Scream - Survival

Night Out


Seus passos eram tranquilos, mas sua mente estava corroída pela ligação de hoje á tarde. Stacy não sabia se podia suportar o nervosismo e manter o carisma acesso nessa noite que teria que ser divertida. A Galera combinou um encontro na praça principal da cidade. Não havia baladas, era plena quarta-feira e de qualquer jeito todos eram menores de idade. Modestamente arrumada, ela seguia pela calçada avistando a praça ao longe. A Noite estava fresca, nem calor nem frio, e Stacy usava roupas leves e vai saber por qual motivo hoje decidiu usar salto. Pelo menos isso com certeza não seria tão desproporcional ao encontro casual, porque Claire como sempre, se arrumava exageradamente para qualquer lugar que fosse. "Ora que se dane, posso vestir o que eu quiser"- pensava Stacy. A Cada passo, ela rezava para não torcer o tornozelo. Não estava acostumada com sapatos de salto mas adorava o som que eles faziam na calçada. Parou, precisava atravessar a rua, a praça já estava bem á sua frente. Enquanto aguardava os dois carros que passavam em velocidade lenta e irritante, a luz do poste que a iluminava se apagou. Ela olhou para cima de modo significativo, tomando a luz que se apagara como um mal presságio...

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Claire, Alissa, Juliett e os gêmeos Dylan e Edward esperavam por Stacy. Todos em volta de um dos bancos da praça, o mais próximo da calçada, de frente ao carro de Edward estacionado ao lado do grupo. Todos decidiram ir ao Fliperama hoje. Claire, usava um vestido branco justo, lindo e caro, toda produzida como se fosse ter um encontro com uma celebridade ou algo assim. Stacy a viu de longe, e percebeu que estava certa, o exagero de Claire ofuscava todo mundo. Tomando cuidado para não sujar seu vestido, Claire dava goles generosos numa garrafa de Vodka comprada por Alissa com RG falso no mercadinho não muito longe dali. Ela se apoiava em Dylan como se ele fosse sustentar todo seu possível desequilíbrio que a bebida fosse causar. Ela já estava um pouco "Alta" por assim dizer, já começava a falar alto e perder a vergonha na cara (Mais ainda). Ao ver Stacy se aproximando, colocou a garrafa nas mãos de Dylan, limpando a boca de modo selvagem tentando esconder o arroto:

—Amiga!!! -Berrou Claire abrindo os braços dando passos um pouco tortos até Stacy, que reagiu com espanto ao vê-la naquela situação. Não sabia se ria ou ficava preocupada.
—Oi, Claire.... Nossa.. que isso? A Festa já começou sem mim?
—Não, não, não é isso não... eu é que comecei mais cedo. Vem cá -Puxava Stacy para perto dos outros.
—Oi gente. -Disse a menina simpática.

Os gêmeos a abraçaram como se ela fosse um ursinho de pelúcia:

—Demorou, delícia. - Edward vinha cheirando seu pescoço.
—Ai meu Deus, Ed, nem vem. -Ela o empurrou levemente para o lado, enquanto dava um beijinho no rosto de Dylan.

Claire rodopiava de braços abertos berrando:

—Uhull hoje vou detonar vocês na máquina de dança suas quengas!!!

Durante o giro, ela perdeu o equilíbrio, tropeçando na própria canela:

—Ui!!

Mas antes que pudesse cair, Alissa correu para segurá-la agarrando a amiga pela cintura:

—Cristo!.... Hey, sem mais "Aguinha" pra você hoje, viu?
—Ahhhh.... -Gemia Claire fingindo imensa tristeza.
—"Ahhh" nada, você já passou do limite. Desse jeito vai levar um tombo daqueles na máquina de dança e acabar tendo uma concussão.
—Uma o quê? -Perguntou Juliett.
—Nada, amiga, nada. Esquece.
—Ah.... -Juliett foi em direção ao carro, abrindo a porta traseira: -Seguinte, estamos em 6, alguém vai ter que ir no colo de alguém, porque não cabe todo mundo.

Dylan arregalou os olhos:

—Espera.... alguém me acorda. Não acredito! Ela fez uma cálculo!
—Palhaço! -Respondeu Juliett mostrando o dedo do meio. -Anda logo gente! -A garota entrou no carro, indo até o final do banco para ficar na janela.

