Anoitecer

Capítulo 1


Tinha passado dois meses desde a partida de Edward, Bella olhou pela janela do quarto com novo vigor, graças à Dra. Sanders, a psicóloga que o Dr. Gerandy recomendou, ela estava muito melhor, fora bom desabafar com alguém sobre o que acontecera, tirando a parte dos Cullen serem vampiros, começou a perceber que a relação com Edward não foi muito saudável. Ele foi o seu primeiro amor e soube aproveitar-se disso para assumir todo o controle do namoro deles.

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Na última consulta a Dra. Sanders tinha sugerido que ela fosse a um lugar onde costumavam passar algum tempo juntos para tentar se despedir ou descobrir se ainda se sentia da mesma maneira sobre ele e era por isso que estava a tentar encontrar a clareira.

O ritmo dos seus passos começou a entorpecer a sua mente, a sua respiração ficou uniforme eventualmente, e ela estava feliz por não ter desistido. Ela estava ficando melhor nesse negócio de caminhar pelas matas; podia notar que estava mais rápida. Até que a encontrou, o lugar não era nem um pouco tão fascinante sem a luz do sol, mas ainda era muito bonito e sereno. Não era a época certa para as flores selvagens; o chão estava grosso com a grama alta que balançava com a brisa leve como se fossem ondas num lago.

Era o mesmo lugar... mas não parecia que ela encontraria lá o que estava procurando.

A decepção foi quase tão instantânea quanto o reconhecimento. Ela afundou onde estava, ajoelhando-se lá na beira da clareira, começando a asfixiar. De que adiantava seguir em frente? Não havia nada lá. Nada além de memórias que ela queria ter trazido à tona quando ela quisesse, se um dia ela fosse capaz de lidar com a dor que elas trariam - a dor que a pegou agora, deixou-a fria. Não havia nada de especial nesse lugar sobre ele. Ela não tinha certeza absoluta do que esperava sentir aqui, mas a clareira estava vazia de atmosfera, vazia de tudo, exatamente como todas as coisas. Assim como os seus pesadelos. A sua cabeça rodopiou confusa.

Pelo menos ela tinha vindo sozinha. Ela sentiu uma onda de agradecimento quando se deu conta disso. Como é que ela ia explicar o fato de se estar a fazer em pedacinhos, o jeito como ela se curvava numa bola pra evitar que o buraco vazio a partisse em duas? Era muito melhor que ela não tivesse uma platéia. E ela também não teria que explicar pra ninguém porque estava com tanta pressa de ir embora. Mas ela já estava tentando encontrar forças pra ficar de pé de novo, se forçando a sair daquela bola pra poder escapar. Havia muita dor nesse lugar vazio pra ela suportar - ela ia se arrastando se precisasse.

Que sorte que ela estava sozinha! Sozinha. Ela repetiu a palavra com grande satisfação enquanto se esforçava pra ficar de pé apesar da dor. Precisamente nesse momento, uma figura saiu de dentro das árvores ao norte, a uns trinta passos de distância.

Uma fascinante desordem de emoções passou por ela em um segundo. A primeira foi surpresa; ela estava distante de qualquer trilha aqui, e não esperava companhia. Então, enquanto os seus olhos se focavam na figura imóvel, vendo a incrível rigidez, a pele pálida, uma onda de esperança penetrante passou por ela. Ela a suprimiu viciosamente, lutando contra a agonia igualmente afiada enquanto os seus olhos continuavam pra olhar o rosto embaixo do cabelo preto, que não era o que ela estava esperando.

A próxima foi medo; esse não era o rosto pela qual ela vivia aflita, mas ele estava suficientemente perto dela pra que ela soubesse que aquele homem não era nenhum mochileiro.

E finalmente, no fim, reconhecimento.

- Laurent! - ela falou com um surpreso prazer.

Era uma resposta irracional. Ela provavelmente devia ter parado no medo.

Laurent fazia parte do grupo de James quando ela o conheceu. Ele não esteva envolvido na caçada que se seguiu - a caçada na qual ela era a presa - mas isso foi só porque ele estava com medo; ela era protegida por um grupo maior do que o dele. Teria sido diferente se esse não fosse o caso - ele não tinha nada contra, naquela época, a idéia de a fazer de refeição. É claro, ele devia ter mudado, porque ele foi para o Alaska pra viver com outro grupo civilizado lá, outra família que se recusava a beber sangue de humanos por razões éticas. Outra família como os... ela não conseguia me fazer pensar no nome.

