Minha amada stalker

Bridgitte dá uma surtada ou quase isso...


— Você tem algum plano? – Ela me perguntou.

— Não.

— Tem alguma prova concreta do que você está me dizendo? Tem como me provar que isso não passa de paranoia da sua cabeça?

— Bem, não, mas...

— Então como você acha que eu vou ter a capacidade de me envolver nisso?

— Bridgette só me escuta... – Eu comecei a tentar a falar, mas ela não deixou.

— Não! Me escuta você Marinete, pelo amor de Deus! Você acha que eu sou louca? Jesus, garota! Você acha mesmo que eu vou apoiar um surto de desespero seu? Que vou dar corda para as suas paranoias e te ver se enrolando nesses seus planos mirabolantes para você acabar quebrando a cara pela milésima vez? Eu posso ser o que for, mas acima de tudo eu sou sua irmã mais velha e não vou aceitar ver você sofrendo mais ainda por criar esperanças falsas em uma situação que é claramente uma furada maldita! – No final das suas falas ela já estava ofegante por não ter parado nem um segundo para respirar em meio àquelas palavras para não me deixar ter voz ali.

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— Bridgitte, só me ouve, merda, você não confia em mim por acaso? – Eu perguntei, meu rosto mostrava tanta seriedade quanto o dela e acho que foi por isso que ela me disse:

— Tudo bem, eu estou ouvindo. – Ela me disse. – Me convença de que isso não é loucura. Se conseguir eu vou te apoiar em seja lá o que for, se não conseguir eu vou contar para os nossos pais sobre a sua paranoia e eles não vão te deixar nem chegar perto de Adrien Agreste de novo, além de que, claro, vão falar montes na sua cabeça. Quer prosseguir com isso mesmo com essas condições?

Eu parei para pensar um pouco sobre isso. Se Bridgette não acreditasse em mim e contasse para os nossos pais sobre as minhas “paranoias” em relação ao Adrien seria o fim de qualquer chance que eu tinha de prosseguir com o meu plano, mas, por outro lado, se eu não falasse disso com ela e não tivesse o seu apoio eu não ia conseguir nem iniciar o maldito plano, que na verdade nem existia muito bem, não passava de umas ideias meio malucas na minha cabeça que ainda precisavam ser organizadas.

Seguindo por esse caminho eu sabia muito bem o que fazer, que era convencer ela de que eu não sou louca e desesperada e que não estou inventado coisas na minha cabeça. Tudo que eu tinha pra dizer era muito real e muito importante.

Eu não sabia se isso iria dar certo, mas como era a única coisa que se passava na minha cabeça na hora eu comecei a contar para ela detalhadamente tudo que tinha acontecido hoje: sobre o comportamento absurdo de Adrien na escola (Ele não fala com ninguém além daquela lambisgoia! Ele terminou comigo, ok, mas que motivo ele teria para fingir que nunca teve nenhum outro amigo naquela escola?), que Adrien e Lila viviam falando mal de todos da escola por nenhum motivo em particular e isso era bizarro (Sério, qual a necessidade dele concordar automaticamente com tudo que ela diz?), e quando eu perguntei se Lila estava o chantageando ele demorou algum tempo para conseguir me dar uma resposta (Quase como se estivesse tentando inventar uma desculpa para escapar da situação!), sobre como ele ficou nervoso quando fez uma piadinha besta e sorriu para mim como antigamente (Parecia que ele tinha mostrado ele mesmo para mim por um segundo antes de voltar a ser o fantoche da Lila...), falei também de como ele parecia melancólico olhando para as fotos dele no meu quarto, falei do beijo, de como ele ficou pálido quando eu disse que Lila iria ficar sabendo daquela cena, de como tudo aquilo era tão surreal que era impossível acreditar que ele estava com Lila por vontade própria.

— Isso é tudo que você tem a dizer em sua defesa mocinha? Um monte de sentimentalismo e de informações questionáveis que podem ou não ser apenas fruta da sua mente fértil e desesperada pelo amor de um garoto que te traiu e te humilhou? – Ela perguntou em um tom neutro, não sabia dizer se era sarcasmo ou preocupação, algo que variava entre “Meu Deus, minha irmã está pinel, o que eu faço com essa mina?” e “Já chega, vou mandar ela para um hospício!” e até mesmo “Eu estou me segurando par não rir dela porque estou com medo dela começar a chorar!”.

— Eu sei que parece loucura, mas não é, eu te juro! Você é minha irmã, tem que acreditar em mim! – Eu disse antes que ela começasse a falar qualquer outra coisa. – Você acha que se eu não tivesse plena certeza disso eu estaria te contando e arriscando tudo assim? Não, mas eu estou dizendo por que é verdade! Acredite em mim, me ajude! Se fosse você me pedindo ajuda com alguma coisa em relação ao Félix eu estaria te ajudando e você sabe disso muito bem!

