A Doninha Branca

Capítulo Único


Aquele era um dia muito importante na vida de Albus, talvez até o mais importante, se ele levasse em conta o modo como o pai sempre falara de Hogwarts, ele não podia negar que estava terrivelmente entusiasmado e igualmente apavorado quando embarcou no trem, o discurso tranquilizador de seu pai sobre as casas empurrado para o fundo da mente, ele não iria se apavorar por isso agora, seu pai dissera que não importava qual casa, tudo estaria bem.

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Ele estava sozinho no compartimento do trem, não quisera se juntar ao irmão e aos primos, se sentia nervoso e sabia que James pegaria muito no pé dele se percebesse e que Rose e os outros não fariam nada para defendê-lo já que James era "o líder", as mãos dele suavam e o barulho estridente que vinha da gaiola ao seu lado não estava ajudando, ele a pegou e colocou em seu colo, esperando assim acalmar um pouco o animalzinho branco e peludo que ganhara de seu pai como presente de comemoração por ele finalmente estar indo para Hogwarts.

— Calma aí amiguinho. – Tentou ele, falando um pouco para si mesmo também, tentando se lembrar da ênfase do pai ao dizer que ele estava indo começar os melhores sete anos de sua vida. A doninha na gaiola parecia mais calma, Albus decidiu que ele deveria seguir seu exemplo e que deveria escolher um nome para seu novo amiguinho o mais rápido possível, pois Lily já havia começado a chamá-lo de peludinho, o que era ridículo, que tipo de garoto que se preze tem um animal de estimação chamado peludinho?

Ele ouviu o barulho da porta da cabine ranger e já estava se preparando pra mandar James ir pastar quando notou que não era o irmão que estava entrando e sim um garoto pálido e magrelo com olhos azuis cinzentos e cabelo tão loiro que quase chegava a ser branco, Albus não gostava de julgar as pessoas pela aparência, mas o menino tinha cara de metido.

— Posso me sentar com você? Todas as outras estão cheias. – Perguntou ele timidamente com o olhar baixo, Albus quase gargalhou do contraste entre a aparência de esnobe do menino e seu tom de voz baixo e maneiras tímidas.

— Claro, sou Albus Potter, e você? – Se apresentou ele animadamente, seria ótimo se fizessem amizade, assim ele não teria que enfrentar todas as novidades de que o pai falara sozinho.

— Sou Scorpius Malfoy. – Apresentou-se o outro meio receoso, seu pai não era de falar muito do passado, mas Scorpius não era idiota e sabia o suficiente para saber que talvez o garoto o mandasse embora. Qual não foi sua surpresa ao ver o garoto lhe estendendo a mão para um cumprimento todo animado e dizendo "Prazer em te conhecer".

— O que é isso na sua gaiola? – Perguntou ele curioso, parecia uma bola de pelos muito branca e gorda.

— é uma doninha, meu pai me deu de presente. – Respondeu o moreno naturalmente, primeiramente, Scorpius bem que tentou segurar o riso, mas falhou miseravelmente, ele quase se sufocou de tanto rir, aquilo era mesmo inacreditável. – Qual é a graça? – Perguntou Albus genuinamente curioso, ele sabia que não era um animal de estimação comum, mas também não chegava a ser ridículo, bem, pelo menos ele esperava que não.

— No quarto ano meu pai foi transfigurado em uma doninha branca pelo professor Moody porque ele estava brigando com o seu pai . – Revelou o loiro entre risadas, não sabia se deveria trazer a tona as desavenças dos pais deles, mas aquilo era engraçado demais.

— Não Acredito! – Exclamou Albus divertido, seu pai nunca lhe contava as partes engraçadas.

— Ah, pois pode acreditar, papai disse que foi um show e tanto e que seu pai quase morreu de rir até que a vice diretora chegou e consertou ele.

— Você acha que vão fazer esse tipo de coisa com a gente se nós nos comportarmos mal? – Perguntou Albus, de repente muito preocupado, por mais que tivesse achado a história divertida, não queria algo do gênero acontecendo consigo.

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— Acho que não, eu fiz a mesma pergunta e papai me disse que essa mulher que era vice diretora na época dele é a diretora agora e ele disse que ela é uma mulher muito justa e que nunca usaria esse tipo de castigo.

