– Fazer? - Pensei.
– Outra lição: no ataque nunca esperamos ter armas ao nosso favor. Assim, você deve liberar o que está dentro de você, seus instintos, dons! - Disse Itan dentre a escuridão.
– Eu não entendo uma palavra que você diz. - Falei tentando fazê-lo parar com o que estivesse fazendo.
– Você não entende porque não quer. Você não sabe nada, é uma pessoa desprezível. - Disse Itan com arrogância.
Ditas aquelas palavras, fiquei furioso. A raiva tomou conta de mim, talvez, estivesse cansado de ser a vítima da minha própria vida. A partir dali tudo seria diferente.
– Onde você está? Apareça Itan. - Disse com raiva
– O que vai fazer? Vai me bater? - Disse Itan provocando-me mais ainda.
Olhando para a escuridão à procura de Itan, percebi algo diferente. Era semelhante ao que sentira a poucos instantes com Itan abrindo a porta do templo. Estar dentro do templo me fazia mais forte, sentia-me mais sensato. Comecei a me focar mais em achá-lo. Ao piscar, abri os olhos e minha visão não era a mesma. Dentre a escuridão conseguia enxergar tudo que se passava. Lá estava Itan, parado em minha direção à uma certa distância. Estendi minha mão em sua direção e senti que algo saiu de mim. Fiz o mesmo movimento novamente, só que dessa vez olhando para minha mão e me assustei. Minha mão se esquentou, ficando em chamas, e por incrível que pareça, não sentia nada.
– O que estaria acontecendo? - Pensei.
– Isso mesmo Lucca, isso faz parte de você. Agora quero que você me acerte. - Disse Itan ainda no escuro.
– Mas como? - Perguntei ainda sem entender o que estava acontecendo. Como era possível sair fogo de um ser humano.
– Terceira lição, tente fazer antes de perguntar. - Disse Itan.
Levantei minha mão em direção à ele vendo-o com outra visão, e pensei ver fogo saindo dos meus dedos. E isso realmente aconteceu.
– Ascenda as tochas Lucca. - Gritou Itan.
Procurei uma tocha que estava perto de mim, e levantei minha mão em direção à ela.
– Se concentre Lucca. Limpe sua mente, é ela que deve lutar por você.- Disse novamente Itan dando instruções.
Fechei os olhos e tentei limpar os meus pensamentos. Abri-os novamente fixando meu olhar na tocha, mas não aconteceu nada.
– Pense em algo bom, que te deixe feliz. - Disse Itan.
Lembrei de Diana, pois a saudade era significativa pra mim. Abri os olhos e aconteceu novamente, só que dessa vez, a chama foi mais forte que pudesse imaginar. Todas as tochas foram acesas com um único movimento. De longe só podia ver Itan me aplaudindo.
– Parabéns. Temos uma evolução! - Disse Itan.
Escutei um barulho alto antes mesmo de agradecer o elogio inesperado, era da porta se abrindo. Eram Dilan e Lúcia.
– Mais um foi pego.- Disse Lúcia.
– Temos que ir agora! - Afirmou Dilan já saindo.
– Vamos Itan. A treinadora do sul já está a caminho. Lucca ficará bem com ela.- Disse Lúcia.
– Alguém pode me explicar alguma coisa? - Perguntei sem saber de nada, como sempre.
– Agora não. Volte para o casarão, e não saia de lá até que a treinadora chegue. Entendido? - afirmou e perguntou Itan.
– Sim treinador. - Respondi já aceitando os termos de disciplina impostos.
– Assim é melhor. Voltamos em breve, espero. Adeus Lucca. - Disse Itan.
Lúcia saiu correndo e veio em minha direção, me abraçando em sinal de despedida.
– Tchau Lucca, espero vê-lo em breve. - Disse Lúcia com os olhos cheios d`agua.
Fui para o casarão correndo, ainda não havia me familiarizado muito bem com o lugar. ao avistar a casa, percebi que a porta estava entreaberta.

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