The End Of The Peace

Novo membro da família?!


—Willow, antes foi brincadeira de crianças, não precisavas deles. Agora, estas pessoas passaram pelo que tu passaste, são mais experientes que tu, muitos deles continuam a treinar ilegalmente, tens que ser simpática - o meu irmão diz-me.

—Mas não percebes que eu não preciso de nenhum deles? - reviro os olhos.

—O teu irmão tem razão! Eles são amigos há anos, inclusive, nós conhecemos cada um deles e podemos dizer-te que é melhor seres amiga deles que inimiga deles - o meu pai tenta convencer-me.

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—Eles não iriam hesitar em matar-me! - a minha mãe chega perto de mim e foca os nossos olhos cinzentos uns nos outros.

—Willow, tu não estás no Jogos. Não tens que viver em defesa e com medo que te vão matar a qualquer momento - ela parece preocupada.

—O Haymitch também pensava assim, olha o que lhe aconteceu... - vejo a minha a segurar as lágrimas. - Ninguém que entra naquela Arena sai dos Jogos, apenas muda de Arena.

—Eles podem ajudar-te - o meu pai argumenta.

—Engraçado, todos os que vos ajudaram estão neste momento mortos, mortos, mortos - observo.

—Não é verdade... - eles parecem pensar em alguém. - O Gale, a Johanna, a Annie...

—A Enobaria! - a minha mãe completa.

—Exato! Todos eles estão vivos! - o meu pai conclui.

—Por favor! A Enobaria escapou impune de todas as torturas do Capitólio, nem sofreu nada! O Gale teve que juntar-se ao lado de lá para sobreviver, e com a morte dos filhos está morto por dentro! A Annie não quase nada, só vos deu apoio moral, perdeu o marido e a única razão pela qual ficou sóbria foi o filho, e mais tarde o neto! A Johanna é uma das pessoas que não compreendo como está viva após tudo o que lhe aconteceu, mas ainda assim sofreu muito por ficar do vosso lado! Até tu, pai! Tu recuperaste quase que por um milagre e se vocês estão vivos, é porque se juntaram a eles! - eles parecem chateados.

—Vê isto desta forma. Eu vou estar lá, a Daisy vai estar lá, o Finnick vai estar lá... - interrompo-o.

—Porque posso mesmo contar com ele... - digo com desprezo.

—Obrigadinha - o indesejado pronuncia-se. - Não foi isso que demonstraste lá fora.

—Podes calar-te? - o meu irmão intervém na nossa discussão.

—Deixem isso de lado, por favor! Há dois meses estavam numa Arena a lutar até à morte e a protegerem-se! Há um mês andavam todos apaixonados! Por favor, convençam as pessoas que se amam para o vosso próprio bem e deixem de ser infantis, não está no jardim de infância! - ele altera-se e nós amochamos. - Além do mais, toda a gente sabe que quando chegasse o momento vocês proteger-se-iam a todo o custo, é o que vocês fazem!

—Vocês mantêm-se vivos - os meus pais dizem ao mesmo tempo dando as mãos, parecem rever-se em nós os dois... estranho...

—Agora, Willow, vais ter-nos aos três, vais ter a Hayley, os amigos do Finnick... vai correr bem! Conquista os restantes sendo tu própria, eles têm-te debaixo de olho. Querem poder contar contigo, aprende uma coisa. Isto é um Jogo de Vitoriosos cujo objetivo é mantermo-nos todos vivos e percebermos as dores uns dos outros utilizando o humor para ridicularizar o Capitólio - seria bastante porreiro gozar com os cérebros de goma.

—Porque o Distrito 2... - o meu irmão nem me deixa terminar.

—Não, nem os Vitoriosos do 2 gostam do regime em que vivemos - esclarece.

—Ok, tu ganhas. Eu vou fazer isso - todos parecem mais aliviados. Subo para o meu quarto e deito-me. Remexo-me na cama, mas o sono nunca mais chega. Decido ir lá abaixo beber um copo de água e quase me assusto quando alguém me agarra pela cintura. Dou-lhe um pontapé nas partes baixas.

—Autch! Isso doeu! - o Finnick sussurra.

—Mereceste-o! - digo voltando para beber.

