Albus Potter

Eu entrei na enfermaria. Madame Pomfrey tinha permitido que eu entrasse. Segundo ela, era o melhor a se fazer, pois ele só chamava o meu nome o tempo todo. Acho que fui egoísta por ficar satisfeito que ele só tenha pensado em mim o tempo todo.

Meus passos até a cama que ele estava eram lentos. Ninguém mais ocupava nenhuma das camas lá. Só ele.

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Os cabelos dourados dele brilhando, chamando atenção naquele monte de coisas brancas. Era como ver o sol no meio do universo escuro.

— Albus... - ele diz.

— Madame Pomfrey disse que você ficou me chamando o tempo todo. - digo.

Ele olha para baixo.

— Venha aqui. - Eu olhei para ele com uma expressão de dúvida. - Venha logo aqui, Potter!

Ele nunca me chamava só pelo último nome. Al quando estávamos falando sobre coisas normais, Albus quando eram coisas importantes, Albus Potter ou Albus Severus Potter quando fazia alguma brincadeira. Mas Potter... Ele me chamava assim quando estava irritado. Mas eu vi nos olhos dele que não era comigo que ele estava irritado.

Fiz o que ele pediu. Cheguei mais perto e me sentei na ponta da cama que ele liberou para mim.

— Lorcan... O que aconteceu?

Ele começa a chorar, e me dá um pequeno caderno. Folheio e leio alguns trechos. Era o diário dele. O diário de Lorcan. Aquele do qual ele me falou na primeira vez que nos vimos. A ponta de todas as folhas estavam queimadas. Provavelmente ele caíra junto com o caderno.

— Lorcan. O que aconteceu?

— Cedric McLaggen... - A voz dele estava embargada, e lágrimas escorriam do rosto dele. - Eu estava no Salão Comunal da Grifinória... Esperando Lysander terminar de falar com Rose e... Ele chegou e me viu escrevendo. No diário.

Não. Não. Não. Não pode ser.

— E ele... Leu. - Lorcan apertou os olhos, provavelmente tentando parar as lágrimas. - Não se preocupe, Potter. Não falei nada sobre você no caderno.

— Lorcan Scamander, olhe para mim agora! - ele, que estava virado para o outro lado, virou para mim claramente assustado. Eu nunca falei naquele tom com ele. Segurei-o pela nuca e puxei-o em minha direção. - Se você pensa que eu estou preocupado com o fato de ele ter descoberto que eu sou completamente apaixonado por você, está completamente errado! Ok?! Estou me fodendo pra isso, ok?! Ele bateu em você, machucou em você, e você realmente está insinuando que eu estou preocupado com... Isso?! - ele ainda me olhava espantado. - Eu... Eu te amo, Lorcan Scamander.

E, dizendo isso, beijei-o. Beijei-o com força, desesperadamente. Eu precisava dele como humanos precisam respirar. Eu não conseguia viver sem ele. Aliás, eu não conseguia vê-lo ser machucado também. Externa e internamente. Ele precisava estar bem para eu estar bem.

— Eu te amo tanto, Albus Severus Potter... - ele disse, quase gaguejando, por estar pegando ar depois do beijo. - Eu te amo tanto que até dói...

Sorrio e mordo o lábio inferior. Uma lágrima cai do meu olho.

— Vem cá.

Ele vem e voltamos a nos beijar. Eu sentia que pertencia àqueles braços, àqueles lábios. Eu pertencia a Lorcan. Eu era dele, e ele era meu. Eu estava nas mãos dele, e ele nas minhas. Para estarmos bem, o outro também deveria estar. Nos beijávamos até nossos lábios doerem. Nossas lágrimas se misturaram, nossas mãos, suadas de tanto segurarmos um ao outro. Uma das mãos dele apertava meu cabelo, é uma das linhas apertava o cabelo dele. A outra mão dele segurava a minha nuca.

— Eu preciso de você... Porra, como eu preciso de você.... - ele disse.

— Eu... Eu não penso nisso. Se eu parar para pensar, eu consequentemente terei que pensar em como seria perder você... E eu já tentei. Eu não consigo ficar bem se você não estiver comigo.

Os lábios dele chegam ao meu ouvido, pois estou praticamente deitado sobre ele. Minha cabeça está encostada no ombro dele, tocando o travesseiro da enfermaria.

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— Então... Não pense. Eu vou estar sempre com você, Al. Sempre.

E nós ficamos ali. De mãos dadas, nos beijando, e sussurrando os nomes um do outro, no meio de vários "eu te amo" e "não vá embora". E todos os "não vá embora" tiveram como resposta um "eu não vou a lugar nenhum".