Deixe-me te amar

Vinte e Oito


Minhas asas refletiram em seus olhos e ela sorriu:

— Eu sabia que você viria!

Eu a beijei:

— Eu nunca vou te deixar.

Nós nos levantamos e quando me virei vi a fúria nos olhos de Ódio.

Um a um seus Seres se transformaram e levantaram voo em nossa direção, Amy se encolheu ao meu lado no exato momento em que o céu brilhou com a abertura de varias e varias Portas.

De dentro delas, corujas brancas surgiram carregando minhas filhas com os arcos apontados para os pavões. As flechas zuniram e acertaram os pavões negros fazendo-os cair e tomarem sua verdadeira forma. Uma Porta se abriu ao meu lado e Vida apareceu seguido por Sucesso, Pureza e Orgulho. Em seguida outra porta foi aberta ao lado de Amy, e Morte Honestidade apareceram.

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Honestidade parou a lado de Amy e me olhou:

— Vá, ela esta segura.

Assim que terminou a frase, Morte e Vida se puseram na frente das duas e retiraram suas foices. Eu concordei com a cabeça e procurei Ódio em meio à confusão.

As Portas continuaram se abrindo em todos os lados do Coliseu e os Seres de Sucesso, Pureza e Orgulho surgiram querendo vingança pelos seus irmãos assassinados. Pela terra, das Portas saiam os outros Regentes prontos para o fim do julgamento.

Ódio esticou suas asas e suas penas negras contrastavam com as minhas brancas. Nossas flechas zuniram quando as lançamos e no exato momento em que o eclipse se completou, um trovão cortou os céus e todos paralisaram.

Quando olhamos para cima, vimos duas estrelas cadentes caindo rapidamente em nossa direção e ao atingirem o chão, uma forte luz nos cegou.

Assim que a claridade cessou, um homem e uma mulher nos encaravam.

A mulher tinha a pele mais branca que a neve e seu vestido era composto apenas de pérolas brancas que pareciam cintilar. Seus cabelos estavam banhados em pequenas tranças torcidas entre elas mesmas e seus olhos eram negros e sem iris.

O homem ao seu lado tinha os cabelos revoltados e ruivos. Ele vestido um terno tão negro quando a noite e sua gravata branca resaltava a pele caramelo. Ele mediu cada um dos Regentes e um por um, nós nos curvamos perante seus olhos azuis.

— Então...é assim que desejam acabar? – A voz da mulher era suave, mas firme. – Isso é ridículo. Não criamos vocês para isso!

O homem ao seu lado ergueu a mão e estralou o dedo. Assim que o fez, todos os Seres abriram uma porta e se foram, deixando no Coliseu apenas os Regentes.

— Guardem seus artefatos. Vocês não os ganharam para ferirem uns aos outros. – Ele se dirigiu em direção Amy e minhas mãos agiram antes da minha razão. Atirei uma flecha em sua direção, mas ele a segurou no ar e me encarou. – É assim que trata o seu pai, Cupido?