Sacrifício

Encontros e reencontros.


Quando Jenny entrou no quarto, encontrou Melissa parada olhando para a pilha de roupas sobre a cama. Ela só terminava de arrumar suas coisas na véspera da partida da Casa Verde, infelizmente, suas idas e vinda dos lares adotivos foram tantas que as duas já tinham sua própria rotina. Jenny a visitava depois do jantar e ajudava a separar as roupas para levar e as que deixaria no orfanato.

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— Acho que vou deixar o vestido branco para Helen - Melissa comentou olhando para a roupa.

— Você não gosta dele?

— Gosto, mas ela gosta mais.

— Ela vai gostar do presente - comentou Jenny dando uma olhada nas roupas. - Seus pais vão comprar roupas novas.

Melissa ergueu as sobrancelhas ligeiramente irritada e reclamou:

— Só na Califórnia…

— Não, ela falou que vai comprar aqui. - Vendo a expressão curiosa da menina continuou.

— Eles chegam amanhã cedo e ficam três dias, sua mãe me disse que vai comprar roupas depois de amanhã. Quarta-feira nós almoçamos juntos no centro e depois vocês pegam o avião.

— Eu tenho mesmo que ir para a Califórnia?

— Tem sim querida - afirmou Jenny com toda a sua paciência. - Seus pais, Kimberly e Tommy Oliver, moram e trabalham na Alameda dos Anjos.

— Eu não queria sair da cidade - reclamou Melissa. - Eu vou sentir saudades…

— Eu sei - disse Jenny abraçando-a. - Eu também vou sentir saudades, mas vou te ligar toda semana e vou te ver a cada dois meses até sair a guarda definitiva.

— Viajar de avião deve ser legal - murmurou a menina, abandonando os braços da assistente social.

— É sim, da janela você vê as nuvens.

As duas continuaram a trabalhar em silêncio na pilha de roupas, Melissa deixou os uniformes, a maioria das roupas e alguns brinquedos que a Sra. Mitchell deu.

— Qual vestido vai usar amanhã? - perguntou Jenny olhando para o verde e o rosa que a menina tinha escolhido levar.

— Hum… - Melissa pensou. - Eu gosto do rosa, mas vai estar frio.

— Pode usar com o casaco branco.

— Eu queria deixar o casaco…

— Não Mel, esse é o seu único casaco quente, o inverno ainda não acabou. Você já deixou o preto que está um pouco curto.

— Ok, - concordou a menina.

— Ah, antes de fechar a mala você precisa levar isso. - disse Jenny entregando a carta para Melissa.

A menina pegou a carta e arregalando os olhos perguntou:

— Eu posso levar mesmo?

— Pode sim, a Sra. Mason pediu para lhe entregar. Agora você pode levar tudo, você vai para casa.

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O avião atrasou, então Kimberly e Tommy só chegaram na Casa Verde depois do almoço. Ansiosos, eles ignoraram o check in no hotel e foram direto para o orfanato.

Desde que recebeu o telefonema da diretora, Kimberly era um turbilhão de emoções, suas lágrimas vinham na mesma proporção de seus sorrisos. Finalmente, teria a filha de volta em seus braços. Tommy estava igualmente ansioso, mas estava preocupado com o nervosismo da esposa. Por isso, não a deixou dirigir e a vigiava o tempo todo.

Entretanto, toda a agitação de Kimberly desapareceu no momento em que ela entrou na Casa Verde. Enquanto, andava até o escritório da Sra. Mason, a antiga ranger rosa foi relaxando, o brilho em seus olhar aumentou e um sorriso calmo chegou aos seus lábios. Vendo a expressão surpresa de Tommy, Kimberly respondeu:

— A Garça - sorrindo visivelmente relaxada afirmou. - O espírito da Garça está aqui com a nossa filha e ela está cantando para mim.

A porta se abriu e os dois entraram na sala da Sra. Mason, Jenny estava junto dela esperando-os:

— Kimberly, Sr. Oliver bem vindos - cumprimentou a Sra. Mason. - Nós estávamos te esperando.

