Minha amada stalker

Sentimentos ruins nos atacam por todo canto! Pedaços de uma viagem brasileiríssima.


— Nada! Eu fiquei esperando na frente daquele portão que nem uma idiota por horas pra nada! Você torceu o tornozelo pra nada! Esses filhos da mãe fizeram a gente de otária pra porcaria nenhuma! Se não estiver acontecendo alguma coisa séria mesmo eu vou quebrar o nariz deles!

Algumas horas depois da minha irmã ter me deixado sozinha no tédio sem poder fazer porcaria nenhuma ela voltou toda nervosinha xingando muito e reclamando de tudo. Aparentemente o tempo todo que ela ficou lá no estilo ninja espionando a casa dos outros- Mari stalker aprova- não aconteceu porcaria nenhuma, basicamente ela não viu ninguém entrar ou sair, o lugar parecia não ter nenhuma alma viva de tão silencioso que estava, ou seja: ela ficou lá à toa.

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— Quer saber? Eu nem ligo mais pra eles! Também eu quero mais é que eles vão se f- Ai meu Deus Félix tá me ligando! – Bridgitte gritou se interrompendo desesperada encarando o celular.

— Ai Jesus atende logo! Atende! – Eu me sentei na cama ansiosa encarando ela com os olhos arregalados.

— Alô? – Ela falou com a voz trêmula e esperou um momento para ouvir o que a pessoa do outro lado do telefone tinha para dizer. – Sim, quer dizer não, mas isso não importa nem um pouco. Você está bem? Hein? Como assim? Me explica isso direito! Félix! Ir onde? Calma caralho eu vou anotar seu filho da puta desgraçado! – Ela reclamava procurando papel e caneta com cara de poucos amigos. – Xingo sim! Xingo mesmo porque você merece! Mas o que é que está te acontecendo afinal de contas? – Ela anotava rapidamente alguma coisa no meu caderno de desenhos. – E isso aqui pra onde você está me chamando é o que? Um restaurante? Olha eu não te entendo, você tem tanta oportunidade de me levar em um lugar romântico pra jantar e faz isso logo com um clima bizarro desses eu hein, vou te contar você é muito doido! – Eu ergui uma sobrancelha curiosa para saber o que estava acontecendo. - Mas você não pode me contar nada agora de uma vez não? Nadinha? Que saco esse mistério todo... – Ela resmungava. – Mas vocês estão bem mesmo? Ninguém morreu nem nada né? Tá sim. Está bem... Ok. E Félix... Eu te amo. – Ela desligou.

— Olha, eu não entendi quase nada disso aí que você chama de ligação! Por acaso você pode me explicar alguma coisa que foi dita aí nessa conversinha esquisita? – Eu pedi.

— Sim, mas nem eu entendi direito sabe? Félix estava tão estranho, ele parecia com pressa para falar tudo de uma vez. Ele me disse que estão mais ou menos bem e que não é pra gente se preocupar. Perguntou como estávamos e só me falou para eu me encontrar com ele em um restaurante chique que eu anotei aqui. – Ela disse rasgando a folha onde estava anotado o endereço e guardando o papel no bolso. – Isso vai ser daqui a dois dias. Ele falou que não dava pra dizer nada por enquanto e que ia me explicar tudo lá. Ah, ele disse pra gente ficar bem e tranquila, como se depois de uma coisa dessas eu fosse simplesmente conseguir me acalmar!

— Ok, ele disse mais alguma coisa? – Eu perguntei antes que a minha irmã tivesse uma crise de nervos. – Algo que pelo menos desse a entender o que está acontecendo?

— Nada. – Ela resmungou. – Eu não aguento isso!

— Ter que esperar para ver como as coisas vão acontecer sem poder fazer nada em relação a isso? – Eu perguntei melancolicamente. – Eu também não suporto isso.

— Mais alguns dias com isso na cabeça e eu acho que a gente explode! Meu organismo de futura mamãe não aguenta tanto drama de novela mexicana não!

