Make Me

Die Young


—Luke, acorde-Dizia uma voz que parecia estar longe de mim, mas ao mesmo tempo tão perto.
Tentava abrir meus olhos, porém, eram apenas tentativas que sempre falhavam.Já perdi a conta de quantas vezes perguntei-me mentalmente "o quê estava acontecendo?".Parecia um dos sonhos que temos e que fazemos de tudo para conseguir abrir os olhos mas não conseguimos, tem alguma coisa pior que isso?
—Luke, só você pode conseguir se ajudar-Falou uma voz um pouco diferente da anterior.
Como só eu posso me ajudar se eu não faço a minima idéia da merda que esta ocorrendo? Foi aí que comecei a ter umas lembranças voltando para mim...Eu e Nick estavamos na piscina que tem na casa do meu irmão, ele e a minha cunhada trouxeram bêbidas, depois tudo ficou completamente apagado de minha memória.
Senti uma agulha penetrando em meu braço direito, consegui finalmente abrir meus olhos, minha visão estava totalmente embaçada, conforme eu ia piscando aos poucos, ela ia voltando ao normal.Olhei ao meu redor, haviam pessoas ao meu redor, olhavam para mim como se eu fosse um alien.
—Já acharam a minha nave?-Perguntei, eu perco a memória mas não perco o humor de tiozão que manda foto de "Bom dia" no Whatsapp dizendo que o seu dia será abençoado.
—Tem certeza que o acidente não afetou nada no cérebro dele?-Perguntou uma mulher que usava um jaléco, máscara de médico e aquelas toca que médico usa, okay..Todos que estavam ao meu redor aparentavam ser médicos, então claramente é um hospital.
—Olhe bem para a frente-Falou um médico apontando uma luz vermelha e irritante bem na minha pupila.
—O quê aconteceu?-Perguntei confuso olhando para cada um deles.
—Você estava dentro de um carro que encontrou-se capotado, a única parte do seu corpo que sofreu com o acidente foi a sua perna esquerda, que está quebrada, vai demorar um bom tempo para ela melhorar-Falou um dos médicos, não conseguia ler o nome dele no jaléco, minha visão ainda estava meio embaçada.
Quando ele falou do acidente em que o carro capotou, só me lembrei de uma coisa, Nick.Meu coração começou a acelerar, parecia que a qualquer momento eu teria um infarte, não conseguia falar, por mais que eu tentasse, eu começava a gaguejar, tremer, comecei apertar o braço de uma médica que estava ao meu lado.
—NICK-Gritei finalmente.
—Calma, não é que ele esteja em um estado grave...É que...Ele não acorda de jeito algum-Falou o mesmo médico que me contou do acidente.

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Aquilo que ele me contou, fez com que tudo ao meu redor parecesse estar em zona de desabamento.Não deviamos ter bêbido tanto, deveriamos ter nos lembrado das consequências daquela cituação, por quê temos de ser tão burros em certos momentos de nossas vidas?

—Me leve até ele-Falei com a voz tremula.

—Fique calmo, ele tem muitas chances de conseguir acordar, você não pode se levantar, não agora, ainda esta muito afetado pelo acidente, Luke, você precisa descançar um pouco-Falou a médica ao meu lado.

—Não, não, eu quero meu namorado, ele está com algum corte grave, qualquer coisa que possa ser grave?-Perguntei olhando para todos.

—Não se preocupe, vamos te dar esse tranquilizante para você conseguir dormir um pouco-Falou o médico, que agora eu conseguia ler o seu nome, Dr Frank.

—Não-Falei enquanto via aquela agulha sendo injetada em meu braço, agora vem em minha mente uma leve pergunta, quantas agulhas perfuraram meu braço enquanto estive apagado?

—Descançe-Falou a médica ao meu lado, a voz dela parecia ter feito eco, mas era apenas efeito das drogas que colocavam em minhas vêias.

POV´S NICK

Sentado na poltrona ao lado da cama de hospital onde está meu corpo físico, fico pensando se vou conseguir voltar ou se estou morrendo aos poucos, e só estou esperando a morte vir com uma foice me confirmar se estou mortou ou não.

