XI.

Então cá estamos

Amantes de uma Dimensão perdida

— Coma induzido? — Repetiram Alya e Nino, piscando conforme encaravam a pequena criatura preta que planava à frente.

— Sim. A própria Ladybug induziu isso ao perceber que seria demais para ele aguentar tanta carga emocional. Foi uma forma de protegê-lo. — O kwami suspirou, balançando o rabo. — Eu... achei ideal. Foi melhor dessa maneira.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

— Eu não pude ajudá-la quando ela mais precisou. — Foi a vez de Adrien se manifestar, apertando a coberta entre os dedos.

Fazia uma semana desde que havia despertado, porém os médicos fizeram questão de mantê-lo internado. Repetia uma bateria de exames com regularidade e, após todos confirmarem estado normal, logo receberia alta.

Alya e Nino estavam todos os dias ao seu lado. Assim como estiveram durante o tempo em que esteve em coma.

Marinette, contudo, não aparecia durante os dias. Ficava à noite um pouco e logo se retirava — dizia que precisava resolver mais algumas pequenas pendências, mas tudo se normalizaria.

Adrien compreendia — seus amigos, nem tanto.

— Sinceramente, garoto, poderia ter sido muito pior com você acordado. Não sei se você estaria preparado para enfrentar tudo mentalmente. Até mesmo ela teve suas inseguranças.

— Mas nós dois–!

— Mas nada! O que está feito, está feito. — Ele bufou e o kwami moveu as orelhas. Era um veredito. Não se tocaria mais no assunto.

Leves batidas os distraíram da discussão. Fitaram para perceber Marinette espiando por entre uma fresta — parecia incerta se entrava ou não.

— Hmm... Oi?

— Finalmente! — Alya apoiou a mão na cintura, fazendo um bico. — Pensei que não iria mais aparecer, senhora atarefada. Não foi você quem disse que agora tudo estava terminado?!

— Bom... sim, de alguma forma. — Ela mordeu a pontinha da língua, rindo. Entrou devagar, indo diretamente para a cama onde ele estava. — Eu estava fazendo algumas coisas durante o dia, então vinha mais à noite.

— Oh, agora resolveu vir todos os dias? Que consideração! — Sua amiga era irônica. Tudo bem, Marinette entendia.

Não queria compreensão imediata de todos. Não quando era algo que pertencia tão intimamente a ela e Adrien — a Ladybug e Chat Noir, como dois indivíduos e um único.

— É, quem sabe. — Percebeu Adrien ajeitar-se na cama e, devagar, ela abaixou-se para beijar seus lábios, doce, delicada.

Percebeu a forma como ele passou a mão por sua cintura, sentindo a saliência — escondida, sutilmente agora, pela roupa larga. Os dedos grossos se enrijeceram, seguido do resto de seu corpo. O contato delicado deles se rompeu bem devagar conforme se afastaram, o suficiente para que os azuis encontrassem os verdes.

— Mari... — Ele piscou, a respiração descompassada. Os olhos arregalados banhavam-se nas lágrimas presas a eles.

— Sim, mon minou. — Ela o sorriu, tão brilhoso que lembrava o Sol. — Nosso amor deu frutos. — Sussurrou, só para ele ouvir.

Ele moveu os lábios para dizer algo, mas não conseguiu. O sorriso foi surgindo por sua boca vagaroso e, no mesmo ritmo, ele a recebeu em seus braços, aconchegando-a contra seu corpo como se fosse feita de vidro.

— Era para ser uma surpresa. — Prosseguiu, um murmúrio contra seu ouvido. — Mas você descobriu sem querer. Assim como eu.

Adrien apoiou o rosto em seu ombro, as lágrimas descendo por sua bochecha, molhando sua roupa. Não se importava — ela tivera reação parecida na época. Seus pais, idem.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

— Ei, ei, o que aconteceu? — Alya parecia realmente aflita, por seu tom de voz.

— É, Adrien. Parem de criar tantos segredos, vocês dois! — Era a vez de Nino protestar.

Por mais irritados que estivessem, eles se importavam com Marinette. Não achavam justo eles continuarem escondendo o que quer que fosse.

Ainda eram amigos, no fim das contas.

— Eu... — Adrien começou, sendo embalado por uma risada baixinha de Marinette. — Eu vou ser pai.

Eles juraram: os gritos de seus amigos ecoaram por todos os quartos daquele andar. E, naquele momento, ambos agradeceram que eles estivessem todos vazios.

Supernovas queimando

e ocupando todo o horizonte

Cada toque, uma tentação

E para cada sentido, uma sensação