A governanta

Capítulo 04


Naquela noite, fugi com minha mãe. Minha mente, extremamente desconcertada, terminou sonhando com o nebuloso dia, quando ele segurou minha mão, afirmando jamais permitir minha partida.

Era verão. Ele aparentava tão sério para uma brincadeira na escada de incêndio... A palma de sua mão contra o dorso da minha... Não. Eu não conseguia acreditar que meu amigo almejava meu falecimento. Havia perdido a casa, móveis, inclusive o meu cachorro e quase a minha mãe, contudo, a maior dor sucumbiu daquela declaração. Por que abri a porta naquele momento? Por que abri meu coração?

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Minha mãe ficou internada na Unidade de Terapia Intensiva de um hospital de alta complexidade. Aparentava não resistir muito tempo, deixando-me internamente desesperado. Apesar de tudo, eu não queria perdê-la. Desaprovava algumas de suas atitudes, mas ela era importante para mim. Tivemos tantos momentos alegres e eram estas lembranças que me sustentavam enquanto eu permanecia sentado nos bancos da recepção, tentando descobrir o meu próximo passo.

Perto das três da manhã, fui abordado por uma enfermeira. Meu coração acelerou, esperando as piores notícias, quando recordei daquele rosto, o qual pertencia a uma das minhas colegas de faculdade. Aparentemente preocupada, ela perguntou o que eu fazia ali e eu apenas sorri comentando sobre o estado da minha mãe. No entanto, após um período de insistência por parte da moça, terminei relatando todo o acontecido.

Ela me escutou com seriedade. Era a garota mais sorridente e alto astral de toda a instituição, por isto estranhei tal comportamento. Embora, fosse exatamente aquilo que eu precisava no momento. O peso estava extraordinário para prosseguir transportando sozinho.

Conferindo o relógio, ela ofereceu abrigo na sua residência. Relatou que minha mãe necessitava de uma visita disposta, por isto, eu não poderia continuar sofrendo naqueles sólidos assentos, sem direito a bebida ou alimento.

Não queria incomodar, mas, naquele momento, aceitei.