Por quê eu não consigo acordar?O quê está me prendendo a ficar perambulando por aí sem objetivo algum?Eu falo com as pessoas, e ninguém consegue me ouvir, tem algo mais agoniante que tudo isso?

Estou entre a vida e morte, só preciso aprender a lutar contra a morta, mas como vou conseguir isso?Nem eu sei, só sei que os enfermeiros e médicos daquele lugar ficam falando ao redor da minha cama que tudo aquilo apenas eu vou conseguir fazer a diferença.

Será que eles sabem que o meu espírito está observando tudo e gritando em seus ouvidos para me ajudarem?E se eu ficar preso aqui desse jeito para sempre?

Ando pelos corredores daquele hospital que parece ser cenario para qualquer filme de terror, porém, para mim está sendo mesmo um terror, não ocnsigo achar onde Luke está, eu sou um espírito de merda, que não consegue nem abrir uma porta para saber quem está no quarto.

Por isso tenho que ficar ouvindo a conversa dos médicos, vai que algum deles falam em qual quarto meu namorado está...Só que aos poucos, começo a colocar coisas em minha cabeça, de que já acabou se passando anos em que estou internado naquele inferno, e ele já tenha se esquecido de mim ou até mesmo falecido.

E se quem acabou morrendo foi eu e não ele, e esse talvez seja o meu inferno?

Fui até a recepção daquele lugar horrivel, vi que o irmão de Luke estava no balcão querendo falar com alguém que saiba onde Luke estava internado.Aquilo me aliviou por inteiro praticamente, só pelo fato de eu saber que não se passaram anos desde o acidente.

Mas ele está bem?Comecei a pensar sobre muitas coisas que podem ter acontecido com ele, até mesmo a morte ou estado gravissimo...Eu me sinto tão culpado, e se algo acontecer com ele, irei me sentir culpado pelo resto da minha vida, por mais que se algo acontecer com ele, eu serei capaz de tirar minha propria vida assim como tirei a dele por acidente.

Segui o meu cunhado que seguia a recepcionista que cuidava de informar onde estavam as pessoas que estavam internadas naquele hospital, Luke estava em um quarto no andar de cima do hospital, olhei para ele e vi que estava sendo injetado nele três medicamentos, então ele provavelmente estava drogado de mais, até mesmo para conseguir acordar.

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—Deram a ele um tranquilizante a ele-Falou ela.

—Por quê?-Perguntou Drake.

—Ele estava muito tenso sobre todo o ocorrido, e perguntava sobre o outro cara que estava ao seu lado no carro-Respondeu a recepcionista.

Me aproximei de Luke, então em seguida coloquei minha mão e tentei apertar a sua mão, porém, acho que ele não havia conseguido sentir isso, pelo menos uma noticia boa..O meu amor esta vivo e se recuperando bem, se eu não conseguir voltar, como poderei dizer o meu ultimo "eu te amo" a ele?

—O namorado dele, Nick, tem chances dele acordar?-Perguntou meu irmão.

—Os médicos ainda não sabem de certeza, porém, se ele for acordar, tem que ser rapido...Ele está em algum tipo de negação para conseguir acordar, ele deve estar achando que morreu e o cérebro dele faz com que ele pense que não tem como acordar pelo simples fato de ter certeza que está morto-Respondeu.

—MOÇA, ME ESCUTA, EU NÃO ESTOU PENSANDO QUE MORRI, EU SEI QUE TO VIVO, PODE ME RESPONDER POR FAVOR COMO EU FAÇO PARA ACORDAR E CONTINUAR VIVENDO NESSA DROGA?-Gritei, porém, sabia que ninguém poderia me ouvir.

—O quê foi isso?-Perguntou Drake olhando para a janela.

A recepcionista começou a se aproximar da janela, passou a mão, e viu que a janela ficou com o vidro trincado do nada.

—Eu não sei-Respondeu ela.

Foi eu quem fez isso? Como?Ai, socorro, e se isso for um sinal de que estou começando aos poucos a me espiritualizar em não estar vivo, e acabar virando apenas uma alma penada andando por entre os corredores e quartos desse hospital?

—Vou ter que ir embora, avise ao Luke quando ele acordar, que é para me ligar, pode ser?-Perguntou Drake.