— Ei, é mesmo! Futura mamãe, você já está pensando em alguns nomes? – Eu perguntei tentando mudar de assunto.

— Por enquanto não. – Ela disse finalmente dando um sorrisinho. – Eu estava esperando pra fazer isso com o Félix, sabe?

— De qualquer forma é melhor você me contar! Eu quero ser a primeira à saber o nome dessa coisinha linda sem gênero identificado da titia Mari!

Eu falei colocando minha mão sobre a barriga dela, mesmo que ainda estivesse no tamanho normal eu conseguia sentir um pequeno brotinho de vida ali. Eu não parava muito pra pensar sobre isso, mas eu ia ser tia e isso significa muito pra mim. Eu encarei a minha irmã e ambas sorrimos.

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P. O. V. Alya

Eu estava nervosa, tamborilando meus dedos sobre a mesa da cantina. “Nino porque é que você está demorando tanto? Cara, eu tenho um assunto sério pra te falar e você fica me dando bolo!” eu pensei e meu rosto se curvou em uma carranca braba. Eu havia marcado com ele para conversarmos na escola quando ele chegasse, mas o abestalhado estava demorando muito. Era terrível ter que ficar guardando aquilo que eu vi só pra mim e eu ficava feliz em ter ele pra compartilhar isso, isso é, quando ele aparecesse. A imagem que eu tinha visto naquele dia infeliz ficava voltando e voltando na minha mente e era muito repugnante. Eu não conseguia acreditar, estava pasma até agora e claro que ter que esconder isso da Mari fazia eu me sentir pior ainda.

— Ei Alya! – Eu senti duas mãos pousarem sobre os meus ombros.

— Ah! Marinette! – Eu quase gritei. – Que susto garota!

— Desculpa. – Ela deu um sorriso amarelo, sentou ao meu lado e deitou com a cabeça na mesa. – Para o pessoal da escola Adrien está faltando porque está doente acredita?

— Hein? – Eu perguntei. – Como raios você sabe disso?

— Você sabe, eu posso ou não ter acabado espionando quando estava passando na frente da secretária e escutei o nome dele ser citado. A secretária estava conversando no telefone e pelo que eu entendi era com a Natalie, sabe a Natalie? A secretária da família Agreste e tal? Então, parecia que ela tava no telefone e estava justificando essas faltas do Adrien por ele estar muito resfriado ou algo estúpido assim. – Ela explicou rapidamente, sendo a louca stalker expiadora atrás de portas que ela era, mas eu nem toquei nesse assunto porque já era até normal isso vindo dela.

— Mas você caiu- Quer dizer, acreditou nisso daí? – Eu perguntei tentando não deixar claro no meu tom de voz a quão ridícula era essa desculpinha.

— Lógico que não! Isso não tem nada a ver! – Ela resmungou e me explicou sobre uma ligação que Bridgitte tinha recebido no dia anterior feita pelo irmão mais velho do Adrien, Félix Agreste. – O assunto é muito sério para o Félix ligar assim e ter que falar sobre isso praticamente escondido! – Ela começou a roer as unhas.

Não consegui falar nada. Minha língua estava pinicando para contar pra ela o que eu tinha visto, mas eu não tinha coragem. Minha melhor amiga já estava tão abalada naquela hora, eu não seria capaz de piorar tudo contando com tanta frieza aquela cena maldita. Eu me corroía por dentro entre descumprir totalmente a minha politica de só dizer a verdade ou contar tudo que vi e deixar a Mari em um estado pior ainda.

— Alya! Cheguei! Foi mal aí, tipo atrasar assim e tal é que eu dormi demais e- Eita Mari eu nem te vi aí como é que tu tá? – Nino se sentou ao nosso lado, parecia ter corrido até aqui por causa do atraso. Ele tinha claramente se interrompido por ver Marinette ali, já que eu tinha avisado para não tocar no assunto na presença dela.