— Desculpe, Sra. Mason - murmurou Tommy. - O voo atrasou.

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— Imagina, essas coisas acontecem o tempo todo. - a velha senhora comentou. - Podem se sentar.

— Obrigada - murmurou Kimberly.

— Fizeram uma boa viagem? - perguntou Jenny.

— Tirando o atraso ocorreu tudo bem - respondeu Tommy. - O que precisamos fazer agora?

— Vocês precisam assinar esses documentos - disse a Miranda. - São os mesmos que enviamos por fax. Será melhor tudo já estar arrumado quando Melissa chegar.

Os dois concordaram e rapidamente, os documentos foram assinados, enquanto a Sra. Mason dizia:

— O juiz concedeu a guarda provisória, normalmente, a guarda definitiva leva até dois anos para ser concedida. Enquanto isso, vocês serão acompanhados pelos assistentes sociais.

— Eu irei ligar duas vezes por semana e farei uma visita a cada dois meses - disse Jenny. - A assistente social da Alameda dos Anjos vai visitá-los na segunda semana e depois uma vez por mês. Ela também irá na escola. Vocês providenciaram a matrícula na Alameda dos Anjos?

— Sim, na mesma escola onde nos formamos - Tommy olhou para Kimberly procurando ajuda, vendo-a calada continuou. - Conversei com a diretora, Melissa vai começar na próxima semana, também expliquei que ela tem facilidade de aprendizado e talvez elimine algumas matérias.

— Perfeito… - disse a Sra. Mason. - O histórico escolar dela está entre os documentos para levarem, ela começou a fazer aulas de francês e de piano com os últimos pais adotivos e gostou bastante.

— Ela está esperando - interrompeu Kimberly.

A Sra. Mason parou de falar todos olharam para Kimberly, ela estava pálida e um tanto ansiosa.

— Sra. Oliver?

— Ela está esperando! - repetiu Kimberly olhando para a diretora, o coração de Miranda ficou apertado ao se lembrar da mesma moça anos antes, falando que a filha estava chorando. - Eu preciso ir buscá-la.

— Naturalmente, Jenny poderia ir com a Sra. Oliver buscar Melissa.

A assistente social olhou confusa para a chefe, mas obedeceu mostrando o caminho para a moça. Tommy ficou tão surpreso com a saída repentina das duas que nem teve reação. Miranda levantou- se levantou e colocou uma das mãos sobre o seu ombro confortando-o.

— Fique tranquilo, a sua esposa está bem. Isso já aconteceu antes.

— Como?

— Quando Melissa era um bebê, Kimberly estava sentada nessa mesma cadeira com a mãe e eu estava lendo os documentos da adoção. Ela ficou agitada dizendo que a filha estava chorando e só ficou tranquila quando foi até ela - um sorriso nostálgico veio aos seus lábios. - Nós fomos até o berçário e o bebê estava choramingando de fome, ela a amamentou ali mesmo. Eu pensei que ela iria desistir da adoção, mas ela deixou a filha assim mesmo.

— Ela tinha muito medo do que poderia acontecer com a nossa filha - Tommy respondeu com a voz embargada de emoção, uma lágrima apareceu em seus olhos. - Eu devia ter ido junto.

— Vai ser mais fácil para Melissa conhecer primeiro a mãe e depois o pai. É muita emoção para uma criança, nós não podemos esquecer que ela ainda é muito nova.

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Kimberly apertava as mãos contra o peito, enquanto seguia Jenny pelos corredores do orfanato, seus olhos estavam cheios de lágrimas, ela mal conseguia enxergar. A sua menina estava ali, muito perto esperando-a e logo a veria. Sabia que Jenny estava falando, mas não conseguia entender direito as suas palavras, quando as duas pararam em frente de um dos quartos do alojamento.

— Aqui é a ala das meninas, espere um minuto que vou buscar ela.