Stacy notou que realmente estavam em 6, e comentou:

—Gente, mas cadê a Anna?
—Aquela vaca? Ah ela tá triste. Não vai vir. -Claire disse abraçando-a.
—Entendi. Pra falar a verdade nem eu ia vir... saí de casa mais por você mesmo.
—Awnn que amor!
—Claire, vem aqui um instante. -Stacy a puxou um pouco mais para longe. Para ter uma conversa particular.
—Ai tá bom.... -A amiga obedeceu indo com ela mais á frente cambaleando.

Stacy olhou em volta pra ver se os outros não iam ouvir, e prosseguiu:

—Hoje... quando eu estava chegando em casa. Alguém me ligou. Eu não sei quem era, mas era um cara, com uma voz esquisita. Ele falava estranho também, fiquei com medo.

Claire tentava ficar séria:

—Ué.. alguém te ligou, "Whatever".
—Não. Não foi só isso. Ele disse algo sobre como remorso atinge uma pessoa, ele tava falando isso pra mim. Olha, você tinha que ouvir ele falando pra entender, tenho quase certeza que ele estava falando sobre o que aconteceu com a Jill... estava falando da gente, amiga.

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Claire bufou revirando os olhos:

—Sério que vai entrar nesse assunto? Coisa chata. Tá, que mais ele falou?
—Ele disse, que... eu não sobreviveria até o "Gran Finale" e que era pra eu dizer, que ele era a Morte. Claire, não quero que diga que meu cérebro é do tamanho do da Juliett, mas... isso foi uma ameaça de morte??..... Não ri! Eu to falando sério.
—Ameaça de Morte? Stacy, quem no mundo ia querer te matar, ficou louca?
—Eu ESTOU ficando louca....
—Tá bom. E o que você fez? Chamou a polícia? Vai chamar a polícia? Ligou de volta pra mandar ele ir á merda?
—Não.... eu quase liguei de volta! Quase.... não tive coragem. Mas.... salvei o número...

—Hey meninas!!! - A voz de Edward exclamava ao fundo, e as duas o fitaram enquanto ele apontava para a porta aberta do carro, fazendo pose como se apresentasse o carro para uma propaganda, mantendo aquele sorriso bobo na cara: -Vamos?

Claire fez sinal de "Calma" com as mãos dizendo:

—Calma aê amore, só um minuto!
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Amelie e Bianca estavam em seu quarto. A irmã mais tímida e introvertida, Amelie, se sentava na cama abraçando sua almofadinha em formato de coração, vendo Bianca sentada de frente ao espelho escovando o cabelo. Ela estava confiante, com sua jaqueta de couro e sua saia azul com várias caveirinhas estampadas. Amelie não se segurava:

—Nossa, você vai onde? -Perguntava num tom de interesse.
—Eu vou sair.... Com o Chris.
—Onde vocês vão?
—Pro Fliperama. Vai uma galera lá.
—Ah sim...

Amelie estava se segurando pra não implorar para ir junto, temendo que fosse ser um incômodo pra irmã. Mas ela nem precisou pedir, seus olhos já falavam sozinhos. Bianca percebeu sua expressão desesperada pelo espelho, e sorriu:

—Quer vir?
—Ah... eu queria. Mas não vai te atrapalhar?
—Não, por quê?
—Ah, sei lá, é que você o Steve..
—Steve? -Perguntou Bianca confusa.
—Perdão, Chris! Eu quis dizer Chris!

Bianca segurou a risada:

—Você é apaixonada pelo Steve não é?
—Não -Respondeu Amelie corada.
—Ah fala sério garota, você toda vez faz isso. Fala o nome dele sem querer.
—É sem querer.
—Ah é? De qualquer jeito aproveita agora que ele está oficialmente "Solteiro"...
—Ai que horror!!
—Ué, mas é verdade.
—Mesmo assim...
—Ah vai dizer que essa não foi a primeira coisa que passou pela sua cabeça? Eu vi você pousando no ombro dele hoje no campo de futebol.
—Ah você quer dizer, enquanto você espalhava pra escola toda a história do assassinato?
—Hey Hey.... você não está em autoridade pra me julgar. Foi você mesma que contou pro Steve que a namorada dele tinha morrido.
—Tá, mas o que você falou agora pouco sobre ele estar solteiro e que eu devia ir fundo foi meio mórbido, admita.
—Mórbido? Eu hein, mórbido foi você. Pensa o cenário. A garota que é apaixonada pelo garoto, vai lá toda contente : "Oi Steve, tudo bem? Quer casar comigo? A propósito, alguém matou sua namorada ontem a noite, então, aceita?"

Amelie tacou uma almofada em Bianca:

—Sua monstra!!