— Ah, você está falando de Minerva McGonnagall, eu conheço ela, é amiga do meu pai e minha madrinha. Mas eu não deveria sair contando isso. – Acrescentou ele como se tivesse percebido o erro tarde demais.

— Não se preocupe, não vou contar a ninguém. – Tranquilizou-o o loiro. – Mas, então, qual é o nome dele? – Perguntou ele apontando para a gaiola, queria muito mudar de assunto pois o outro ainda parecia nervoso.

— Bem, eu ainda não sei, minha irmã queria chamar ele de peludinho, mas isso é muito idiota.

— Você tem razão, é muito idiota. – Respondeu o outro entre risadas, que tipo de nome era peludinho? – Bem, vamos escolher um nome pra ele agora. Eu te ajudo. – Prontificou-se ele.

— Não consigo pensar em nada, eu olho pra ele e penso no seu pai. – Confessou o moreno com um sorriso envergonhado.

— Eu também. – Concordou ele gargalhando. – A gente deveria chamar ele de Malfoy. – Sugeriu ele.

— Seria engraçado.

~*~

O tempo passara voando e os feriados chegaram depressa, Scorpius estava empolgado para rever o pai pois estava morrendo de saudade, por outro lado estava meio chateado pelo tempo que passaria longe de Albus, os dois tinham desenvolvido uma sólida amizade e um distinto talento para problemas, ele sorria só de pensar no que eles tinham planejado para quando voltassem.

A gostosa onda de familiaridade o invadiu assim que ele entrou em casa, Hogwarts era incrível a seu próprio modo, mas era como Dorothy dizia, não há lugar como o nosso lar. O pai logo se apressou para recebê-lo quando ele chegou, quando o abraçou percebeu que sentira muito mais saudade dele do que imaginara, eles eram muito próximos desde que ficaram sozinhos, o pai era toda a família que ele tinha.

— E então, Scorp? Como foi em Hogwarts? – Perguntou o pai animado enquanto se sentavam á mesa para o chá da tarde.

— Ah papai, foi incrível, é tudo ainda melhor do que o senhor disse! – Afirmou o loirinho, Draco estava deliciado por ver o pequeno tão feliz, tivera muito medo que as pessoas fossem hostis com ele por causa de seu nome.

— Esplêndido, eu estava preocupado, você não dizia muito nas cartas. Fez algum amigo? – Inquiriu ele enquanto passava geleia em um pãozinho.

— Sim. – Respondeu o garoto, de repente meio nervoso, o que não escapou do olhar do pai.

— Algum problema, Scorp?

— Bem, é que eu tenho medo de você não gostar do meu amigo. – Confessou o pequeno.

— E por que eu não gostaria do seu amiguinho? – Perguntou Draco preocupado, já imaginando com que tipo horrível o filho tinha se metido.

— Porque ele... Bem, meu amigo é Albus Potter. – Disse Scorpius, prendendo a respiração, não sabia o que faria se o pai proibisse a amizade. Draco simplesmente o encarava, a expressão não dizendo nada e o silêncio já estava deixando-o nervoso. – Você não vai me proibir de ser amigo dele, vai? – Perguntou o garoto amedrontado.

— Claro que não, Scorp, só fiquei surpreso, é tudo. – Declarou o pai.

— Então você não está bravo? – Quis saber Scopius, incrédulo.

— Não, não estou. – Tranquilizou-o. – Mas me conte, que tipo de coisas vocês aprontam na escola? E não adianta me dizer "nada", não se esqueça de que sou seu pai e lhe conheço muito bem, jovenzinho. – Alertou ele divertido.

— Bem, todo tipo de coisas, sabe, Al tem uns tios que têm uma loja de logros e eles dão muita coisa legal pra ele. – Draco sentiu o sangue gelar só de pensar nas atrocidades Weasley que chegavam ás mãos de seu filho, mas não o interrompeu. – Uma vez nós soltamos fogos filibusteiros no banheiro das garotas. – Confessou Scorpius, parte orgulhoso de sua travessura, parte com medo de ser repreendido pelo pai.

— Imagino a cena. – Foi tudo o que Draco conseguiu dizer sem cair no riso, sabia que deveria repreender o garoto por esse tipo de comportamento, mas o pivete era tão adorável.

— Bem, teve outra vez que Al apareceu com umas vomitilhas e nós achamos que seria engraçado fazer o Malfoy comer umas duas ou três, sabe, pra ver o que acontecia. – Continuou o garoto se sentindo impelido a continuar a relatar ao pai todas as suas aventuras com Al. – O resultado foi péssimo, nós quase o matamos, pobrezinho do Malfoy.