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— Por favor, não mete meu relacionamento nisso, é totalmente diferente do que está acontecendo aqui! – Ela disse. – Seja racional, você acho que é fácil para eu crer nisso, ajudar você a tentar resolver esse seu relacionamentozinho desgraçado com o Adrien para no final nós duas quebramos as nossas caras, ver que nos deixamos enganar por evidencias questionáveis e estúpidas e por fim eu vou ter que ver minha irmãzinha sofrendo mais ainda por um imbecil, sendo que isso poderia ser totalmente evitado se eu não tivesse apoiado a sua loucura? – Ela segurou as minhas mãos, me olhando como se eu fosse uma criancinha boba que não conseguia raciocinar direito.

— Bridgette eu sei do que eu estou falando! É verdade e se você ficar parada de braços cruzados como se não visse o que está claramente acontecendo aqui você vai se arrepender muito no futuro! – Eu apertei as mãos dela com força tentando mostrar como eu estava séria quanto ao que eu dizia.

— Ah, vou me arrepender do que Marinette? De não ter ajudado um moleque que não consegue enxergar que jogou fora um diamante raro como você para ficar com aquela fútil da Lila Rossi? Por mim que ele passe o resto da vida carregando esse arrependimento nas costas, depois de todas as lágrimas que ele fez você chorar isso é mais do que merecido! – Ela resmungou soltando as minhas mãos.

— Não! Você vai se arrepender de deixar o seu cunhado, pois não se esqueça de que ele é irmão de seu namorado e mesmo não estando comigo ainda é parte da sua família, sofrer nas mãos de uma chantagista! Imagine como Félix deve estar arrasado vendo o irmão agindo desse jeito! Você quer que essa criança nasça e tenha que aturar a maravilhosa titia Lila Rossi? Você quer ver um cara que sempre te tratou tão bem quando você ainda era babá do Félix sofrendo desse jeito? Você sabe que Adrien é uma pessoa boa você o conhecia até antes de eu conhecer ele! Adrien é um garoto muito bom, ele só começou com isso depois que essa maluca voltou a atuar na vida dele, eu tenho certeza de que ele não passa de um peão no tabuleiro de xadrez da Lila e que ela tem planos maiores por traz desse namoro de fachada!

Bridgette levantou as mãos e começou a massagear as têmporas, não voltei a falar, ela parecia estar pensativa, absorvendo, enxergando e calculando cada possibilidade em tudo aquilo que eu lhe disse. O que iria acontecer se ela me apoiasse? O que iria acontecer se ela não me apoiasse? Vários “E se...” pareciam flutuar ao redor de sua cabeça, como aquelas equações imaginárias que flutuam ao redor da Nazaré Tedesco. Depois de um bom quarto de hora ela finalmente olhou diretamente nos meus olhos e sem me dizer os motivos de sua decisão ela simplesmente declarou:

— Se isso der merda eu não vou deixar você namorar nunca mais na sua vida entendeu? Você vai ser a tia solteirona, ou melhor, você vai virar freira! Nunca mais vou deixar um homem chegar perto do seu coração para te fazer chorar! Jure para mim que se você não estiver certa quanto às suas conspirações malucas sobre manipulação você nunca mais vai namorar!

Eu não pude conter o suspiro que saiu dos meus lábios, se era só esse o preço que eu teria que pagar para eu poder provar que estava certa e ter a ajuda dela para isso então não tinha o menor problema, juraria de pé junto, mas eu fiquei uns minutinhos fingindo estar contemplativa para ela ver que eu estava levando a situação tão à sério quanto ela.

— Eu juro que faço o que você quiser se eu não estiver certa, Bridgette.

— Muito bem então. – Ela declarou, se levantando e colocando as mãos na cintura. Então ela deu um sorriso confiante, e depois de toda a melancolia daquele dia foi maravilhoso ver aquele sorriso. – Vamos bolar um plano de resgate para o príncipe encantado!

— Isso! – Eu não consegui conter meu grito de empolgação e o abraço que dei nela. – Obrigada Bridg, eu te amo, muito obrigada!

— Se contenha um pouco, princesinha! – Ela disse rindo. – Isso não vai ser nada fácil.

— Eu não me importo! Por onde começamos?

— Acho que vamos necessitar da ajuda de alguns cavalheiros de confiança da sua guarda pessoal. – Ela respondeu.

— Certo... E o que isso quer dizer? – Eu a perguntei rindo, só ela pra me fazer rir em uma situação dessas.

— Quer dizer que precisamos dos teus amigos.