Our destiny

Nymeria


Na companhia de Samwell Tarly, Jon Snow parou em frente ao quarto do primo e bateu na porta. Como não obteve qualquer resposta, decidiu entrar. – Bran, me disseram que queria falar comigo.

— Jon, mas o quê... – Sam, olhou para o amigo e os dois caminharam silenciosamente até a cama onde o menino estava deitado.

Mantendo o olhar fixado no garoto, os dois homens tentavam entender as palavras desconexas que saltavam de sua boca.

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— Eles vêm em marcha através da muralha... Fogo azul... fogo de dragão! A morte vem e ele é a resposta, deixe-o vir...

— Jon, acha que devemos chamar o Meistre? - Sam olhava intrigado para os olhos completamente brancos do Stark à sua frente.

— Não Sam, deixe-o falar.

— Fogo de dragão... entregue-o! Eu vou ajudar... a rainha, ela vem! Ela o quer, deixe-o vir! Sangue de dragão, a morte vem... a morte vem!

O garoto silenciou e saiu de seu transe assim que a imagem do rei da noite surgiu em sua mente.

— Bran... – O primo se aproximou e se sentou na cama em que o Corvo estava.

— Jon, o rei da noite está cada vez mais perto. Seu exército está ainda maior e ainda há algo que não consigo compreender. Eu vi chamas azuis e a muralha se despedaçando.

“Fogo azul, fogo de dragão”. Foi o que você disse. – Sam falou e olhou para o garoto. – Pelo que sei, os dragões cospem fogo com chamas amarelas e alaranjadas. Bom, na verdade, eu nunca vi nenhum dragão cuspindo fogo. Os da Targaryen nunca o fizeram na minha frente. E todos os livros que encontrei sobre o tema dizem a mesma coisa. Nunca li nada a respeito de chamas azuis.

— Eu não sei, foi tudo muito rápido. Vi chamas azuis atravessando a muralha e em seguida ela veio ao chão. Depois, vi o exército de caminhantes dizimando os homens da patrulha.

— E você não consegue nos dizer quando isso acontecerá? – Jon se levantou.

— Não, mas sei que o dia se aproxima. Eu sinto dentro de mim cada vez mais forte a presença da morte. O frio está mais cortante do que nunca, como mil agulhas atravessando minha pele a cada sopro de vento. Os animais da floresta também estão sentindo sua presença; os lobos, os cães e os cervos estão deixando o Norte rumo ao Sul, as aves também já partiram.

— Sim Bran, eu percebi. Os selvagens que ficaram no Forte Pavor já estão reclamando da falta de caça. Tormund diz que seus homens já não comem carne há dias e que os grãos estocados estão próximos de acabar. Mais dois meses e não haverá mais provisão para os que estão acomodados naquele lugar. – Jon se lembrou da conversa que tivera dias atrás com o líder dos selvagens.

— Bran? – Sam o chamou. – E quanto à “rainha”? Você disse "a rainha o quer". De que rainha está falando? Está falando de sua irmã, da Targaryen ou da Lannister? E o que ela quer?

— Eu não sei, eu simplesmente não sei... Como eu disse, desta vez me perdi em meus pensamentos. – O menino olhou para o primo e depois desviou seus olhos para baixo. Ele contara uma mentira. Sua visão havia sido confusa, mas ele sabia muito bem a imagem de qual rainha estava em sua mente. Ele só não podia revelar para ninguém o que estava prestes a acontecer. Apesar de ter recebido pouco treinamento com o antigo Corvo de três olhos, o menino sabia que ele não poderia interferir diretamente nos eventos que estavam para acontecer. Cabia a ele entender cada peça do quebra-cabeça que era o futuro e agir somente quando fosse a hora certa. Se ele tomasse alguma atitude agora, destruiria qualquer chance de salvar a humanidade.

— Tudo bem Bran, vamos deixar isso de lado por um instante. Me diga, por que nos chamou até aqui? – Jon aguardou resposta.

O Stark esperou que Sam se sentasse numa cadeira próxima e revelou o motivo daquele chamado. – Vocês precisam ir até a Mata dos Lobos, levem a Arya com vocês. Fantasma também deve ir.

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— Por quê? – O rei quis saber.

— Nymeria está ferida e deve ser resgatada. Ela precisa voltar para nossa irmã.