—Sim, eu falo para alguma enfermeira avisar ele-Respondeu.

—Obrigado-Agradeceu saindo do quarto.

Eu preciso conseguir voltar urgentemente para o meu corpo, mas como vou fazer isso sem entender como faço para voltar?

Fiquei horas parado escorado na janela que havia no quarto em que Luke estava, enquanto eu observava o sol sumir e a lua chegar, ouvi barulhos de gritos naquele hospital.O primeiro grito ensurdecedor eu imaginei até que era uma paciente, mas logo depois começaram gritos mais em conjunto, nessa hora achei tudo meio estranho.

Sai para fora do quarto para ver o quê diabos estava acontecendo, até que me assustei com o que vi andando pelos corredores.Era ninguém mais e ninguém menos que a nossa quase assassina, Bruce, ou como será seu nome artistico, Mc Brução.

Dessa vez não estava mais com o cabelo rosa, e sim, vermelho...A pergunta que não quer calar é, como ela conseguiu nos achar?

Segurava um machado em sua mão, porém, quando parou na frente do quarto onde Luke estava, largou o machado e entrou sem nenhuma arma.

—FICA LONGE DELE-Gritei.

A luz do quarto deu uma leve piscada enquanto gritei, isso quer dizer que estou ficando forte como espirito?

—Acorda filho da puta-Falou bruce batendo na cara de Luke.

Aquilo me deixou tão revoltado, e tão puto, que tentei empurra-la para longe dele, porém, não teve resultado algum.Bruce apenas olhou para os lados com um rosto do tipo "o quê foi isso?".

Vi Luke abrindo os olhos aos poucos, em seguida ele levou um susto do caralho.

—Senti saudades querido-Falou Bruce.

—Como?Como você descobriu onde estamos?-Perguntou Luke.

—No dia em que vocês me deram carona, coloquei um chip dentro do carro de vocês, assim, consegui rastrear os dois pombinhos até aqui-Respondeu.

Tudo bom?

—Mas por quê toda essa obcessão por nos dois?-Perguntou Luke, retirando tudo o quê estava enfiado em seu braço.

—Bom...O ritual que preciso fazer para obter minha grande fama, é simplesmente achar um casal que se ama mais do que qualquer coisa, eu consegui ver isso em você e Nick...Mas terei que destruir essa união que tem entre vocês dois-Respondeu.

Não acredito.Isso só pode ser alguma brincadeira, eu não entendo como alguém iria conseguir ter um coração tão mal a ponto de tentar destruir a vida de duas pessoas que se amam estando juntas, para conseguir ganhar uma fama de Mc...

Bruce não pode ter um coração, ele não tem humanidade dentro dele, apenas rancor e ódio que acabou ganhando conforme sua vida ia desandando.É assim que nascem psicopatas.

—Aposto que você acabou tendo alguns sonhos estranhos, com um certo rapaz aí, chamado Angel, correto?-Perguntou Bruce.

Oi?Quem é Angel?

—Como você sabe disso?-Perguntou Luke.

—Com meu tempinho livre, lancei uma macumba em você, você iria começar a sonhar com o único homem que amei até hoje em toda a minha vida, porém, como ele é hetero, foi apenas uma perfeita ilusão-Falou Bruce se sentando na cama.

—Por quê você iria querer que eu sonhasse com o seu crush hetero?-Perguntou Luke.

—Eu pensava que colocando um cara super gato em seus sonhos, iria fazer você duvidar do seu amor e paixão pelo Nick, isso seria uma diversão para mim, pelo simples fato de eu adorar minhas vitimas se torturando em desconfianças e corações partidos-Respondeu.

—Eu jamais iria duvidar do amor que sinto pelo meu namorado, a maior loucura da minha vida eu fiz por ele, fugi de casa, desafiei minha familia, briguei com minha mãe, não sei que fim levou minha tia que estava doente em um hospital no dia em que fugi sem antes me despedir, desconheço meu pai por ele não se importar mais comigo, tudo no meu mundo desabou, porém, ele estava lá, Nick estava sempre do meu lado nas horas dificeis, então não...Não venha me dizer que iria conseguir fazer eu duvidar do meu amor por ele, porque eu jamais poderia fazer isso-Respondeu Luke.

