Love Story

Morte na Cruz


19 de Outubro, quinta feira, a equipe teria que investigar o caso de uma mulher que foi encontrada morta dentro de uma igreja, pendurada com os braços abertos numa cruz como Jesus. Eles descobriram evidências que apontaram para um triângulo amoroso datado desde os tempos escolares da vítima que podem revelar quem é o responsável pela morte dela. Um vendedor e o padre da igreja que ela foi morta. Mas vamos do princípio.

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Warrick, Nick e Catherine ficaram para analisar a igreja, Greg – que já estava conseguindo trabalhar, só estava com o rosto ainda machucado – falava com as testemunhas e coletava provas das mesmas, enquanto Sara analisava o corpo que já estava no necrotério, Grissom se juntaria a ela depois. Enfim, tirou fotos do corpo, coletou evidências do mesmo como amostras da unha e espinhos de flor que tinha enfiado em um de seus pés, Sara até fez uma careta ao coletar, parece que sentiu a dor ao tirar.

Grissom entrou no mesmo instante em que Sara coletava o segundo espinho. Sara nem precisava olhar pra saber que era ele quem havia entrado.

— Havia alguma planta nas vizinhanças da cena do crime?

Ele pensou.

— Duas moitas na entrada da igreja, uma linha de quatro na parede do centro comunitário, três arbustos atrás da paróquia adjacentes à estátua de São Judas. - terminou de dizer olhando pra ela.

Sara fez o mesmo.

— Você antecipou essa pergunta pra me impressionar com seus poderes de observação? - perguntou ela.

— A memória é um dom!

Sara sorriu e voltou a fazer o que estava fazendo.

— De quem?

— De quem você acha?!

— Bem, não me consideraria necessariamente uma atéia, mas não acredito na ideia de uma força maior. Mas eu adorava as histórias dos santos.

— Esse trabalho certamente desafia a sua fé. - comentou ele olhando atentamente para uma marca no pescoço da vítima.

— Isso é verdade. - ela concordou. _ Mas eu tenho a ciência.

— Acho que precisamos de um pouco dos dois.

— Às vezes...- ela comentou olhando pra ele de novo. _... acho que criamos um Deus só pra ter alguém para culpar pelos nossos erros.

Grissom pareceu nem prestar atenção no que ela disse, a marca no pescoço da vítima o fez pensar no que poderia ter causado aquilo, isso fez com que ele ignorasse a frase de Sara e saísse da sala.

— É só uma teoria. - ela disse alto ao vê-lo sair. Estranhou ele ter saído daquele jeito, achou que ele não tinha gostado do que ela disse. Mas foi um simples comentário só.

Bom, esperaria ele voltar.

Grissom foi até sua sala, abriu a gaveta e tirou uma caixinha de dentro. Assim que fez isso voltou pro necrotério segurando a caixinha. Entrou na sala em silêncio, Sara ainda olhava pro corpo com uma lupa.

— Foi algo que eu disse?

— Não, honey.

— Eu não ofendi você, ofendi? - Grissom a olhou. _ Eu falei algo ofensivo a você, como católico?

— Não sou mais católico, de fato. Acho que pratico um tipo de catolicismo secular que envolve ritualizar certos aspectos do dia-a-dia, e encher com uma intensidade espiritual que talvez eles não possuam, mas é só isso.

Sara sorriu de lado e o viu tirando um rosário da caixinha.

— E esse rosário faz parte disso?

— Isso era da minha mãe. - pegou o rosário e posicionou no pescoço da vítima. _ Dê uma olhada nesse padrão. - as marcas eram bolinhas, assim como a corrente do rosário.

Sara pegou a câmera e chegou bem perto dele pra tirar a foto. Endireitaram a coluna novamente.

— Cinco séries de dez contas cada representam os cinco mistérios separados por cinco contas de pais-nossos. - disse ele, ambos olhando para o rosário.

— Quem estrangularia alguém com um rosário?

— A mesma pessoa que crucificaria alguém em uma igreja. - ergueu uma sobrancelha.

— É doentio. - ela comentou abaixando o olhar. _ Que pecado será que ela cometeu? - perguntou olhando pra vítima.

