Kisses and Guns

Noite de garotas. Drama, lágrimas e um gole ou dois de vodka.


Está definitivamente.

Engulo seco quando ele se aproxima tanto que posso sentir seu folego no meu. Meu coração se acelera no peito. Algo no fundo da minha mente grita e todos os alarmes soam e eu quero muito ignorar tudo. Harley é muito quente.

Por que não?

Talvez seja o que eu preciso para esquecer. Esquecer tudo. Olho sua boca quando ele avança um centímetro mais para mim. Seus olhos azuis estão abertos e ferozes me encarando.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Então meu celular toca. Harley se afasta e sua expressão se fecha. Mas, uma parte de mim está aliviada.

— Sim?

— Posso ir dormir ai?

— Claro.

— Ótimo. Eu fiquei sabendo o que aconteceu. Estou chegando logo. E eu sinto muito mesmo.

— Eu estou bem.

— Eu vou decidir isso. – ela diz e suspira.

— O que aconteceu?

— Eu ti conto depois.

— Ok. Te espero.

— Estarei ai em dez minutos. – ela diz e desliga.

Olho Harley e ele me olha por alguns segundos constrangedores. Depois limpa a garganta.

— É Amélia? – ele pergunta.

— Sim.

— Ela vai ficar?

— Sim.

— Bom, você precisa de alguém que cuide de você. – ele diz roucamente e seu olhar se estende pelo meu corpo quando ele morde o lábio carnudo e vermelho. Talvez eu deva o deixar terminar o que começou. Como seria beijar Harley? Eu sei que se ele beija tão bem quanto é bonito isso seria uma fodida experiência. E eu quero. Diabos.

Por que nenhum pensamento sobre outra pessoa vai me parar de fazer o que eu quero. Nem a sensação estranha de que eu estou fazendo algo errado. Eu não estou! Meu coração acelera no peito.

— Hum, obrigada de novo. – digo. Essa estranheza com Harley não é natural. Por que ele foi a pessoa que mais me fez sentir confortável depois de Amélia.

— Você não tem que agradecer. Somos amigos não é? – ele diz com um sorriso bonito.

— Eu espero que sim.

Batidas soam na porta em seguida.

— Do que você gosta? Branco? Amargo? Mesclado? – Amélia diz mostrando uma sacola cheia de barras de chocolate para mim. E outras guloseimas muito convidativas, ou seriam se meu estomago não tive tão pesado. – Deus! – Ela me olha. Seu lábio treme. – Eu gostaria de matar esses bastardos!

— Vai ser feito, mana. – Harley diz. – Cuide dela. - Ele se aproxima e me abraça. Seu corpo é duro e quente. – Eu tenho que ir. – ele passa por Amélia deixando um abraço e logo some no corredor.

— O que houve? – pergunto quando olho seu semblante triste.

— Eu não acho que devemos falar disso quando você está em problemas maiores.

— Certo. Agora fale. – digo sorrindo. Eu preciso mesmo de uma distração.

— Eu... peguei Lorenzo fodendo uma loira. – ela ofega. - Deus! Essa cena não sai da minha cabeça! Fica se repetindo sabe? O gemido dela e o movimento. O som do movimento. O jeito que ele... Deus! Eles estavam nus! No escritório! Isso é... Isso foi...

— Deus! – e eu não sei exatamente a sensação? Não! Não é a mesma coisa!

- Quero dizer, eu sei que ele não é nenhum virgem, mas, eu nunca vi isso entendeu? Já o vi com algumas mulheres, mas fazendo sexo? Fodendo literalmente? Merda! E foi a primeira vez que eu vi seu pau! Mas estava desaparecendo dentro de uma vadia! Foi demais para mim. – uma lágrima escorre pelo seu rosto.

— Oh, Deus! Deve ter sido horrível!

— E foi! Enfim, eu não quero me lembrar disso por mais tempo, escolha os chocolates, eu comprei algumas coisas para o almoço de amanhã, eu preciso comer até me acabar.

— Certo. Não vou discutir.

Digo e faço movimento para fechar a porta até perceber o cara de terno parado na minha porta.

— Quem é ele?

— Oh, eu ti falei dele. É Júlio. Meu segurança.

— Ele tem que ficar?

— Sim, meu pai está rígido por causa da fuga.

— Mas ele vai passar a noite de pé na porta?

— Sim.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

— Coitado, vou levar algo para ele comer. – Digo. E apesar de eu estar um estrago eu não me sentiria bem com ele lá de pé com fome.

— Não é necessário. Olhe para você! Precisa dormir!

— É rápido. – juntei uns pasteis assados e congelados e coloquei no forno, fiz uma garrafa de café, eu odiava café mais tinha comprado para o caso de algum deles gostarem, e peguei algumas barradas de chocolate. Abri a porta.

— Júlio? Não é? – Ele me olhou surpreso. – Não fomos apresentados. Eu sou Alexandra. – ele assentiu. Júlio poderia ter a mesma idade de Dante. E olha discretamente para mim provavelmente se dando conta da merda que eu estou. – Eu trouxe algumas coisas para você comer. Eu fiz pasteis, não sei se você gosta.

— Você não precisava fazer isso. – ele está realmente surpreso.

— Sei disso.

— Então por quê?

— Por que compartilhar comida me faz sentir mais confortável com as pessoas. Eu fiz café. E trouxe chocolates.

— Obrigado. Eu fiquei sabendo do que aconteceu. Eu ouço as coisas não posso evitar.

— Aparentemente os amigos de Dante não gostaram de mim.

— Você é uma garota legal, devia... Deixa.

— O que?

— Deixa para lá. Obrigada. – ele repete e volta para seu estado sério e profissional.

Amélia já estava de pijama e empoleirada na cama quando voltei.

— Você foi gentil com ele. Em geral no mundo que eu vivo gentileza é algo raro.

— Eu não tive isso nos últimos anos. Não quero me tornar amarga. Por isso eu me esforço. Eu não tenho muito entende? Quando posso compartilhar o pouco que tenho me sinto bem. Eu vou tomar um banho. Digo por que depois de toda a surra e vomito eu sinto que estou fedendo.

Ligo a agua quente e entro embaixo. Não sei quando tempo fiquei lá mais sei que minhas pernas cederam e eu estou sentada no chão e eu definitivamente cochilei por que Amélia está batendo na porta.

— Está tudo bem Alex?

— Sim, eu cochilei. Sinto muito. – Coloco umas roupas secas e saio para encontrar ela me olhando com seus olhos azuis idênticos aos de seu irmão e seus olhos estão arregalados.

— Você não parece bem.

— Eu vou ficar bem. – digo.