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Sim, sentir medo faria mais sentido, mas o que ela sentia era uma dominante satisfação. A clareira era um lugar mágico de novo. Uma magia mais negra do que a que ela estava esperando, com certeza, mas mágica do mesmo jeito. Aqui estava a conexão que ela buscava. A prova, mesmo que remota, de que - em algum lugar no mesmo mundo que ela - ele existia.

Era impossível o quanto Laurent parecia exatamente o mesmo. Ela achou que era muito bobo e humano esperar que as coisas mudassem tanto em um ano. Mas havia uma coisa... ela não conseguia identificar o que era direito.

- Bella? - ele perguntou, parecendo mais pasmo do que ela me sentia.

- Você lembra, - ela sorriu. Era ridículo que ela estivesse tão feliz porque um vampiro lembrava o seu nome.

Ele sorriu. - Ela não esperava te ver por aqui. - Ele andou na minha direção, com a expressão divertida.

- Isso não é o contrário? Eu vivo aqui. Eu pensei que você tinha ido para o Alaska.

Ele parou a uns dez passos de distância, inclinando a cabeça para o lado.

O rosto dele era o rosto mais bonito que ela viu pelo que pareceu ser uma eternidade. Ela estudou o rosto dele com um ganancioso senso estranho de alívio. Ele era uma pessoa para a qual ela não precisava fingir - uma pessoa que já sabia de tudo que ela podia dizer.

- Você está certa, - ele concordou - Eu fui para o Alaska. Ainda assim, eu não esperava... Quando eu encontrei a casa dos Cullen vazia, eu pensei que eles haviam se mudado.

- Oh. - Ela mordeu o lábio quando o nome fez as beiras em carne viva da ferida dela doer. Ela levou um segundo pra se recompor. Laurent esperou com olhos curiosos.

- Eles se mudaram - ela finalmente conseguiu dizê-lo.

- Hmm - ele murmurou. - Estou surpreso que eles tenham te deixado pra trás. Você não era uma espécie de animal de estimação deles? - Os olhos dele estavam inocentes como se não tivessem a intenção de ofender.

Ela deu um sorriso torto.

- Alguma coisa assim.

- Hmm - ele disse, pensativo de novo.

Nesse exato momento, ela percebeu porque ele parecia igual - igual demais. Depois que Carlisle disse que Laurent havia ficado com a família de Tânia, ela começou a imaginá-lo, nas raras ocasiões em que pensava nele, com os mesmos olhos dourados que os... Cullen - ela forçou o nome a sair, estremecendo - tinham. Que os vampiros bons tinham.

Ela deu um passou involuntário pra trás, e os seus curiosos, olhos vermelho escuros seguiram o movimento dela.

- Eles te visitam frequentemente? - ele perguntou, ainda casual, mas o peso dele se inclinou na sua direção.

- Minta - a linda voz aveludada sussurrou ansiosamente na sua memória.

Ela assustou-se com o som da voz dele, mas isso não devia tê-la surpreendido. Ele apenas aparecia quando ela fazia coisas perigosas por causa da promessa que ela fizera antes de ele partir. Ela não estava se submetendo ao maior perigo imaginável? Ela fez o que a voz lhe disse pra fazer.

- De vez em quando - ela tentou fazer minha voz ficar leve, relaxada. - O tempo parece mais longo pra mim, eu imagino. Você sabe como eles podem ser distraídos... - ela estava começando a tagarelar. Ela teve que se esforçar pra calar a boca.

- Hmm - ele disse de novo. - A casa cheirava como se estivesse vazia já ha algum tempo...

- Você precisa mentir melhor do que isso, Bella - a voz disse com urgência.

Ela tentou. - Eu vou ter que dizer a Carlisle que você esteve aqui. Ele vai ficar triste por ter perdido a sua visita. - Ela fingiu estar pensando por um segundo. - Mas eu provavelmente não devia mencionar isso pra... Edward, eu acho - eu mal conseguiu dizer o nome dele, e isso fez a sua expressão se contorcer, arruinando o seu blefe. - Ele tem um temperamento forte... bem, eu tenho certeza de que você lembra. Ele ainda está nervoso com aquela coisa de James. - Ela revirou os olhos e abanou displicentemente com uma mão, como se isso fosse uma história antiga, mas havia uma pontada de histeria na sua voz. Ela se perguntou se ele poderia reconhecer o que isso era.

