Last Friday Night - T.G.I.F. (Katy Perry)

Albus Potter

Sexta-feira passada tinha sido uma sexta-feira 13. Lorcan tinha passado o dia falando no meu ouvido, dizendo que essa superstição era trouxa e tinha base em um fato histórico lá que tinha acontecido nesse dia. Ele tinha me explicado que fato histórico era, mas a minha cabeça estava em outro lugar: a festa que teria naquela noite.

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Na realidade, eu nunca conseguia parar de pensar em Lorcan, mas nem sempre conseguia prestar atenção no que ele falava. E verdade seja dita, os pensamentos que eu tinha envolviam Lorcan. Durante a festa naquela noite, eu provavelmente beberia uísque de fogo demais, e seria, no mínimo arriscado. Eu provavelmente iria pular em cima de Lorcan e seria bem capaz de eu engoli-lo. Eu teria que me manter longe do uísque de fogo, mas... Ah, merda! Scorp iria me arrastar até lá, eu tinha certeza.

E era sexta-feira 13. Nunca fui supersticioso - desde que eu entrei na Corvinal enquanto toda a minha família era da Grifinória, resolvi não pensar em superstições -, mas, naquele momento que eu estava procurando motivos para não ir àquela festa e passar a noite na Sala Precisa com Lorcan, aquele pensamento me pareceu... Agradável. Se eu fosse àquela festa, eu tinha certeza absoluta que todos descobririam o que eu tinha com Lorcan.

Eu já não era da Grifinória como todos os outros, se descobrissem que eu sou gay, eu seria oficialmente o desastre da família. E, droga, eu ainda não estava preparado para aquilo.

— Lorcan - eu digo, antes de perceber que tinha interrompido o monólogo dele sobre o que era o grupo secreto dos Illuminati. - Nós não vamos à festa de hoje à noite.

Observo Lorcan respirar fundo - ele fecha os olhos lentamente quando faz isso, e eu sempre tenho vontade de puxá-lo, e beijar suas pálpebras, sem me importar com o fato de estarmos no corredor de Hogwarts, mas eu consigo me controlar, reunindo o máximo de força possível -, e eu sabia que ele falaria alguma coisa.

— Por que, Albus? - diz Lorcan, calmamente, de um jeito que só ele consegue fazer: me irritando e fazendo com que eu queira beijá-lo agressivamente ao mesmo tempo. Naquela hora, bater na cara dele me pareceu agradável. Bater na boca dele. Com a minha boca. Com força.

— Não posso ficar em uma festa com você sob o efeito de uísque de fogo, Lorcan, você sabe exatamente o porquê.

Lorcan revira os olhos, e a ideia de bater nele volta à minha cabeça.

— Você sugere que façamos o quê? - o tom de Lorcan era sarcasmo, mas o seu olhar não passava essa mensagem.

— Sala Precisa. - digo, quase sem pensar. Lorcan ergue uma sobrancelha e eu tenho vontade de cavar um buraco no chão e entrar lá dentro. Era uma ótima ideia, eu achava, mas sabia que, no meio de uma discussão, não era usual que as pessoas oferecessem a sugestão de passarem a noite se agarrando dentro de uma sala que ninguém podia entrar, sozinhos.

— Sala Precisa. - repete Lorcan, lentamente, enquanto um sorriso se abria em seu rosto. Um sorriso pequeno para ele, mas enorme para mim. Eu sabia o que ele significava. - Não posso dizer que você não teve uma ótima ideia, Albus Severus...

Sorrio também, e, com essa frase, eu já sabia que Lorcan tinha aceitado a minha... Hã... Proposta. E foi nesse momento que eu percebi que, talvez, a minha sexta-feira 13 não fosse tão ruim assim.

Além do mais, eu não era do tipo que seguia superstições.