— Ah? Eu tô... Acho que eu não tô nada. – Marinette se encontrava apoiada sobre a mão com uma cara de funeral, claramente pensando no namorado.

— Er, e o seu tornozelo hein amiga? – Eu perguntei tentando puxar algum assunto com ela. – Como é que vai ficar isso daí hein?

— Meh, tá melhorzinho, não doí tanto se eu não pisar com força. – Ela explicou. – Minha irmã me trouxe de moto hoje para eu não ter que forçar ele.

— Ah, faz sentido, você não atrasou por isso né boneca? – Eu brinquei.

— É. – Ela deu uma risadinha baixa e desanimada.

— Ei todo mundo! Bom dia! Vocês não vão acreditar no que eu estou vendo aqui! – Rose chegou na nossa mesa extremamente empolgada. – Olhem só!

Ela colocou o seu celular na frente dos nossos olhos e vimos umas fotos na tela.

— Ei essa é-?

— A senhorita Olivier! No Brasil! – A loirinha disse totalmente sorridente.

Ali estavam algumas fotos postadas no Facebook da nossa professora querida, onde ela estava sorridente com alguns parentes, pelo que parecia, em uns lugares super lindos, tipo umas cachoeiras e parques, ou outras fotos que me pareciam ser umas comidas típicas do país de que ela tinha me falado uma vez como feijoada e pão de queijo.

— Ela parece estar muito bem. – Juleka comentou, como sempre andando quase que em silêncio próxima da Rose.

— Deve ser um país legal né? – Nino falou. – O clima, e também as praias que tem no Brasil, sabem? Será que a Alice vai postar foto de alguma? Eu queria poder ver!

— Tenho quase certeza que não, eu pesquisei e esse lugar onde ela tá não tem praia. – Rose falou.

— Hum, que pena. Seria legal ver um casamento numa praia como nos filmes, sempre quis ver um, parece tão bonito. – Mari falou esboçando um leve sorriso.

Ficamos por um tempo falando sobre a viagem da senhorita Olivier, o Brasil e tudo que englobava o país em geral, o que fez com que nós morrêssemos de inveja dela que estava curtindo um lugar maravilhoso enquanto nós estávamos lá empastados naquela escola. O sinal tocou e subimos para a nossa sala. Chloé já estava lá sentada ao lado de Sabrina, que quando nos viu veio ao nosso encontro rapidamente.

— Bom dia, vocês viram o Adrien ou tem alguma noticia dele? – A ruiva perguntou. – É que a Chloé quer saber, mas está com vergonha de perguntar para vocês.

— Sabrina! – A loira a repreendeu lá da carteira dela e virou a cara envergonhada.

— Ah, não sabemos de nada desculpe. – Marinette perdeu o sorriso que tinha alguns minutos atrás ao se lembrar do assunto.

— Tudo bem. – Sabrina falou. – Obrigada.

— Mas se vocês duas ficarem sabendo de qualquer coisa podem me dizer? – Foi a vez de Mari perguntar e a ruiva respondeu assentindo. – Obrigada.

Fomos todos para os nossos lugares

P. O. V. Chloé

Eu tinha resolvido voltar da aula a pé hoje, para espairecer durante o caminho até a minha casa. Tentava me manter calma e parecer normal principalmente quando estava na frente de alguém, mas não adiantava por que eu estava começando a ficar preocupada de verdade.

— Ei loira, que cara é essa? – Senti alguém tocar meu obro e vi que era Nathaniel. – Você está bem? Problemas com o pai?

— Primeiro: Não me chama de loira, você sabe que eu odeio quando faz isso. Segundo: Não. Tipo, pra as duas perguntas, eu não estou bem e isso não tem nada a ver com o meu pai. – Eu falei. – Pra falar a verdade eu até que estou muito bem com ele.

— Isso é bom, quer dizer a parte do seu pai. – Ele me deu um sorriso pequeno. – E eu vou continuar te chamando de loira enquanto você continuar a me chamar de tomate.

