Doce Irmã

Compondo músicas...


Hoje eu acordei com o despertador do meu celular. Me levantei e fui fazer as minhas higienes matinais. Me vesti com uma blusa preta com uma caveira, um short branco e uma bota preta. Prendi o meu cabelo em um rabo de cavalo e desci para preparar o café da manhã.

Quando terminei de preparar o café os rapazes desceram. Vieram para a cozinha e nos sentamos para comer. Só dissemos bom dia um pro outro e quando terminamos de comer cada um foi pro seu quarto.

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Eu peguei o meu violão e resolvi tentar fazer minha própria música. Me sentei e posicionei o violão em meu colo. Comecei só tocando no ritmo que eu queria e comecei a cantar:

Antigamente, só era eu.
Era invisível.
Ninguém me via.
Fui rejeitada muitas vezes.
Uma família nunca tive.

Após dezessete anos.
Isso mudou.
Não acredito.
Meu pesadelo acabou.
E um sonho começou.

Amigos nunca tive.
Me achavam estranha.
Família também não.
Me rejeitavam.
Sem motivo nenhum.

Mas agora... Agora...
Não sofro mais.
Porque isso mudou.

Terminei a música com mais algumas notas no violão. Encostei o meu violão na parede e fiquei pensando um pouco sobre essa música que eu compus.

-Será que ficou boa? -eu me perguntava em voz alta -Eu nunca compus uma música antes, deve ter ficado um lixo... Certeza...

-Pode apostar que não... -alguém falou.

Eu olhei pra porta e vi o Armin ali, me olhando.

-A-Armin... O que você tá fazendo aqui? Desculpe se te atrapalhei em alguma coisa... -falei um pouco enrolado.

-Pode ter certeza que não me atrapalhou... Eu gosto de música, e quando ouvi você cantando o começo da música, eu achei legal... Então vim ver... -ele disse encostando na porta.

-A música não ficou tão boa assim... Eu só tento colocar os meus sentimentos no que eu faço... -falei me virando de costas.

-Clara... Quando você morava no orfanato, eles te maltratavam? -perguntou.

-Não, não... Eu só... Fico triste de lembrar, que eu morei lá desde que eu nasci... E sempre fui rejeitada pelas famílias que iam lá adotar uma criança... -comecei -Eu sempre me culpava por isso, achava que ninguém me queria porque eu era feia, era estranha... Mas em um certo dia, tudo mudou... -disse ainda de costas.

-E esse dia, no caso... Foi quando você foi adotada? -perguntou Armin.

-Sim, foi... Na minha cabeça eu moraria pra sempre no orfanato... Eu já tenho dezessete anos, ninguém iria querer adotar uma garota com essa idade. -falei me virando pra ele.

-Mas agora isso mudou... Você tem uma família agora, você tem a mim e ao Alexy... Mas é verdade mesmo? Digo, você nunca teve amigos? -ele entrou no meu quarto e ponhou a mão no meu ombro.

-Bem, sim... Na verdade, eu já tive um amigo, que acabou virando namorado... Mas nós terminamos e depois disso ele... -eu engoli seco.

-Ele...? -Armin me incentivava a continuar.

-Eu... Não estou preparada pra falar sobre isso, não agora...

-Ok... Vou deixar você sozinha agora... Qualquer coisa é só chamar! -falou enquanto saia do meu quarto e fechava a porta.

Quando ele saiu eu cai de joelhos no chão, chorando com o rosto enterrado nas mãos sussurrando:

-Eles não podem saber... Eles não podem saber...