Logo Annie e Finnick apareceram também. A distância era grande entre nós e os quatro, mas fazia sentido o afastamento repentino de Peeta. Se conseguíamos vê-los com facilidade, eles também nos veriam.

— Acha que alguém...? – comecei a falar, virando o rosto para olha-lo.

— Não. – Peeta me cortou. – Vi quando Madge apareceu. – ele deu de ombros.

— Como conseguiu? – questionei confusa. – Eles estão longe.

— Eu estava atento. – respondeu, dobrando as pernas, e apoiou os braços cruzados sobre os joelhos. – Você está me devendo um beijo. – falou baixo, enquanto encarava o horizonte.

— Eu? Por quê? – perguntei, olhando pra frente também.

— Apenas aceite que você está. – notei seu sorriso, só por ouvir sua voz, o que me fez sorrir também.

— Tudo bem. – respondi, mordendo o canto do lábio inferior.

Ficamos em silêncio, aguardando a aproximação dos outros.

— Como assim vocês descem sem avisar? – Annabelle questionou, aparecendo em nossa vista.

— Viemos tentar encontrar o alce de ontem. – Peeta mentiu, abaixando as pernas e descruzando os braços. Ele ergueu os olhos para minha irmã, que pareceu confusa com a resposta. – O alce que vimos entrar na água. Katniss contou pra todo mundo, enquanto comíamos ao redor da fogueira. – ele elevou a sobrancelha. – Você está bêbada ainda, Annie? – questionou, e eu precisei segurar o riso.

— Claro que não. – ela retrucou. – E quem disse que eu fiquei bêbada ontem?

— E então? Encontraram? – Madge perguntou cortando Annie e Peeta.

Virei o rosto na direção dela. Mad parecia melhor do que ontem, mas algo em seus olhos ainda pareciam gritar, dizendo que algo estava errado.

— Não. – respondi. – Mas nem chegamos a procurar muito. Minhas pernas estão acabadas.

— Acho que de todo mundo está. – Madge sorrio brevemente pra mim.

Eu a analisei cuidadosamente, tentando obter respostas.

— Faltam alguns minutos para o barco chegar. – Finnick se manifestou, desviando minha atenção para ele. – Alguém com fome? – perguntou, sentando ao meu lado.

— Eu. – Gale respondeu, enquanto meu cunhado retirava um saco de papel da mochila.

Todos acabaram sentando na areia, esperando o barco para nos levar embora. Os minutos passaram rápido, entre brincadeiras idiotas dos meninos, e olhares discretos que Peeta me lançava, sempre acompanhado de um sorriso.

— Você sabe que eu vou precisar me controlar muito para não beijar você na frente dos outros, não é? – seu sussurro em meu ouvido me fez estremecer da cabeça aos pés.

Os quatro andavam a minha frente, em direção ao barco, e Peeta estava logo atrás de mim, enquanto eu caminhava devagar, aproveitando distraidamente a brisa que vinha do mar, até seu sussurro me trazer de volta à realidade, pegando-me desprevenida.

Mordi o lábio inferior, ao sentir um beijo rápido no lóbulo da orelha. No segundo seguinte, Peeta já passava a minha frente, fazendo-me xinga-lo mentalmente por mexer comigo daquele jeito.

Quando me aproximei do barco, ele estava parado do lado de dentro, com a mão estendida, esperando para me ajudar.

Segurei sua mão, e com cuidado, eu entrei, parando a sua frente. Encarei seus olhos azuis, e Peeta sorrio pra mim.

— Você se controlar, significa que terei que aguentar suas provocações em troca? – questionei baixo.

— Talvez. – ele deu um sorriso torto, e se aproximou, beijando minha testa. – Você irá descobrir.