Kisses and Guns

As melhores conversas acontecem na cozinha.


— Você vai machucar a massa. – disse Harley entrando na cozinha com a cara amassada.

— É pão, precisa ser sovado.

—Para mim parece que você está com raiva.

— Bem, talvez você esteja certo.

—O que Dante fez? – parei.

— Como sabe que foi ele?

— Ele não está aqui, e eu o conheço.

— Como sabe? – Harley bufou.

— Sempre sei.

— Ele é um idiota. – Digo seriamente. Harley riu.

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— Não é o que as mulheres dizem sobre ele normalmente. Bem, não na manhã seguinte.

— Não quero imaginar o tipo de mulheres que vocês andam.

— O que ele fez?

— Não sei se quero dizer isso em voz alta.

— Foi grave assim?

— Bem, pra mim? Sim, foi grave.

— Me conta.

— Ele disse que queria... Me foder. Para me tirar do seu sistema. E, que se eu quisesse dinheiro por isso ele não se importaria.

— Jura? – ele arregalou os olhos.

— Sim, não é por que eu estou lutando com as finanças e moro em lugar simples que eu vou vender o meu corpo para um idiota. Eu tenho orgulho do que eu tenho, não é o que vocês têm lá, mas isso aqui eu conquistei sozinha Harley, você não faz ideia do quanto isso significa para mim.

— O que aconteceu com você Alexandra?

— Não importa, me importa saber se eu estou passando a impressão que eu...

— Hey, hey... Você não está, vai por mim. Dante é dominador. Ele não precisa correr atrás de mulheres, as mulheres vão até ele de bom grado, ele não está acostumado a não ter qualquer uma sob ele entende? Não é pessoal. E ele deve estar realmente incomodado se ti ofereceu dinheiro.

— Certo. – digo sarcasticamente.

— As coisas são diferentes no nosso meio. Você não entenderia.

— Se alguém se incomodasse em me explicar talvez eu entendesse! – digo com raiva.

— As vezes é melhor não saber, vai por mim tem gente que mataria por poucas informações sobre nós.

— Quem? Por que?

— Você tem os seus segredos, nós temos os nossos.

— Claro. Vocês estão sempre ao redor por causa disso? Do meu passado? Por que eu digo aqui e agora, eu nunca ouvi falar de vocês antes e eu não tenho nada a ver com o que quer que vocês estejam fazendo.

— Diz a moça que sabe atirar como uma profissional.

— Eu fiz o que era preciso!

— E por que era preciso?

— Para me defender ok? Era isso ou acabar morta! – Suspiro. Sim, eu falei de mais. O que eu não disse é que a arma é como uma doença, e uma doença viciante. Agora mesmo eu quero ir ao meu quarto e colocar ela nas minhas mãos, por que eu sinto essa sensação de segurança cada vez que a toco. Uma falsa sensação. Como um cheiro de uma droga que te leva para o ecstasy por alguns minutos. Mas, no momento é tudo que eu tenho. - Vamos deixar disso. Quer me ajudar a enrolar os pães?

- Claro.

—Ótimo, você vai recheados de queijo e coloque um pouco desse presunto de Parma junto.

— E essa outra metade?

— Essa é pra mim, vou fazer os doces. Eu cozinhei uma lata de leite condensado ontem, e ele vai ficar ótimo.

— Você vai nos deixar gordos.

— Duvido.

— Que horas você acordou?

— As cinco.

— Porra é por isso que eu estou caindo de sono.

— Sabia que você não estava acostumado.

— E por que levanta tão cedo?

— Eu me acostumei eu acho. Dormir pouco me salvou alguns dias. – digo amargamente. Ele me olha com seus olhos azuis impressionantemente quentes. E talvez, só talvez ele esteja perto de mais de mim.

— Mas por quê?

— Tempos difíceis, medidas drásticas.

— Você vai me contar o que houve qualquer dia?

— Talvez.

— Mulher difícil. – ele ri. Sua risada é rouca e quente. Deus! O homem é lindo. Sinceramente, um pedaço de mau caminho ambulante. Seja lá de onde eles vêm, esse lugar é uma fabrica de homens bons de olhar e de outras coisas também, eu tenho certeza. Ele é o oposto de Dante, se eu fosse comparar. Harley parece um anjo e realmente causa uma impressão. E ele emana perigo também, o que talvez o deixe mais atrativo ainda. Que diabos eu estou pensando? Perigo o deixar mais atrativo? Deus! Quando foi que eu virei essa pessoa? Dante tinha razão?

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Recheamos os pães em silêncio, bem pelo menos eu estou em silencio enquanto minha mente está girando.

Quando eles estavam assados fiz suco já que eu odeio café e logo Lorenzo e Amélia se levantam.

— Minha cabeça dói. – ela responde com a voz grogue.

— Claro você bebeu álcool como água ontem.

— Fale mais baixo Alex.

— Claro, sente-se e coma.

— Nós temos que ir logo. – Lorenzo disse atacando meus pães. – Deus mulher, sua comida é quase tão boa como sexo.

— Eu vou vomitar. – Amélia diz e corre para o banheiro.

— Não se incomode. – Lorenzo diz pra mim. – Eu vou comer os pães dela. – ele pisca. – Quem sabe você não me dá um orgasmo? Ou dois?

— Você deveria calar a boca. – Diz Amélia voltando pálida. Estico um como de água para ela quando ela se senta.

— Acho que eu passo de qualquer forma, Lorenzo. Você devia tentar comer algo Amélia.

— Uh, talvez. Oh, minha cabeça parece que vai sair do corpo.

— Por isso que crianças não deveriam beber.

— Eu não sou uma criança.

— Vocês dois parecem crianças brigando assim. – Harley diz quando os dois se encaram. Por alguma razão eu penso que Lorenzo gosta dessa rotina de provocar ela. Tivemos um café da manhã agradável a não ser por mais alguns comentários. E eles saíram antes do meio dia. Passei o dia adiantando os trabalhos. Por que, o que mais eu ia fazer? A casa estava limpa e a geladeira lotada, sinal que eu não podia fazer nada mais. E eu não queria pensar no que aconteceu. Em tudo que aconteceu.

Por que cada vez que eu pensava eu via o carro nos perseguindo e eu atirando e depois o carro capotando para longe, e mais importante, eu não me sentia culpada. Tem algo errado comigo?

Por que eles estavam tentando matar eles? O que eles eram? Quem eles eram? Adormeci no meio da madrugada no meio de um desses pensamentos.