Dolores
Dolores
— Você o que?!
— Pera, Lola. Você nem ouviu direito o que eu falei.
— Ouvi o suficiente, Lucca. Você quer fazer a festa da Virgínia por ela.
— A festa não é “da Virgínia”. É uma Festa Junina. Pra gente.
— Foda-se. A ideia foi dela.
— A ideia da festa em si, mas ainda tem muito trabalho pra fazer. Tava pensando em até te pedir pra ajudar na decoração e tal, porque você é ótima pra esse tipo de coisa.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!— E o que? Ajudar a Virgínia? Nem morta!
— Caramba, Lola, é assim que você vai reagir toda vez que eu fizer algo por uma amiga?
— Não é uma amiga qualquer, Lucca. É a Virgínia. - gritei, numa tentativa de fazê-lo escutar e entender o que eu tava dizendo.
Foi somente quando o Lucca abriu aquela boquinha cheia de indignação que eu me dei conta que estava sendo irracional. Eu me dei conta sem nem ele precisar falar o que diria a seguir:
— A gente nem completou três semanas de namoro e você já tá agindo que nem uma…
— Ok. - não o deixei completar a frase, até porque eu poderia ficar chateada e daria merda, e eu não queria isso – Não importa. Eu te ajudo, mas só com uma condição: eu não ter que ficar no mesmo ambiente que a Virgínia.
— Cara, como que você…?
— Sem questionamentos, Lucca. Eu já to cedendo.
Ele não estava satisfeito com o meu comportamento de toda maneira, mas relevou.
— Acho que é bem possível vocês não se virem tanto, até porque a Virgínia quase não vai se envolver diretamente.
— Assim espero.
— Lola… - ele disse em tom de repreensão.
— Ai, desculpa. - e beijei a ponta do seu nariz.
Banquei a fofa pra amenizar a situação, mas nada disso cheirava bem e eu não quero ser a chata que vai dizer “eu avisei” no futuro, mas se for preciso, serei a chata sim.
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