- Ele está mesmo? - Laurent perguntou prazerosamente... e ceticamente.

Ela manteve a resposta curta, pra que assim a sua voz não deletasse o seu pânico. - Mm-hmm.

Laurent deu um passo casual para o lado, olhando ao seu redor na pequena clareira. Ela não deixou de reparar que o seu passo o trouxe pra mais perto dela. Na sua cabeça, a voz respondeu com um rosnado baixo.

- Então como estão as coisas em Denali? Carlisle disse que você tinha ido ficar com Tânia? - a sua voz estava alta demais.

A questão fez ele parar. - Eu gosto muito de Tânia - ele meditou. - E da sua irmã Irina ainda mais... eu nunca havia ficado tanto tempo em um só lugar, e eu aproveitei as vantagens, as novidades de tudo. Mas as restrições eram difíceis... Eu estou surpreso que eles tenham conseguido aguentar por tanto tempo - ele sorriu pra ela conspiradoramente. - As vezes eu trapaceio.

Ela não consegui engolir. Os seus pés começaram a ir pra trás, mas ela ficou congelada quando os seus olhos vermelhos olharam pra baixo pra captar o movimento.

- Oh - ela disse com uma voz fraca. - Jasper tem problemas com isso também.

- Não se mova - a voz sussurrou. Ela tentou fazer o que ele instruía. Era muito difícil; o instinto de fugir era quase incontrolável.

- Mesmo? - Laurent pareceu interessado. - Foi por isso que eles foram embora?

- Não - ela respondi honestamente.- Jasper é mais cuidadoso em casa.

- Sim - Laurent concordou. - Eu sou também.

O passo à frente que ele deu agora foi de propósito.

- Victória encontrou você? - Bella perguntou, sem fôlego, desesperada pra distraí-lo. Essa foi a primeira pergunta que lhe veio à mente, e ela arrepender-se de ter dito as palavras assim que ela saíram. Victória - que havia a caçado com James, e depois desaparecido - não era alguém em quem ela queria pensar nesse momento em particular.

Mas a pergunta parou ele.

- Sim - ele disse, hesitando no passo. - Na verdade eu vim aqui como um favor pra ela - Ele fez uma cara. - Ela não vai ficar feliz com isso.

- Com o que? - ela disse ansiosamente, o convidando a continuar. Ele estava olhando para as árvores, pra longe dela. Ela tomou vantagem na distração dele, dando um passo furtivo pra trás.

Ele olhou de volta pra ela e sorriu - a expressão fez ele parecer um anjo de cabelos pretos.

- Eu matar você - ele respondeu com um ronronar sedutor.

Ela vacilou em outro passo pra trás. O rosnado frenético na sua cabeça tornava difícil escutar. - Ela queria salvar essa parte pra si própria - ele continuou, alegremente. - Ela está meio... aborrecida com você, Bella?

- Comigo? - ela esguichou.

Ele balançou a cabeça e gargalhou.

- Eu sei, parece um pouco atrasado pra mim também. Mas James era o parceiro dela, e o seu Edward o matou.

Mesmo aí, à beira da morte, o nome dele rasgou as paredes não cicatrizadas da sua ferida como se a estivesse serrando.

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Laurent não estava consciente da reação dela. - Ela achou mais apropriado matar você do que Edward - um troco justo, parceiro por parceiro. Ela me pediu pra ficar de olho na terra deles, por assim dizer. Ela não podia imaginar que seria tão fácil te pegar. Então talvez o plano dela falhe - aparentemente não era a vingança que ela havia imaginado, já que você não deve ser tão importante pra ele já que ele te deixou aqui desprotegida.

Outro golpe, outra lágrima no peito dela. O peso de Laurent se moveu levemente, e ela deu outro passo pra trás. Ele fez uma careta. - Ela acho que ela vai ficar zangada, do mesmo jeito.

- Então porque não esperar por ela? - ela gaguejou

Um sorriso maquiavélico transformou o rosto dele. - Bem, você me pegou num mal momento, Bella. Ela não vim pra esse lugar por causa da missão de Victória - eu estava caçando. Eu estou com muita sede, e o seu cheiro é... simplesmente de dar água na boca.

Laurent olhou para ela com aprovação, como se ele estivesse falando sério quando a cumprimentou.

