Fireflies

— Feliz aniversário, Dai-chan ✳


Todo dia 31 de agosto era uma data muito especial para Momoi Satsuki. Era o aniversário de uma das pessoas mais importantes de sua vida; de um amigo que a conhecia desde a infância, de seu maior confidente e parceiro. Era o aniversário de Aomine Daiki e data sempre a deixava ansiosa, pois a cada ano tentava surpreendê-lo de forma diferente e dessa vez, ela estava sem ideias.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Principalmente porque Daiki estava realmente desanimado. Sempre que as férias de verão acabam antes do seu aniversário, o desânimo se apoderava dele. A volta às aulas depois da folga prolongada também o enchia de preguiça. E tédio, muito tédio.

Sequer tivera tempo para encontra-lo no intervalo, para perguntar se ele queria fazer algo depois que saíssem da escola, pois ela e Aomine foram sequestrados pelo time de basquete de Teiko que improvisaram uma festinha para ele com bolo e algumas guloseimas, apenas para não deixar a data passar em branco.

Akashi, Midorima e Murasakibara foram os primeiros a parabeniza-lo por mais um ano de vida. Nijimura agradeceu pelo bom trabalho dele com a equipe e os demais o saudaram, sempre avançando em abraços e felicitações. Alguns murmuravam coisas sobre o moreno ser sortudo demais por ser bom em basquete e ter uma namorada bonitinha como ela, e os comentários a deixava envergonhada enquanto balbuciava que não eram namorados, mas melhores amigos.

Melhores amigos. Para a vida toda.

Depois do horário escolar o treino ocorreu normalmente, estendendo-se um pouco mais porque os times reservas de Teiko também vieram parabenizar o ás da equipe principal, cantando parabéns e desejando aqueles clichês de aniversário. Depois de tudo aquilo, Aomine só queria ir pra casa. Estava cansado, resmungando igual um velho enquanto faziam o caminho de volta. Satsuki só ria e provocava, dizendo que a tendência agora que ele finalmente tinha treze anos – ela era mais velha que ele apenas alguns meses.

— Falando nisso, você ainda não me deu parabéns, Satsu. – apontou, encarando-a com um olhar inquisidor.

Ela sorriu.

— E nem vou dar! Você já ganhou parabéns de um monte de meninas hoje na escola. – comentou, agora fazendo beicinho ao cruzar os braços abaixo do busto já avançado para alguém de sua idade.

— Mas nenhuma delas é que nem você. – disse, displicentemente, agora fitando o céu escuro e estrelado.

Por uma razão desconhecida, Momoi sentiu as bochechas enrubescerem diante daquelas palavras. Forçou uma risada afetada, e o cutucou na costela com o cotovelo, brincando.

— P-Para com isso, Dai-chan. Seu bobo...

O moreno forjou uma careta de dor com o golpe por puro teatro, e levou ambas as mãos para a nuca, suspirando.

— É verdade. Você é minha melhor amiga. Eu nem conheço aquelas garotas e nem quero conhecer. São todas estranhas demais, e só fingem gostar de basquete. Você sempre gostou. – disse, com aquele sorriso sincero quando falava sobre o esporte que amava. – Acho que você gosta mais de basquete do que eu.

— Isso é impossível. – redarguiu. – Mas realmente gosto de basquete. E amo ver você jogar... – a última frase ela disse mais baixinho, para não alimentar o ego alheio.

— No próximo jogo vou dedicar uma das minhas enterradas para você-! —começou, levando a mão rosto levemente corado, para que ela não visse aquela expressão.

Mas Satsuki já não estava mais ao seu lado, e sim vários passos em sua frente, e provavelmente não tinha ouvido uma palavra sequer do que tinha dito. Uma pequena parte dele se sentiu aliviado por isso.

— Olha, Dai-chan! – apontou em direção ao rio que acabaram de atravessar na ponte.

— O que?

Mesmo olhando, ele não conseguiu ver o quê quer que fosse que lhe era mostrado. A gerente de Teiko bufou e recuou seus passos até ele, tomando uma de suas mãos ao puxá-lo.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

— O-Oe, Satsu?! O que você tá fazendo?!

— Você tem que ver isso!