Aquilo me arrepiou por completo, eu irei ama-lo eternamente, disso eu tenho certeza.

—Que fofo, pena que não sera mais valido todo esse amor daqui alguns minutinhos-Falou Bruce com um sorriso malicioso.

—Por quê você não foi procurar um outro casal que se ama?-Perguntou Luke.

—Porque eu apenas gosto de correr atrás da minha caça-Falou Bruce, que pegou um travesseiro em seguida.

—Você vai ser o motivo do lançamento do meu album, colocarei o nome de vocês dois nos créditos-Falou Bruce, colocou o travesseiro na cara de Luke, e começou apertar com toda a força possivel.

Luke ficava se retorcendo todo enquanto estava sendo asfixiado por uma pessoa horrivel e que não merece respirar o mesmo ar que os humanos.Eu olhava para o machado jogado no chão, coloquei muita raiva em meus pensamentos, olhei para a cena de Bruce tentando matar a melhor parte de mim, foi aí que consegui segurar aquele machado.

—NUNCA MECHA COM O AMOR DA MINHA VIDA-Gritei.

Acertei o machado em sua cabeça de lixo humano, que não merecia nem ter nascido para começo de conversa.Bruce caiu no chão em seguida, vi Luke tirando o travesseiro de sua cara, ele ainda estava com a respiração muito ofegante, olhava para os lados e tentava procurar quem matou Bruce, mas ele não conseguiria me ver nem se tentasse.

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Em seguida, Luke saiu da cama e começou a correr pelos corredores daquele hospital, ele desceu até o primeiro andar, ignorava todos os corpos jogados no chão, graças ao Bruce, que não descançe em paz.Neste momento, espero que ele tenha pego um tobogã que desce direto para o colo do capeta.

Depois de tanto procurar, Luke achou o quarto onde eu estava, sentou-se ao meu lado na cama, ficou acariciando meu rosto.

—Você não pode me abandonar, não agora-Falou com uma lagrima escorrendo.

—Eu não vou, só preciso saber como faço para voltar-Falei para ele mesmo sabendo que não iria ouvir.

—Se você estiver me ouvindo, por favor, tenta ficar, não vá para a luz, volte para mim...Precisamos de mais historias juntos, nos dois não podemos acabar, eu não quero ter uma vida sem você, sei que você pode lutar contra isso, então apenas volte, eu ainda quero acordar todos os dias vendo você ao meu lado, ainda quero entrar em uma igreja e te ver no altar a minha espera, ainda quero ver o mundo aceitando nós dois juntos-Falou chorando muito.

—Eu ainda estou aqui, Luke-Falei.

Luke desistiu de tentar falar, afinal, ele não iria conseguir falar nada no estado em que ele estava, estava pior que alguém na bad ouvindo uma playlist depressiva em modo fetal na cama.

Ele colocou seus labios nos meus, quando ele fez aquilo, comecei a me lembrar de tudo oque vivemos juntos, mas era como se tudo estivesse em uma camera em alta velocidade, desde os momentos bons, até os momentos dificeis, apareceram tudo em minha mente como um flashback que tem praticamente sempre no ultimo episódio de qualquer série.

Tudo ficou escuro, até que abri meus olhos, parece que consegui voltar para o meu corpo, onde eu jamais deveria ter saido.

Vi um sorriso lindo se abrindo em seu rosto, eu amava ver aquele sorriso depois de tudo isso.

—Eu te amo-Falei.

—Eu te amo-Respondeu sorrindo e chorando ao mesmo tempo.

Ficamos abraçados por uns 3 minutos, sem falar nada, apenas um sentindo a respiração do outro.

POV´S LUKE

Quando estavamos saindo do hospital, a policia já estava lá, foram encontrados cinco corpos com a garganta cortada, e uma pessoa a beira da morte, porém, conseguiu se salvar da morte.Havia uma mulher parada na porta principal do hospital, ela me parecia muito familiar.

Quando ela se virou, pude ver bem com meus próprios olhos quem era aquela mulher.

—Mãe?