—Não consegues dormir? - ignoro-o. - Vá lá, eu conheço-te o suficiente para perceber que há algo entre nós!

—Claro que há, um relacionamento de fachada! - eu ainda estou um pouco chateada, mas já devem ter percebido isso.

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—Willow podes parar de dramatizar tanto?! A única razão pela qual estás assim é porque precisavas que eu te dissesse que te amava no dia em que o Haymitch morreu, como se nós fossemos um casal normal como os teus pais! Como se tu me amasses, mas sabes que mais? Eu não quero ser o segundo plano! Eu não tenho paciência para ser o Peeta e esperar anos até que sua excelência decida entre mim e o Gale! - percebo finalmente do que se trata.

—Então isto é tudo sobre os teus ciúmes pelo Caleb? Eu não sou a minha mãe, tu não és o Peeta, o Caleb não é o Gale e eu não tenho que escolher ninguém! Além do mais, tu nem tens o direito de ter ciúmes de mim com o Caleb, nem razões sequer! - chego mais perto dele.

—Nem razões? Tens noção de que passaste a gastar todo o teu tempo livre com ele? E agora ele beija-te? - ele chega ainda mais perto.

—Sim, ele beijou-me, mas eu não o fiz de volta! - retruco.

—Claro que não! Nem tiveste tempo! - estamos muito próximos. - Atracavas-te logo a ele!

—Não é porque o faço contigo que o faço com todos os outros! - nesse momento agarramo-nos ali mesmo, meio violentamente, mas ainda assim. Alguém nos bate à porta e pego no meu arco e flecha, armada vou atender e vejo o Caleb com a May e a Prim nos braços.

—Pronto, tinha que chegar! - diz o Finnick.

—Preciso dos teus pais e irmão cá em baixo, já! - ele parece preocupado. Peço que entre e tranco tudo.

—Pai! Mãe! Ryen! Saiam da cama e venham cá em baixo, algo de muito mau deve ter acontecido! - eles descem a correr.

—Caleb? Que raio fazes com a May e a Prim na rua a esta hora da noite? - o meu pai pergunta.

—Sentem-se - ele pede e eles obedecem, eu faço o mesmo. - Eu estava a dormir com a Prim e a May. Ofereci-me para ficar com ela e deixar a Posy e o Casper ter algum descanso...

—Que se passou, Caleb? - pergunto após a pausa dramática dele.

—Eu acordei e as miúdas também com barulho de tiros, elas estavam muito assustadas, eu também. Esperei um pouco, quando cheguei lá fora vi que a porta de casa deles estava arrombada... - lágrimas começam a escorrer pelos nossos rostos.

—Não Caleb, isso não... - ele baixa a cabeça.

—Eles estavam mortos - ele chora e todos na sala também o fazemos.

—Porque é que eles quereriam matá-los? Eu não percebo! - choro.

—Eles não nos quiseram castigar só a nós, quiseram castigar o Gale. Pensem comigo, devem ter descoberto da nossa pequena reunião após a festa da Willow - o meu irmão tem razão.

—Eu não sei que fazer, eu não tenho condições para ficar com a Prim, por muito que quisesse... - a minha mãe mete-se.

—Nós ficamos com ela - o meu pai olha para ela chocado, mas parece concordar.

—Oh sim! Porque isso ia mesmo resultar! Eles iam apanhá-la! - o meu irmão protesta.

—Não se nós fizermos o país acreditar que ela é nossa filha - a minha mãe sugere. - Pensem, a miúda tem traços parecidos com os meus, facilmente passa por minha filha.

—Sim, porque seria uma ideia brilhante! Como é que ias explicar ao Capitólio uma gravidez que nunca ninguém reparou? Seria plenamente credível! - o meu irmão "aplaude" de pé.

—Claro que seria! Nós escondemos a gravidez de toda a gente, aliás eu apareci cada vez mais e engordei um pouquinho. Posso usar as roupas largas como uma desculpa! - o meu irmão revira os olhos.

—É bom que resulte. Vou entrar em contacto com o Caesar! - ele vai para dentro e manda toda a informação.

Agora, não sei que vai acontecer. O Caleb e a May acabaram por passar cá a noite, a menina morria de medo. A Prim dormiu num berço que guardaram meu. Eu? Não dormi. Só espero que resulte...

Continua...