Our destiny

Planos futuros


Daenerys tirou suas roupas e entrou no banho. Deitou-se na banheira e deslizou seu corpo para baixo até que sua cabeça também ficasse completamente submersa na água. Ao longe, ouviu a voz abafada de Lenna a chamando.

— Majestade, não entre! Ainda não temperei a água. Pelos deuses, a senhora irá se queimar! Majestade?! – A jovem correu assustada em sua direção.

— Eu sou a mãe dos dragões, a não queimada... – Daenerys voltou à superfície e respondeu sem ao menos olhar para a garota que parecia querer chorar com aquela cena.

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— Vossa Graça, me perdoe, a água está quase fervendo. Me perdoe por não tê-la avisado. – A aia falava baixo e sua voz trêmula mostrava pavor. Se a rainha tivesse se queimado, a culpa seria inteiramente sua.

— Não seja estupida, menina, eu estou bem! – A loira a olhou com desprezo.

Lenna não fazia a menor ideia do porque a rainha a estava tratando com tamanha rispidez. Desde que chegara a Winterfell, a Targaryan sempre fez questão de tratá-la com cortesia e educação e volta e meia lhe fazia perguntas a respeito da vida no Norte. Perante os outros criados, a aia se gabava por estar se tornando uma espécie de confidente da realeza. Tudo o que a mãe dos dragões lhe perguntava, ela respondia prontamente. Todos os detalhes que ela sabia sobre o rei e a rainha do Norte foram revelados sem a menor cerimônia. Certa vez, Daenerys passou quase uma noite inteira perguntando sobre a vida de seus soberanos. Quis saber sobre a gravidez da rainha, sobre seus gostos pessoais e principalmente, sobre o relacionamento que ela mantinha com o marido. A menina lhe garantiu que o casal fora obrigado a se casar para que o bastardo mantivesse seu posto como rei e protetor do Norte. – Eram irmãos, majestade! - Ela contara. - Irmãos que viraram primos. Nunca os vi esboçando um sorriso para o outro. O rei sempre preferiu a prima menor. Eu sempre os via aos risos pelo pátio, conversando e lutando com as espadas... Já com lady Sansa seu comportamento era diferente. Ouvi boatos de que ela sempre o desprezou quando eram crianças. Se casaram para proteger o Norte...duvido que ela o ame. - Fungando o nariz, Lenna espantou aqueles pensamentos e se lembrou de algo que talvez pudesse agradar a mãe dos dragões, quem sabe assim, ela voltaria a tratá-la bem novamente.

— Vossa Graça, eu trouxe o que me pediu; os óleos perfumados que a rainha Sansa usa. Minha irmã Mary me disse que o de flor-de-mel e o de jasmim são seus preferidos. Também falou que ela gosta de pingar algumas gostas do óleo de baunilha em seus cabelos assim que os lava.

— Ótimo. Eu irei usá-los esta noite. – Daenerys tinha os olhos vidrados e seus pensamentos pareciam perdidos. – Despeje-os na água e saia daqui. – A loira falou e novamente enfiou sua cabeça sob a água quente. – Ele tem o sangue do Dragão. É filho do meu irmão e poderá reivindicar o trono de ferro... eu o mataria no mesmo instante!— Daenerys pensou, mas logo sua mente lhe sugeriu algo muito mais vantajoso. - A restauração da minha casa... posso legitimá-lo, nos casaríamos e os Targaryans reinariam novamente. Juntos, como sempre foi durante tantos séculos. – A ideia lhe veio junto com a falta de ar e ela foi obrigada a voltar à superfície novamente. Respirando profundamente, sentiu o ar frio lhe gelar a pele. – Poderíamos nos casar, mas e quanto à Stark e seu herdeiro? Ela não o ama, a aia me disse...— De súbito, Daenerys se ergueu da banheira e saiu andando nua pelo quarto até chegar ao espelho próximo à lareira. Em seu reflexo, viu a água evaporando de seu corpo como névoa fina e translúcida. Olhando para cada centímetro de sua figura atestou que continuava bela como sempre fora. Seu corpo pequeno e delicado ainda se mantinha bem desenhado. Ela deslizou suas mãos pelo pescoço, por seus seios e contornou as curvas de sua cintura. Com a destra, tocou sua intimidade e se lembrou que a muito tempo não recebia a atenção de um homem. Daario havia sido o último. Ele era bom no que fazia, mas ela sentiu que apenas um corpo masculino não seria o suficiente para satisfazê-la, ela queria mais, precisava de mais, precisava sentir algo semelhante ao que teve com o marido Dotraki. Queria poder amar quem a estava amando. – Eu poderia amá-lo...— Pensou no rei do Norte e fechou seus olhos. Com a mão ainda sobre sua feminilidade deixou sua imaginação a levar para bem longe.

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Quando Lenna voltou para seu aposento, a Targaryen já estava enrolada em seu roupão pronta para ser vestida e penteada. – Use a baunilha em meus cabelos. E traga o vestido vermelho. – A aia a colocou num vestido de veludo carmim escuro. Seu torso era formado por um corpete repleto de pequenas escamas cintilantes. A beirada de suas longas mangas também estavam envoltas pelo mesmo padrão de escamas.

— Irá usar seu casaco, majestade?

— Não. Apenas minha capa. Traga a branca e vermelha e pegue o maior broche que encontrar. – Daenerys trazia um olhar lascivo e determinado. – Lady Sansa irá se juntar a nós durante o jantar?

— Acredito que não, Vossa Graça. Ela passou a maior parte do dia em seu próprio aposento e não acho que ela descerá todas aquelas escadas.

— É uma pena... – Mentiu. A loira se contentou com aquela informação, pois ela havia passado o dia todo remoendo sua raiva por ter tido sua reunião com o Lobo Branco interrompida pela ruiva. Sansa havia mandado chamar o marido. “Uma falsa contração”. Foi o motivo que o fez deixá-la falando sozinha e sair correndo feito um louco até a torre do rei.

Está pronta, majestade. – Lenna falou e a olhou dos pés à cabeça.

Daenerys caminhou novamente até a frente do espelho e se viu impecável; seu cabelo meio preso ostentava tranças nortenhas. Sua capa presa com o broche de sua casa encobria boa parte de seu belo vestido, mas isso não era um problema, já que ela tinha planos de tirá-lo o mais breve possível. – Eu vejo sua devoção à Stark, Jon Snow, mas ela não o ama... eu posso amá-lo e juntos mudaremos a história do mundo, eu vou reparar todas as injustiças que foram cometidas por nossos tolos antepassados, as injustiças que foram cometidas comigo e com você. Seu filho poderá ser meu filho também... Ele será um dragão, ainda que tenha o sangue de lobos e peixes... Ele herdará nossas conquistas. Não me importarei em criá-lo, já que meu próprio ventre não nos trará nenhuma criança...

­— Majestade? – Lenna a chamou e Daenerys voltou a si. – O jantar será servido em breve.