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Grissom suspirou fazendo o mesmo.

— Eu não sei. - olhou pra ela que tinha um semblante sério e ao mesmo tempo triste.

Era horrível ver gente morta todo dia, mas quase sempre eles conseguiam justiça por eles.

Grissom pousou a mão na parte de trás de sua cabeça e deu uma acariciada. Sara o olhou e sorriu fracamente.

Pegaram todas as evidências e a câmera e subiram pro laboratório.

...

Interrogaram o cara que foi o último que viu Charlotte com vida, Cody, o vendedor. Ela estava fazendo uma apresentação, ele estava assistindo. Tinha emprestado o carro pra ela e ela quis devolver. Ele estava chateado porque sempre a amou, mas parecia que ela gostava mais do padre Frank, mas negou tê-la matado. Até aí beleza.

Catherine e Sofia revistaram a casa de Charlotte e desconfiaram que ela estava grávida. Pediram para Albert fazer um teste no necrotério.

Na sala de áudio e vídeo, Grissom olhava as fotos das marcas que Sara tirou e comparava com o rosário do padre que havia recolhido, foi quando a morena entrou na sala parando ao lado dele.

— Tenho outro rosário pra sua coleção.

— Onde encontrou isso?

— A Catherine achou na casa da Charlotte, há evidências de que a briga começou lá. A bolsa e o celular estavam na mesa como se ela tivesse saído às pressas. - Grissom colocou os rosários um ao lado do outro, eram iguais. _ São do padre Frank?

— São.

Os rosários eram únicos, manufaturados na Itália, com números sequenciais atrás, indicando que foram comprados juntos. Frank disse que deu a ela. No meio do interrogatório uma das irmãs da igreja apareceu com um policial dizendo que fora ela quem havia matado Charlotte, mas de acordo com o peso dela ela não teria conseguido prender o corpo da vítima ao topo do andaime, ela não teria forças pra levantar uma mulher que pesada quase dez quilos a mais que ela, mais o peso da cruz.

Descobriram que ela só havia confessado para proteger o padre, ela gostava muito dele, pensava que ele que havia matado a moça e queria ser presa no lugar dele. Mas não foi nenhum dos dois. Foi o vendedor, Cody. Frank ia largar a igreja para ficar com Charlotte. Cody ficou sabendo e soube da gravidez também, achou que o filho fosse de Frank e a raiva o consumiu, estrangulou Charlotte com o rosário que Frank tinha dado a ela, montou uma cruz, levou o corpo dela pra igreja de madrugada, pendurou o corpo dela lá e foi embora. O que ele não sabia e nem pensou em comprovar antes de matar a mulher que amava, era o que filho que Charlotte esperava era dele e não do amigo padre. Ele matou o próprio filho.

A equipe ficou chocada com o resultado do caso. Um triangulo amoroso desde o colegial, melhores amigos que seguiram caminhos diferentes, dois amavam a mesma mulher e por causa de ciúmes, tudo foi pro espaço.

...

— Sara?

— Estou aqui, Griss! - ela gritou lá do quarto.

A sala já tinha algumas caixas empilhadas com os livros e quadros que ela levaria. O resto ia ficar ali, como o som, almofadas e coisas da cozinha.

No quarto, Sara terminava de selar a última caixa. As malas já estavam prontas com todas as suas roupas. Haviam caixas de roupas de cama e banho e outras de objetos e coisas pessoais.

— Tudo pronto?

— Sim. - ela respondeu ao se levantar. _ Última caixa selada e pronta pra mudança. - sorriu.

Grissom retribuiu o sorriso.

— E você? Pronta pra mudança? - ele a abraçou pela cintura. _ Ainda dá pra desistir. - brincou.

Sara riu.

— Prontíssima! Mas eu acho que vamos ter que fazer umas três viagens. Não vai saber tudo isso na Denali.

— Tem razão. Mas olha, não temos só o porta-malas. Podemos usar o banco de trás. Você não tem tanta coisa.

— Ah, é verdade. Podemos colocar as caixas no porta-malas e as malas no banco.