— Nunca tomate, nunca mesmo que eu vou parar com isso, eu gosto de te provocar. – Eu ri.

Depois de tudo aquilo que tinha me acontecido Nath-Tomate passou a conversar bastante comigo, o que era muito bom pra falar a verdade, ele me deixava desabafar quando eu precisava e não me criticava, além de quase sempre ter bons conselhos e parecer se importar mesmo comigo.

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— Mas então o que é que aconteceu? – Ele perguntou ignorando todo o papo sobre apelidos.

— Ah, é sobre o Adrien. – Eu falei. – Ele anda faltando tanto e não responde as minhas perguntas, mensagens, ligações, ele nem me atendeu quando eu fui na casa dele! Não faço ideia do que está acontecendo com o meu melhor amigo e eu não posso fazer nada em relação a isso!

— Você já... Tentou perguntar pra Marinette? – Ele perguntou sem graça.

— Já, eu pedi pra Sabrina perguntar e ela não sabe de nada, o que quer dizer que nem ela ele responde! – Resmunguei. – Que droga!

— Espera você pediu pra Sabrina falar com ela? – Ele perguntou e eu arregalei os olhos reparando no meu erro na hora.

— Nãaaao, eu que fui lá e perguntei! Você é que estende tudo errado seu cabeça de tomate podre! – Eu falei dando uma risada sem graça.

— Chloé, eu achei que nós já tivéssemos conversado sobre o seu relacionamento conturbado com a Marinette. – Ele não caiu na minha desculpa barata. – Você disse que ia tentar tratar ela bem! Assim como disse que ia tentar ser legal com todos os nossos colegas. Eu sei que você vai conseguir se tentar, sabe o pessoal não vai te tratar mal ou guardar ressentimentos das cosias que você fez no passado.

— Eu sei, eu sei. – Eu suspirei. – Mas é tão chato isso, eu fico tão sem graça quando penso em tudo que eu os fiz passar e em como eles me ajudaram mesmo assim! É tão vergonhoso lembrar de como eu sou idiota, e é difícil pra mim fazer amizade! Por isso eu estou tão preocupada e valorizo tanto o Adrien, ele é um dos poucos amigos que eu tenho de verdade!

— Você é uma pessoa boa Chloé, uma amiga muito leal lá no fundo. – Ele falou. – Você só tem que aprender a deixar as mágoas do passado no passado.

— É, acho que sim, eu deveria mesmo. – Eu falei. – Mas como?

— Bom, que tal pedir desculpas? É um jeito simples e eficaz se se redimir. – Ele disse e eu só assenti concordando por mais que essa ideia me fosse pra lá de vergonhosa. – E já sei quem pode ser a primeira pessoa da sua lista.

— Não precisa falar nada, eu já sei muito bem de quem é que você está falando. – Eu resmunguei. – Marinette Dupain Cheng.

— Uau, como adivinhou loira? – Ele brincou e eu bufei por causa do apelido besta. – Mas e então? Você vai ou-

— Eu vou pensar. – Eu disse. – Eu preciso engolir o meu orgulho e tentar pensar em algo pra falar para ela.

— Você está só me enrolando e não vai fazer isso tão cedo né?

— Acertou! – Eu ri. – Não sei não Nath, eu pedindo desculpas pra Marinette? Sério? Isso me soa um tanto impossível. Não tenho coragem de fazer uma pergunta pra ela, quanto mais pedir perdão!

— Você precisa disso, ela precisa disso e vocês tem que seguir em frente como duas mocinhas crescidas! – Ele disse apoiando a mão no meu ombro. – Vamos lá, eu sei que você é melhor do que esse seu orgulho, vergonha ou sei lá o que.

— Não sou tão boa assim quanto você diz, mas muito obrigada. – Eu sorri. – Eu vou tentar isso, ok? Ten-tar!

— Ok.