Heathens

Capítulo 1 — Somewhere I Belong.


"Quando isto começou
Eu não tinha nada a dizer
E me perdi no nada dentro de mim
Eu estava confuso
E deixo tudo isso sair para descobrir
Que não sou a única pessoa com essas coisas em mente"

Linkin Park - Somewhere I Belong

***

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Se Arlequina pudesse sonhar com algo diferente em sua vida, ela sonharia com uma vida mais normal do que a que ela levava ao lado de Joker, o seu eterno pudinzinho.

Por ter se apaixonado perdida e incondicionalmente por seu paciente mais louco, cujo é conhecido como o rei do crime em Gotham, a doce e dedicada psiquiatra que antes era conhecida como Harleen Frances Quinzel acabou caindo em um abismo sem fim de loucuras e crimes.

Agora, vivendo ao lado do vilão mais perigoso de toda a dinastia de vilões já existentes em Gotham, a rainha do crime começa perceber que suas escolhas foram ruins para a sua vida promissora e repleta de oportunidades únicas. Todavia, por mais difícil e doloroso fosse conviver diariamente ao lado de alguém que nunca pareceu importar-se realmente com ela, Arlequina o amava e tinha esperanças de que Joker corresponderia ao seu obsessivo e louco amor.

─ Você mataria por mim? ─ O homem de cabelos verdes penteados para trás, olhos cor de terra, estatura alta, portador de varias tatuagens em seu corpo e sua face e com um rosto coberto por maquiagem pesada e assustadoramente semelhante de um palhaço infantil perguntou para a jovem à sua frente em um baixo.

A jovem não houve tempo para hesitar, pois sua resposta era muito óbvia para ele. ─ Sim. Eu, pudinzinho, morreria por você. ─ Seus olhos destemidos fitavam Joker com amor e admiração.

Insatisfeito com aquela mera resposta, Joker passa suas mãos pelo pescoço da companheira de forma ameaçadora, voltando a sussurrar ao pé do ouvido direito da jovem. ─ Cuidado com o que você promete. ─ Sua voz saiu rouca, sombria, fatal para o coração apaixonado de Arlequina.

Um suspiro saiu dos lábios vermelhos como sangue da rainha do crime, fazendo Joker abaixar o seu olhar para a bela boca de sua companheira. ─ Algo de errado? ─ Questionou o rei, apalpando a polpa da bunda de sua rainha.

A pergunta de Joker saiu como esperado por Arlequina: Fria, sem interesse, como se estivesse perguntando apenas por perguntar. De fato, querendo ou não querendo, a jovem sabia que ele havia perguntado não esperando uma resposta dela, pois ele a considerava irritante algumas vezes.

─ Você sabe que eu morreria e viveria por você. ─ Parecia ser tão fácil estar ali diante do homem que tanto amava, enfrentando-o pela primeira vez em sua vida. ─ Às vezes, quando tenho meus momentos de lucidez, me questiono se permanecer ao seu lado é a vida que certa para mim. ─ Suas palavras saíram firmes, mas calmas, como se ela apenas estivesse conversando enquanto tomava um café expresso ao lado de Joker.

O palhaço deslizou suas mãos gélidas por toda a extensão do pescoço da companheira, soltando-o logo em seguida. ─ Aonde quer chegar com essas palavras, Arlequina? ─ Questionou em um tom sombrio, um pouco mais alto e ameaçador do que antes.

Confuso. Se Joker pudesse definir aquele momento entre os dois, ele certamente o definiria como confuso. Arlequina, por mais louca que pudesse ser, jamais contrariaria ou o questionaria daquela forma. Ele sempre deixou bem claro que a relação que ele mantinha com ela sempre seria apenas para satisfazer os seus prazeres mais obscuros e profanos, condição que ela aceitou sem nem ao menos se importar em tornar-se uma mera distração. Agora, depois de tanto tempo juntos no crime, Arlequina estava cobrando-o como se ele houvesse prometido algo mais além de uma vida perfeita de sexo e vilania.

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Ao soltar um rugido de insatisfação como de um tigre prestes a atacar, o rei do crime começa a andar lenta e ameaçadoramente ao redor da jovem, fitando-a atentamente. Naquele momento, seu instinto era de asfixiá-la com suas duas mãos, obrigando-a curvar-se diante de seus pés como ela sempre se curvava.

─ Por acaso, minha querida, eu prometi algo mais além do que uma boa vida de crimes e prazeres carnais ao meu lado? ─ Sua voz saiu rouca, ameaçadora, quase que como um rugido de uma fera selvagem pronta para atacar sua vitima.

Com o semblante contraído pelas duras e insensíveis palavras de Joker, Arlequina abaixa seu olhar em direção aos seus próprios pés, permitindo que uma lágrima solitária escapasse pelo canto de seu olho direito.

─ Não. ─ Respondeu a ginasta, levantando o seu olhar para encará-lo mais uma vez. ─ Eu sei que nunca me prometeu nada além disso, Joker. ─ Um suspiro de frustração saiu dos lábios da mulher, fazendo-a reconsiderar algumas coisas em sua louca e destruída vida.

─ Então, minha doce e bela rainha, o que lhe dá o direito de cobrar-me tais coisas? A mão do vilão foi de encontro com a pele fria da companheira, deslizando-a até chegar ao pescoço da mesma. ─ Diga. ─ Sussurrou sadicamente, apertando o local com força, fazendo-a sentir a ausência do ar em seus pulmões.

Passaram-se longos minutos de puro silêncio, no entanto, a loira não se pronunciou para nada, parecia querer guardar algo somente para si mesma, atitude que nunca teve ao lado do homem que tanto amava.

─ DIGA! ─O grito saiu alto e estridente, parecia até o som de um trovão cortando o céu na mais densa tempestade.

─ Eu não tenho mais nada para lhe dizer. ─ Murmurou a mulher.

Um sorriso maldoso surgiu entre os lábios pintados de vermelho do palhaço, fazendo com que a parte mais insana de Arlequina desejasse tomá-los para si. Todavia, render-se novamente aos encantos daquele sociopata não era mais uma coisa que ela poderia fazer, pois seu caminho já havia sido escrito há muito tempo, quando ela nem mesmo sabia que sua humanidade e lucidez poderiam regressar para a sua mente e seu coração.

─ Beija-me, minha rainha! ─ Em um tom autoritário, Joker ordenou, segurando o queixo da companheira com força, obrigando-a fitar seus lábios sempre sorridentes.

Talvez, naquele momento, beijá-lo seria o milésimo erro que ela cometera pelo insano amor que nutria por ele. Entretanto, uma despedida nunca será uma verdadeira despedida sem um beijo final.

Com a sanidade entre a loucura e a lucidez, Arlequina sela seus lábios nos do amante que por tanto tempo foi submissa, deixando que a língua quente dele explorasse cada cantinho de sua pequena e sensual boca. O beijo não era calmo como nos filmes de romance clichê. Não. O beijo era feroz, violento, quente e cheio de vida, como se suas línguas travassem uma luta pelo controle da situação prazerosa em que estavam envolvidos.

Envoltos em um mundo somente deles, o rei e a rainha do crime de Gotham City deixaram-se serem guiados pelo prazer carnal que os envolviam mais e mais naquela fria noite de outono, entregando-se um ao outro pela última vez.

Enquanto entregavam-se ao prazer do sexo casual, a ex-psiquiatra, sem nenhuma sombra de duvidas, sabia que aquela era a decisão mais difícil que ela havia tomado em toda a sua vida. Entretanto, mudanças acontecem, forçando até os mais insanos escolherem o caminho certo para trilhar.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.