— De que forma eu serei útil? – Sam se mostrava aflito e ansioso por ter sido requisitado numa missão como aquela.

— A loba está muito ferida e não aguentará chegar até aqui sem antes receber alguns cuidados. Ela tem pouco tempo, vocês precisam ser rápidos. Ela está perto do riacho escondida na caverna de pedras. – Bran falou e logo antecipou a resposta da pergunta que o primo estava prestes a fazer. – Fantasma precisa ir para que Nymeria se sinta segura como vocês. Ela irá reconhecê-lo e saberá que vocês não a machucarão ainda mais.

— Está bem, nós iremos. – Jon se levantou e olhou para o amigo. – Sam, pegue tudo o que puder com o Meistre, busque Fantasma e me encontre nos portões da fortaleza. Só preciso avisar Sansa que iremos sair por um momento.

— Jon... – Bran o chamou antes que ele saísse para fora do quarto. – A Targaryen, peça para ela vir até aqui, por favor. – O garoto viu o primo anuir e sair porta a fora.

— Meu amor, eu... - Jon empurrou a porta de seu quarto e paralisou por um instante tentando entender o que seus olhos viam.

Daenerys Targaryan estava parada diante da cama onde Sansa dormia. Ao perceber a presença do rapaz, a rainha se virou assustada.

— Majestade, o que faz aqui? Precisa de ajuda com algo? – Olhando para a esposa que dormia tranquilamente, Jon falou baixo para não acordá-la.

— Não, eu não preciso de nada. Só queria saber como sua senhora está passando. Acabei de entrar e a vi descansando. Eu já estava prestes a sair do quarto quando você entrou. – Daenerys sorriu encabulada. Seu coração estava disparado e as bochechas quentes pelo sangue que subira até sua face. – Ontem mesmo eu ia lhe perguntar sobre ela, mas você não desceu para o jantar. As criadas não sabiam de nada e eu não encontrei a moça que ajuda lady Sansa.

— Gilly?

— Sim, como não a vi em lugar nenhum, decidi vir até aqui para saber se ela está bem. – Daenerys caminhou até a porta onde Jon estava. – Eu o esperei para o jantar... – Ela tocou em seu braço. – Queria tratar de alguns assuntos.

— Me desculpe, Majestade, o meistre havia me avisado sobre a contração que ela teve.

— Uma falsa, me disseram. Sua criança não nascera agora, Jon Snow. – Ela cruzou as mãos na frente do corpo e sorriu.

— Sim, eu sei, mas mesmo assim decidi fazer-lhe companhia. Sansa não tem dormido bem nos últimos tempos. Ela acorda a todo momento, sempre assustada e angustiada com seus pesadelos. – Peço desculpas por tê-la feito esperar por mim. Eu deveria ter mandado alguém avisar que eu não desceria mais. – Jon foi sincero em suas desculpas, pois no dia anterior, quando o chamaram até a torre do rei para ver a esposa, ele sequer se lembrou de seus compromissos e obrigações. Mesmo sabendo que seu filho não nasceria naquele dia, ele resolveu ficar com a esposa. Almoçaram juntos e passaram o resto da tarde conversando e planejando o futuro. No cair da noite, ele adormeceu com ela em seus braços e só acordou quando a luz da manhã bateu em sua janela.

— Tudo bem, eu compreendo. – Daenerys olhou para Sansa e depois para o rei. Ela tem sorte em tê-lo como marido. – Dentro de si, a Targaryen tentava ocultar o desapontamento por não ter podido passar aquela noite na companhia do Lobo Branco. Em seus planos, os dois jantariam e depois se reuniriam no escritório para discutirem sobre o ataque contra os caminhantes. Mais cedo, ela mandara Lenna levar para o escritório duas garrafas de vinho tinto, uma de Lys e outra, de um Dornês que ela trouxera de Pedra do Dragão. As bebidas fortes a ajudariam a deixá-lo mais envolvido e aberto às suas intenções. Mas, como seus objetivos foram frustrados, a loira foi obrigada a comer com Jorah e Davos, depois, saiu sozinha do castelo para ficar na companhia de seus dragões. – Eu já vou indo, Jon Snow. Quando lady Sansa acordar, diga que estimo sua saúde e também a de sua criança.

