Be Here Now

Do you know what it feels like to fall in your arm


— Eu... – Nina sorriu para as estrelas, os pontinhos luminosos se refletindo nos olhos castanhos. Edmund observou um manto rosado se levantar no pescoço e bochechas de Nina. Ela sorriu novamente, lambendo os lábios em seguida. – Eu... Eu senti falta de olhar nos seus olhos.

Um leve comichão começou no estomago da garota assim que as palavras saíram de sua boca. Sentiu a coberta sob seu corpo ser levemente puxada, pelo canto dos olhos viu Edmund mudar sua posição para, assim como ela, poder contemplar as estrelas. Algo macio lhe tocou o dedo mindinho de leve.

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— E eu senti falta da sua voz. – a voz do garoto era baixinha e suave; Nina conseguiu detectar um sorriso nas palavras.

O toque macio lhe cobriu toda a mão, entrelaçando-se aos seus dedos. Edmund apertou sua mão na de Nina. Ficaram naquela posição por alguns minutos, vez ou outra Nina acariciava as costas da mão de Edmund em círculos. Em um rompante de coragem, Nina virou sua cabeça na direção do garoto e se assustou ao perceber que ele já estava naquela posição há algum tempo. Logo ambos estavam deitados de lado um para o outro, as mãos ainda atadas. Edmund levou a mão desocupada até a maça do rosto de Nina, lhe acariciando a pele macia e fina.

— Eu também senti muita falta dos seus lábios. – pincelou seu polegar contra os lábios de Nina, sentindo o toque macio. A garota fechou os olhos com a nova sensação. – Eu sonhava com eles.

— Sonhava? – a voz de Nina não parecia nada com o tom que usava quando impunha algo aos outros. Ela estava sensível e quebradiça. Edmund traçou um caminho cuidadoso com o indicador do queixo de Nina até o começo de sua clavícula. A garota se arrepiou com o toque.

— Sim. Algumas vezes era algo simples. – começou, a voz baixinha como se contasse um segredo. E talvez fosse. – Era você em minha frente como agora, tão real ao meu toque. E então você desaparecia contra o vento e eu acordava com um peso no peito.

— Eu também sonhava com você. – confessou Nina ao abrir os olhos. – Eu o beijava e você me abraçava pela cintura. Você... – parou de falar, os olhos hesitantes encararam o rosto de Edmundo pálido pela luz da lua. – Me abraçava forte contra seu corpo e eu sentia coisas.

— Coisas?

— Sim. Coisas que eu não sei explicar. – sentiu-se corar sem saber exatamente porquê. O calor subiu por todo seu colo e pescoço até chegar a suas bochechas. – Me sentia quente, sensível em todo o corpo... Acordava ofegante e suada, um peso esquisito sobre meu estomago que se demorava a sair até que eu tomasse um banho gelado.

Edmund ouviu a explicação de Nina atentamente, lembrando-se do que aprendera na escola e do que ouvirá em conversas paralelas de pessoas da sua escola. Até mesmo de soldados no centro. Ele já tinha tido sonhos parecidos com o de Nina e já tinha acordado tão ou mais perturbado com a reação que seu corpo teve com o sonho. Muitas vezes pensou em escrever para Peter lhe contando as mudanças que aconteciam em seu corpo e mente, mas tinha medo que Lucy visse sua carta ou a resposta de Peter. Então ele se contentou com uma frase que tinha ouvido em uma das aulas de biologia da escola. O corpo humano, naquela fase, passava por mudanças. Meninos e meninas iriam sentir sensações que nunca sentiram antes.

— Eu também já acordei assim. – confessou, as bochechas corando levemente. Foi a vez de Nina correr os dedos contra a pele de Edmund e o mesmo fechar os olhos diante do toque da garota.

O dois, sem darem conta, aproximaram-se mais ainda um do outro. A respiração fraca de Nina batendo contra a boca do garoto. Os joelhos se tocando, as mãos ainda preses uma na outra. Nina queria que aquele momento se congelasse e durasse para sempre. Ela secretamente amava a sensação de ter o toque de Edmund em sua pele.

— Você sabe o que é? O que isso significa? – Edmund abriu os olhos para observar os olhos castanhos de Nina brilharem de curiosidade. Um sorriso rasgou nos lábios do menino.

— Não. – deu de ombros. – Mas isso não importa no momento. – os olhos de Nina, que estavam perdidos num pontinho vermelho no queixo de Edmundo, se ergueram até os olhos do mesmo. Um castanho chocolate tão escuro quanto os seus. Lucy certa vez brincou que os olhos de Nina eram chocolate ao leite, suave e leitoso e os de Edmund eram de chocolate amargo, intenso e caloroso. – O que foi?

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— Você está sujo. – sorriu fraco, se aproximando ainda mais do menino.

— Onde? – as sobrancelhas se uniram sob a franja castanha.

— No queixo. – arrastou a mão até segurar o queixo do garoto e limpar o pontinho vermelho da pele macia. Edmund segurou um dos lados do rosto da garota e, em um movimento mutuo, ambos tinham os lábios juntos.

Era apenas um encostar de lábios, entretanto algo se ascendeu dentro dos dois e, antes que qualquer um dos dois percebessem, eles experimentavam o gosto um do outro. Edmund retirou sua mão do aperto fraco de Nina e lhe enlaçou a cintura, trazendo o corpo da garota para perto do seu. Em resposta ao movimento de Edmund, Nina levou ambas as mãos até os cabelos do garoto, pressionando seu rosto contra o dela. Um calor estranho, mas levemente familiar aqueceu o corpo dos dois, fazendo o coração de ambos virar contra seus peitos.

— Eu... – começou a garota, seus lábios esbarrando contra os de Edmundo. O garoto lhe deu um leve apertão na cintura, fazendo a garota suspirar e fechar os olhos. Pevensie riu levemente, seu corpo vibrando contra o da menina. – Eu acho que gosto de você, rei Edmund.

O ar ficou preso na garganta do garoto e o sorriso aos poucos morreu no canto de seus lábios. Nina piscou nervosa, observando a reação do garoto sob os cílios espessos.

— Eu também acho que gosto de você, Lady Catharina. – esbarrou seus lábios contra os de Nina, uma das mãos subindo da cintura da garota num caminho sinuoso contra suas costas até chegar nas ondas chocolate que eram os cabelos de Nina, presos num penteado simples. – E eu gostaria de descobrir o que estamos sentindo juntos.

Nina sorriu com o carinho e com as palavras do garoto.

— Eu também. – segurou os dois lados do rosto de Edmund e encostou seus lábios no dele num carinho rápido e inocente.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.