Bianca gargalhava:

—Ai pára Amelie! Ha ha ha.... ai ai você me diverte.
—Mas nossa, do jeito que você descreve a situação.... estou até me sentindo mal agora.
—Não se sinta. Você acha que ele não ia acabar sabendo de qualquer jeito?
—Eh... tem razão.
—Se bem que.... você é meio desmiolada...
—Como assim?
—Ah... quando você está ansiosa ou nervosa e começa a contar as coisas, sei lá, você despeja tudo de uma vez, não sabe contar as coisas com calma. O Steve ficou quietinho o dia inteiro não falou com ninguém, aposto que a sua "Sutileza" contribuiu pra isso.
—Ai credo! Eu não te entendo!
—Não entende o quê?
—Primeiro você tenta fazer eu me sentir melhor dizendo que não foi nada demais, depois ataca praticamente me destruindo como se eu fosse uma égua que não sabe de nada e não entende as coisas... a última coisa que eu quero é deixar o Steve chateado... e sim, eu falei com jeitinho, tá?!
—Tanto faz..... só estou tirando onda com você... agora senta aqui, eu vou arrumar você. Hoje você vai voar, passarinho.

Amelie se sentou toda contente na cadeira em frente ao espelho, a velocidade em que ela correu para ser produzida pela irmã, foi assombrosa!
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Claire e Stacy se preparavam para entrar no carro, quando o Celular de Claire tocou, ela levou a mão até o seio, tirando o aparelho do sutiã:

—Ui menina tremeu tudo aqui agora.

Stacy riu enquanto entrava no carro:

—É sua mãe?
—Provavelmente.

Claire deu uns dois passos a frente para atender, ficando de costas para o caro:

—Alô?
—Olá, Claire -Disse a voz masculina arrastada.
—Quem é?
—A questão, não é quem eu sou. Mas o que você é...
—Rica? -Respondeu irônica.
—Ha ha... oh Claire, Claire, Claire.... você não aprende.
—É, to sabendo. Você é um daqueles Nerds que tem uma queda por mim? Porque já vou falar... Desiste.
—Queda por você? Não... acho que meu objetivo é ver a sua queda.
—Então me atinge, viado.
—É assim mesmo que quero que transpareça seu caráter. Aquela que destrói a vida de um ser humano por mero egoísmo.
—Que porra é você?! Você está achando que está falando com quem?
—Com uma assassina.
—Assassina? Querido, me poupe. Eu vou desligar.
—Acontece Claire, que achei francamente que você era esperta... mas pelo jeito... prefere deixar alguém morrer.
—Ai saco, pronto, tomaram o dia pra me azucrinar, quem é você?
—Seu comportamento acaba de resultar na morte de um inocente.
—Vai se catar!
—Tenha uma boa noite princesa. Espero que aprenda em como suas atitudes podem gerar catástrofes até mesmo para aqueles que não merecem. Conversamos depois, a propósito, qual seu filme de terror favorito?....
—Meu filme de terror favorito? Aquele em que alguém arrebenta seu Nariz!

Claire desligou o telefone. Respirou fundo fechando os olhos, e já foi entrando no carro, empurrando Stacy mais para o lado, batendo a porta:

—Ai, vamos logo. Eu estou muito bêbada para essas coisas. -dizia colocando o celular de volta no sutiã.
—Era sua mãe? -perguntou Stacy.
—Ai, nem pergunte. Acelera Edward! -Gritou ela eufórica.

O Garoto acelerou o carro, cantando pneu ligando o som no último. O Carro partiu.....
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Marty estava passando a noite como na maioria das vezes no meio da semana. Não suportava ficar em casa com sua mãe que desconfiava de tudo o que ele fazia e quase todos os dias o bombardeava com perguntas desagradáveis. Estava na antiga Lan House do pai de Keaton. Como hoje Lan Houses não são muito populares, o estabelecimento fechou a uns dois anos e a maioria das máquinas foi vendida. Ainda sim tinha todos enfeites, Neons, vários computadores abertos jogados para tudo que era lado. Keaton ganhava uma grana concertando celulares, e Pc's com defeito, e a noite, ele e Marty se juntavam lá para partidas de jogos online. O preferido deles era com certeza "H1Z1 -Just Survive", que era basicamente um jogo de sobrevivência Zumbi. A Lan House ficava logo ao lado da casa de Keaton, porém para os dois era como um tipo de galpão. Um lugar pra se divertirem e jogarem ou beberem em paz. Muito raramente eram incomodados pelo pai de Keaton que quase nunca dava uma passada lá enchendo o saco para ver se os dois estavam "Aprontando" como o velho costumava dizer. Também servia como Cyber "Laboratório" de Keaton, onde testava programas, aplicativos ilegais, e hoje não era diferente:

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—Olha só. -Dizia ele mostrando um celular para Marty.
—O Quê?
—Presta atenção.