Kimberly ficou sozinha e respirou fundo deixando uma das lágrimas escorrer de seus olhos. Riu nervosa e olhou ao redor, o pátio estava vazio, no fundo havia um parque com um gramado verdejante e árvores grandes e antigas. Obedecendo a um impulso inexplicável, ela andou até lá, o sol brilhava tão forte que precisou tapar os olhos com as mãos. Algumas crianças brincavam no escorregador, outras no balanço. Uma nuvem encobriu o céu e ela a viu. Sentada em um dos balanços estava a sua menina, quietinha esperando.

Seu coração bateu acelerado, a ansiedade e a tristeza de tantos anos se transformou em alegria e sem hesitar ela correu até a filha. Quando parou ao lado do balanço, sorriu com o coração transbordando de alegria, engolindo as lágrimas em soluço de emoção chamou:

— Melissa!

A menina ergueu a cabeça, e mãe e filha se olharam de verdade pela primeira vez. Kimberly sorriu ao reconhecer a si mesma na criança, só os olhos mesmo eram de Tommy. Sua filha usava até as cores dos pais, o rosa da garça e o branco do falcão. Já a pequena fitou confusa a mulher com um sorriso tão grande e olhos brilhantes ao seu lado.

— Mamãe? - murmurou inconsciente reparando a semelhança.

Kimberly se abaixou para ficar na mesma altura da filha e tremendo de emoção, ela falou:

— Sou eu - uma única lágrima escorreu dos seus olhos. - Minha menina, eu vim te buscar.

As duas ficaram se olhando por um longo tempo, memorizando os traços uma da outra, Melissa observava curiosa o rosto tão estranho que era tão similar ao seu. Kimberly não conseguiu resistir e esticou a mão acariciando uma madeixa do cabelo da filha.

— Você está tão grande, tão linda!

— Eu não sou grande… - Melissa protestou.

Kimberly riu, a mesma risada contagiante da sua adolescência, atraindo os olhares das crianças do parque.

— É que da última vez que eu te vi - Kimberly abriu a mão e mostrou - Você era desse tamanho.

— Ah! - exclamou Melissa entendendo.

— Você pode me dar um abraço? - Kimberly perguntou com um sorriso doce para a menina.

Melissa a olhou fixamente hesitando, mas balançou a cabeça concordando e levantou do balanço e foi para os braços da mãe. Kimberly a apertou junto ao peito e deixou algumas lágrimas escorrerem sobre o cabelo da filha. Mel sentiu um beijo em sua cabeça e ficou quietinha nos braços da mãe. O abraço era quente e confortável, parecia que estava abraçando o seu passarinho. Fechou os olhos e relaxou.

Kimberly beijou novamente o cabelo da filha e falou em seu ouvido:

— Vamos, a senhorita Jenny está te procurando.

Kimberly instintivamente pegou a mão da filha e seguiram juntas para o alojamento. Jenny já estava com as malas da menina no corredor e ficou de queixo caído ao ver as duas chegando. Kimberly sorrindo foi a primeira a falar:

— Eu a encontrei no balanço.

— Nossa, vocês são muito parecidas! - Admitiu Jenny surpresa. - Já peguei a sua mala.

Melissa se soltou da mão da mãe e perguntou?

— Meu passarinho?

— Está aqui - respondeu Jenny entregando a pelúcia da garça para a menina.

Kimberly sorriu ao ver a filha abraçar a pelúcia da garça, conseguia sentir o espírito da garça perto delas e o suave canto da ave protetora.

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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

— Vamos - murmurou colocou a mão nos ombros da filha. - Seu pai está esperando.

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Depois que as duas saíram, Miranda e Tommy ficaram sozinhos. No início, ela continuou explicando os processos de avaliação da guarda, mas logo desistiu ao ver o quão ansioso ele estava e pediu para que a secretária trouxesse sanduíches, com suco e chá para todos.

— Imagino que não conseguiram almoçar por causa do atraso do avião.

— Não - admitiu Tommy. - Mas acho que não conseguiria comer nada agora, obrigada.

— Tome um suco pelo menos, vai se sentir melhor.

Tommy sorriu e tomou um gole do suco de laranja que a Sra. Mason lhe serviu.

— Melissa gosta muito de suco de laranja, por isso, eu mandei fazer para hoje.