- Ameace ele - a linda voz da ilusão ordenou, a voz dele estava desorientada de medo.

- Ele vai saber que foi você - ela sussurrou obedientemente. - Você não vai se safar dessa.

- E porque não? o sorriso de Laurent cresceu. Ele olhou ao redor para a pequena abertura das árvores. - O cheiro vai ser lavado na próxima chuva. Ninguém vai encontrar seu corpo - você simplesmente terá desaparecido, como tantos, tantos outros humanos. Não vão haver motivos pra Edward pensar em mim, se ele se importar o suficiente pra investigar. Não é nada pessoal, Bella, eu te asseguro. Só sede.

- Implore - a alucinação implorou-lhe.

- Por favor - ela asfixiou.

Laurent balançou a cabeça, seu rosto estava gentil. - Veja dessa forma, Bella. Você tem muita sorte que fui eu quem te encontrou.

- Eu tenho? - ela murmurou, arriscando outro passo pra trás.

Laurent seguiu, leve e gracioso.
- Sim - ele assegurou-a. - Ela serei bem rápido. Você não vai sentir nada, eu prometo. Oh, eu vou mentir pra Victória sobre isso mais tarde, naturalmente, só pra aplacar ela. Mas se você soubesse o que ela tinha planejado pra você, Bella... - ele balançou a cabeça com um movimento lento, quase com desgosto. - Eu juro que você estaria me agradecendo.

Ela olhou pra ele horrorizada.
Ele fungou a brisa que soprava o cabelo dela na direção dele. - De dar água na boca - ele repetiu, inalando profundamente.

Ela ficou tensa pra sair dali, os seus olhos piscavam enquanto ela tentava se afastar, e o som do rosnado enfurecido de Edward ecoava no fundo da cabeça dela. O nome dele escapou pelas paredes que ela havia construído pra pará-lo. Edward, Edward, Edward. Ela ia morrer. Foi aí que ela percebeu, ela não queria morrer, nem mesmo por Edward.

Pelos seus olhos apertados, ela viu Laurent parar no meio do ato de inalar e virar a cabeça rapidamente para a esquerda. Ela estava com medo de tirar os olhos dele, de seguir a direção do seu olhar, apesar de que ele já não precisava mais de nenhum truque ou nenhuma distração para a pegar.

Ela estava muito surpresa pra se sentir aliviada quando ele começou a se afastar dela.

- Eu não acredito nisso - ele disse, a voz dele estava tão baixa que ela quase não a ouvia.

Então ela teve que olhar. Os seus olhos vasculharam a clareira, procurando pela distração que havia estendido a vida dela em mais alguns segundos.

No início ela não viu nada, e o seu olhar voltou pra Laurent. Ele estava se afastando com mais velocidade agora, os olhos dele fixos na ão ela viu; uma enorme figura preta saiu das árvores, quieta como uma sombra, e perseguiu de propósito na direção do vampiro. Era enorme - alto como uma casa, só que mais grosso, muito mais musculoso. O longo focinho fez uma careta, revelando uma longa fileira de dentes afiados como adagas. Um horrível rosnado saiu pelos seus dentes, rompendo pela clareira como o barulho de um trovão prolongado.

O urso. Só que aquilo não era um urso de jeito nenhum. Mesmo assim, aquele enorme monstro preta tinha que ser a criatura que andava causando o alarme. De longe, qualquer um presumiria se tratar de um urso. O que mais poderia ter uma estrutura tão vasta, tão poderosa?

Ela desejou ter sido sortuda o suficiente pra vê-lo de longe. Ao invés disso, ele caminhava silenciosamente na grama a menos de dez pés de onde ela estava. Ela olhou para a criatura monstruosa, a sua mente borbulhando enquanto ela pensava num nome pra dar pra ela. Havia uma aparência canina bastante distinta no formato dele, no jeito como se mexia. Ela só podia pensar numa possibilidade, travada de horror como estava. Ela nunca tinha imaginado que um lobo podia ficar tão grande.

Outro rosnado saiu da sua garganta, e ela se encolheu com o som. Laurent estava tentando voltar para a beira onde ficavam as árvores, e, por baixo do terror que a congelava, a confusão passou por ela. Porque Laurent estava fugindo? Com certeza,o lobo era de um tamanho monstruoso, mas era só um animal. Por que razão um vampiro teria medo de um animal? E Laurent estava com medo. Os olhos dele estavam esbugalhados de horror, como os dela. Como se isso respondesse a minha pergunta, de repente o lobo do tamanho de um elefante não estava mais sozinho. Saindo dos dois lados da clareira, outras duas bestas gigantes se arrastaram pra dentro da clareira. Uma era de um cinza escuro, o outro marrom, mas nenhum era tão grande quanto o primeiro. O lobo cinza saiu das árvores a apenas alguns centímetros dela, com os olhos grudados em Laurent.