Keaton deslizou o dedo na tela, clicando em seguida na sua lista de contatos. Selecionou o número do celular de seu pai, e ligou, Marty se assustou indo contra a ideia:

—O que você está fazendo? Ficou doido?
—Calma, caramba. Eu instalei aquele aplicativo que muda a voz.
—Você tá doido??!!!
—He he he... meu pai vai achar que está falando com alguma mulher...
—Você é doente sabia?
—Xiiu, silêncio.
—Mas e o número imbecil?
—Está como número privado, esse não é meu chip. Agora silêncio...

Chamou.... chamou.... chamou.... e nada. Caiu direto na caixa postal.

—Que merda! -Gritou Keaton.

Marty passava a mão na testa dando graças á Deus:

—Ufa!.. Doido.
—Ah para de ser covarde, Marty.
—Mas hey, você não me disse, cadê o seu chip?
—Está no Meu celular, o meu! Olha ali, em cima da bancada -Disse Keaton apontando para a mesma, se afastando abrindo o celular que estava em sua mão, para retirar o chip com número privado.

Marty foi até a bancada, pegando o celular verdadeiro do amigo, afim de procurar se tinha músicas novas que Keaton sempre baixava e depois passava para ele por Bluetooth. E antes de conseguir chegar ao Playlist, o aparelho começou a tocar.... Mas não era qualquer chamada.... Marty ficou pasmo, praticamente apavorado ao ver a foto da pessoa e o número no contado: "Jill"...

Marty se virou para Keaton ainda boquiaberto, e o amigo o fitou parecendo não entender muito bem sua reação:

—Marty, o que foi?
—A "Jill" está te ligando...
—O Quê??!! -Keaton correu tomando o celular da mão dele. Mas Marty não segurou o pânico:

—Por que você tem o número dela nos seus contatos?? Vocês nem se falavam!
—Ela tinha me pedido pra instalar um negócio no celular dela..
—Que negócio??
—Isso importa agora? Eu vou atender!

Keaton deslizou o dedo na tela, atendendo a ligação.

—Alô?......

O Garoto ficou mudo com o celular na orelha, e Marty não se mexia. Tantas coisas passavam pela cabeça dele no momento... mas a principal, era o medo de encrenca, misturado pelo receio de algo muito errado sair dessa situação. A Cada segundo, isso ficava pior pois Keaton não respondia nada... ficou ali paralisado sem responder ou falar com quem quer que fosse que estivesse do outro lado... até que Marty se impôs:

—Fala alguma coisa, caralho!

Keaton tirou o celular da orelha, sem saber o que dizer:

—.... Desligaram...
—Falaram alguma coisa?...
—Nada. Só ouvi uma respiração, por alguns segundos. Depois, desligaram.

Marty se arrepiou:

—Você vai me achar um trouxa agora, mas estou com medo. Você acabou de receber uma ligação de uma morta!
—Não acho que seja isso.... -Keaton falava virando os olhos para direita e a esquerda rapidamente, pensando numa possível explicação.
—Cara, isso é assustador. Você nunca viu "Uma chamada perdida"?
—Hã?
—"Uma chamada perdida", aquele filme de terror que as pessoas recebem ligações dos mortos, e isso significa que elas serão as próximas a morrer?!
—Cala a boca Marty!
—Então explica isso!
—Eu... eu vou retornar a ligação...
—Não, não faz isso!
—Por quê?
—E Se for a pessoa que matou a Jill, já pensou nisso?
—Ou a mãe dela que ligou por engano, já pensou nisso? -Retrucou Keaton.
—Okey.. então liga..... -Marty estava próximo de mijar nas calças.

Keaton retornou a ligação, levando o celular até a orelha, com desconfiança... Marty juntava as duas mãos, espremendo-as de nervoso.... quando "BAM!" uma baita Pancada se deu a porta de ferro da fachada da Lan House! Os dois deram um tremendo pulo de susto gritando simultaneamente se virando para a mesma:

—Ah!!!
—Merda!!!

Após os gritos, os dois grudaram um no outro, paralisados, Keaton ainda com o celular na orelha:

—Está chamando! -Cochichou.