— Ela é minha filha e eu nem sei o que ela gosta - se lamentou Tommy. - Quando Kimberly me contou que teve uma filha, ela me mostrou uma foto dela, na foto ela está dormindo. Eu fiquei transtornado, queria saber qual era a cor dos olhos dela…

— Ela tem os seus olhos - respondeu a Sra. Mason com um sorriso amável. Logo, você vai ver.

— Eu nem acredito que vamos levá-la para casa - ele disse sorrindo. - Os últimos meses foram uma tortura, saber que eu tinha uma filha, não saber como ela era ou se estava bem.

— Kimberly não lhe contou mesmo que estava grávida?

— Não, ela me evitou todos esses anos para não precisar contar. Se eu soubesse não aceitaria que nossa filha estaria mais segura sem nós. Eu não conseguiria fazer o que ela fez. Eu morreria antes e mesmo assim poderíamos perdê-la.

— Isso é tudo muito confuso… - admitiu a Sra. Mason. - Os ataques alienígenas parecem algo tão distante.

— A senhora teria que ser da Alameda para entender, mesmo vencendo a cidade foi destruída… - Tommy admitiu. - Já faz mais de cinco anos que não temos mais ataques e ainda estamos reconstruindo.

— É um lugar perigoso para se viver.

— Mas é o nosso lar - respondeu Tommy.

A porta se abriu e Tommy se levantou. Jenny entrou primeiro e atrás dela Melissa entrou seguida de Kimberly. Os olhos de Tommy se encheram de lágrimas, mas ele abriu o maior sorriso da sua vida ao ver a filha. Ele olhou para Kimberly que retribuiu o olhar feliz e acenou com a cabeça.

Ele se aproximou da menina e se ajoelhou na sua frente, sem conseguir falar ele memorizou cada detalhe do rosto da filha, a pele clara, o narizinho arrebitado o queixo pontudo, os cabelos castanhos e os olhos idênticos aos seus. Melissa olhou para Jenny e para Kimberly.

— Esse é o seu pai Melissa - disse Kimberly. - Tommy Oliver.

— Oi princesa - murmurou Tommy.

— Oie - ela respondeu hesitante.

— Eu estava ansioso para te conhecer - ele admitiu sorrindo, desviou o olhar para a esposa comentou: - Ela é igualzinha a você.

— Ela tem seus olhos - respondeu Kim.

— Pode me dar um abraço? - ele perguntou esperançoso. Melissa o olhou em dúvida e depois concordou com a cabeça. Cuidadosamente, Tommy a abraçou, a menina passou os braços em volta do seu pescoço e retribuiu o abraço. Tommy deixou uma lágrima escorrer dos olhos, mas quando soltou a filha estava sorrindo novamente.

Instintivamente, Melissa retribuiu o sorriso e apertou a pelúcia nos braços. Mais tranquilo, Tommy observou a filha e reparou na garça de pelúcia. Olhando para a Kimberly ele perguntou:

— É a pelúcia que eu te dei?

— É sim, - Kimberly sorriu acariciando. - Mamãe deixou a Garça com Melissa no berçário.

— Garça? - a menina perguntou em dúvida.

— Essa é a Garça rosa - Kimberly respondeu. - Foi um dos últimos presentes que seu pai me deu antes de nos separarmos. Sua avó deixou com você quando era ainda um bebê.

— Impressionante como está bem conservada - Tommy comentou.

— Melissa é muito cuidadosa com o seu passarinho - comentou Jenny com um sorriso terno.

— É a Garça, ágil e graciosa - Kimberly comentou pegando o dedo do marido e colocando na ponta da pelúcia. Ele sentiu a pelúcia quente e trocou um olhar de reconhecimento com a esposa, o espírito da garça habitava ali. Por um momento, eles se olharam e ele sentiu que a pelúcia estava quente.

— Nós ainda temos que decidir os últimos detalhes - lembrou a Sra. Mason. - Gostariam de se sentar?