Antes mesmo que ela pudesse reagir, mais dois outros lobos os seguiram, alinhados como um V, como gansos voando para o sul. Isso significava que o ultimo monstro marrom que entrou na clareira estava perto o suficiente pra ela tocá-lo.

Ela deu um suspiro involuntário e pulou pra trás - que foi a coisa mais estúpida que ela podia ter feito. Ela congelou de novo, esperando que os lobos se virassem pra ela, a presa muito mais fraca e vulnerável. Ela desejou brevemente que Laurent começasse a destruir o grupo de lobos - isso devia ser fácil pra ele. Ela achou que, entre as duas escolhas há frente dela, ser comida por lobos era certamente a pior opção. O lobo mais próximo dela, o marrom avermelhado, virou a cabeça levemente com o som do suspiro. Os olhos do lobo eram escuros, quase pretos. Ele olhou pra ela uma fração de segundo, seus olhos profundos pareceram inteligentes demais pra um animal selvagem.
Ele encarou-a, ela pensei em Jacob, de repente lembrando-se das lendas Quiluetes, seria possível que fossem verdadeiras? Se fossem reais eles estavam atrás dos vampiros e ela estava segura. Então outro rosnado baixo do líder fez a cabeça do lobo se virar, na direção de Laurent.

Laurent estava olhando pra o monstruoso bando de lobos monstruosos com um inexplicável olhar de choque e medo. Primeiro ela não conseguiu entender. Mas ela ficou atordoada quando, sem nenhum aviso, ele se virou e desapareceu entre as árvores. Ele fugiu.

Os lobos foram atrás dele em um segundo, se espalhando pela grama com passadas poderosas, rosnando e fazendo estalos tão altos que ela levantou as mãos instintivamente pra cobrir os ouvidos. O som desapareceu com surpreendente velocidade assim que eles desapareceram na mata.

E então ela estava sozinha de novo, os joelhos tremerem embaixo dela, e caiu em cima das suas mãos, soluços se construindo na sua garganta. Ela sabia que tinha que ir embora, e tinha que ir agora. Por quanto tempo os lobos iam caçar Laurent antes de voltarem por ela? Ou Laurent ia se virar contra eles? Seria ele quem voltaria à procura dela?
Porém, primeiramente ela não conseguia se mexer; os braços e pernas dela estavam a tremer, e ela não sabia como voltar a ficar de pé. A sua mente não conseguia superar o medo, o horror ou a confusão. Ela não entendia o que havia acabado de testemunhar.

Um vampiro não devia fugir de cachorros crescidos daquele jeito. Que mal os dentes dele poderiam fazer á sua pele de granito? E os lobos devem ter dado a Laurent um longo espaço. Mesmo que o tamanho extraordinário deles os tenha ensinado a não temer nada, ainda não faziam nenhum sentido que eles o perseguissem. Ela duvidava que a pele de mármore gelado dele cheirasse como comida. Porque eles iam passar alguma coisa com sangue morno e fraca como eu pra perseguir Laurent? A não ser que as lendas Quiluettes fossem reais.

Uma brisa fria passou pela clareira, balançando a grama como se alguma coisa estivesse em cima dela. Ela ficou de pé, afastando-se mesmo que o vento estivesse passando por ela sem lhe causar danos. Tremendo de pânico, ela virou-se e correu em linha reta entre as árvores.

O medo era tanto que não demorou muito tempo para encontrar a carrinha e ir rapidamente para casa, felizmente Charlie não estava em casa. Fechou a porta da casa e foi tomar um banho, queria tirar o cheiro a suor e relaxar um pouco. Estava a descer as escadas depois de vestir uma camisola castanha escura e uns jeans pretos quando bateram à porta, ao ver o Jacob Black teve as suspeitas confirmadas. Ele estava mais alto, mais forte e tinha cortado o cabelo. Lembrou-se de Charlie ter mencionado que ele tinha tido mono no mês passado e percebeu que era mentira, deve ter tido a ver com ele tornar-se um lobo gigante.