— Obrigado. Eu direi. – Assim que ela deu um passo para fora do quarto, ele a chamou – Majestade, antes que vá... meu primo pediu para ter uma conversa com a senhora. Quando for possível, peço que vá até seu aposento. – O moreno a viu assentir e sair pelo corredor.

— Sansa? – Jon se aproximou da cama e se sentou na beirada. – Meu amor?

— Jon? O que houve?

Ele pegou em uma de suas mãos e a beijou. – Desculpe por acordá-la, meu amor. Sei que ainda é muito cedo, mas eu vim para avisá-la. Preciso sair do castelo por algumas horas.

— Vai até a vila?

— Não, vou me encontrar com Tormund, ele precisa de ajuda com seus homens. – Pela primeira vez na vida Jon se viu obrigado a mentir para a esposa. Ele não podia contar a verdade e deixá-la preocupada com o que ele estava prestes a fazer. Sansa confiava em Fantasma, mas ele sabia que ruiva não aprovaria a ideia de ir em busca da loba selvagem. - Prometo que volto ainda hoje. - Desta vez, ele a olhou nos olhos. - Eu te amo.

— Eu também... Ai! – Sansa reclamou e logo deu um sorriso. – Jon, veja... – Ela se livrou das cobertas e colocou a mão do marido sobre sua barriga - Ele sabe que você está aqui e não para de se mexer.

— Já está pronto para sair? – Ele sorriu e desabotoou os botões centrais da camisola da mulher. Tocando sua pele nua, sentiu um movimento ainda mais forte. – Eu estarei aqui para recebê-lo, meu filho. - Depois, Jon beijou seu ventre e a olhou encantado.

— Eu te amo. – Os lábios da garota se moveram em silêncio.

— E eu amo vocês. – Jon se despediu de sua rainha e partiu em busca da prima mais nova para cumprirem o que Bran havia pedido.

Jon bateu na porta do quarto da Stark e não a encontrou. Foi até o pátio e viu suas alunas treinando sozinhas. Depois de perguntar para algumas delas, descobriu que a menina havia se dirigido para o antigo celeiro. Caminhando até aquele lugar, o rapaz não parava de pensar na estranha situação que presenciara mais cedo; Daenerys dentro de seu aposento, observando sua esposa foi algo que ele não conseguia compreender. A resposta dada pela Targaryen foi um tanto absurda, pois ele sabia que as duas não tinham intimidade e muito menos, possuíam um vínculo de amizade a ponto de frequentarem o aposento uma da outra. Em suas conversas, a ruiva sempre deixava bem claro suas reservas em relação mãe dos dragões. Ela não confiava inteiramente em suas intenções de ajudá-los na luta contra o rei da Noite. Certa vez, Sansa o alertou para as pequenas mudanças no comportamento de sua hóspede. – “Ela me enche de perguntas e agora usa seus cabelos como o meu”. — Jon se lembrou de sua fala. Mas assim que chegou à porta do celeiro aqueles pensamentos se esvaíram de sua cabeça. – Arya? – Ele falou alto.

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— Droga... – Gendry soltou a menina imediatamente e ela se moveu de cima de seu corpo e se sentou ao seu lado.

— Sete infernos... – Com a cabeça abaixada, a menina praguejou e agradeceu aos deuses por ainda estarem vestidos.

Jon não se atreveu a entrar no lugar. Ficou do lado de fora esperando que os dois saíssem de lá.

— Não quero falar sobre isso! – Arya falou cheia de ímpeto assim que chegou aonde o rei estava.

— Sim, nós falaremos sobre isso. – Ele apontou para ela e depois para o ferreiro que ainda estava do lado de dentro do galpão. – Nós falaremos sobre tudo isso, mas não agora. Há algo que precisamos fazer.

— Tudo bem. Gendry pode vir? – Arya mal pode acreditar em sua própria audácia por fazer um pedido como aquele. Se arrependendo logo em seguida, teve certeza o primo o mataria na primeira oportunidade que tivesse. – Quer saber... não precisa.

— Ele pode vir. - Os deixando para trás, Jon falou e saiu caminhando apressadamente para os portões da fortaleza.

- Sorrindo como crianças pegas em suas travessuras, o casal precisou correr para alcançá-lo.