— Pobrezinho do Malfoy? Que Malfoy? – Perguntou Draco e pela cara de medo do filho quando percebeu o escorregão que deu, sentiu que não gostaria nada da resposta.

— é, bom, é que Albus tem uma doninha branca e... – O garoto se interrompeu ao ver que o pai levantara a mão fazendo sinal para que ele parasse de falar.

~*~

Harry estava em seu característico transe de monotonia enquanto lia os relatórios em sua mesa quando ouviu sua porta sendo aberta e logo em seguido sendo fechada violentamente, lhe revelando um Draco Malfoy possesso de raiva a sua frente.

— Malfoy? O que você... – Ele não conseguiu terminar sua pergunta a tempo.

— Achou que isso seria engraçado Potter? Você não cresce mesmo não é? Qual é a porcaria do seu problema? – Perguntou o loiro, usando um tom perigosamente controlado e baixo, mas imprimindo toda a sua fúria em cada palavra.

— Draco, eu não... eu não sei do que você está falando. – Confessou ele confuso.

— Estou falando do bichinho de estimação do seu filho, seu cínico. Você achou que seria muito engraçado, não é mesmo? – Acusou-o o loiro.

— Draco, eu realmente não faço ideia do que você está falando.

— Ora, vai se fazer de idiota agora? Se bem que você nem precisa, com essa cara de paspalho. – Draco ficava cada vez mais furioso com a insistência de Potter de negar sua participação no delito. – Você vai negar então que incentivou seu filho a colocar o nome da maldita doninha dele de Malfoy? Hein, seu cínico? – Perguntou ele, agora diretamente, Harry simplesmente não podia acreditar que Albus tinha feito isso, era... brilhante, ele sabia que não era a atitude mais inteligente, mas não conseguiu controlar o surto de riso que se abateu sobre ele e a coisa toda só piorou quando Draco começou a tremer de fúria com aquela expressão indignada no rosto, Céus, aquilo era genial.

— Você pode dar adeus àquele jantar. – Afirmou o loiro com toda a fúria que conseguia e saiu batendo a porta com o pouco de dignidade que ainda lhe restara, deixando Harry se sufocando de tanto rir, que aquele insolente se engasgasse com a própria língua, seria bem empregado.

~*~

Ele não estava particularmente de bom humor naquela manhã quando chegou ao trabalho, o que não melhorou nada quando ele percebeu um jarro com peônias brancas em sua mesa, ele sabia bem de quem eram e quase rasgou o cartão e ateou fogo aos pedaços, mas como sempre, sua curiosidade levou a melhor.

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Querido Draco

Eu realmente sinto muito por toda a coisa da doninha, não tive a intenção de fazer nenhuma brincadeira quando a comprei para Al, eu nem me lembrava mais desse fato, se você quer saber.

Quanto ao nome, você pode culpar o seu filho por isso, já que foi ele que escolheu, ele provavelmente sabia da história e achou que seria engraçado, não pegue tão pesado, você também já teve onze anos e já foi um imbecil, não é mesmo?

Eu vou estar te esperando no jantar, eu sinceramente espero que vá.

Harry

Era muita petulância do Potter colocar a culpa em Scorpius, e ainda por cima achar que ele ainda se disporia a ir no maldito jantar, a vontade que ele tinha era de mandar um berrador bem desaforado pra ele.

Já em casa á mesa do almoço ele estava inquieto, a maldita curiosidade se manifestando na forma de uma vozinha martelando em sua cabeça o incentivando a dar ao Potter o benefício da dúvida e averiguar a história.

— Scorp, quem escolheu o nome da doninha? – Perguntou ele finalmente.

— Bem, fui eu, mas não fique bravo, é que na hora pareceu engraçado. – Defendeu-se o garoto de maneira afobada com a boca cheia de batata. Como, por Merlin, ele conseguiria brigar com aquela criaturinha?

— É, suponho que sim. – Concluiu ele resignado.

Maldito Potter, agora ele teria que ir ao tal jantar e se desculpar com aquele palerma por ter gritado com ele, simplesmente por educação, é claro, não que ele estivesse interessado naquele aurorzinho mequetrefe, humpf, não mesmo.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.