- Entra - disse depois de abrir a porta. - Senta-te.

- Acho que sabes porque estou aqui - Jacob disse com uma careta - Deves saber mais sobre isto que eu. Sam pediu-me para te perguntar se sabes porque aquele sanguessuga veio aqui e pelo que vi na clareira acho que ele tem razão.

- Há quanto tempo descobriste que era real?

- Um mês e tu foste logo namorar com um deles mesmo depois de saberes o que eles eram.

- Pensei que ele fosse diferente mas mostrou-se igual aos outros. - fez uma pequena careta. - Em reposta à tua pergunta, Laurent queria me a mim, como um favor a Victória. - a voz dela tremeu ao dizer o nome dela.

- Porquê?

- Os Cullen mataram James, o companheiro dela para me protegerem. - deu um pequeno suspiro - Ela quer vingança, um companheiro por um companheiro, apesar se Edward não ser meu companheiro, se fosse ele não teria conseguido me deixar.

- Ela não vai desistir pois não? - Jacob olhou-a com preocupação - Vamos fazer o melhor para te proteger, espero que saibas disso.

As semanas seguintes passaram rapidamente, ela passava o seu tempo livre com o Jacob e o bando, eles acabaram por se tornar os melhores amigos mas apenas isso para desapontamento do Charlie.

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Estavam em Dezembro quando Charlie lhe contou sobre a proposta de ser co-xerife em Mystic Falls, eles não íam lá à anos desde que a vovó Marie Swan tinha morrido, ela devia ter uns 4 anos. Bella sabia o perigo que corríamos em Forks, Victória podia aparecer quando quisesse por isso encorajou Charlie a aceitar, podíam se mudar durante as férias de Natal. Charlie estava tão feliz por a ver entusiasmada e deve ter pensado que a mudança iria ajudá-la a esquecer o que tinha acontecido com Edward.

No mesmo dia ele deu-lhe a carta da vovó Marie juntamente com uma caixa que ele devia ter-lhe dado no seu aniversário mas com tudo o que acontecera achou melhor esperar até ela estar melhor. Charlie esperou para ver a reação dela ao ler o que estava escrito.

- Isto não pode ser verdade. - olhou-o com dificuldade em aceitar o que estava escrito na carta. - Como assim somos descendentes de bruxas elementares? E existe outra espécie de vampiros e lobisomens de verdade, além dos transmorfos da reserva?

- Só sei o que a minha mãe me contou, por isso não percebi de imediato o que os Cullen eram. - Charlie disse pegando nas mãos dela - Se soubesse não teria deixado que te aproximasses deles. Tentei deixar tudo isso para trás quando conheci a tua mãe mas com esta oferta de trabalho achei melhor estares preparada para o que podemos encontrar lá. A tua avó disse que serias a bruxa Swan mais poderosa, que devia fazer tudo para estares a salvo até os teus poderes serem libertados.

- Ela sei que fizeste o teu melhor pai. Não precisas te preocupar eu vou ficar bem.

Bella deixou o Charlie na cozinha e depois de lhe dar um abraço foi para o quarto. Abriu a caixa e sorriu ao ver um livro que parecia muito antigo. Quando leu a primeira página descobriu que era um grimório com a história da família, explicava como usar os poderes e os feitiços que tinham feito e como fazê-los.

- Como a herdeira dos Swan peço pelos meus poderes. Dá-me os meus poderes - disse seguindo as instruções do livro e preparou-se para o que viria. Isto ia doer e naõ ia ser pouco.

A mudança durou o resto do dia e a noite toda. Ela sentiu como se fosse transformada em todos os elementos, um de cada vez, primeiro o fogo, depois a água, o ar, a terra, o corpo e a mente. Durante as próximas semanas compreendeu o quanto tinha mudado. Ela ficou mais forte e mais rápida, o seu cabelo cresceu até à sua cintura e ficou mais avermelhado e o castanho quase tinha desaparecido. O seu corpo estava mais voluptuoso com curvas que nunca esperei ter e o problema de equilíbrio tinha desaparecido. Aprendeu a controlar os elementos, um de cada vez e tirava a sua força deles, também descobriu que teria uma vida muito mais longa a menos que a matassem. A partir de agora só ia envelhecer um ano a cada cem que passassem. Quando chegou a hora de irmos para Mystic Falls ela já controlava todos os seus poderes.