Marty olhava em volta aterrorizado, agarrando no braço do amigo com força, estava escuro, não dava para ver se tinha alguém do lado de fora... até que, bem de fundo, escutaram bem baixinho uma música tocando, era "What if", da banda "Creed"... Keaton se desgrudou de Marty lentamente tentando seguir o som... andando em frente, em direção á porta de ferro.

—Não... fica aqui.... -Marty dizia ao fundo, enquanto o amigo se aproximava da porta.

Keaton percebeu que a música ficara mais alta. Ele esticou a mão, abrindo devagar a porta de ferro.... que rangeu horrivelmente.... a música estava bem nítida agora... e no ouvido, escutava o "Beep", indicando que ainda estava chamando. Olhou para baixo, e viu um Iphone de capa rosa, o mesmo vibrava....

Keaton desligou seu celular, e imediatamente a música parou de tocar. Ele respirava ofegante... olhando para o objeto no chão. Era o celular de Jill! Marty surgiu atrás dele do nada falando:

—O Que foi?!

Keaton tremeu levando outro susto!

—Cacete, Marty! Não faz isso....
—O Que tem aí?!

Keaton deu espaço para o amigo, para que ele pudesse ver, Marty ia questionando:
—Esse é...
—O Celular da Jill?... Parece que sim.

Os dois olhavam em volta, pela rua vazia... ecoando latidos de cachorros.

—O que a gente faz? -Perguntou Marty.

Os dois se entreolharam com o medo estampado nos olhos...
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No fliperama, adolescentes e crianças estavam espalhados por todo o lugar. A Galera do colegial geralmente ficava na área da lanchonete do local, espalhados pelas mesas e tomando Sucos, Milkshakes e se entupindo de Hambúrgueres. Bianca estava sentada junto a Chris numa das mesas próximo ao balcão de onde se retiravam os pedidos. Ela sorria conversando toda descontraída e Chris sugava o Milkshake parecendo se divertir com o que ela dizia. Os dois pareciam bem entrosados. Um pouco mais ao longe, Alissa e Stacy comentavam:

—Mas gente... eles são tão fofos... -Stacy dizia.
—É.... uma pena ele ser tão galinha.
—Ela?
—Não, ele!
—Ah.
—Que foi Stacy? Você tá meio na Lua ha ha ha, mal presta atenção no que a gente fala. Me conta, o que está te incomodando?
—Ain.. nada. Você vai me entupir de batata frita hoje? -Disse ela fazendo voz de bebê

Alissa riu, colocando o braço sobre o ombro dela:

—Vamos lá pedir, seu saco sem fundo.

As duas se encaminharam para o balcão, Passando ao lado de Amelie, que por sua vez estava totalmente perdida. Em um momento olhava para a mesa em que Bianca estava com Chris, e temia atrapalhar os dois. E em outro momento olhava para todos ao redor, invejando suas risadas e piadas, ela estava se sentindo deslocada, sem ninguém para conversar ou jogar. Até que sentiu alguém cutucar em seu ombro, se virou, se deparando com Juliett, que sorria feito criança:

—Oooin!!
—Ah.. oi -Respondeu Amelie meio sem graça, passando o cabelo atrás da orelha, toda nervosa.
—Quer jogar? -perguntou Juliett, animada.
—Jogar o quê?
—Tarán! - Exclamou a líder de torcida com um sorriso tirando de trás das costas um taco de bilhar.
—Ah... eu não sei jogar..
—Vem cá! Eu te mostro! -A Menina a puxou pelo braço indo saltitante em direção á mesa de bilhar.

Em outro canto, Claire se exibia na máquina de dança, acertando todos os passos, a loira ficava ainda mais orgulhosa de si mesma dado ao montinho de gente aglomerado vendo ela performar como ninguém no jogo, ela pulava, girava, pisava com força sem dó nenhuma. Dylan e Edward Assobiavam elogiando a performance, e a galera em volta gritava. A Loira jogava os cabelos se sentindo "A Poderosa" sentindo a música e acertando os movimentos que máquina mandava... Deu um pulo final ao término da Música e parou recobrando o fôlego, se virando para seu "Público" agradecendo com reverência, arrumando os cabelos agora bagunçados. Os aplausos da galera foram calorosos, ainda mais dos garotinhos que se divertiram tendo uma vista privilegiada por debaixo de seu vestido toda vez que ela dava um salto com mais energia. Ela desceu do brinquedo, se agachando para pegar seus sapatos de salto, dando um suspiro ficando de frente para Edward:

—E então, garotão? Cadê minha grana?