Continuou a puxar o amigo de infância, descendo pela barragem gramada até alcançar a margem do rio. Ainda estava com a mão atada à dele quando o fitou por alguns segundos, reparando o quanto ele havia crescido, já era um palmo mais alto que ela e ainda ia crescer ainda mais. Poderia passar horas olhando para ele, segurando aquela mão cujo calor emanava e aquecia a sua, com todas lembranças da vida deles até ali reverberando em sua mente. Se não voltasse a si ouvi-lo chamar seu nome.

— Ahn?! – desvencilhou a mão da dele rapidamente, no susto. – Desculpa, me distraí...

O olhar desconfiado dele caiu sobre si.

— É sério. – estreitou os olhos para ele. – Era isso que eu queria te mostrar, olha!

Na margem do rio, várias pequenas luzes piscavam na escuridão. Luzes que voavam e se aproximavam deles, irradiando aquela fraca iluminação verde e amarelada, um pequeno festival de luzes especialmente para eles. Um sorriso largo tomou conta dos lábios de Daiki, que fascinado, deixou ambas as mochilas – dela e dele – na grama e se agachou para apreciar aquele espetáculo tão singelo da natureza. Satsuki o acompanhou.

— Que legal. Fazia tempo que não via vagalumes. – sussurrou, alternando seu olhar entre ela e os vagalumes.

— Eu também! Essas luzes são tão bonitinhas. – estendeu a mão para pegar um deles, mas o vagalume foi mais rápido.

Então, calaram-se. Passaram alguns minutos em silêncio, apenas admirando a paisagem e os vagalumes que voavam acima do rio, e próximo deles. Juntos, como sempre estavam. E sempre estariam. Principalmente em datas tão importantes como essa, um dos seus dias preferidos de seus anos, o aniversário dele.

— Feliz aniversário, Dai-chan... – proferiu baixinho, atraindo a atenção dele. Avançou e depositou um beijo estalado na bochecha dele, de súbito, deixando-o atordoado. E ergueu-se, distanciando dele. – Agora vamos, ou vão acabar se preocupando com a nossa demora!

Aturdido, Daiki a fitava, enquanto ela batia as mãos contra a saia para tirar qualquer sujeira alojada ali. A pele da bochecha onde ela beijara queimava, mesmo que o contato fosse macio, cálido e quente, tudo ao mesmo tempo. E muito gostoso. Era engraçado pensar assim agora, pois odiava os beijos que ela lhe dava quando eram menores.

— Oe, espera aí. – falou, após limpar a garganta e a também a cabeça, daqueles pensamentos novos e confusos. Pegou as mochilas e foi atrás dela. – E o meu presente?

Satsuki andava com as mãos nas costas, virando-se apenas para mostrar língua para ele.

— Que presente? – indagou, divertida.

— O meu presente de aniversário. – estreitou os olhos azuis para ela.

— Ahhh... Talvez tenha alguma coisa te esperando em cima da sua cama, em casa.

Daiki arregalou os olhos. Ele estava brincando, mesmo sabendo que todo ano ela lhe presenteava, não é como se cobrasse isso dela. Encheu-se de expectativas enquanto a curiosidade lhe arrebatava.

— O que é? – questionou, usando o tom desinteressado para mascarar sua curiosidade.

— Se-gre-do!

Passaram o restante do caminho de volta conversando sobre coisas triviais, e sempre que via alguma oportunidade, ele perguntava sobre o presente. Ela quase deixou escapar duas vezes, mas deu socos nele para se vingar. Foram direto para a casa dele, onde eram esperados para uma festinha secreta entre suas famílias ali reunidas. Após cantarem parabéns – mais uma vez naquele dia – para ele, recebeu as felicitações de seus pais e dos pais de Satsuki e então se esquivou e subiu para seu quarto.

Realmente havia algo em cima da cama. Uma bola de basquete novinha, apenas com uma fita vermelha enrolada e um bilhetinho escrito à mão por ela. Não tardou em descer e ansioso em testar a bola novinha, a desafiou para um mano-a-mano.

E juntos, passaram horas jogando basquete, numa disputa ferrenha.

Daiki estava feliz pelo dia ter terminado de tal forma.

Com ele feliz, passando o aniversário com a sua pessoa preferida do mundo, fazendo algo que ambos amavam.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.