— Claro, - Tommy pegou a filha no colo e mostrou a cadeira - Sente-se aqui princesa. A Sra. Mason me disse que o seu suco preferido é o de laranja. Está com sede?

A menina balançou a cabeça concordando e ele entregou um copo de suco para a filha. A Sra. Mason e Jenny observaram surpresas a interação dos três, Melissa raramente deixava que os pais adotivos a tocassem e eles nunca se mostravam tão seguros os Olivers. Kimberly se sentou na cadeira ao lado e Tommy ficou atrás dela.

— Agora, acredito que possamos voltar a conversar - Tommy disse em sua voz de comando. Kimberly sorriu ao ver a expressão confusa de Jenny e da Sra. Mason, elas não conheciam o modo líder do ranger verde.

— Naturalmente, como eu estava dizendo vocês receberão algumas visitas da assistente social local. Jenny só poderá ir a cada dois meses - olhando para Melissa ela falou: - Mas poderá ligar para ela sempre que quiser Melissa.

— Posso mesmo? - a menina perguntou olhando para Kimberly.

— Pode sim, nós mandamos instalar um telefone no seu quarto para isso.

— Perfeito - respondeu Jenny. - Você também vai passar com a psicóloga e com a mentora na escola.

Melissa revirou os olhos, mas concordou bebendo um pouco do suco de laranja.

— Vocês ainda vão ficar alguns dias na cidade - comentou a Sra. Mason. - Quais são os planos?

— Nessa noite só ficar no hotel mesmo. - respondeu Kimberly. - Vamos jantar no hotel e talvez assistir algum filme. Amanhã nós vamos fazer compras.

— O que pretendem comprar? - perguntou Miranda tentando chamar a atenção da criança.

— Roupas principalmente - disse Kimberly. - Eu não sabia o tamanho da Melissa, então, eu comprei as outras coisas na Alameda, mas deixei as roupas para comprar aqui. Podemos almoçar no shopping também.

— O dia todo para compras? - perguntou Jenny.

— Claro, - respondeu Kimberly. - Mas consegui marcar o chá da tarde no Miss Pratt.

— No Miss Pratt? - perguntou Melissa imediatamente interessada.

— Sim, chá e o show da tarde. - vendo a expressão confusa do marido, ela explicou. - É uma cafeteria temática da cidade, tem doces, show para crianças.

— É muito difícil de conseguir reserva - comentou a Sra. Mason.

— Eu fiquei amiga da gerente quando morei aqui. - Kimberly respondeu sorrindo.

— A noite Jenny vai jantar conosco e de manhã pegamos o voo para a Alameda.

— São muitas horas de voo? - a menina perguntou.

— Não, só três horas. Eu trouxe um livro de dinossauros para você se distrair durante a viagem.

Melissa torceu o nariz e respondeu:

— Eu não gosto de livros de bichos - a menina reclamou. - São muito fáceis e tem muitas figuras.

— Não são só bichos… são dinossauros. As maiores criaturas que já habitaram esse planeta - com um sorriso animado ele continuou. - Você vai gostar é só dar uma chance para eles.

Kimberly riu e disse para a filha:

— Não vai conseguir fugir querida, seu pai é paleontologista, você vai ver dinossauros para o resto da vida e a casa de Reefside tem até fósseis.

— Casa de Reefside?

— Nós temos duas casas, uma na Alameda dos Anjos que ficamos durante a semana e em Reefside uma casa perto do lago que passamos os finais de semana.

— Ah… - murmurou Melissa perdendo o interesse.

— Sra. Mason? - perguntou Kimberly. - Os outros objetos que eu deixei?

— Já estão com Melissa, o medalhão e a carta.

— Perfeito, - Kimberly lançou um olhar amoroso para a filha. - Eu a interrompi, precisamos assinar mais algum documento?

— Não, já está tudo correto - respondeu a Sra. Mason, entregando um envelope para Kimberly. - Aqui estão os documentos pessoais de Melissa e a guarda provisória. Já podem fazer check in no hotel e viajar.

— Muito obrigada! - Tommy disse apertando a mão da velha senhora animado. - Agora podemos ir para casa.