Edward mostrava a ela um pequeno monte de dinheiro. Acontece que eles faziam esse esquema de vez em quando, apostavam com os mais novos de que ela não conseguiria atingir certos níveis na máquina ou fazer certos movimentos. Claire, que já praticava naquela coisa há anos, adorava arrancar dinheiro das crianças e dos pré-adolescentes que frequentavam o local, achando que ela não era capaz. Edward tirou metade do dinheiro do montinho dando a ela:

—Obrigada, cafetão! -disse ela irônica, dando uma piscadinha para ele pegando o dinheiro, enquanto a aglomeração se desfazia.
—Conseguimos uns 400 dólares hoje. -Edward mostrava contentamento.
—Eita porra, essa criançada faz o que pra viver? Também quero!
—Sei lá!
—"Mesadinha" generosa hein.... mas também, o lugar tá lotado... ah, mas eles já viram minha calcinha mesmo, pouco importa pra esses pirralhos o dinheiro.
—E Hoje você veio com a vermelha. -Comentou Dylan, com um olhar malicioso.
—E Sem paciência pra tarados! -Brincou Claire, seguindo em frente deixando Edward e Dylan para trás.

Claire procurava um jogo mais calmo agora, decidindo ir até as máquinas de Pinball. Infelizmente estavam todas ocupadas. A Mais próxima de si, estava sendo ocupada por ela.. a encrenqueira.. Juliette. Claire pigarreou atrás da garota, que se virou percebendo sua presença, e rapidamente se voltou ao jogo:

—O Que foi? -Perguntou a garota, parecendo concentrada.
—Ah, nada, só queria saber se você vai demorar muito. As outras estão todas ocupadas... só isso.
—Eu vou ficar o quanto tempo eu quiser, se manda.

Claire levou a mão até o peito não acreditando na grosseria da garota "Eu nem mandei ela sair, só perguntei, com educação ainda! O Que é raro!" -Pensava ela, e se pôs a falar:

—Olha querida, eu não sei quem você pensa que é pra falar comigo assim, mas...

Antes de terminar a frase, Juliette se virou pra ela, de queixo erguido e expressão séria:

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—Mas o quê?...
—Mas não é assim que se responde quando alguém pergunta algo, e com educação ainda! O que acredite, é raro da minha parte!
—Ah é mesmo? Então por que não mostra sua verdadeira parte? Ah é... ja mostrou pro Fliperama inteiro.
—Como é que é?????!!!! -Claire estava a ponto de explodir.

Ao lado, na mesa de Bilhar, Juliett, a líder de torcida parava sua tacada, distraída pela voz de Claire, e Amelie que a acompanhava, fez o mesmo, assistindo a cena incrédula.

—Foi isso mesmo que você ouviu garota! -Juliette não demonstrava intimidação por Claire. Peitando a "Diaba" como ninguém jamais tinha feito.
—Ah não... você provavelmente sabe como eu sou.
—Estouradinha?
—Isso mesmo. E Hoje, querida, eu bebi... bastante.. pra eu tascar a mão na tua cara não vai ser preciso insistir muito....

Juliette prendeu o cabelo rapidamente:

—Ah é?

Em volta, a multidão já começava se formar. Claire tinha essa habilidade de atrair a atenção para si de qualquer maneira em todo lugar que ia, seja para o bem, ou para o mal.

—Nossa, segura que a cavala prendeu o rabo! -Claire exclamava sarcástica.

Neste exato momento do comentário, levou um empurrão de Juliette.

—Vai, ahm? Você não vai vir pra cima?....

Claire permanecia calada a encarando com ódio. Até que a garota colocou o rosto próximo ao dela, dizendo:

—Piranha...

Neste segundo, as unhas de Claire já estavam enterradas no rosto da garota, que gritou, retribuindo um tapão na cara da "Diaba" que foi afastada com o tapa, jogada para o lado ao ser acertada caindo de joelhos. Juliette recobrava sua pose, sentindo a ardência do arranhão em sua bochecha quando "Juliett- A Burra", saltou por cima da mesa de bilhar feito a porra de uma ninja, vindo correndo na direção dela levantando o taco de bilhar com um grito de guerra maluco:

—Saiam de perto, vadias!!!

Juliett proferiu o golpe com o taco na garota que atazanava Claire, o mesmo se quebrou ao atingir a menina. Seguranças já corriam para apaziguar a briga enquanto a multidão em volta berrava, gritava "Briga!! Briga!! Briga!" sem parar.