— Pronto, resolvido! - beijou sua bochecha e sorriu.

Sara também sorriu e lhe deu um beijo curto.

Grissom a ajudou a colocar tudo no carro. Sara não embalou tudo, pois seus amigos podiam querer ir em sua casa e não podem saber que ela estará morando com Grissom. Então se fosse receber visitas teria que dormir lá.

Chegaram em casa e deixaram as caixas empilhadas no canto da sala pra arrumar um lugar pra colocar depois.

As malas eles levaram pro quarto e Gil já tinha arrumado um espaço pra ela no guarda-roupa e na cômoda. Ajudou ela a guardar tudo, o que levou mais ou menos uma hora.

Assim que acabaram, foram até a sala e sentaram no sofá com Hank perto deles.

— Acho que vou fazer um café. Você quer?

— Ah, eu quero. - sorriu.

— Fica aqui com o Hank que eu já volto.

— Tabom.

Grissom lhe deu um selinho e desceu as escadas. Não demorou muito pra subir com duas xícaras de café. Mas Sara parecia pensativa.

— Hey, o que foi? - lhe entregou a xícara e sentou-se de frente pra ela.

— Nada, eu só... estava pensando. - sua voz tinha um leve tom de tristeza. Bebeu um gole do café e suspirou.

— Pensando em quê? - perguntou depois de dar uma golada no café, colocou a xícara na mesinha de centro e a fitou.

— Lembra que eu te disse há alguns meses que 2006 estava sendo um péssimo ano pra todo mundo?

— Lembro. Você disse que estava com medo.

— Eu ainda estou com medo, Griss.

Grissom suspirou entendendo os motivos dela. Pegou a xícara de suas mãos e também colocou na mesinha de centro ao lado da sua, segurando suas mãos em seguida.

— Não precisa ter medo, honey. Não vai acontecer nada. Esse tempo todo já passou e nada aconteceu.

— Mas depois de tudo o que aconteceu com eles, teve a semana passada que o Greg foi espancado. Griss, só falta a gente, não percebe? - seu tom era de máxima preocupação e medo, não era de nervoso.

Grissom se aproximou mais dela.

— Eu sei que esse ano foi difícil pra equipe, mas pensa só... depois de meses conseguimos fazer sua mudança. - Sara sorriu de lado. _ É algo positivo. - acariciou o rosto dela para deixá-la tranquila. E disse algo que com certeza ela lhe diria se fosse ele o preocupado da história. _ Aconteça o que acontecer vamos estar juntos... não é?

Sara sorriu mais uma vez e acariciou o rosto dele também.

— É.

Trocaram um beijo terno e ao finalizá-lo encostaram suas testas.

Sara suspirou e escutou sua barriga fazer barulho. Olhou imediatamente para Gil com um olhar divertido.

— Ouviu isso?

— Foi sua barriga?

— Foi. - riu. _ Mas é estranho, porque eu não estou com fome.

— Tem certeza? A gente pode preparar alguma coisa.

— Tenho.

— Se mudar de ideia, eu faço o que você quiser.

Sara sorriu travessa.

— O que eu quiser?

— Uhum. - sorriu de lado. _ Se quiser um bolo de três andares, eu faço. - brincou.

Ela riu.

— Não, de um andar só está ótimo.

Ela pensou um pouco.

— E aí? - ele esperava sua resposta.

— Calma aí, estou pensando.

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— Certo. - sorriu.

Ela ficava linda quando pensava assim, tinha a mania de pôr o dedo indicador no queixo e fazer biquinho.

— Já sei. Bolo de chocolate com ... cobertura de limão.

— Hmmm, boa escolha. Com uvas passas?

— Não, sem.

— Ahh, mas é tão bom com uvas passas.

— Não é não, Griss. Uva passa é ruim. - fez careta e ele riu.

— Sua chata. - apertou sua barriga.

— Ai! Chato é você. - fez a mesma coisa com ele.

“Eu estava sozinho, sozinho por muito tempo

Sonhando com o amor, nunca sabendo o que estava errado

Você veio e me mostrou o caminho” ― Sarah & Koen Wauters