Kisses and Guns

Novo significado de estar sozinha.


Com isso ela saiu deixando um silêncio ensurdecedor no apartamento. Senti as primeiras lágrimas segundos depois. Ele estava noivo! E ele não teve a decência de me contar! As pessoas não eram confiáveis. Quantas vezes eu teria que aprender essa mesma lição? Quantas vezes eu teria que quebrar a minha cara? Fodido inferno eu era uma dessas pessoas positivas que insistia em ver o melhor das pessoas quando claramente não existia nada!

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Ele devia estar rindo de mim agora. Claro, o objetivo dele era claro desde o começo, me levar para cama. A minha virgindade foi um bônus extra.

Demorou o que ? Três semanas para eu ir de dar tapa nele para abraça-lo e recebe-lo docilmente em mim?

Não sei quanto tempo eu chorei.

Eu sei que logo os soluços vieram, e depois de muito tempo meus olhos ardiam e nada saía. Eu ainda estava na cozinha sentada horas depois. Eu tinha levado muitas surras na vida, nunca me senti tão horrível como estava me sentindo agora. Ele domingo. Passava da uma da tarde quando entrei no banho, passei lá mais algum tempo dessa vez com raiva. Eu tinha a porra de uma arma! Eu podia atirar no meio das pernas dele e... Eu ri. Eu não faria isso de qualquer forma. A questão era: Eu tinha que ir embora.

Fugir. Outra vez. O mais longe possível. Por que se uma bala não me matasse, minhas emoções certamente o fariam. Eu não entendo por que dói tanto.

Em um ato determinado, começo a juntar meus pertences. É pouco, minhas roupas é basicamente tudo que tenho além de uma caixa com fotos de quando eu tinha uma família, destampo a caixa de papelão. Não tem nada de especial nessa caixa, apenas o conteúdo dentro que vale mais para mim do que qualquer coisa no mundo. As fotos ali apertam meu coração a um ponto de eu sentir que estou sufocando. O ar não vem do jeito certo e por um momento penso que tudo em mim não está funcionando bem. Quando as lágrimas começam a cair novamente são grossas e quentes, aparentemente eu ainda tenho um litro inteiro para chorar. Piora quando olha minha mãe, eu e meu pai em uma foto. Eu sou exatamente como ela. Olhos azuis e cabelos pretos que eu não corto por que ela gostava dele grande. Ela está entre mim e meu pai sorrindo de orelha a orelha, como se estivesse orgulhosa. Essa foto foi tirada pouco antes dela sucumbir ao câncer. E por meses eu ver ela lentamente me deixar. Seu corpo ficar cada vez mais fraco até que conseguir quebrar até mesmo seu espirito.

Eu me lembro de quando ela foi enterrada. Quando cheguei em casa com meu pai e ele nunca esteve tão distante e frio. No lugar das palavras doces e sorrisos que ele me dava tinham carrancas e silencio. Eu achei que nunca tinha me sentido tão sozinha em toda minha vida até agora. Eu não sei se me sinto mais traída por Dante ou Amélia.

Mas eu seu usar a lógica Dante nunca me prometeu nada. Em nenhum momento. Ele disse exatamente o que queria desde a primeira vez. Eu não posso acusar ele de nada. Uma foda. Era isso. E depois ele iria me matar. Simples. Um tiro limpo e sem dor foi o que ele prometeu.

Amélia disse que era minha amiga. Uma coisa que eu nunca tive na minha vida e eu aceitei como um mendigo morto de fome. No fim das contas ela me traiu da pior forma. Por isso eu passei tantos anos sobrevivendo. Por que era só eu e eu só confiava em mim mesma.

Minha mãe tinha me feito prometer realmente viver. Independente do que, aproveitar a vida ao máximo.

Eu sinto muito, mãe...

Adormeço em algum ponto da madrugada. Acordo com batidas na porta e estou desorientada e me sinto mais frágil do que nunca.

Peguei minha arma apesar de sentir meu corpo pesado, e eu sentir que não tenho força nem para levantar a arma quanto mais me defender de alguém. Respiro fundo. Não seja idiota Alexandra! Levanta a arma. Atire em qualquer um que ameaçar! Digo para mim mesma. Eu abro.

— Olá. – Harley sorri largo para mim. Deus! Eles não vão me deixar em paz?

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— Vai para o inferno! – digo com duramente. Seus olhos azuis se arregalam quando ergo a arma diretamente para sua cara.

— Que diabos? Alexandra abaixa isso!

— Não! Vá embora! Todos vocês só me deixem em paz tá legal?- eu digo, tem tanta raiva em mim que eu mal posso me segurar.

— O que aconteceu? – ele pergunta erguendo as mãos.

— Jura? Você vai jogar essa merda para cima de mim? Pelo menos Dante me disse que em algum momento iria enfiar uma bala no meu corpo e não ficou se fazendo de desentendido! Eu vi o fodido pai dele! Ele me disse tudo! O por que vocês se aproximaram de mim! Deus! Eu fui tão fácil não é tão desesperada por atenção!

— Não foi assim...

— Não foi? Foda-se! Eu estou farta de vocês vá embora Harley!

— Alex, me ouça...

— Não! – Harley dá um passo para dentro ficando ainda mais perto da minha arma. Devagar ele tira sua própria arma. – Eu vou atirar em você não estou brincando! – eu grito. Ele parece calmo quando coloca a arma no chão passivamente. Simplesmente me deixando confusa. Dante teria apertado a arma contra minha cabeça, me desafiado, me empurrados os limites. E eu teria... Deus!

— Você pode abaixar sua arma agora? – ele pergunta tranquilamente. Assinto e abaixo. – Agora, o que porra aconteceu?

— Eu conheci o pai do Dante eu ti disse. Eu estava marcada para morrer no segundo que coloquei os pés aqui não é?

— Não é assim que as coisas...

— Se você vai ficar me enrolando Harley, não me diz nada tá legal, eu prefiro não saber a ter você mentindo ainda mais para mim. – Eu digo encarando seus olhos azuis. Ele simplesmente assente.

— Eu sinto muito... – ele diz chegando perto. – Eu queria ver como você estava. Não te vejo a dias. – ele diz pesaroso. O tom de sua voz me confunde de novo e eu tenho um mal pressentimento quando ele dá um passo para mim, chegando ainda mais perto.

— Harley, eu não sei o que você quer que eu diga, você não negou que sabia das coisas... E eu sei agora que vocês são criminosos. Não só criminosos comuns quase mafiosos!

— Você não sabe como as coisas funcionam Alexandra. – ele diz roucamente. – Sinto muito. Mas, vai ser ainda pior se eu tentar justificar alguma coisa.

— Nem assim você não nega nada. – eu o acuso.

— Não. Sinto muito. É tudo que eu posso falar. – por um momento ele me encara até seus olhos caírem na minhas boca. Quando ele se aproxima só posso pensar, oh Deus! Ele não vai fazer isso vai?